Mexicanos continuam a luta pelo aparecimentos dos 43 normalistas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Jornal GGN – “Não vamos descansar até encontrar os meninos ou até que os entreguem”, disse Felipe de la Cruz, pai de um normalista sobrevivente.

Os familiares e amigos dos 43 estudantes normalistas desaparecidos em Guerreiro, ao sul do México, realizaram na noite de quinta-feira, com a sociedade civil, uma grande concentração em Zócalo, onde reafirmaram sua disposição de continuar a luta até encontrar os 43 estudantes normalistas.

Os participantes marcharam de várias partes do país, enquanto um contingente de estudantes, sindicatos e outras organizações mobilizadas em paralelo com a terceira ação Ayotzinapa global apoiada por pelo menos 22 países.

Testemunhos

Em Zocalo, quem tinha uma mensagem a transmitir contra a impunidade se levantou e deu seu testemunho para as pessoas presentes. Um dos bravos que chorou foi Ezequiel Mondragon, que relatou a morte de Ismael Mondragon feita por um cirurgião maxilo-facial que quebrou seu crânio, mas o caso não teve justiça.

Felipe de la Cruz, pai de um normalista que sobreviveu ao ataque de 26 de setembro disse: “Não vamos descansar até encontrar os meninos ou até que nos entreguem. Estamos certos que sabem onde estão. Temos esperança de vê-los”.

Cada discurso mostrava a indignação de um povo que não se sente representado pelas autoridades judiciais. No processo Ayotzinapa, destacaram que é um crime de Estado pois os jovens desapareceram após um ataque da Polícia de Iguala, no estado de Guerrero.

“Ayotzinapa foi um detonador que teve eco em instâncias internacionais, e aparentemente é o único que importa ao Governo de Peña Nieto”, declarou um dos manifestantes.

Os mexicanos elevaram sua voz contra a violação dos direitos humanos em seu país, onde desafortunadamente foi o desaparecimento dos 43 estudantes desencadeou o desespero de toda uma população cansada de ser vítima da violência.

Durante o ato, foi recordada a tragédia da creche ABC registrada em 2011, onde cerca de 49 crianças perderam a vida e outras 76 ficaram feridas por maltratos por parte de um grupo de médicos, que não foi sancionada pela justiça mexicana.

Os manifestantes asseguraram que continuarão marchando por todo o Estado mexicano até dar com o paradeiro dos 43 normalistas desaparecidos há dois meses no sul do país.

Esta é a terceira jornada de Acción Global que se realiza pelo caso Ayotzinapa.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Julio Cesar Mondragon x Ismael Mondragon

    Confuso o texto. Ismael Mondragon foi um bebê morto por erro médico em 2004 ao ser operado por umk dentista e não um cirurgião, enquanto Julio Cesar Mondragon foi o normalista assassinado em Iguala.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador