O caso Vanessa, escrivã de polícia no 25DP de São Paulo, e a ação da corregedoria

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Enviado por Nilva de Souza

do Vice

“ELE É QUEM DEVERIA TER MEDO DE UM DIA ME ENCONTRAR”

By Roger Franchini; Fotos por Felipe Larozza

olá Roger
Veja o que vc pode fazer com isso…

Era assim mesmo. Começava com letra minúscula e terminava em reticências que sugeriam problemas. Em agosto de 2009 recebi o e-mail acima do colega Robson – policial militar de Goiás – encaminhando uma outra mensagem que ele havia recebido através de nosso site, oBlogopol, comunidade de blogs mantidos por vários policiais do Brasil.

A tal mensagem era um gigantesco texto sem parágrafos e com pontuação precária, quase aleatória, como alguém que dispara a falar sem interrupções (pensei ser um daqueles e-mails do tipo enlarge your penis, uma oração de mãe ou outro tipo de spam. Mas, poxa, tinha sido encaminhado pelo Robson, homem probo, de boa família, maçom, diretor do Lions Club e querido no Rotary, um cristão respeitado e que jamais se daria ao trabalho de repassar besteiras da internet. O texto merecia atenção). Quando bati os olhos, vi que uma grande merda estava prestes a transbordar na Secretaria de Segurança Pública paulista, fruto de uma puta cagada cometida por delegados da corregedoria.

Assinada por uma mulher chamada Vanessa Lopes, era uma confissão que começava assim:

“Boa noite e obrigada por ler meu e-mail… Tentarei resumir ao máximo para não distorcer os fatos… Sou escrivã de policia 3° classe, exercendo tal função há mais de sete anos, seis deles no 25° Distrito Policial em Parelheiros, periferia de São Paulo (…)”

Bem, vou resumir mais ainda: Vanessa se dizia escrivã de polícia no 25DP de São Paulo, Parelheiros, periferia da periferia. Em 15/06/2009 um homem – até então apenas um investigado de determinado inquérito – a procurou oferecendo vantagens para lhe ajudar a sair daquela enrascada. Mas ela negou a oferta. Eis que, o cara, sorrateiramente, deixou um bolo de notas sobre sua mesa sem que ela percebesse, e depois fugiu da delegacia.

A escrivã, continuava a mensagem, desconfiada do anormal episódio, imediatamente pegou as notas e se dirigiu à sala de seu delegado para informa-lo do estranho ocorrido.

Porém, no corredor do DP, antes de chegar à sala do chefe, começou sua desgraça. Tudo não passava de um flagrante montado pela corregedoria. Nas palavras dela:

“(…) enquando [sic] estava no corredor, me dirigindo a sala do delegado, aproximadamente oito homens entraram com armas em punho, com muita gritaria, me mandavam entregar o dinheiro, apavorada, em uma reação humana, guardei o dinheiro na minha calça. Me empurraram até minha sala e somente neste momento se identificaram como policiais da corregedoria.”

Até aí, a rotina de um inferno bem conhecido. Triste, sem dúvida, mas fazia parte do universo da tiragem. A história do polícia pego pela Corregedoria, contada por ele mesmo. O tal sujeito investigado já teria conversado previamente com a Corregedoria, a qual havia marcado as cédulas. Bastava, portanto, o cara entregar o dinheiro à escrivã, e então os investigadores cairiam para dentro do DP. Flagrariam a policial com o dinheiro sujo, prova inequívoca de que exigira para si vantagem indevida do indefeso contribuinte. Tudo seria muito simples, como sempre está escrito no histórico do B.O. Mas, para a infelicidade dos corregedores, a diligência não saiu como planejado.

Como o delegado da Corregedoria tinha certeza de que o dinheiro estava em algum recôndito de Vanessa, a autoridade não titubeou. Mandou que ela tirasse a roupa ali mesmo, na sala, diante de oito policiais homens. Oito homens. Homens.

“(…) Ele disse que iria me revistar, então, devido ao meu pudor, sou uma mulher casada e todas minhas consultas ginecologicas são feitas com mulheres, pois tenho muita vergonha, de imediato solicitei que fosse revistada por uma policial feminina. O delegado, buscou uma policial militar feminina, a qual muito respeitosamente realizou a revista e nada localizou. O Dr. Eduardo então mandou que eu me despisse por inteira, passei a ficar indignada pois jamais tiraria minhas vestes na frente de oito homens desconhecidos e cheguei a solicitar de joelhos que fosse acionada uma delegada, investigadora ou escriva da corregedoria, visto que propus retirar a roupa somente na frente da policial feminina, respondendo o delegado que não confiava na policial e dizendo textualente que só sairia dali ao me ver “pelada”, Cabe salientar que tudo estava sendo filmado por um investigador. (…) , o Dr. Eduardo muito irritado aos berros e entre ameaças passou a torcer meus braços para tras (…). Em seguida, vendo que jamais retiraria minhas vestes na frente daqueles homens, ainda mais filmando, ele me algemou com as mãos para tras, me jogou no chão e sequer abriu o botão da minha calça, puxou-a com tal violencia que a rasgou,encontrando o que queria, ou seja, o dinheiro caiu no chão, sem necessidade alguma, este “cumpridor” da lei abaixou minha calcinha, tendo eu percebido um sorriso no rosto dele. Fiquei ali no chão, com as pernas abertas, sem roupa, com minha intimidade exposta a todos aqueles homens, me senti violentada, tal como uma vitima de estupro. Tive que passar pela humilhação ainda de suplicar que o delegado subisse minha calcinha e minha calça, pois algemada não conseguia.”

Cara! Eu escrevo romances policiais há algum tempo – e aqueles que conhecem a polícia somente do lado de fora do balcão, usando lente de zoom para não chegar perto, vivem me dizendo que finjo ou minto tudo que escrevo – mas esse QRU superou até mesmo minha capacidade de criar tramas. Era inverossímil. Uma história cheia de furos, típica de um roteirista preguiçoso. Inaceitável que um homem formado em direito, aprovado em concurso para delegado e convidado a trabalhar na corregedoria da maior polícia investigativa da América Latina tenha cometido tamanha incúria, coisa de calça branca, um recruta no primeiro plantão. O mais incrível: tudo teria sido registrado em vídeo, para fechar com glória a equivocada ocorrência.

Merda por merda, fechei o gmail, esqueci da moça e fui tomar conta da minha vida, que à época estava à beira do divórcio. Não demorou muito, nova surpresa; o vídeo com as imagens mostrando a escrivã tendo as roupas arrancadas vazou na internet:

http://www.youtube.com/watch?v=ID1_bpsptQM]

E o resto vocês conhecem. A despeito do escândalo, a escrivã foi demitida, o governo do Estado demonstrou o protocolar desconforto com a atuação de seus homens (e tudo seria investigado em um rigoroso inquérito blá blá blázzzZZZzzzz…). A mídia deu seus gritos histéricos, portais aumentaram o pagerank com a notícia, muitos internautas consideraram legítimo o crime cometido pelo delegado para desvendar o crime cometido pela escrivã.

O resultado: mesmo demitida pela corregedoria, em janeiro deste ano Vanessa ganhou, em primeira instância, uma ação indenizatória contra o Estado de São Paulo, no valor de R$30.000,00 a título de danos morais.

O principal: no último dia 15/05/14 foi publicado no Diário Oficial a sentença judicial do caso: Vanessa foi absolvida do crime do qual era acusada pela corregedoria – concussão – por absoluta falta de provas. De acordo com o juiz, “a violação ao direito da mulher investigada, garantida pela legislação processual penal, é flagrante. Se sequer o homem pode tocar o corpo da mulher para a realização da busca, conquanto mais desnudá-la. Se foram apreendidas ou não as cédulas previamente xerocopiadas na posse da ré é fato a ser considerado como inexistente nos autos pela notória nulidade da prova”.

Ou seja, pouco importa se a Escrivã tenha ou não exigido o dinheiro, se estava ou não com as cédulas consigo. Desde 1988, a sociedade brasileira fez um pacto: todo e qualquer tipo de prova colhida de forma criminosa é nula. Interceptação telefônica ilegal, invasão de residência sem mandados, confissão sob tortura, pau-de-arara, violação de correspondência… Não importa sua natureza. O ordenamento jurídico a ignora solenemente, e tudo o que é produzido a partir de seu resultado passa a ser inexistente. Afinal, se a regra vale para o banqueiro Daniel Dantas, teoricamente, também vale para qualquer um, desde a escrivã até aos presos comuns do 25DP de Parelheiros.

E agora, após tantos anos, conseguimos nos encontrar para uma conversa em sua casa (na verdade, de sua avó), um simpático e simples sobrado em uma rua estreita da Vila Sônia, Zona Sul da cidade. A aparência de Vanessa chama a atenção: alta, loira, cabelos bem cuidados, nem sinal daquela mulher desesperada, recém-desencarcerada que redigiu o primeiro e-mail, pedindo socorro de um fôlego só. Sua voz é segura e os gestos comedidos. Enquanto nos atendia, ela cuidava do filho de um ano e oito meses com carinho, chamando-o apenas de “Neném”. Um menino sorridente, cuja felicidade é de fazer inveja. Vanessa veio de uma família de policiais civis, então, perguntei se o destino do moleque também seria o mesmo. “Não” – respondeu contundente. “Ele vai ser PM! Não quero que meu filho sofra.” Eu torço para que ele continue alegre, com aquele grande sorriso de um dentinho só.

VICE: Quando você entrou na polícia?
Vanessa Lopes:
 Meu concurso foi de 2001, eu estava com 19 anos.

Muito nova.
Sim, muito nova.

Qual foi a primeira delegacia onde você trabalhou?
Eu fui para o 77 DP, Santa Cecília, depois para o 4ºDP, próximo da rua Augusta.

Como você foi parar no 25?
Tive algumas divergências com minha chefe no 4ºDP, e aí ela escolheu o distrito mais distante…

Foi um bonde!
Foi um bonde. Eu tomei um bonde para o 25, quer dizer, do 77 para o 4º DP não chegou a ser um bonde.

Ficou magoada com essa transferência compulsória?
Muito magoada. Mas na primeira semana trabalhando lá eu já me apaixonei. Ali, na periferia, é um lugar maravilhoso para qualquer pessoa trabalhar. Não tenho do que reclamar de Parelheiros.

Sempre fez plantão em distrito?
Sempre. Eu nunca quis ir para departamento. Minha paixão é plantão.

Ave Maria.
Sério! Eu amava plantão. Daqueles bem zicados, com três, quatro flagrantes numa noite…

Estranho, porque os plantões de distritos são considerados pelos policiais como a vala comum da instituição, um castigo, o lugar de quem não tem padrinhos para levá-los a um departamento.
É, mas nos plantões é onde se consegue fazer polícia de verdade.

O que é ser polícia de verdade?
Atender a população… Ter mais contato com as pessoas.

Essa relação da polícia com o público às vezes não estressava você?
Não. O que me estressava mais era o contato com os colegas.

Você é a primeira pessoa que conheço que diz gostar de puxar plantão.
Adoro. Tanto que eu também puxava plantão para alguns colegas. Eles me pagavam para isso. Eu fazia o trabalho do cartório, também. Quando tinha correição na investigação, quem preparava tudo para os tiras era eu, e também ganhava por isso. Era meu bico.

Já trabalhou na chefia?
Fiz plantão por metade da minha carreira. A outra metade eu fui da chefia.

Como estava aquela manhã em que você foi revistada?
Um dia normal. Eu estava trabalhando normalmente, a corregedoria chegou logo após o almoço. Cheguei a ver no corredor aproximadamente oito pessoas, já correndo, com as armas apontadas para mim, gritando que eu estava presa.

E os outros policiais do distrito, quando viram a correria, fizeram alguma coisa?
Ficaram tão assustados quanto eu. Ninguém sabia o que estava acontecendo.

A Corregedoria já tinha ido ao 25 DP antes em operações semelhantes?
Eu soube posteriormente que eles já haviam ido lá outras duas vezes para tentar fazer um flagrante em mim.

Que horas você foi para a cadeia?
No dia seguinte, de manhã, um pouquinho antes do almoço.

Para o PPC [o presídio da polícia civil?
Não. Na época o setor feminino ficava no 33 DP. Vila Mangalô.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

50 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. É possível, e provável, que

      É possível, e provável, que ela estivesse atrapalhando ou concorrendo com algum outro esquema de corrupção da delegacia. Daí aprontaram o flagrante para tirá-la do caminho mas, em parte por absoluta ignorância e em parte por arrogância de quem está acostumado a impunidade, gravaram seus abusos. 

  1. “(…) em uma reação humana,

    “(…) em uma reação humana, guardei o dinheiro na minha calça.”

     

    Tá serto!

     

  2. O cúmulo do absurdo é não

    O cúmulo do absurdo é não terem demitido esses homens que A VIOLENTARAM.

    Sim, para toda e qualquer mulher FOI UMA VIOLÊNCIA.

  3. Inverossímil

    Não creio na versão da moça, que teve CINCO ANOS para montar uma versão convincente.

    Me lembro do vídeo e de seus gritos para não ser revistada.

    1) Por que escondeu o dinheiro na roupa íntima?

    2) Por que não confessou que estava com o dinheiro enquanto era segurada pelos braços e pernas? Sua defesa estaria gravada.

    3) O dinheiro estava tão bem escondido que, revistada por uma mulher, esta nada encontrou.

    4) Por que, se era uma armação, não entregou o dinheiro à mulher que a revistou e que nada encontrou?

    5) É inverossímil acreditar que 8 policiais seriam cúmplices de uma armação: como escrivã ela sabia que bastava não tocar no dinheiro que suas impressões digitais não apareceriam.

    O resto – a absolvição – faz parte de nosso folclórico Ministério público que nem conseguiu provar que Collor aplicou mais de 2,6 milhões de dólares nas reformas da CAsa da Dinda.

     

  4. O diabo mora nos detalhes

    O vídeo não deixa dúvidas da violência a que foi submetida essa mulher. E acredito que a Justiça esteve certa quando se recusou a aceitar provas obtidas por meio do uso da violência.

    Porém há algumas questões na história narrada que não ficam nada esclarecidas no texto:

    “Em 15/06/2009 um homem – até então apenas um investigado de determinado inquérito – a procurou oferecendo vantagens para lhe ajudar a sair daquela enrascada. Mas ela negou a oferta”.

    Alguém com poder de polícia deixaria uma pessoa que acabara de tentar suborna-la dentro da própria delegacia sair de lá sem dar-lhe imediatamente voz de prisão? 

    Eis que, o cara, sorrateiramente, deixou um bolo de notas sobre sua mesa sem que ela percebesse, e depois fugiu da delegacia.

    Como foi possível essa ação “sorrateira”? Estavam, ela e o “o cara” frente a frente, quando e como ela se distraiu e não percebeu a fuga de alguém que acabara de cometer um crime – tentativa de suborno? 

    “A escrivã, continuava a mensagem, desconfiada do anormal episódio, imediatamente pegou as notas e se dirigiu à sala de seu delegado para informa-lo do estranho ocorrido”.

    “… pegou as notas e se dirigiu à sala de seu delegado …”

    Alguém vendo “bolo de notas” deixadas “sorrateiramente” por alguém que tentara suborna-la minutos antes e estando desconfiada de tudo aquilo pegaria esse dinheiro ao invés de deixá-lo onde estava e simplemeste chamar o delegado? 

    “…em uma reação humana, guardei o dinheiro na minha calça [na calcinha, segundo noticiado na época]”. 

    Uma pergunta dirigida às mulheres aqui do blog: diante de uma abordagem agressiva de policiais masculinos, que reação humana tomaria uma mulher que estivesses com algumas cédulas de dinheiro na mão? Tentaria se proteger, gritaria por ajuda, ou guardaria as cédulas na calcinha?

    “Tive algumas divergências com minha chefe no 4ºDP, e aí ela escolheu o distrito mais distante…”

    Quais divergências? 

    “Eu soube posteriormente que eles [a Corregedoria] já haviam ido lá outras duas vezes para tentar fazer um flagrante em mim”.

    Por que razão a Corregedoria estaria preocupada em investigar a escrivã? Seria ainda perseguição da antiga chefe?

    Como próprio autor  meciona “Era inverossímil. Uma história cheia de furos, típica de um roteirista preguiçoso”. 

    1. É certeza (quase absoluta)

      É certeza (quase absoluta) que ela deve. O problema é que a abordagem ridícula do condutor da operação desperdiçou tudo, absolutamente tudo. Já estava tudo pronto e provado – ele que a levasse por desobediência até a Corregedoria e lá ela fosse revistada por uma mulher. Tudo estaria acabado.

      Mas a impaciência tomou a frente… e deu no que deu. Lamentável.

  5. A história não tem começo nem

    A história não tem começo nem fim. Difícil avaliar alguma coisa.

    Absurdo claro e evidente apenas a ação do delegado e dos policiais.

    Essa “vontade” toda de dar esse flagrante era devido o quê?

     

  6. Não importa o que ela fez ou

    Não importa o que ela fez ou não e como fez ou não. É inadmissivel que o ESTADO personificado em autoridades sob quaisquer argumentos ou razões submeta um cidadão a constrangimentos ilegais imorais e anti éticos, violencia pura e simples. Ecoam em minha cabeça os gritos dessa mulher, não há argumento nem lógica possíveis de aplacar minha agonia e indignação contra esses facínoras travestidos de policiais. É imperdoável e se CLINT EASTWOOD existisse em se personagem IMPERDOÁVEIS esses bandidos de quartel estariam mortos.

     

    1. Concordo. E o pior, o pior…

      Concordo. E o pior, o pior… é que tá NA CARA que ela tinha o que esconder. No final do vídeo ela inventa que a policial colocou o dinheiro lá, além de não ter dado o flagrante assim que o dinheiro lhe foi oferecido / deixado em sua mesa.

      Obviamente não posso afirmar categoricamente que é culpada, mas havia elementos fortíssimos contra ela. Fortíssimos. E completamente DESPERDIÇADOS por essa abordagem estrupícia do “Condutor”.

      “Eu sou o condutor da tua cana.”  Desperdiçou uma ótima oportunidade – e depois irá reclamar dizendo que a Polícia prende e a Justiça solta. Lamentável.

  7. “Two wrongs don’t make a

    “Two wrongs don’t make a right” é um velho deitado inglês, citado até por James Joyce, no Ulysses. Em bom português: “Dois errados não fazem um certo”. E o punctum do vídeo é o assento da cadeira da escrivã, em formato de coração cor-de-rosa.

     

  8. A questão não é se ela é(era)

    A questão não é se ela é(era) culpada ou não, e sim, a flagrante ilegalidade para a obtenção da prova material. 

    O delegado foi inepto até dizer chega. 

  9. Se ela teve essa infelicidade

    Se ela teve essa infelicidade de ter colocado o pacote de dinheiro dentro da calça, vai ser difícil convencer o juiz com essa versão. É muito dificil acreditar que alguém faria isso. 

    1. Mas a violência c/ q lhe arrancaram as notas tornou isso desnece

      Provas arrancadas de modo ilegal nao valem. Ela nao precisou convencer o juiz de nada. 

    2. Eu também achei absurda

      Eu também achei absurda aquela cena com um monte de homens despindo à força uma muher.Fiquei revoltado com a atitude dos policiais. Achei uma covardia desnecessária. Poderiam detê-la e chamado outras policiais para fazerem a revista. Também achei absurda essa versão contada. Um erro não justifica outro. Os fins não justificam os meios, mas acredito que os meios empregados não deveriam anular os resultados. Defendo a punição para quem não obedeceu as regras, mas sou frontalmente contra a anulação das provas. Essa teoria dos frutos da árvore envenenada é absurda.

  10. Vanessa

    Quando forem te prender em flagrante, resista na medida de tuas forças.  Depois, a provas serão anuladas por causa da “violência” policial, mesmo que tua história seja tão idiota como a contada neste caso. Por que ela não entregou o dinheiro para a policia feminina que a revistou?  Por que as notas – que seriam entregues ao delegado – estavam escondidas na calcinha? E nós ainda vamos pagar indenização!  Se esse negócio fosse em Portugal, iriamos rir muito.

    1. Para você parar de rir…com

      Para você parar de rir…com uma violência dessa contra uma mulher, bastará saber que QUALQUER PROVA ADVINDA DE ILEGALIDADE, TAMBÉM ELA SERÁ INVALIDADA. Além disso, ela é inocente. Assim disse o estado brasileiro.

      Agora…ria!!!!!!

      1. Vanessa

        Mas foi exatamente o que eu disse.   Se alguém for preso em flagrante, deve resistir ao máximo e, depois, encontrar um juiz que invalide as provas evidentes porque foram obtidas mediante violência. Ora, só  houve violência porque houve resistência.

    2. Vc acha q a violência contra ela é mero detalhe, né?

      Queria ver se fosse com sua mae, sua mulher, sua filha, sua irmã. Tem cada um! 

      1. Vanessa

        As mulheres de minha familia não recebem subornos. Também sou contra a violência , de qualquer tipo, mas não acredito mais em versões  arrumadas por advogados de porta-de-xadrez e com tão escassa imaginação.

    3. Se fosse em Portugal

      Por que iriam rir muito? Em Portugal um crime não é anulado quando a obtenção de sua prova é ilegal?

      Quando diz que vocês vão pagar a indenização da moça, quando diz que as mulheres de sua família não recebem subornos, quando desqualifica os advogados que atuam em porta de cadeia, quando diz que é contra toda forma de violência, menos algumas… Vossa Mecê se revela um policial típico. Se não é, deve ser admirador do dr. Tibiriçá – o que é quase a mesma coisa.

      1. Vanessa

        Não, não sou polícia.   Aliás, fui é preso, diversas vezes, durante a ditadura, e, portanto, creio que posso ter idéias próprias sobre violência. Também não desqualifiquei os advogados, mas o que inventou a história ridícula que é desmentida pelo próprio vídeo. Na defesa da escrivã, apanhada com o dinheiro do suborno, acredito que a tese mais adequada teria sido a do “crime impossível”: se não havia a intenção do suborno – era uma armadilha preparada pelos corregedores – não havia a possibllidade de concretizar-se o crime.  Logo, era um crime impossível. Qualquer tribunal a livraria da cadeia, mas não lhe daria indenização ou mesmo  o retorno ao cargo.

  11. Eu estou perplexo que os

    Eu estou perplexo que os policais responsáveis pelo desnudamento da moça(corrupta ou não)não tenham sido expulsos da polícia e não estejam todos na cadeia, que é o lugar deles.

     

  12. Mas, peraí, a polícia é

    Mas, peraí, a polícia é Alckmin? Então é verdade…

    Se fosse do Agnelo ou do Tarso ou do Jacques Wagner, a criminosa já tava enjaulada…

  13. Mesmo se essa moça fosse

    Mesmo se essa moça fosse culpada, (a estória não bate…) esse delegado tarado, junto de mais sete cúmplices covardes, também psicopatas, não poderia fazer o que ele fez!  Esse delegado poderia chamar outras policiais civis para fazer a revista. Não passa de um voyer! Esse fala grosso com mulheres suspeitas e deve falar fino com os delegados denunciados pelo Abadia, traficante internacional.

  14. Às vezes as leis pareecem

    Às vezes as leis pareecem normas. Sem a força da punição ao transgredi-las.

    Em outras palavras, quiseram armar a casa de caboclo pra escrivã. E  erraram. Erraram muito. <as isso não quer dizer que ela é uma boa pessoa.

    Se os corregedores erraram, o Estado errou. Deve pagar por isso duplamente. 

    Uma : o abuso na obtenção da prova flagrante;

    outra: o corrupta não foi pega, está impune e possivelmente rindo da cara deles.

    A solução simples e que o Estado ao menos negligencia há 20 anos: Maior preparo das polícias.

    É necessário separar os dois crimes alegados, primeiramente o da traição visto pelos colegas, e a violência contra mulher visto pelos defensores dos direitos humanos.

    Sorte dela que é civil. Se fosse militar, aí a justiça e as normas seriam mais sinistras ainda.

  15. Ninguém arma um flagrante do

    Ninguém arma um flagrante do nada, alguma coisa eles já sabiam dela antes e parece que foi combinado com aquele tal “doutor” que ela gritava tanto e que não a veio socorrer. Ela estava cometendo ilegalidades? Parece que sim, porém, eles também parecem que não são adeptos do domínio do fato e resolveram preparar o flagrante e filma-lo. Se ela é culpada ou não, agora não vem ao caso. O fato é que resolveram combater uma “ilegalidade” com outra ilegalidade e ainda filmaram. Burrice assim é difícil de se ver, ao vivo e filmado.

    1. Não faz nenhuma diferença se
      Não faz nenhuma diferença se ela recebeu ou não propina, pois um crime muito mais grave foi cometido por um delegado em um monte de policiais truculentos, o que torna irrelevante um crime menor. Óbvio, não? Acho mesmo uma deselegância até mesmo questionar se ela cometeu um crime. Ela passou a ser vítima e, portanto, inocente a partir do momento que a “corregedoria” agiu dessa maneira criminosa e vergonhosa. Estou estarrecido.

  16. História mal contada

    Por um dinheiro na calcinha é uma reação “normal” ou “humana” quando se quer esconder alguma coisa, e não quando se quer mostrar. No video mostra que ela não estava disposta assumir o dinheiro e muito menos a versão dela agora. Mas é obvio que o delegado errou, porque a revista teria que ser  por uma agente feminina ainda mais  se tratando de uma revista íntima e somente por mulheres, e não rodeada de homens.

  17. Se fazem isto com alguem “da

    Se fazem isto com alguem “da casa”,imagine com a população.Delegacia de policia é um lugar cheio bestas feras que

    são pagos com nossos impostos para barbarizar a população,principalmente das periferias.Em tempo,a moça parece

    que gosta do que faz e já escolheu a profissão do filho.Pobre criança…

  18. Uma patacoada dessas só é

    Uma patacoada dessas só é possível nessa polícia despreparada de São Paulo…a escrivã ganhou a indenização, deve ser reintegrada à Polícia, e, se calhar, meter uma ação indenizatória no rabo daquele delegado desclassificado…

  19. Sendo ela culpada ou não, foi

    Sendo ela culpada ou não, foi cometido um crime hediondo contra uma mulher,  indefesa sim, pois estava algemada, pela policia de SP. Por atos praticados por homens despreparados, o Estado acaba pagando a indenização. Deveria ser descontado do salário desses brutamontes, psicopatas. Se eles já a tinham algemado, que a conduzissem à corregedoria e pronto. Por que a filmagem? Iriam usar onde e prá quê? Eu deduzo que o resto da vida dessa mulher seria um inferno, e me parece que iriam  chantageá-la e talvez extorqui-la com alguma finalidade. E esse corregedor, está fazendo e é  o que hoje?

  20. Esse é o Brasil, onde a

    Esse é o Brasil, onde a bandidagem ri da polícia montada no fruto da árvore envenenada.

    Vamos recordar quem desmontou o direito penal brasileiro com essas idiotices.

    Primeiro foi a Lei Fleury, criada pela ditadura para manter um delegado assassino e louco fora da cadeia. Tantas fez o celerado, que a lei não lhe pode acudir e foi morto pelos próprios comparsas de abusos. Com a lei Fleury rico só vai ir preso se condenado em última instância.

    Mais tarde a teoria da fruta da árvore envenenada, importada por um ministro do STF, um golpista de primeira hora de 64 que não conseguiu sentar na janelinha do governo militar e se bandeou para a oposição,  para livrar o então maior traficante de cocaína aprendido no Brasil.

    Os jornalistas acabaram com mais poderes que a polícia. Para escrever suas matérias se servem de escutas telefõnicas, que as vezes podem até serem imaginárias, publicam qualquer asneira, ao passo que os que investigam não podem nem inciar a trabalhar se a origem da informação for denúncia anônima ou palpite.

    A polícia está completamente cerceada e os jornalistas podem cometer qualquer ato antiético para montarem as matéria que suas editorias lhes pedem.

     

  21. O crime compensa?

    Temos aqui uma gatuna contumaz que conseguiu safar-se por conta da inabilidade dos seus colegas em pegar o flagrante. Tem muito comentarista dando de “politicamente correto” neste blog, censurando apenas os “brucutus” honestos da polícia e apoiando a legalidade atropelada de uma (muito provável) delinquente. Moral da história: o crime compensa e a Delegacia inteira fez o papel de trouxa. Depois reclamam da corrupção policial! A procura aberta e crua da verdade perde para a artimanha oculta e legal do delito. Delinquente com base na Lei ganha de investigadores honestos que não seguem o esperto script da justiça brasileira. Abrir o armário do quarto para flagrar ao “Ricardão” é delito, mas o adultério não!

  22. Se praticam esse tipo de

    Se praticam esse tipo de desonestidade com uma colega no algemada dentro de uma delegacia imagina o que não fazem numa viela escura na periferia de… 

  23. Causa repugnância o argumento

    Causa repugnância o argumento de que seja aceitável uma mulher ser “estuprada” no meio de uma delegacia para que se obtenha provas de um crime, ainda que verídicas.  A anulabilidade de provas obtidas por meios ilícitos é conquista social para se proteger inocentes contra abusos e arbítrios de autoridades. É preferível um culpado solto que um inocente preso. Quem comete um abuso, ainda que contra um culpado, continuará cometendo abusos, até que esse abuso comece a recair sobre inocentes, aí muitos se indignarão, mas já será tarde.  Se o culpado oferecer resistência, essa resistência deve ser vencida por meio da inteligência, pois se legitimada a violência abusiva contra culpados, essa violência também passará a atingir inocentes. A propósito, os delegados e policiais que cometeram esse abuso jamais devem ter assistido à série do detetive Columbo, nos anos 70.   

  24. Covardia

    Que covardia fizeram com essa policial. Sinceramente nem consigo assistir o vídeo de novo. Tenho nojo dos delegados que armaram essa diligência, bem como nojo de todos os policiais que participaram ou mesmo se omitiram e nada fizeram pra impedir essa palhaçada. Esses imbecis não tem mãe não?

    1. Dá para ver na cara que a

      Dá para ver na cara que a mulher escondeu o dinheiro e quando foi pega em flagante ela disse aquela frase do maluf “esse dinheiro não é meu”. E ai tem os politicamente corretos que acham que ela ta certa. Para os que falam “ai se fosse meu parente”, pensa bem, se acha que seu parente é corrupto? se sim, fala “ai se fosse meu parente”. Esquema mal montado, devia ter deixado a policial feminina filmar e sair os “burros” e ela despia com as “policial (fem)” e ai já era. O Brasil, assim não vai para frente, os juízes estão que nem criança, “tão inocentes”…

      1. abusivas
        Só o erro dessa mulher não vai fazer o Brasil melhor não ,e nem por isso não precisava tudo aquilo .
        Vai tirar a roupa da mulher de um bandido aí vocês vão ver o que é bom.

  25. Inteligência policial

    Foi superada pela inteligência da policial, ela se viu em flagrante e não entregou o dinheiro, pois seria confissão. Fez cena de desespero e deixou que o delegado cheio de adrenalina cometesse os erros. A prova foi considerada ilegal. O delegado deveria está a companhado de investigadora de sua confiança e recomendaria a mesma proceder busca minuciosa no corpo da escrivã.

  26. Este caso ainda deve retornar para que maus policiais sejam punidos. Esta moça, pelo que li, veio de família de policiais. Ficou presa e lá tentou suicídio. Ele entrou com ação de indenização contra o estado de 500 mil. Todos advogados sabem e usam a estratégia de exagerar e dado a perda do emprego estável que perdeu, seria razoável metade deste valor. Independente dos procedimentos, sua nudes está disponível para o mundo. Só por isso mereceria uma indenização altíssima porque nunca mais tiram este vídeo da internet. O juiz do caso soltou estÁ nos autos(0023502-86.2012.8.26.0053): “Além disso, não se pode olvidar que foi a própria autora que deu ensejo à operação que culminou na conduta dos agentes públicos que dela participaram”. Ele a culpa por tudo que aconteceu e diminui pra 30 contos o valor. INACREDITÁVEL.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador