Lula e Dilma entregaram linha sucessória ao “lado quadrilha do PMDB”, diz Ciro

Possível nome do PDT à presidência da República em 2018, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes voltou a disparar contra a aliança feita pelo PT com o PMDB nas últimas eleições presidenciais. De acordo com o pedetista, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva optaram em fazer uma coligação com o “lado quadrilha” do partido. Ele acrescentou que Temer “está no golpe e é o capitão dele”. As declarações ocorreram nesta quinta-feira (21), após reunião dos diretórios regionais pedetistas em Brasília.

“A minha questão é: será responsável entregar a linha de sucessão do país a este lado quadrilha do PMDB? Eu respondo: não é responsável. Foi o que eles fizeram, o Lula e a Dilma”, disparou Ciro. Ele entrou no PDT no ano passado junto com o seu irmão, o também ex-governador do Ceará Cid Gomes. Desde então, vem sendo cotado como candidato à presidência da República em 2018.

Para ele, a corrupção ocasional sempre vai existir. No entanto, a novidade foi a divisão das diretorias de estatais para arrecadação de propinas. Essa forma orgânica, acrescentou Ciro, foi o custo ao se associar com a ala do PMDB comandada pelo vice-presidente da República, Michel Temer. “Ele está no golpe e é o capitão dele”, comentou o pedetista, acrescentando que não acredita em qualquer aproximação pelo peemedebista com Dilma.

Porém, ele entende que movimentos como os últimos de Temer, ensaiando uma reaproximação com Dilma Rousseff fazem parte da política. “A política vive desses bailados”, comentou. Mas aconselha que a petista não acredite nas declarações do peemedebista. “Só quem for idiota acredita. Agora, isso não quer dizer que a presidenta deva repudiar isso”, acrescentou Ciro.

Simpatia

Apesar de diversas críticas ao governo, em especial à política econômica e à aliança com o “lado quadrilha do PMDB”, Ciro poupou a presidente da República. “A presidenta Dilma é uma pessoa absolutamente honrada”, afirmou. No entanto, comentou já ter dito à petista que é preciso “retomar os valores” apresentados durante a campanha eleitoral, de “compromisso com quem trabalha e produz”. “A sensação da maioria do povo brasileiro hoje é que foi enganado”, disse.

Neste cenário, o PDT mantém a determinação de apresentar um candidato à presidência da República em 2018. Ciro é um dos nomes. Mas, segundo o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, a intenção do ex-governador gera simpatia em outros partidos, como o PT. “Parcela significativa do PT vê o nome do companheiro Ciro com muita simpatia. A receptividade do Ciro é muito boa”, afirmou. 

No entanto, mesmo essa receptividade ao nome de Ciro não significa que ele já seja o candidato pedetista ao Palácio do Planalto. De acordo com Lupi, outros membros do partido podem decidir se candidatar. O senador Cristovam Buarque (PDT/DF), por exemplo, pretende concorrer novamente. Desta forma, a decisão virá em uma convenção partidária. Mas, se depender dele, o ex-governador disputará a presidência.