Países de língua portuguesa podem ter vocabulário científico comum

Da Agência Brasil

Os países de língua portuguesa poderão ter um vocabulário comum para as áreas da ciência e tecnologia. O projeto é do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e busca estimular o intercâmbio dos trabalhos desenvolvidos entre os países e facilitar a tradução e a interpretação de outros idiomas para o português.

Com sede em Cabo Verde, o IILP é uma instituição da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP). A entidade tem personalidade jurídica e autonomia científica, administrativa e patrimonial. Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
 
Segundo a diretora executiva do IILP, Marisa Mendonça, o instituto buscará, ainda em janeiro, financiamento com os países da CPLP para tirar o projeto do papel. Para a primeira fase de execução, são necessários 130 mil euros.

 
Atualmente, cada país usa palavras científicas próprias. O projeto pretende padronizar a linguagem. “Cada país está usando uma terminologia própria, de acordo com a sua experiência. O objetivo é criar uma terminologia consensual nos diferentes trabalhos para que realmente possa ser usada na tradução e na interpretação, com termos mais homogêneos”, explica Marisa.
 
Segundo a diretora executiva do IILP, a questão não é novidade. O projeto chegou a ser aprovado pelos países, mas falta financiamento. “A primeira etapa já está desenhada é muito chave. A partir dela, vamos ver como podemos caminhar e quais as capacidades que temos”, diz.
 
Na primeira etapa, a entidade pretende definir termos comuns para áreas prioritárias dos países, como a agricultura. De acordo com Marisa, todos os países devem estar envolvidos.
 
“Uma das primeiras ações é a formação de equipes nacionais. Há uma diferença muito grande em recursos especializados em cada um dos países. Em alguns há muitos especialistas em terminologias. Em outros, não. Temos de começar por ai, formando equipes”. O vocabulário definido será oferecido gratuitamente pela internet.
Redação

3 Comentários

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  1. esse deve ser um fator,  mas

    esse deve ser um fator,  mas certamente ~há muitos outros que

    servem de impecilho para o desenvolvimento científico

  2. Difícil de executar

    Nem num mesmo país há uniformidade absoluta, diferentes tradutores, traduzindo sem ter noçao do que os outros já usam, usam termos diferentes para um mesmo conceito.

    E há um problema adicional: os próprios teóricos, em muitas áreas — a Linguística é uma delas — podem usar o mesmo termo para conceitos diferentes, e termos diferentes para conceitos pelo menos muito próximos, que se diferem o fazem mais pelas definiçoes dadas do que pelos fenômenos que conceituam. Exemplos em Linguística: o que Martinet, por ex., chama de morfema é apenas um subtipo do que Bloomfield chama de morfema, que por sua vez corresponde ao que Martinet chamaria de monema (mas definido diferentemente); o que o mesmo Martinet chama de lexema é diferente do conceito de lexema de Lyons. Como uniformizar?

  3. como vai ser?

    Como vão escolher qual grafia usar?

     

    Eu não vou escrever electrão, protão, neutrão, ião, anião, catião, …. como o pessoal do lado de lá.

    Pode esquecer.

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