Manifestantes fazem ato pró-Lula em frente à Globo do Rio

vaza jato

A utopia de todo democrata é a Democracia plena como o horizonte -se damos um  passo á frente ele se afasta um passo, se damos dez ele faz o mesmo.Pra quê serve então? pra caminharmos, sempre.Retrocessos como 64,14. 15 16, são superáveis.

Moro, bolsonaro, aecim globo…tudo passará.O preço da liberdade é a eterna vigilância.O golpe estava LLS;agora preteou o olho da gateada.

Foi o PT que…

Lula concorre com a Globo na disputa da narrativa, além disso  foi o PT que…

Pepe Escobar é uma grande

Pepe Escobar é uma grande estrela do jornalismo internacional, dispensa apresentação. Em artigo publicado hoje no sputiknews.com ele mostra a seu público global ligado em geopolítica os últimos acontecimentos no Brasil. Achei interessante e arrisquei uma tradução para apresentar aqui, sub pedradas. Um tanto longo, mas vale a pena.

 O Terremoto Brasileiro

Imagine um dos mais admirados líderes políticos globais na história moderna levado de seu apartamento às seis horas da manhã por agentes armados da Polícia Federal brasileira e forçado a ir em um carro sem identificação para o aeroporto de São Paulo para ser interrogado por quase quatro horas a respeito de um escândalo de corrupção de um bilhão de dólares envolvendo a companhia estatal de petróleo gigante Petrobrás.

Isso é a matéria de que é feita Hollywood. E essa é exatamente a lógica por trás dessa elaborada produção.

Os procuradores públicos da investigação Lava Jato, que já dura dois anos, dizem que têm “elementos de prova” implicando Lula no recebimento de fundos — ao menos 1.1 milhões de euros — do nebuloso esquema envolvendo grandes empresas brasileiras de construção e a Petrobrás. Lula pode — e a palavra chave é “pode” — ter se beneficiado pessoalmente sob a forma de uma granja (que ele não possui), um relativamente modesto apartamento na praia, pagamentos por palestras no circuito global e doações para seu instituto.

Lula é um soberbo animal político — no nível de Bill Clinton. Ele já tinha telegrafado que esperava por uma coisa dessas, uma vez que a Lava Jato já tinha prendido dúzias de pessoas suspeitas de fraudar contratos entre suas companhias e a Petrobrás — em cerca de mais de 2 bilhões de dólares — para pagar políticos do Partido dos Trabalhadores, de que Lula era o líder.

O nome de Lula apareceu através do proverbial patife que vira informante a fim de fazer um acordo pra se livrar da cana. A hipótese com que trabalham — não há prova — é que Lula, quando presidiu o Brasil entre 2003 e 2010, se beneficiou pessoalmente do esquema de corrupção com a Petrobrás, obtendo favores para si, para o PT e para o governo. Enquanto isso, a ineficiente Presidente Dilma Roussef está ela mesma sob ataque decorrente de acordo de delação pelo ex líder do governo no Senado.

Lula foi questionado a respeito de lavagem de dinheiro, corrupção e suspeita de ocultação de patrimônio. A blitz hollywoodiana foi determinada pelo juiz federal Sérgio Moro — que sempre diz que é inspirado pelo juiz italiano Antonio di Pietro e pela notória investigação Mani Pulite (Mãos Limpas), dos anos 1990.

E aqui, inevitavelmente, o enredo fica mais denso.

Prendam os suspeitos de sempre da midia

Moro e os procuradores da Lava Jato justificaram a blitz hollywoodiana dizendo que Lula recusou ser interrogado. Lula e o PT dizem veementemente o contrário.

Ainda assim os investigadores da Lava Jato vazaram consistentemente para a grande imprensa mensagens no sentido de que “não podemos só morder o Lula, quando o pegarmos temos que engoli-lo”. Isso implicaria, no mínimo, uma politização da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público. E implicaria também que a blitz hollywoodiana teria base em uma “prova”. Como percepção é realidade no ciclo frenético das notícias, a “notícia” — que instantaneamente tornou-se global — foi que Lula foi preso porque ele é corrupto.

A coisa fica mais e mais curiosa quando a gente descobre que o juiz Moro escreveu um artigo numa revista obscura lá atrás em 2004 (só em português, com o título Considerações Sobre a Mãos Limpas, Revista da CEJ, número 26, Julho/Setembro de 2004), onde ele claramente exalta a “subversão autoritária da ordem jurídica para atingir fins específicos” e o uso da midia para intoxicar a atmosfera política.

Tudo isso a serviço de uma agenda muito específica, obviamente. Na Itália, a direita viu toda a saga da Mani Pulite como um perverso exagero judicial; a esquerda, por seu lado, ficou em êxtase. O Partido Comunista Italiano (PCI) emergiu com as mãos limpas. No Brasil, o alvo é a esquerda — enquanto a direita, pelo menos por enquanto, parece composta por um coral de anjos.

O candidato derrotado das eleições presidenciais brasileiras de 2014, o paparicado cocainômano Aécio Neves, por exemplo, foi acusado de corrupção por três delatores — mas não deu em nada, não teve investigação. O mesmo com outro esquema nebuloso envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso — o notoriamente vaidoso ex-desenvolvimentista que virou capataz neoliberal.

O que a Lava Jato imprimiu fortemente pelo Brasil é a percepção de que só responde pela corrupção o acusado nacionalista progressista. Já os vassalos do consenso de Washington são sempre anjos — graciosamente imunes à persecução criminal.

Isso acontece porque Moro e sua equipe utilizam com mestria o método que o próprio Moro descreveu de uso da midia para intoxicar a atmosfera política — com a opinião pública manipulada em série mesmo antes de alguém ser formalmente acusado de algum crime. E ainda as fontes de Moro e de seus procuradores são na maior parte uma comédia, trapaceiros e mentirosos contumazes. Por que acreditar em suas palavras? Porque não existem provas, algo que o próprio Moro admite.

Isso nos leva ao cenário perverso de um complexo made in Brasil de midia-justiça-polícia que pode estar sequestrando uma das mais saudáveis democracias do mundo. E isso baseado em um fato: todo o “projeto” da oposição de direita no Brasil se resume em arruinar a economia da sétima maior potência econômica do mundo para justificar a destruição de Lula como candidato à presidência em 2018.

Reina a pilhagem da elite

Nada do que foi dito acima pode ser compreendido pela audiência global sem algum conhecimento da brasiliana clássica. Diz a lenda local que o Brasil não é para iniciantes. Realmente; essa é uma sociedade espantosamente complexa — que essencialmente desceu do Jardim do Eden (antes que os portugueses o “descobrissem” em 1500) para a escravidão (que ainda permeia todas as relações sociais) e para o evento crucial de 1808: a chegada de Dom João VI de Portugal (e Imperador vitalício do Brasil), fugindo da invasão de Napoleão e trazendo com ele 20.000 pessoas que organizaram o “moderno” estado brasileiro. “Moderno” é um eufemismo; a história mostra que os descendentes desses 20.000 na verdade vêm estuprando o país pelos últimos 208 anos. E poucos pagaram por isso.

Tradicionalmente as elites brasileiras compõem uma mistura das mais nocivas de arrogância, ignorância e preconceito do planeta. “Justiça” — e ação policial — só são usadas como armas quando as urnas não favorecem sua agenda.

Os donos da grande imprensa são parte intrínseca dessas elites. Bem parecido com o modelo de concentração dos EUA, só quatro famílias controlam a paisagem da midia, com destaque para a família Marinho do império da Globo. Eu tive experiência de dentro, em detalhe, como eles operam.

O Brasil é corrupto até o cerne — das elites compradoras até grande parte das crassas “novas” elites, que incluem o PT. A cobiça e incompetência exibida por uma quantidade de intrépidos militantes do PT é apavorante — um reflexo da falta de quadros qualificados. Corrupção e tráfico de influência envolvendo a Petrobrás, empresas de construção e políticos é inegável, mesmo que seja pouca coisa se comparada com o que aprontam o Goldman Sachs ou as grandes petroleiras ou com a compra e suborno de políticos americanos no estilo dos irmãos Koch e de Sheldon Adelson.

Se isso fosse uma verdadeira cruzada contra a corrupção — que os procuradores da Lava Jato insistem que é — a oposição de direita e vassalos das velhas elites deveriam ser igualmente expostos na grande imprensa. Mas a midia controlada pelas elites simplesmente ignoraria os procuradores. E não haveria nada nem remotamente parecido com a escala da blitz hollywoodiana, com Lula — pintado como um reles delinquente — humilhado na frente de todo o planeta.

Os procuradores da Lava Jato estão certos; percepção é realidade. Mas e se sair pela culatra?

Sem consumo, sem investimento, sem crédito

Brasil não poderia estar numa situação pior. O PIB caiu 3,8% no ano passado; provavelmente vai cair mais 3,5% este ano. O setor industrial caiu 6,2% ano passado e o setor de mineração caiu 6,6% no último trimestre. A nação está a caminho de sua pior recessão desde…1901.

Não havia plano B pelo — incompetente — governo Rousseff para a redução da compra de produtos minerais e agrícolas do Brasil pela China e a queda global do preço das commodities.

O Banco Central ainda mantém suas taxas de juros básicas em 14,25%. Um desastroso “ajuste fiscal” neoliberal da presidente Rousseff piorou a crise econômica. Hoje Rousseff “governa” — esta é uma figura de linguagem — para o cartel dos bancos e para os credores da dívida pública brasileira. Mais de 120 bilhões de dólares do orçamento evaporam no pagamento dos juros da dívida pública.

A inflação está subindo — agora no território dos dois dígitos. O desemprego está em 7,6% — ainda não tão mal quanto muitos países da Europa — mas subindo.

Os suspeitos se sempre claro que exultam, espalhando sem parar que  o Brasil ficou “tóxico” para investidores globais.

É, está feio. Não há consumo. Não há investimento. Não há crédito. A única saída seria desatar a crise política. Vermes na oposição porém têm uma única obsessão; o impeachment da presidente Rousseff. Espécie da velha história de mudança de regime; para esses vassalos de Wall Street e do Império do Caos, uma crise econômica, alimentada por uma crise política, precisa de qualquer forma derrubar o governo eleito de um parceiro chave dos BRICS.

E aí, de repente, do campo esquerdo surge…Lula. A ação contra ele da Lava Jato pode sair pela culatra — e feio. Ele já está em campanha para 2018 — embora não seja ainda candidato oficial.

Nunca subestime um animal político de sua estatura.

O Brasil não está nas cordas. Se reeleito, e presumindo que possa purgar o PT de uma legião de bandidos, Lula poderia desencadear uma nova dinâmica. Antes da crise, o capital brasileiro estava se tornando global — via Petrobras, Embraer, o BNDES (o modelo de banco que inspirou o banco dos BRICS), e as empreiteiras. Ao mesmo tempo, poderia haver benefícios em quebrar ao menos parcialmente o cartel oligárquico que controla toda construção de infraestrutura no Brasil; pense em companhias chinesas construindo ferrovias de alta velocidade, represas e portos que o país tanto precisa.

O juiz Moro já teorizou que a corrupção se espalha porque a economia brasileira é muito fechada, como a da India até recentemente. Mas há uma patente diferença entre abrir alguns setores da economia brasileira e deixar interesses estrangeiros aliados à elite compradora saquear a riqueza da nação.

Então mais uma vez precisamos voltar ao tema recorrente dos grandes conflitos globais.

É o petróleo, estúpido

Para o Império do Caos, o Brasil tem sido uma grande dor de cabeça desde que Lula foi eleito pela primeira vez em 2002 (para avaliar a complexidade das relações do Brasil com os EUA, ver o indispensável trabalho de Moniz Bandeira).

Uma prioridade do Império do Caos é evitar o surgimento de poderes regionais alimentados por abundantes recursos naturais, de petróleo a minerais estratégicos. O Brasil se enquadra aí amplamente. Washington obviamente se acha no direito de “defender” esses recursos. Daí a necessidade de reprimir não somente associações de integração regional, como o Mercosul e o Unasur, mas sobretudo o alcance global dos BRICS.

A Petrobrás era uma estatal muito eficiente que ainda por cima tornou-se a única operadora da maior reserva de petróleo descoberta no século 21 até agora; os depósitos do pré-sal. Antes de tornar-se vítima de um maciço ataque especulativo, judicial e da midia, a Petrobrás era responsável por 10% do investimento e 18% do PIB brasileiro.

A Petrobrás achou os depósitos do pré-sal com base em sua própria pesquisa e inovações tecnológicas aplicadas na exploração de petróleo em águas profundas — sem qualquer investimento estrangeiro. A beleza é que não tem risco; se furar no pré-sal encontra óleo. Nenhuma empresa no planeta abriria mão disso para a concorrência.

No entanto um notório verme da oposição de direita prometeu à Chevron em 2014 entregar a exploração do pré-sal às grandes petroleiras. A oposição de direita está ocupada em alterar o regime jurídico do pré-sal; já foi aprovado no Senado. E Rousseff está mansamente se deixando levar. Ajunte-se o fato de que o governo Rousseff não fez absolutamente nada para comprar ações da Petrobrás — depois de sua queda vertiginosa arquitetada pelos suspeitos de sempre.

O meticuloso desmanche da Petrobrás, as grandes petroleiras eventualmente lucrando com os depósitos do pré-sal, a contenção da projeção do poder  global do Brasil, tudo isso atende lindamente aos interesses do Império do Caos. Geopoliticamente isso vai muito além da blitz hollywoodiana da Lava Jato.

Não é nenhuma coincidência que três principais BRICS estejam simultaneamente sob ataque — em uma miríade de níveis: Rússia, China e Brasil. A estratégia determinada pelos Senhores do Universo que ditam as regras no eixo Wall Street/Beltway é para minar de todas as maneiras o esforço coletivo dos BRICS para produzir uma alternativa viável para o sistema econômico/financeiro global, que no momento está sujeito ao capitalismo cassino. É improvável que Lula, sozinho, possa detê-los.

espero que haja sucessivas

espero que haja sucessivas manifestações e o número de

participantes aumentes de forma epressiva…

de qualquer forma já é expressivo o número de pessoas, dada a força descomunal da rede globogolpísta

Aonde há fumaça…

No caso da Globo, há fogo !                “A literatura nos permite” !!!

Em 64, a Globo estava lá com seu nome na lista dos suspeitos !!

“Não basta que seja pura e justa a nossa causa É necessário que”

Do Povos Buscamos a Força –     Agostinho Neto

                         – Poemas de Angola

Não basta que seja pura e justa

a nossa causa

É necessário que a pureza e a justiça

existam dentro de nós.

Dos que vieram

e conosco se aliaram

muitos traziam sobras no olhar

intenções estranhas.

Para alguns deles a razão da luta

era só ódio: um ódio antigo

centrado e surdo

como uma lança.

Para alguns outros era uma bolsa

bolsa vazia (queriam enchê-la)

queriam enchê-la com coisas sujas

inconfessáveis.

Outros viemos.

Lutar pra nós é ver aquilo

que o Povo quer

realizado.

É ter a terra onde nascemos.

É sermos livres pra trabalhar.

É ter pra nós o que criamos

Lutar pra nós é um destino –

é uma ponte entre a descrença

e a certeza do mundo novo.

Na mesma barca nos encontramos.

Todos concordam – vamos lutar.

Lutar pra quê?

Pra dar vazão ao ódio antigo?

ou pra ganharmos a liberdade

e ter pra nós o que criamos?

Na mesma barca nos encontramos

Quem há-de ser o timoneiro?

Ah as tramas que eles teceram!

Ah as lutas que aí travamos!

Mantivemo-nos firmes: no povo

buscáramos a força

e a razão

Inexoravelmente

como uma onda que ninguém trava

vencemos.

O Povo tomou a direção da barca.

Mas a lição lá está, foi aprendida:

Não basta que seja pura e justa

a nossa causa

É necessário que a pureza e a justiça

existam dentro de nós

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