Jornalismo alemão reconhece caráter político da sentença de Moro

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A Der Spiegel nota que a própria promotoria reconheceu a falta de provas e diz que as evidências mostradas no processo são controversas

do Lula.com

Jornalismo alemão reconhece caráter político da sentença de Moro

Enquanto a imprensa brasileira ensaia um coro único e fala de evidências sem mostrar nenhuma, o jornalismo alemão — como o de outros países — reconhece que a condenação de Lula ocorreu sem provas e que a sentença do juiz Sergio  Moro é política, não jurídica.

A Der Spiegel, uma das publicações mais respeitadas da Alemanha, nota que a própria promotoria reconheceu a falta de provas e diz que as evidências mostradas no processo são controversas. Em um artigo chamado “Estado na lama”, lê-se: “Moro comprova com sua sentença o que críticos já lhe reprovavam há tempos: o julgamento do maior escândalo de corrupção da história do Brasil segue critérios políticos, não jurídicos”. 

No Die Zeit, jornal de circulação nacional, a matéria é intitulada “O grande espetáculo da corrupção” sobre a recente condenação de Lula, diz o que a imprensa nacional tenta esconder: “Não há um único documento que apresente Lula como dono do apartamento”. O Die Zeit lembra ainda que Lula é acusado de ser o chefão do esquema apelidado de Petrolão. “Prova disso não há nenhuma. Aí surge a questão do apartamento”.

Já o suíço “Neue Zürcher Zeitung”, jornal fundado em 1780, já dizia antes da condenação: “ainda mais questionável é se provas da culpa de Lula serão realmente encontradas”.

Resta concordar com a Der Sipiegel: “O veredicto final sobre Lula virá dos historiadores, não do juiz Moro”.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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  1. A imprensa internacional não

    A imprensa internacional não está em melhor situação que a famigerada mídia porca deste país. A diferença é que fingem emitir um parecer mais isento,coisa para inglês ver. 

    Por que a mídia internacional,tão influente,não denuncia de forma contundente o golpe e cobra de seus países uma posição firme contra o golpismo.

    Ou será que esta mídia só consegue ter posição firme contra o Estado Islâmico e outros assemelhados que não tem relevância econômica?

    1. Migalhas de isenção

      Como o comentarista acima bem nota, a mídia corporativista internacional de vez em quando oferece algumas migalhas de isenção, mas em geral o que tem feito é defender o golpe e insinuar que o Brasil é cronicamente inviável como país devido à corrupção endêmica etc. A impressão que se tem desse tipo de jornalismo é que não espera outra saida que  não seja transformar todo o país (e por que não também toda a América do Sul de uma vez)  numa espécie  de Grande Porto Rico do Sul.

      No que diz respeito à imprensa corporativista de língua alemã, que acompanho há décadas, afirmo que está  inteiramente alinhada aos imensos interesses do país norte-americano por trás do golpe, de seus aliados e respectivos cartéis  nas incomensuráveis riquezas do país, o Brasil é uma das bolas da vez para os chamados transatlânticos. Por isso nunca se lê  uma palavra sobre a atividade de agentes de revoluções coloridas ou membros das oligarquias locais cooptados para tais fins, importante para esses formadores de opinião é segurar uma parte do botim, só promete lucro.

      O leitor brasileiro se ilude ao achar que essa mídia vai se portar de modo virtuoso, ela vê o Brasil essencialmente como presa, cabe então aos brasileiros lutar pelo que é seu.

  2. Citados e comentados

    Sugestão: O blog poderia fazer a contagem digital do número de post nos quais o juiz de Curitiba é citado. Uma escalada desta dimensão  poderia servir de comparativo às citações a Lula na grande mídia.Com a inclusão do blog de PHA a disputa seria acirrada.

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