Mitômano que descreveu cenas imaginárias do acidente de Campos foi notícia meses atrás

Jornal GGN – O bombeiro Donizete Machado Junior que, em entrevista à Globonews, jurou ter fechado os “olhos verdes” do candidato Eduardo Campos, já esteve envolvido em casos recentes. Segundo ele, teria sido demitido da empresa Santos-Brasil depois de ter admitido ser gay – e incluído o companheiro no plano de saúde da companhia.

Na entrevista à Globo, sobre o acidente, Donizete descreveu corpos de vítimas, inteiros, crianças queimadas, vários feridos dos prédios vizinhos sendo transportados para o hospital

Jornal GGN

 

 

17/04/2014 07h26 – Atualizado em 17/04/2014 10h52

‘Fui forçado a assinar’, diz ex-boxeador demitido após revelar ser gay

Confusão ocorreu quando homem incluiu companheiro no plano de saúde.
Empresa negou que demissão esteja ligada à opção sexual do funcionário.

 

LG RodriguesDo G1 Santos

 
 
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Donizeti quer buscar seus direitos na Justiça, em Santos, SP (Foto: LG Rodrigues / G1)
Donizeti Machado Jr. quer buscar seus direitos na
Justiça em Santos, SP (Foto: LG Rodrigues/G1)

O ex-boxeador Donizeti Machado Junior, de 39 anos, que estava trabalhando há menos de um mês como estivador, diz ter sido demitido por ser homossexual. Segundo o homem, o desentendimento aconteceu quando ele colocou seu companheiro como dependente no plano de saúde da empresaSantos Brasil, em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo o empregado, um funcionário do departamento de Recursos Humanos teria dito que Donizeti poderia colocar até o nome de um cachorro, mas não o de outro homem.

Desde 1991, o ex-boxeador vinha fazendo “bicos” para viver. Em março, conseguiu uma colocação na companhia, após passar por várias etapas de admissão. “Sempre levei a empresa muito a sério e trabalhava nela há menos de um mês, mas o tratamento mudou quando souberam da minha opção sexual”, conta.

Donizeti afirma que o problema começou na hora de assinar o plano de saúde fornecido como benefício. “Coloquei o meu companheiro como dependente no seguro de vida, mas a empresa disse que não aceitaria colocar duas pessoas que têm união estável em um plano de saúde”, lembra.

O estivador foi demitido no dia 12 de abril, quando estava em serviço a bordo de um navio. Ele foi chamado e escoltado por dois seguranças até uma sala, onde teria sido forçado a assinar os documentos para sua saída da Santos Brasil. “Me disseram que eu fugia dos padrões da empresa, que ela não poderia aceitar essa conduta, que tem um nome a zelar”, explica.

Renato Vieira Ventura é oadvogado do caso de Donizeti, em Santos, SP (Foto: LG Rodrigues / G1)Renato Vieira Ventura é o advogado do caso
de Donizeti (Foto: LG Rodrigues/G1)

O homem diz que esta foi a primeira vez que sofreu preconceito por ser homossexual. “Todos os meus colegas sabiam da minha opção sexual, mas sempre respeitaram. Infelizmente, a empresa me demitiu pelo fato de eu ser homossexual. Tenho 30 cursos pela Marinha de Guerra, 23 anos no Porto de Santos e não vou deixar isso barato. Vou correr atrás da Justiça. Não quero que ocorra com outros funcionários o mesmo que aconteceu comigo”, declara.

O companheiro de Donizeti, o professor de dança Maycon Lopes Simões, afirma estar inconformado com o caso e que vai até o fim para buscar justiça. “Incrível como isso ainda existe em pleno século 21, preconceito, uma coisa tão cretina. Comigo isso nunca tinha ocorrido, sempre fui muito respeitado e achei o cúmulo uma empresa tratar um funcionário assim”, destaca.

G1 entrou em contato com a Santos Brasil, que confirmou o desligamento do portuário, mas nega a acusação de que a demissão dele esteja ligada à sua opção sexual. A empresa diz repudiar qualquer acusação de homofobia e informa que tem em seu quadro funcional profissionais com relacionamentos homoafetivos, cujos companheiros estão devidamente inclusos como dependentes no plano de saúde e em outros benefícios sociais.

Donizeti e Maycon são companheiros há 15 anos em Santos, SP (Foto: LG Rodrigues / G1)Donizeti e Maycon são companheiros há 15 anos em Santos (Foto: LG Rodrigues/G1)

 

 

Luis Nassif

24 Comentários

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  1. Pois é, vi muita gente

    Pois é, vi muita gente reproduzindo esse depoimento macabro e ficcional… Estranhei, porque já se tinha a percepção de que os cadáveres foram queimados e despedaçados. E ele ainda disse que Eduardo Campos era seu candidato.

    1. Mesmo para mentir

      Jair,

      Quando vi a entrevista achei super estranho, principalmente quando ele disse que votava em EC.

      Ma ate para se criar uma mentira é necessário uma base factual verdadeira.

      A tecla que eu tenho batido insistentemente é que ele não poderia saber que aquele avião era de EC , não tinha como.

      Logo, suponho, alguns dados foram passados a ele para que ele elaborasse sua mentira.

      1. Fernando, isso ficou

        Fernando, isso ficou cristalino no Jornal Hoje logo a pós a queda do vôo, a fala dele foi toda treinada e ensaiada, eu vi toda a reportagem e a reação de “desconforto” (me engana que eu gosto Ali Kamel) do repórter e dos apresentadores quando ele falou “era meu candidato”; naquele momento começava a santificação de Eduardo Campos e a campanha de Marina na Globo.

  2. Vi a entrevista desse

    Vi a entrevista desse cidadão.

    Quandoi ele começo falar que o Eduardo era um bom homem e o seu candidato, a entrevista foi interrompida.

    Achei estranho a forma abrupta como foi encerrada a entrevista, mas se tratando da Globo tudo é possível.

    1. Não, querido. Está aí para

      Não, querido. Está aí para discutir um possível problema psicológico de quem foi entrevistado e um real problema de competênvia da empresa que entrevistou.

  3. Bisonha a entrevista

    Vi a entrevista, ele disse que acudiu Edsuardo Campos, abriu os olhos dele e os viu verdes. Estava com luvas nas mãos. Depois chorou a morte do candidato dito dele. As Organizações Grobo e o desserviço dela são impressionantes. Depois da entrevista do Conti com o Felipão Fake, mais uma mostra de que eles não aprenderam nada. 

  4. Isso só virou noticia porque

    Isso só virou noticia porque os “espertos” jornalistas da Globo mostram ser facilmente enganados na busca pelo espetaculo macabro. 

  5. Quando o anonimato vira doença

    É incrível o que produz a síndrome de abstinência de notoriedade e a falta das doses de “15 minutos de glória” em algumas pessoas, principalmente do mundo artístico ou de gênero sexual alternativo. Vítima dessa abstinência, o Donizeti chama para sim os holofotes e quer sair gritando para o mundo que ele é Gay, ou seja, não é mais um João ninguém hétero, pois ele é “Gay”, um ser diferente e superior, que teria que viver num camarote especial, dentro da sociedade. Em breve irá sair fantasiado de mulher, exigindo banheiro especial, ou querendo adotar um hominho. O avanço perigoso de Leis excepcionais para estas minorias privilegiadas nos irá fornecer muita manchete. 

  6. Comecei a ler o texto porque

    Comecei a ler o texto porque precisava saber de onde o moço tirou aquela história de ter visto o rosto de Educardo Campos, e confirmado até que abrira os ohos do morto e visto que eram verdes. Na verdade, nenhuma televisão jamais mostraria os olhos verdes de E. Campos, porque eram tão azuis que se destacavam pelo exagero da cor (azul). Aí, ao invés de ver uma matéria sobre o rapaz e sua entrevista (bombástica) feita à Globo no dia da queda do avião, todo o texto se desenvolve sobre a vid pessoal do homem. No mínimo, o título está desconforme com o texto. 

  7. Tudo por uma esmeralda

    Acho engraçado pois há tanta gente assim e fingimos não ver. Quando soube que aquele homem estava contando uma mentira em rede nacional, minha reação não foi de ódio, pois poderia me sentir enganado, tampouco de espanto, pois um cara barbado falando mentiras como se fosse uma criança que quebrou a janela do vizinho, mas achei engraçado e, aí sim, me espantei… Achar graça atualemente chega a ser tão atipíco que até mesmo o próprio palhaço se assusta com o circo!

  8. Trata-se de uma pessoa doente

    Caríssimos,

    Claramente o sujeito da entrevista é uma pessoa doente que precisa de tratamento. Pessoas como ele, infelizmente deixam de procurar ajuda pq a sociedade ainda os enxerga como “babacas que querem aparecer” ao inves de entender de eles precisam de ajuda profissional.

    Ja passou da hora de sabermos reconhecer a relevancia das doenças psquicas e a necessidade de trata-las. Ficar jogando pedras em quem sofre desses transtornos é uma atitude arcaica e imatura.

  9. Esse cara chegou a me enganar, num primeiro momento

    Num primeiro momento, quando eram poucas as informações, fiquei perplexo com a entrevista que ele deu ao repórter José Roberto Burnier. Depois que eu vi que, nas condições do acidente, era impossível ser verdade o que ele disse, de ter aberto e visto os olhos “verdes” de Campos, eu vi que era mentira. Na hora, como não sabia muita coisa, eu acreditei. Afinal, o cara falou com uma segurança que não parecia ser mentira. E por que alguém inventaria aquilo? Não tinha como não acreditar. A entrevista apareceu no Jornal Hoje, em pleno local do acidente. O cara se apresentou como se fosse um dos socorristas oficiais. Enfim, a Rede Globo errou ao colocá-lo no ar.

    1. Mais uma mentira da globo. No

      Mais uma mentira da globo. No dia do acidente, ele colocou no ar um comentário de um suposto empregado(sportv) com o mesmo dizendo que a sua mulher tinha visto um avião em chamas passando rente a janela do seu banheiro. Pelas imagens mostradas agora, não existe avião em chamas de maneira nenhuma.

  10. Esperar o que de uma mídia que publica entrevista sósia?

    Essa mídia está cada vez mais impressionante!  Primeiro, entrevistaram o sósia do Felipe Scolari e, mesmo o entrevistador recebendo um cartão de visitas escrito “sósia do Felipão”, o proficcional (com “cc” mesmo revisor, e com som de “quici”) publicou a entrevista.

    Vendo isso, até dá pra entender como uma entrevista em rede nacional  vira um debate.

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