Manifesto de Dom Pedro I está presente no atual debate eleitoral

 
Do Blog A Procura.
 
O Manifesto da Independência do Brasil
 
Por Assis Ribeiro
 
O manifesto a seguir, assinado por Dom Pedro I em primeiro de agosto de 1822, é o documento oficial em que o príncipe regente proclama a independência do Brasil, (…).
 
A independência é anunciada aqui sem meias palavras e com clareza indiscutível. Em tese, esse documento tem mais valor histórico real do que o mero Grito do Ipiranga, uma proclamação apenas verbal feita  por Dom Pedro perante sua própria comitiva, e mais de um mês depois.
 
Devido talvez ao seu tom crítico às elites e ao destaque que dá ao povo e à participação popular na política, o Manifesto de Primeiro de Agosto parece ter sido jogado ao esquecimento.
 
Extrato da transcrição de Carlos Cardoso Aveline:
 
Brasileiros,
 
Está acabado o tempo de enganar os homens. Os governos, que ainda querem fundar o seu poder sobre a pretendida ignorância dos povos, ou sobre antigos erros, e abusos, tem de ver o colosso da sua grandeza tombar da frágil base, sobre que se erguera outrora. (…)
 
Que luta porfiosa entre partidos encarniçados, entre mil sucessivas e encontradas facções? A quem ficaria pertencendo o ouro e os diamantes das nossas inesgotáveis minas; estes rios caudalosos, que fazem a força dos Estados, esta fertilidade prodigiosa, fonte inexaurível de riquezas e de prosperidade? Quem acalmaria tantos partidos dissidentes, quem civilizaria a nossa povoação disseminada e partida por tantos rios que são mares?
(…)
 
Brasileiros! Para vós não é preciso recordar todos os males a que estáveis sujeitos, e que vos impeliriam à Representação que me fez a Câmara, e povo desta cidade no dia 23 de maio, que motivou o meu Decreto Real de 3 de junho do corrente ano; mas o respeito que devemos ao gênero humano exige que demos as razões da vossa justiça e do meu comportamento. A história dos feitos do Congresso de Lisboa a respeito do Brasil é uma das histórias de enfiadas injustiças, e sem razões, seus fins eram paralisar a prosperidade do Brasil, consumir toda a sua vitalidade, e reduzi-lo a tal inanição e fraqueza que tornasse infalível a sua ruína e escravidão. Para que o mundo se convença do que digo, entremos na simples exposição dos seguintes fatos.
 
Legislou o Congresso de Lisboa sobre o Brasil sem esperar pelos seus representantes, postergando assim a soberania da maioridade da Nação.
 
Negou-lhe uma delegação do Poder Executivo, de que tanto precisava para desenvolver todas as forças da sua virilidade, vista a grande distância que o separa de Portugal, deixando-o assim sem leis apropriadas ao seu clima e circunstâncias locais, sem prontos recursos às suas necessidades.
 
Recusou-lhe um centro de união e de força para o debilitar, incitando previamente as suas Províncias a despegarem-se daquele que já dentro de si tinham felizmente.
 
Decretou-lhes governos sem estabilidade e sem nexo, com três centros de atividade diferentes, insubordinados, rivais e contraditórios, destruindo assim a sua categoria de Reino, aluindo assim as bases da sua futura grandeza e prosperidade, e só deixando-lhes todos os elementos da desordem e da anarquia.
 
Excluiu de fato os brasileiros de todos os empregos honoríficos e encheu vossas cidades de baionetas européias comandadas por chefes forasteiros, cruéis e imorais.
 
Recebeu com entusiasmo e prodigalizou louvores a todos esses monstros, que abriram chagas dolorosas nos vossos corações ou prometeram não cessar de as abrir.
 
Lançou mãos roubadoras aos recursos aplicados ao Banco do Brasil, sobrecarregando de uma dívida enorme nacional de que nunca se ocupou o Congresso: quando o crédito deste Banco estava enlaçado com o crédito público do Brasil, e com sua prosperidade.
 
Negociava com as nações estranhas a alienação de porções do vosso território para vos enfraquecer e escravizar.
 
Desarmava vossas fortalezas, despia vossos arsenais, deixava indefesos vossos portos, chamando aos de Portugal toda a vossa Marinha; esgotava vossos tesouros com saques repetidos para despesa de tropas, que vinham sem vossa solicitação, para verterem o vosso sangue e destruir-vos, ao mesmo tempo que vos proibia a introdução de armas e munições estrangeiras com que pudésseis armar vossos braços vingadores e sustentar vossa liberdade.
 
Apresentou um projeto de relações comerciais que, sob falsas aparências de quimérica reciprocidade e igualdade, monopolizava vossas riquezas, fechava vossos portos aos estrangeiros e assim destruía a vossa agricultura e reduzia os habitantes do Brasil outra vez ao estado de pupilos e colonos.
 
Artigo completo:
http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=422#.Ukfs8T-1uvM
 
http://assisprocura.blogspot.com.br/2013/09/o-manifesto-da-independencia-do-brasil.html
Redação

4 Comentários

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    1. O manifesto da dependência do
      O manifesto da dependência do “Brazil”

      Se eh para o bem dos bancos e instituições financeiras em geral, e pela felicidade de potências estrangeiras, diga que entregaremos a Petrobrax, Alcântara e as hidrelétricas e a Amazônia ao estrangeiro. E que imploramos que nos aceitem como residentes em Miami.

      Assinado: coxinhas instruídos e letrados “contra a corrupção”

  1. “INDEPENDÊNCIA OU MORTE” PERSISTE ATÉ HOJE!

    O manifesto de D.Pedro I, guardada ao contexto de outrora, parece que foi escrito para possamos refletir e muito sobre os dias de hoje, máxime o futuro que teremos após as próximas eleições:

    “A quem ficaria pertencendo o ouro e os diamantes das nossas inesgotáveis minas; estes rios caudalosos, que fazem a força dos Estados, esta fertilidade prodigiosa, fonte inexaurível de riquezas e de prosperidade?”

    Era o contexto da época, mas podemos lembrar dos mineirais da Vale do Rio Doce que já foram parte de nossa soberania. Com ele foram também muitos outros bens, que suportam nossa soberania, como as telecomunicações. E agora virá maior perda de soberania com o futuro de nosso pré-sal, que será, com toda a certeza dos planos da oposição, quedar-se em prol da atividade privada, máxime multnacionais estrangeiras. O Tio Sam agradece.

    Logo. logo perderemos o Banco Central e toda a capacidade que poderemos ter para mudar os rumos da economia em prol do povo, pois os governantes, eleitos pelo povo, não terão condições de dirigir o Banco que é de povo, mas que irão entregar ao setor financeiro privado.Com ele, o poder soberano do povo de decidir sobre o seu futuro, pois a economia passará, sem dúvidas,  a ser manipulada e administrada pelos bancos particulares de nosso País e do Exterior.

    Mais adiante sera a vez do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, tudo o que irá prejudicar programas sociais, com a redução dos incentivos fiscais, que estão impulsionando o desenvolvimento de nosso País – não trazendo condições de melhorar a vida do povo mais pobre, com, v.gratia, a Minha Casa, Minha Vida e a agricultura familiar, com juros subsidiados, como também por falta de produtividade, farão milhares de atividades do terceiro setor desabarem por falta de  clientes, pois o desemprego e o arrocho salarial irão trazer a pior de nossas crises – coisa que escapamos, dentro deste mundo todo,  pela notável ação governamental em nossa economia.

    O povo nada sabe, máxime nossos jovens, pelo poder de manipulação da midia: ” A população não sabe o que está acontecendo, e nem mesmo sabe que não sabe” (Noam Chomsky ). É tempo de esclarecer. Cada um de nós temos que tentar mostrar aos seus familiares, vizinhos, aos amigos, aos trabalhadores e empresários que possamos ter acesso, o que está em jogo nas próximas eleições. 

    Nelas, teremos que ser muito fortes, tal  como D.Pedro,  para declarar, com toda a força de nossos pulmões, com a mesma coragem, com a força de nossos votos:

    INDEPENDÊNCIA OU MORTE!

  2. Independência, revolução e
    Independência, revolução e Maçons

    No ano de 1821, funcionava no Rio de Janeiro, a Loja Maçônica Comércio e Artes, da qual eram membros vários homens ilustres ligados à corte, como o Cônego Januário da Cunha Barbosa, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira entre outros.

    É importante ressaltar que na metrópole, nas lojas “Comércio e Artes”, “Esperança de Niterói” e “União e Tranqüilidade”, nenhuma pessoa era iniciada, sem que fossem conhecidas suas opiniões sobre a Independência do Brasil. Ademais, todo neófito jurava não só defendê-la como também promovê-la.

    José Castellani afirma:

    “A obra máxima da Maçonaria brasileira e a única de que ela participou de fato, como Instituição, foi a Independência do Brasil, em 1822 no mesmo ano em que os Maçons brasileiros criavam a primeira Obediência nacional, o Grande Oriente Brasílico, ou Brasiliano, que posteriormente viria a ser o Grande Oriente do Brasil”.

    É claro que caracteriza a ação maçônica nacional e sua afirmação não é excludente em identificar uma ação regionalizada desenvolvida por Maçons gaúchos e outros até de outra nacionalidade no episódio históricos conhecido como “Revolução Farroupilha”.

    Quanto ao episódio da independência, há que compreender que a independência política do país não foi obra exclusiva dos Maçons, já que D. João VI ao elevar o Brasil à categoria de Reino Unido ao de Portugal e Algarves em 1815, separou de fato o Brasil de Portugal dando o primeiro e decisivo passo para a sua independência. Em 1821, extinguiu o reinado do Brasil e determinou o regresso de D. Pedro com toda a família real para Portugal.

    A estreita comunicação entre D. Pedro e D. João VI, em cartas, demonstra que os fatos que transcorriam eram do conhecimento e concordância de D. João VI.

    Iniciação de Dom Pedro

    A iniciação de D. Pedro contribuiu fortemente para o processo de emancipação brasileira e isto interessava à Maçonaria como também interessava a D. Pedro estar apoiado pelos Maçons, já que formavam à época uma forte corrente política.

    Após terem obtido a adesão dos irmãos de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, aqueles maçons resolveram fazer um apelo a D. Pedro para que permanecesse no Brasil e que culminou, como se sabe, com a celebre:

    “como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico”.

    Entretanto, não parou ai os trabalhos dos maçons. Teve início, logo em seguida, um movimento coordenado entre os irmãos de outras províncias brasileiras objetivando promover a Independência do Brasil.

    Em 09 de janeiro de 1822, o conhecido episódio do “Fico” teve a inspiração e liderança dos Maçons José Joaquim da Rocha e José Clemente Pereira. “O Príncipe Regente recebeu três documentos feitos sob inspiração e liderança maçônica rogando por sua permanência no Brasil em descumprimento dos Decretos nº 124 e 125 das Cortes Portuguesas.

    O documento paulista foi redigido por José Bonifácio de Andrada e Silva, o documento dos fluminenses foi redigido pelo Frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, orador da Loja “Comércio e Artes” e o documento dos mineiros foi liderado por Pedro Dias Paes Leme. No Convento “da Ajuda, na cela do Frei Sampaio reuniam-se os líderes do movimento”.

    Este fato pitoresco de Maçons, de reunirem-se em segredo num Convento tem conotação com as reuniões que hoje são realizadas nas Lojas Maçônicas, guardadas as devidas proporções.

    Decidida a questão do “Fico”, acentua-se o processo de discussão e sob a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo a Maçonaria decide, por proposta do brigadeiro Domingos Alves Branco Muniz Barreto, outorgar a D. Pedro o título de “Defensor Perpétuo do Brasil”.

    Tão logo foi fundado o Grande Oriente Brasílico José Bonifácio de Andrada e Silva foi escolhido como Grão Mestre e Joaquim Gonçalves Ledo como Primeiro Grande Vigilante. Havia, no entanto uma luta ideológica entre os Grupos de Bonifácio e de Ledo.

    ATA DA INICIAÇÃO DE DOM PEDRO I

    D. Pedro foi iniciado na Loja “Comércio e Artes” no dia 02 de agosto de 1822 adotando o nome histórico de Guatimozin. No dia 05 de agosto, ou seja, três dias depois se tornava Mestre Maçon.

    Antonio de Menezes Vasconcelos Drumond, voltando de missão maçônica nas províncias de Pernambuco e Bahia, no final de agosto de 1822 relata em suas “Memórias”:

    “José Bonifácio havia também naquelle dia ou na véspera, recebido novas de Lisboa; e juntas estas com aquelas que eu trazia (da Bahia) julgava conveniente acabar com os paliativos e proclamar a independência. Fosse esta a causa isolada ou cumulativa com os seus desejos de ser a independência proclamada na sua província, o caso é que elle desde logo entendeu que se não devia adiar para mais tarde este acto. O príncipe já estava em S. Paulo e se a occasião não fosse aproveitada quem sabe se outra se poderia proporcionar tão cedo”.

    O relato segue:

    “… No Conselho decidiu-se proclamar a independência. Enquanto o Conselho trabalhava, já Paulo Bregaro estava na varanda prompto a partir em toda diligencia para levar os despachos ao príncipe regente. José Bonifácio ao sahir lhe disse: – Se não arrebentar uma dúzia de cavalos no caminho, nunca mais será correio; veja que faz.”

    Estes episódios da vida política brasileira envolveram além de Maçons outros cidadãos, lideranças conscientes de seu papel que buscaram pelo diálogo ou pelo combate a defesa de direitos fundamentais de liberdade. A motivação destes homens, organizada em Loja ou não sempre foi a de construir uma sociedade mais justa e mais igual. A têmpera de seu caráter como observamos foi forjada na prática de procedimentos maçônicos no exercício da Arte Real.

    A autonomia política e econômica de uma Nação não se completa com um movimento independentista. É um processo longo que exige a participação de toda sua sociedade em muitas gerações.

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