Os efeitos do mensalão sobre as eleições, por Saulo Queiroz

Do Estadão

De mal a pior

Saulo Queiroz

A última pesquisa Datafolha mostrou a extensão de uma doença que avança pelo País: a rejeição ao PT e a Dilma. Como são duas entidades diferentes, não é fácil saber qual é depositária do percentual mais forte, mas há indícios de que a rejeição ao PT é de controle mais difícil.

Outro aspecto que fica claro é sua susceptibilidade ao contágio, que aumenta com maior velocidade nos grandes conglomerados urbanos, mas avança também, mais lentamente, nas pequenas cidades e até em espaços que pareciam imunes, como o Nordeste, onde a rejeição a Dilma alcançou incríveis 23%.

Para se ter uma ideia do que isso significa vale lembrar que na eleição presidencial passada, em pesquisa Datafolha de 23.07.2010, a rejeição a Dilma em todo o País era de 19%. Nesta última pesquisa já alcança 35%, quase o dobro de igual período em 2010.

Para uma identificação mais precisa do depositário da maior taxa de rejeição, se o PT ou Dilma, é preciso uma rápida caminhada pelo País, começando pelo Sul. O PT tem candidato nos três Estados, mas apenas no Rio Grande do Sul seu candidato está em segundo lugar nas pesquisas.

No Paraná e Santa Catarina estão em terceiro. No Sudeste, o desempenho é pífio em São Paulo com Alexandre Padilha, sofrível no Rio de Janeiro, com Lindhberg Farias ,em quarto lugar, e sem expressão no Espírito Santo.

Apenas em Minas Gerais, com Fernando Pimentel, apresenta um desempenho satisfatório, mas a lógica é que ele não resistirá a máquina de moer carne que o espera, com Aécio Neves crescendo nas pesquisas para Presidente, um candidato ao governo, Pimenta da Veiga, de boa história, e um ao Senado, com a qualidade e aprovação de Antonio Anastasia, o governo do Estado e a maioria de deputados.

No Nordeste seu candidato na Bahia, maior colégio eleitoral da região está muito atrás do candidato do DEM. É segundo no Ceará e apenas no Piauí mantém folgada liderança. Nos demais Estados apoia candidatos de outras legendas, o que significa dizer que nestes quatro anos não consolidou personagens estaduais para concorrer ao cargo de governador, o que demonstra fragilidade partidária.

A pergunta que fica é: que culpa cabe à presidente Dilma por esta fragilidade do PT em seu principal reduto eleitoral que é o Nordeste. Penso que muito pouca. No Norte, afora o Acre onde pode reeleger o governador, não tem presença de destaque nos principais colégios eleitorais, visto que apoia o PMDB no Pará e Amazonas, além de fazer o mesmo em Tocantins.

No Centro Oeste tem candidato a reeleição no Distrito Federal com baixa perspectiva, em Goiás sem nenhuma e no Mato Grosso não tem candidato. Apenas em Mato Grosso do Sul tem perspectivas concretas de vitória porque seu candidato, o senador Delcídio Amaral, está bem a frente nas pesquisas e tem baixa rejeição. A questão é saber até onde ele resistirá ao processo de contaminação, visto que o Estado é vizinho de São Paulo e Paraná, onde é virulenta a rejeição ao PT – a maior em todo o País. Há que se vacinar para controlar o contágio.

Finalmente, é quase chocante que um partido que comanda o País há 12 anos, tenha favoritismo para eleger apenas três governadores, em Estados de pequena densidade eleitoral e dois senadores. Cinco em 54 disputas majoritárias. Quase nada. A pergunta, repetitiva, é se foi Dilma a responsável por uma rejeição que se estendeu por todo o Pais ou se foi o PT o principal responsável pela rejeição de Dilma. Não vale dizer que as duas se encontram.

A verdade é que estes últimos quatro anos de governo da presidente Dilma foram marcados por dificuldades na economia, não só aqui no Brasil, mas em quase todo mundo. Evidente que o governante paga uma conta que nem sempre é sua, como aconteceu nas eleições realizadas na Europa, mas é do jogo da política.

Lula presidente, a economia bombou, ele soube tirar proveito político disso e se tornou quase um ídolo no País. E ainda arrastou seu PT para o bom caminho da vitória nas eleições de 2010. Mas será que as dificuldades de Dilma, a baixa avaliação de seu governo, seria a causa principal para o desgaste do Partido em quase todos os Estados ou será que a causa é mais além?

Com certeza, mais além. No período do governo Dilma o País viveu o episódio que representou o maior massacre pelo qual já passou um partido na história política desse País: o julgamento do mensalão. Meses e meses de intensa cobertura de televisão, rádios e jornais de um julgamento onde o principal réu acabou se tornando o PT.

Engana-se quem acha que isto não teve grande importância. Teve sim e pensar o contrário é um menosprezo à opinião pública. Evidente que foi determinante para criar esse vírus da rejeição ao PT, que se espalha pelo País. A bem da verdade, nem Dilma nem seu governo têm qualquer coisa a ver com o mensalão. Ela, como muitos outros candidatos petistas, é apenas uma vítima.

Quanto à eleição presidencial deste ano o quadro caminha para um desfecho trágico para o PT e sua candidata. Quem estiver olhando para os números atuais das pesquisas e avalia que há um quadro de indefinição comete um erro básico de julgamento.

Há um status totalmente diferente entre os competidores, porque enquanto Dilma é conhecida por 99% dos eleitores, 19 e 36% desconhecem Aécio e Eduardo Campos, respectivamente. Todos os dados das pesquisas atuais mostram apenas a notória rejeição da candidata à reeleição.

Aécio e Campos são fatos para após o início do horário eleitoral. Vale que olhemos um pouco para 2010. Em 23.07, havia um empate entre Dilma e Serra, ambos com 36% de preferência. Em 15.09, com 25 dias de horário eleitoral, Dilma tinha 50% e Serra 27%.

Evidente que, agora, em meados de setembro, quando todos conhecerem melhor Aécio e Campos, os números serão diferentes e, tudo indica, um deles estará a frente de Dilma e, muito à frente, ambos, em uma simulação de segundo turno.

Não é provável, mas não impossível, que nesta data a campanha da presidente esteja com a preocupação voltada para assegurar sua presença no segundo turno. Apenas isso, porque não haverá mais nenhuma perspectiva de vitória.

Redação

38 Comentários

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  1. Análise que merece
    Análise que merece um comentário dos meus tempos de criança. Da lavra do palhaço Arrelia, quando estava em apuros:

    “Me voy para el Paraguay pela rua Jaceguay. Good Bye”

  2. estadão?

    dilma merece isso …

    usa verba pública para apanhar do pig, quando deveria enforcá-los com ela (ou à falta dela).

    deve ser masoquista!

    … ou como diria o abelardo, “quem não comunica, ‘sistrumbica”’

  3. Saulo Queiroz é secretário

    Saulo Queiroz é secretário geral do PSD e candidato a

    deputado federal pelo Mato Grosso. Faltam-lhe um pouco

    de conhecimento e muita isenção.

  4. Mais do mesmo.

    “Evidente que, agora, em meados de setembro, quando todos conhecerem melhor Aécio e Campos (…)”

    Evidente.

    Torcid(a)ologia é isso aí.

    Bom guardar este post e compará-lo com os fatos que virão.

  5. Que sombrio esse torcedor do Arrocho Neves.

    Sr. Queiroz,

     

    O PT ao contrário dos outros partidos  fez muito pelo Brasil! Até parece que o senhor está falando de algum gênio quando foca no Arrocho Neves e Dudu Campriles. Os dados ainda estão rolando – não se assanhe demais, tá!?

    A Dilma será reeleita sim! Não só por ela mas pelo nosso lindo País chamado Brasil. Sua análise é totalmente parcial e irresponsável, ou Vejista mesmo. Sei que é isso que desejam os seus pares – mas nós pessoas de bem – venceremos essa parada!

  6. É por isso que essa eleição vai ser durissima

    Ontem me deparei com uma coisa absurda no  facebook. Um coxinha postou um video antigo em que uma reporter leva sopapos de um vereador. A reporter não diz qual o partido do vereador, mas diz o nome dele. Lourival Rodirgues Moraes, conhecido por Kirainha O vereador agressor é gordinho, baixo, e não usa barba. Porem, a legenda da postagem era:” Vereador  Zé Rainha, do PT, espanca reporter”. O espantoso é que não ha nada no video que ligue a cena ao PT. O vereador agressor não é Ze Rainha, que é magro, alto e usa barba. Mas o video foi compartilhado por centenas de pessoas com ataques virulentos contra o PT. As pessoas ja nem pensam mais. Nem param pra raciocinar. Qualquer coisa de ruim  é logo assossiada ao PT. A merda gruda como chiclete. Isso é fruto da maior campanha de difamação  e maior massacre feito no Brasil contra um partido politico legitima e democraticamente constituido. Por isso que essa eleição vai ser durissima.   

    1. Poderiam aproveitar e mostrar

      Poderiam aproveitar e mostrar o video do Aloysio Trezentos Mil correndo atrás do rapaz para dar umas “porradas”, quando lhe foi perguntado algo sobre o seu envovimento com a Alstom /Trensalão! Este video é “Priceless”!

  7. A resposta é óbvia

    A pergunta, repetitiva, é se foi Dilma a responsável por uma rejeição que se estendeu por todo o Pais ou se foi o PT o principal responsável pela rejeição de Dilma.

    A resposta é óbvia: o governo da Dilma foi um fracasso em termos administrativos e econômicos, então ela é a única responsável pela sua rejeição. Tanto é verdade que a estratégia eleitoral é botar os doze anos de PT em um pacote único. Se a rejeição ao PT fosse decisiva, isso não teria sido feito. Há sim um certo desgaste do partido, mas não é isso que acarretará a derrota da Presidente este ano. É a absoluta falta de esperança em uma líder que mantém a desastrosa equipe econômica atual. O país não aguenta essa turma mais quatro anos.  O Mantega praticamente começou o governo falando em apoio ao setor automotivo, e terminará o governo fazendo a mesma coisa.

    Ela é incompetente ou, se não o for, então não sabe liderar uma Equipe.

    Em se tratando de Presidência da República, isso é crítico…

  8. Rejeição de momento

    O povo brasileiro, bem informado (agora com a propaganda eleitoral gratuita), vai saber reconhecer as coisas boas feitas nestes recentes períodos e, de passagem, conferir a falta de isenção do PIG.

    Um bom exemplo foi o programa: Mais Médicos, com elevada rejeição inicial, com muitas dificuldades para aprovar no Congresso (foi preciso o movimento de rua, em Junho) e, logo de conhecido pela população, teve e está tendo uma enorme aceitação.

  9. A Dilma tem culpa na rejeição

    A Dilma tem culpa na rejeição SIM. Por omissão. O governo apanha diuturnamente na mídia, com ou sem razão, e o que faz para reagir? Nada. Acha que os idiotas da blogosfera (nós) dão conta de desmentir o PIG.

    1. .

      Há mais de dois anos foram alertados para o fato. Não reagir, como também praticar uma política auto-isolacionista, ignorando em boa dose a comunicação com os movimentos e organizações populares, assim como ocupando pouco espaço na interação virtual via internet, principal canal político da classe média, hoje em dia.

      A luta não está perdida. Há tempo suficiente para agir e reagir, pois a oposição, praticamente “coligada” com seus dois principais candidatos, tem cometido erros grosseiros na condução de suas campanhas. É hora de partir para a briga e também de ouvir os setores mais insatisfeitos do PT, da esquerda em geral. O tempo, contudo, é curto e a direita tem pressa.

  10. A conclusão não é coerente

    A conclusão não é coerente com o último parágrafo do texto. Esperar pra ver, mas acredito que esteja completamente enganado, o governo federal tem muito a mostrar, e o horário político fará sim toda a diferença a diferença. 

    Há de se levar em conta ainda o apoio de Lula, que agora com carga máxima, mudará todo o cenário.

    1. O texto todo não é coeretne.

      O texto todo não é coeretne. Ignora realidades distintas, como o desconhecimento sobre Dilma em 2010 para explicar a rejeição de 19% na época, comparar candidaturas novas com as de reeleição e ignorar todas exceções, como Tarso Genro e Pimentel.

      Mas o pior mesmo é achar que Dilma e seus companheiros e aliados caiam ao invés de subir  durante o horário eleitoral. Carece de qualquer lógica ignorar que é a informação que molda a decisão do eleitor e não o ódio. 

  11. Texto pra ser devidamente

    Texto pra ser devidamente guardado, desses pra ser usado na ressaca pós eleição no 1º Turno (onde são definidos o perfil do Congresso Nacional e uma prévia dos novos governadores); é “texto filosófico” carregado descaradamente de torcida, no caso contra o PT.

    Veremos o que esse distinto cientista social tucano dirá no day-after caso suas otimistas previsões não se confirmem.

    De tanto acreditar em mídias sociais (no fascisbuque, por ex., que é um antro da direita e extrema-direita e de desocupados e desocupadas que têm tempo de sobra pra curtir e compartilhar diversas bombas contra o PT, Lula e Dilma), algumas pessoas chegaram ao ponto de achar que essas tais coisas representam de fato a vontade política do eleitorado brasileiro… só fico imaginando se um(a) trabalhador(a) que labuta desde às 06 da matina até as 19 horas tem mesmo tempo pra ver que PT e Dilma são de fato esses capetas apocalípticos que o fascisbuque desenha e que o “mensalão petista” (que ainda hoje é tema de destaque no JN) vai causar esse estrago todo no partido e em Dilma… veremos.

  12. Rs..
    Duendes agressivos, este

    Rs..

    Duendes agressivos, este tipo de postagem parece

    que perdeu espaço nos “bunkers tucano” e estão

    migrando desesperadamente prá cá. Conversão

    messiânica.

  13. Paradoxo de Abilene.

    Dilma é realmente tão rejeitada como estão queren nos fazer crer?

    A situação do atual governo se assemelha à do final do segundo governo FHC?

    Alguém já ouviu falar do Paradoxo de Abilene?

    Acabamos de assisti-lo na Copa do Mundo do Brasil.

    O brasileiro era contra a realização da Copa, certo?

    Se dependesse das pesquisas feitas nas vésperas, sim.

    Só que não.

  14. Se é esse o nível de análise, Dilma ganha no 1º Turno!

    Texto de torcida e não de analista. O primeiro dado que ele pega é da sua baixa rejeição em uma pesquisa de 2010 quando Dilma não era conhecida e nem ligada umbilicalmente a Lula. Na mesma pesquisa ela empatava com José Serra.

    Depois vem uma análise das candidaturas a governador. É certo que a largada foi ruim, mas quem do PT tenta a releição está bem nas pesquisas. Em São Paulo o candidato do PT sempre começa de onde Padilha está e termina com 35%. No Rio o PT abdicou de ter candidato próprio por muitas eleições, como fez no Nordeste onde o “analista” erroneamente atribui a falta de candidaturas próprias a uma fragilidade política inexistente.

    Em Minas Gerais a análise é a mais risível. Tudo o que ele coloca para apontar um futuro eleitoral tenebroso para Pimentel não esconde o fato de que a “terra do Aécio e do Anastasia com maioria de deputados do PSDB” tem hoje um petista liderando com folga as pesquisas contra um candidato que o analista acha ser bom, mas que é um político tradicional envolvido até o pescoço no Mensalão Mineiro.

    Ele devia explicar essa realidade adversa do PSDB hoje em Minas, como pretensiosamente tenta fazer com o PT no resto do país.

  15. Evidentemente, agora em setembro…

    …quando todos conhecerem melhor Aécio Neves e Eduardo Campos… É o que escreve o autor do post no penúltimo parágrafo.

    Evidentemente, agora em setembro, quando todos conhecerem melhor o govêrno de Dilma, a figura patética de Aécio e seu destempêro, e a fragilidade de Eduardo Campos, o povo vai se dar conta da maquiagem dos dois oposicionistas, e optar pela cara limpa de Dilma e seu trabalho feito nos últimos quatro anos.

    Quanto ao articulista, vai estar trancado num quarto escuro e enchendo a cara para esconder a mágoa.

     

  16. Contrariandos todas as

    Contrariandos todas as pesquisas provandao que Aécio nada cresceu e atingiu o seu teto máximo, a cara ¨enxerga¨ esse crescendo, porquanto, olha com sua idelologia rasteiera de aecista. Depois, tudo que o mensalão petista tinha que render, rendeu até a eleição passada e mostrou o petismo crescer cerca de 10% por isso, pois o povo compreendeu que não se poder tratar caixa 2 como se trata gange de assassinos. Tão é fato que o supremo reconheceu que nesses casos não crime de quadrinha e nem problema de se gastar recuros que estiverem em paraíso fiscal. E a prova maior é que quanto os mensaleiros passam pelas ruas para ir ao trablho só recebem sorriso da população.  Quanto a rejieção, essa é só da Dilma e por culpa da mídia ou a falta dessa pelo lado petista por não ter um time que preste

  17. Nem li
    A não ser o Janio de Freias, quaisquer analistas da velha mídia, principalmente em relação ao PT, Dilma, eleições, é partidar isso puro.

  18. Avisa a este desinformado que

    Avisa a este desinformado que aqui em Mato Grosso tem candidato e esta em segundo lugar nas pesquisas, é um jovem médico pronto a desmascarar o Pedro Taques o nosso Demóstenes de Mato Grosso.

  19. CONTÁGIO

    Infelizmente concordo com alguns aspectos pessimistas do artigo.  A questão do “contágio” é a mais séria. Um pequeno exemplo: a moça que faz faxina na casa de uma amiga minha disse um dia desses” eu detesto essa Dilma; não posso nem ver a cara dela!”. Minha amiga quis saber o porque e ela não soube dar as razões. Diante da insistência, respondeu como naquele comercial de televisão: “porque sim”! Pela primeira, temo o pior resultado nessas eleições. Sabia que seria difícil, mas não tanto.

  20. Esse cidadão é um bobão.
    Qual

    Esse cidadão é um bobão.

    Qual o partido no mundo que sobrevive 13 anos de porradas diárias, difamações, máterias falsas, 90% da mídia do país contra, judiciário contra, bancada de sustentação do governo falsa, várias tentativas de golpes …

    E mesmo assim o partido ainda tem vida orgânica, com chances reais de ganhar as próximas eleições no 1° turno.

    O PT é um fenômeno, queira ou não queiram. Só espero que o PT não morra com o Lula.

    E esse bobão ainda vem falar em desgaste de imagem ?

    Vai se… ah! deixa pra lá.

  21. bola de cristal embaçada é um

    bola de cristal embaçada é um problema sério. Não deixa nem ler que 20% são 20% há um tempão…e faço coro com o Mário Siqueira (não conhecia a quadrinha, mas adorei). Me voy

  22. Não sabem quem é o Saulo Queiroz?

    E eu que pensava que minha memória é que tinha ido pro brejo… Saulo Queiroz é um político velho de guerra e figura de proa por onde andou: foi fundador do PFL, um dos articuladores das diretas, deputado constituinte, fundador do PSDB (pois sim, pois sim), depois tesoureiro do DEM (pos é, pois é), saiu da cena parlamentar, depois foi fundador do PSD, de que é  secretário-geral. Andou afastado do Parlamento, mas pretende voltar novamente como candidato a deputado federal do MS pelo seu atual partido. O que ele diz, portanto, tem peso político. Não é baboseira de colunista da midiona. Tem peso político não só pelo respeito que tem entre seus correligionários (a palavra está fora de moda, bem sei) e mesmo entre adversários, mas também porque expressa, se não o pensamento do PSD como tal, pelo menos o de uma corrente influente do partido. Que parece vai ser uma das grandes forças do Congresso. Se eleito, como é bem provável, verão que terá um papel de destaque.

    P.S. Antes de malhar alguém, é bom saber quem ele é. Pois muitas vezes o que parece um palpite pessoal é uma opinião que vai muito além da pessoa que a emite. Como neste caso.

  23. Isso é análise ou torcida? E

    Isso é análise ou torcida? E quanto ao eleitorado que não vota em candidato apoiado por FHC, e não sabe que este é Aético Never? Creio em vitória, ainda que apertada no primeiro turno. A grande diferença de tempo entre a campanha de Dilma, junto de Lula, vai fazer toda diferença. Na hora que se falar em corrupção, é só voltar com aquele comercial das gavetas, pra deixar as aves (pombos e principalmente tucanos) doidos.

  24. Os cenários plausíveis e os não plausíveis

    Considerando que a avaliação de Dilma há alguns meses se mantém estável em aproximadamente 1/3 ótimo ou bom, 1/3 regular e 1/3 ruim ou péssimo, e que é natural que os ótimo/bom votem na Dilma nos dois turnos, que os ruim/péssimo votem em algum anti-Dilma nos dois turnos e que poucos regular votem na Dilma no primeiro turno, mas se dividam no segundo turno, pode-se dizer que alguns cenários, mais parecidos com torcida do que com análise, são bastante improváveis.

    1) Segundo turno entre Aécio Neves e Eduardo Campos, como citado no texto

    Não há motivo para diminuir a parcela dos que avaliam o governo Dilma como ótimo ou bom para muito menos do que 1/3 em apenas três meses, e esse um terço já garante Dilma no segundo turno.

    2) Vitória folgada de Aécio sobre Dilma no segundo turno, como citado no texto

    Ao contrário do que o texto quer fazer crer, o desconhecimento de Aécio por si só não justifica o fato dele não passar dos 40% de intenção no segundo turno. Se isso fosse verdade, haveria ainda um percentual enorme de brancos, nulos e indecisos. Mas não é o que ocorre. Dilma já tem 44%. Os potenciais eleitores de Aécio, que apenas faltam conhecê-lo, não estão nos 44% já definidos por Dilma, e sim nos apenas 16% que restam de brancos, nulos e indecisos.

    3) Vitória da Dilma já no primeiro turno, como dizem alguns petistas mais otimistas

    Com apenas 1/3 de avaliação em ótimo ou bom, é muito difícil obter 1/2 dos votos já no primeiro turno. Em 2006, Lula era mais bem avaliado, não tinha a desvantagem natural de ter tido um antecessor do mesmo partido (o PT só estava no Planalto há 4 anos), a intenção de voto em Lula em julho de 2006 era melhor do que a intenção de voto em Dilma agora, e mesmo assim houve segundo turno. A soma dos demais empata com Dilma no primeiro turno, por enquanto, em 36%, muito provavelmente porque há indecidos sobre qual candidato de oposição escolher. Aécio tem 40% no segundo turno, mas do que a soma de todos no primeiro.

    4) Vitória da Dilma com larga vantagem sobre Aécio no segundo turno

    Não há motivos para Dilma superar a margem que obteve contra Serra em 2010. Há quatro anos, a economia estava bem melhor. E ainda tem o fator Minas Gerais, o segundo estado mais populoso do Brasil. E Lula tinha 80% de avaliação positiva, Dilma tem por volta de 33%.

    5) Segundo turno entre Dilma e Eduardo Campos

    Não vejo porque o terço cativo dos eleitores anti-PT escolheria uma chapa com dois ex-ministros de Lula, se tem a opção de escolher outro candidato que partilha da mesma ideologia gerencialista, mas que sempre esteve em um partido de oposição. Falta de tempo de TV e de uma grande máquina partidária também atrapalham. Além do mais, ele está estagnado desde o início do ano. Parece que esgotou seu potencial, que é ser maioria em Pernambuco e disputar o terceiro com o Pastor Everaldo em outros estados. Eduardo Campos provavelmente terá a relevância de Ciro 1998 e 2002, e Garotinho 2002.

     

    A não ser que ocorra um fato bombástico, os dois únicos cenários plausíveis são uma vitória apertada de Dilma sobre Aécio no segundo turno e uma vitória apertada de Aécio sobre Dilma no segundo turno.

     

  25. É normal, um tucano fazendo

    É normal, um tucano fazendo propaganda para os tucanos.  Mas me parece desnecessário abrir este blog para propaganda tucana já que o PIG cumpre esta função diariamente com enorme e suspeitíssimo zelo.

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