Maioria quer menos congressistas e direito a uma reeleição, aponta estudo do Senado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Pesquisa publicada pelo Senado nesta terça-feira (9) mostra que a maioria da população sabe que o Congresso debate a reforma política e apoia mudanças profundas no sistema político e eleitoral. O estudo sonda o descontentamento da sociedade e coloca em número o desejo por mundanças que sequer são discutidas pelos políticos – como, por exemplo, os seguintes resultados: 91% querem a redução do número de deputados federais para 300 e 88% defendem a eleição de dois senadores por estado, e não três – o mesmo índice gostaria de escolher os suplentes.

Com patrocínio de Eduardo Cunha (PMDB), a Câmara começou a votar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reforma política. Até aqui, nenhuma grande mudança relevante foi feita. A empreitada foi muito mais marcada por uma manobra do presidente da Casa, que terá de enfrentar o Judiciário para conseguir tirar do papel o financiamento empresarial de campanha a partidos políticos.

Entre outros pontos aprovados em primeira votação está o fim da reeleição, mas sem um consenso sobre alterações no calendário eleitoral e no tempo de mandato de deputados e senadores. As discussões, segundo Cunha, serão concluídas até o final deste mês.

Leia mais: Sem mudanças relevantes, reforma política é empurrada para junho

Na pesquisa do Senado, os mandatos de quatro anos para todos os cargos têm preferência de 74% dos entrevistados, enquanto apenas 7% concordam com a regra atual de mandatos diferenciados: 8 anos para senadores e 4 anos para os demais cargos. Para 55%, as eleições devem ser unificadas, acontecendo ao mesmo tempo para todos os cargos; já 22% preferem a realização das eleições nos moldes atuais, com disputas a cada dois anos, separando os pleitos locais da corrida nacional.

Fim da reeleição

Com apoio de boa parte da bancada de sustentação ao governo Dilma Rousseff (PT), a Câmara conseguiu fazer avançar o fim da reeleição. Mas o estudo do Senado aponta que 55% gostariam que os políticos tivessem a chance de uma reeleição. Outros 31% preferem um único mandato sem direito à reeleição e 13% apoiam a regra atual de reeleições ilimitadas.

Voto obrigatório

Quanto ao voto obrigatório, 70% dos pesquisados manifestaram-se contra, rejeição que chega a 77% e 73% entre os de maior renda e escolaridade, respectivamente. Por outro lado, em se tratando de jovens, 58% dos entrevistados com idade entre 16 e 19 anos preferem o voto obrigatório.

Perda de mandato

Enquanto 84% dos pesquisados defendem a perda de mandado para os parlamentares que assumirem cargos públicos no Poder Executivo, a renúncia ao mandato para disputar outro cargo eletivo divide opiniões – 50% a favor e 50% contra.

A maioria, 84% dos pesquisados, defende a proibição de agressões nas propagandas eleitorais, 88% querem a limitação dos gastos com propaganda e 95% defendem o fim de fórum especial para julgamentos de políticos.

A pesquisa realizada pelo DataSenado ainda aponta que 80% dos 1.100 entrevistados em todo o Brasil consideram que a reforma política trará vantagens ao País. Esse resultado confirma tendência já observada em outras duas pesquisas realizadas pelo DataSenado com perguntas similares: 79%, em 2011, e 84%, em 2013, afirmaram que uma reforma política traria vantagens para o país.

Com informações do DataSenado

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Quer dizer que resolveram

    Quer dizer que resolveram usar meu argumento de defesa da proposta de Dilma de constituinte agora para BARRAR a reforma?

    Meu argumento era, como O Congresso vai diminuir o número de congrassistas para 300, o tradicional número do Brasil?

    O argumento ainda está de pé, então vou repetir a pergunta:

    Como O Congresso vai reformar a Constituição para diminuir para 300 o número de congressistas?

     

    Tem a idéia da Dilma, o famoso Bode na Sala.

    Mas além disto, há outra forma?

    Me informem por favor!

  2. Qual é o país que tem 3

    Qual é o país que tem 3 senadores por estado? 

       Não é uma pergunta retórica—não sei mesmo.

       Dois já não está bom demais?

  3. Eu quero

    1 – O direito de ir votar porque quero, e não porque me mandam ir votar. Voto facultativo.

          Ah, também acho que os jovens   não deveriam ser obrigados ao tal serviço militar obrigatório. A cada ano milhares de jovens querem participar desses treinamentos, não é preciso obrigar ninguém a ir – nem tampouco encher o saco dos que não puderam, ou não quiseram comparecer.

    2 – O direito de pegar o papelzinho com meu voto IMPRESSO. CADÊ A IMPRESSORA NAS URNAS ELETRÔNICAS? A gente só grita querendo tais impressoras quando chega o dia de votar, aí não é possível providenciar. Temos que exigi-la já, do Gilmar, do Toffoli, do Lewandovski ou de quem mais seja.

    3 – O congresso UNICAMERAL. Para que senado + câmara dos deputados, quando um congresso único poderia resolver todos os problemas do país?

    4 – Trezentos parlamentares não seria mal.

         Hoje o número é de 513 deputados + 81 senadores. Cada um deles tem uma porrada de assessores em Brasília e nos Estados, mas quem paga isto somos todos nós. Reduzindo o número deles, nosso custo poderá ser proporcionalmente reduzido.

    5 – Parlamento laico.

     

    1. 1 – O direito de ir votar

      1 – O direito de ir votar porque quero, e não porque me mandam ir votar. Voto facultativo

      O voto sendo facultativo, não dúvido muito, que as pessoas que não queiram votar, sejam motivadas a votar em troca de alguma ajuda, este pode não ser o seu caso, mas certamente isso aconteceria aos montes em terras tupiniquins.  Então é meio dúbio essa questão. Isso acontece em países onde o voto não é obrigatório. Creio que é um ato de cidadania e compromisso o ato de participar. Voto deve ser obrigatório.

      “Ah, também acho que os jovens   não deveriam ser obrigados ao tal serviço militar obrigatório. A cada ano milhares de jovens querem participar desses treinamentos, não é preciso obrigar ninguém a ir – nem tampouco encher o saco dos que não puderam, ou não quiseram comparecer.”

      Todos, TODOS, no país deveriam passar por treinamento militar de no mínimo 1 ano. Certamente, dessa forma, seria reduzido o número de jovens indisciplinados, a violência, e valores. O 4 ano do ensino médio por exemplo, deveria estar associado. Teríamos uma sociedade mais correta e organizada. Portanto, serviço militar obrigatório.

      Abraços,

       

    2. 1 – O direito de ir votar

      1 – O direito de ir votar porque quero, e não porque me mandam ir votar. Voto facultativo

      O voto sendo facultativo, não dúvido muito, que as pessoas que não queiram votar, sejam motivadas a votar em troca de alguma ajuda, este pode não ser o seu caso, mas certamente isso aconteceria aos montes em terras tupiniquins.  Então é meio dúbio essa questão. Isso acontece em países onde o voto não é obrigatório. Creio que é um ato de cidadania e compromisso o ato de participar. Voto deve ser obrigatório.

      “Ah, também acho que os jovens   não deveriam ser obrigados ao tal serviço militar obrigatório. A cada ano milhares de jovens querem participar desses treinamentos, não é preciso obrigar ninguém a ir – nem tampouco encher o saco dos que não puderam, ou não quiseram comparecer.”

      Todos, TODOS, no país deveriam passar por treinamento militar de no mínimo 1 ano. Certamente, dessa forma, seria reduzido o número de jovens indisciplinados, a violência, e a falta valores. O 4 ano do ensino médio por exemplo, deveria estar associado. Teríamos uma sociedade mais correta e organizada. Portanto, serviço militar obrigatório.

      Abraços,

       

      1. Na Suiça

        Olá, Anderson Santos, dizem que na Suíça há esse treinamento miliitar de cidadãos, para uso em alguma eventualidade de guerra.

        No Brasil, há a obigatoriedade, mas as Forças Armadas devem até gostar dos que não vão lá, porque talvez não consigam atender nem a uns 15%  a 20% da totalidade dos jovens, por falta de espaço e demais condições operacionais. O que creio  é que se fosse facultativo e houvesse condições operacionais de atender/ensinar a esses, mais jovens iriam aderindo a cada novo ano – e não seria necessária a obrigatoriedade.

        Quanto ao voto facultativo, num dos programas da Band em 2014 pouco antes das eleições, Boechat esteve praticamente aconselhando os ouvintes a NÃO votar – e o argumento (correto, nesse caso) dele era que afinal de contas a multa era de valor irrisório. De fato, a multa hoje é de R$3,50.

        O verdadeiro cidadão não precisa de obrigatoriedade para cumprir seus deveres, não é mesmo?

         

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