Parlamentarismo poderia dar um jeito no jeitinho

Por Igor Cornelsen

Comentário ao post “O jeitinho nos anos eleitorais

Concordo com a sua conclusão: “o problema não é de ditadura ou de democracia. É de jeitinho.”
 
Diria entretanto que o jeitinho tem uma causa, o mandato fixo.
 
Se o sistema fosse parlamentarista nada disto aconteceria. No parlamentarismo não adianta fazer jeitinho, como o governo Dilma faz agora, e os governos militares e seus seguidores civis fizeram. 
 
No presidencialismo eles conseguem mais um mandato fixo, no parlamentarismo cairiam no dia do ajuste. No parlamentarismo,para o conjunto de ministros, não teria nenhum sentido protelar problemas, eles teriam de enfrentá-los antes das eleições porque cairiam em seguida se fossem desmascarados, sendo substituídos por um novo ministério, até da mesma coligação, que viesse a fazer tudo diferente. 
 
A troca de ministros na França no momento prova exatamente isto, o mesmo partido está fazendo o oposto do que o que o antecedeu.
Governo impopular não se sustenta no parlamentarismo, mas no presidencialismo se arrasta até as próximas eleições, paralisando o país por um longo período, como no segundo mandato do FHC.
 
Não é por outro motivo que o parlamentarismo com voto distrital predomina nos países desenvolvidos, e o único a ter presidencialismo puro, apesar do voto distrital, é os EUA. Lá também quando o presidente é de um partido e o congresso de outro, os EUA param.
 
Já os sub desenvolvidos, que vivem de crise em crise, intercalados por golpes e ditaduras, são todos presidencialistas.

 

Redação

20 Comentários

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  1. Jeitinho e parlamentarismo

    Igor,

    Prefiro o parlamentarismo como sistema de governo, mas não acredito que uma nova consulta popular sobre o assunto consiga resultado diferente da anterior.

    O parlamentarimo é algo que o péssimo CN, aquela casa de mãe joana não quer nem ouvir falar.

    1. Votar para presidente com poder é poder dado ao povo

       

      Alfredo Machado,

      É preciso observar com mais detalhes estes dois regimes. O parlamento é o lugar de todas forças políticas. Existe proporcionalidade na representação. Proporcionalidade que no caso brasileiro é dupla, pois a eleição é feita de forma proporcional e não de forma majoritária. O executivo é o lugar de uma força só. Força que é escolhida pelo voto majoritário.

      O voto proporcional e o parlamento são lugares de proteção de minorias. O voto majoritário e o executivo são lugares de privilégio de maiorias. O grande avanço da democracia representativa moderna em relação a democracia direta da Grécia, não considerando que muitos eram excluídos (Os “idiotas”, por exemplo, não participavam da democracia direta grega), foi superar o caráter excludente do voto majoritário.

      É preciso em primeiro plano esta superioridade da democracia representativa sobre a democracia direta. Na democracia direta, a vontade majoritária é excludente das minorias enquanto na democracia representativa as minorias podem estar presentes na arena política.

      Esta superioridade não teria muito efeito se a atuação do parlamento fosse pontual. Os parlamentares se reuniriam somente no dia da votação e ali naquele momento dava-se o voto. Ainda assim, dependendo do tempo dessas sessões, os grupos minoritários poderiam se ajuntar e verificar se eles poderiam criar dificuldade para a aprovação do que estaria sendo submetido à votação, no caso em que os interesses desses grupos minoritários estivessem sendo prejudicado.

      Então, por incluir as minorias, o parlamento é mais democrático do que a democracia direta, quando a democracia é definida no seu sentido moderno: ou seja, a manifestação do povo sem a exclusão das suas minorias.

      E que se destaque que o funcionamento do parlamento não é pontual. A democracia funciona no parlamento como um processo. É um processo contínuo onde as minorias encontram mais campo para defesa dos interesses de cada minoria. E como é realizado este processo de proteção? É através do “toma-lá-dá-cá”, do “é-dando-que-se-recebe”, dos acordos, conchavos e barganhas, ou em outras palavras, do mais puro e lídimo fisiologismo ou clientelismo, ou seja lá o nome que se queira dar a isto.

      Desde a época que se combatia o ex-presidente José Sarney, eu tenho manifestado a minha crítica a esta falta de entendimento do processo parlamentar ou democrático. É preciso entender que o fisiologismo é da essência da democracia moderna. (Na democracia direta não há fisiologismo, a menos que os votantes sejam em número pequeno em que se poderia estabelecer algum acordo entre eles).

      Nesse sentido de proteção às minorias, não tenho dúvidas sobre a superioridade democrática do Poder Legislativo sobre o Poder Executivo. E não posso deixar de dizer que é no Poder Legislativo que ocorre o fisiologismo.

      Se em minha opinião, o Poder Legislativo é mais democrático do que o Poder Executivo e eu sou para a minha zona de conforto a favor da democracia, eu defendo o parlamentarismo como um regime mais democrático do que o presidencialismo.

      Ocorre que no presidencialismo há um evento transcendental que é a eleição do presidente. Com poderes de execução razoáveis e dentro de um prazo razoável (A meu critério o prazo deveria ser ou de 5 ou de 7 anos, para que não houvesse coincidência de eleições em todas as disputas e ao mesmo tempo para que em determinados anos houvesse esta coincidência e que a coincidência se alternasse entre as eleições municipais e as eleições estaduais) se elege um presidente de modo direto pela população. Então há no presidencialismo um momento de grandeza democrática, ainda que seja no sentido antigo de democracia, que é uma demonstração de confiança em um povo ao se lhe dar um poder que ele chamais obterá em qualquer outra forma de governo. É em razão deste evento que eu prefiro o presidencialismo. Na antiguidade um poder incomensurável era concedido pelo Senhor aos monarcas por prazo que ficava a critério do Senhor. Atualmente é o povo que concede o poder que é limitado e é por prazo definido, que ainda se submete à vontade do Senhor.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 03/04/2014

      1. Paelamentarismo

        Clever Mendes de Oliveira,

        Tudo em paz ?

        Existe muito a fazer por aqui, um dos itens a opção pelo parlamentarismo, outro o fim do voto obrigatório.

        Ontem terminou o recurso privado para campanhas políticas, o que reconheço como um grande avanço, e ainda existe esta urna eleitoral que não vale nada, já foi devassada por hackers sem muita dificuldade.

        Quanto ao exercício da democracia,à la Islândia, tenho certeza que não verei este tempo, vivemos no ambiente político do ‘toma lá, dá cá’  e duas bancadas a quase dominar o CN, as de médicos e ruralistas. Parlamentarismo é impossível neste ambiente.

        Um abraço

        1. Defendo o presidencialismo pelo poder dado ao povo

           

          Alfredo Machado (quinta-feira, 03/04/2014 às 17:51),

          Valeu o retorno.

          Faz tempo que eu mantenho a minha luta pela compreensão do processo democrático. Sou ruim de conversa, tanto pessoalmente como mediante comentários, e talvez por isso eu nunca tenha conseguido convencer ninguém. Pode ser também dada a fragilidade da minha argumentação.

          Todo o meu arrazoado em meu comentário enviado hoje, quinta-feira, 03/04/2014 às 13:22, para você aqui neste post “Parlamentarismo poderia dar um jeito no jeitinho” de quinta-feira, 03/04/2014 às 11:04, e vejo que você volta com as mesmas idéias. Você também deve sentir assim como a mim se ler este meu comentário de retorno ao seu.

          A primeira questão que eu faço em um debate sobre democracia é qual a democracia que se discute. Discute-se a democracia idealizada, ou discute-se a democracia real.

          O seu primeiro argumento é de que dois aperfeiçoamentos na democracia brasileira seriam a ida para o parlamentarismo e o voto obrigatório.

          Bom, não creio que a opção pelo parlamentarismo seja um aperfeiçoamento, mas sim uma mudança. A razão para não ver no parlamentarismo uma superioridade em relação ao presidencialismo, eu a apresentei em meu comentário para você. Transcrevo-a a seguir: o poder que se concede ao povo de escolher, em igualdade de condições, um presidente da República com razoáveis poderes e por um tempo definido. Não vejo este poder como algo de bom sob o aspecto de resultado, ou seja, não considero que a escolha do povo seja a melhor. Sob o aspecto democrático, entretanto, não vejo nada mais justo, ou um tanto pleonástico, nada mais democrático.

          Quanto ao voto não obrigatório, eu lembraria no ensino fundamental obrigatório. O ensino fundamental obrigatório não é uma obrigação dada a jovens ainda sem capacidade de discernimento. O ensino fundamental obrigatório é para os país da criança. É para pessoas com conhecimento. Enquanto houver o ensino fundamental obrigatório, eu penso que deve existir o voto obrigatório. É um aprendizado. Para os que votarem mais de vinte vezes pode dar a eles o voto facultativo.

          Em relação ao fim do financiamento privado por pessoa jurídica, eu sou de opinião semelhante a sua e considero que é um aperfeiçoamento. E, embora não seja verdade, se você ficar satisfeito, eu diria que fui convencido por você.

          A consulta via internet na Islândia nunca foi exaustivamente esclarecida e então temos – e digo no plural porque é quase certo que esta seja também a sua situação – informações incompletas, confusas ou mesmo equivocadas sobre o que ocorreu naquele país. Continuo afirmando que a democracia representativa é superior a democracia direta, a menos que a democracia direta possa ser feita em um processo. E a observar que a democracia direta em um processo que permita a proteção de interesse minoritários através dos acordos, a ética poderia estar presente pois a própria pessoa poderia renunciar ao seu interesse.

          Eu mencionei sobre a necessidade de se distinguir a democracia real da democracia idealizada para que se possa discutir sobre o assunto. Há mais distinções a serem feitas. A democracia que se discute será aplicada em uma sociedade real ou em uma sociedade idealizada? Se temos uma sociedade em que todos são iguais com o mesmo nível de conhecimento por que precisaríamos da democracia representativa. Aliás, em uma sociedade assim nem precisaríamos de Estado. Não que a Islândia seja uma sociedade assim como esta idealizada onde todos são iguais, mas a diferença lá é bem menor. (Segundo a CIA, o índice de Geni da Islândia em 2006 foi 0,28)

          E então voltamos à discussão do “toma-lá-dá-cá” que você não aceita na sua democracia. É preciso que primeiro se defina o que você entende por “toma-lá-dá-cá”. Eu chamo isso de fisiologismo. E o que é o fisiologismo para mim? Fisiologismo, na minha definição e que para mim é da essência da democracia representativa, é o representante colocar o interesse do representado acima de qualquer outro interesse e negociar de todo modo permitido por lei de tal forma que na composição final dos interesses conflitantes que é em que consiste o processo democrático, o interesse de quem ele representa esteja defendido ou garantido ou pelo menos ele lutou com este intuito.

          O sentido da democracia é o que eu disse no parágrafo anterior: a composição de interesses conflitantes (Se os interesses são conflitantes há luta) realizada por representantes que não podem renunciar (Se não se pode renunciar não há que se falar em ética) à defesa dos interesses dos representados, ou seja, colocam os interesses de quem o representante representa acima de qualquer interesse, tudo isso sendo realizado dentro da legalidade.

          Normalmente quando eu falo sobre esta definição da democracia, as pessoas recriminam pelo fato de que o bem comum está ausente da definição. Eu digo que ele não está ausente. O bem comum é uma espécie de pressuposto desta definição. A democracia não pode se realizar contra o bem comum. Agora em cada caso concreto o único bem comum conhecido é a lei. Então a composição de interesses conflitantes sempre se dá de acordo com a lei. Agora quando o bem comum é conhecido previamente no caso concreto não há necessidade da composição de interesses conflitantes. O representante coloca o interesse do representado acima de qualquer outro interesse. Só não o coloca acima do bem comum quando o bem comum é conhecido.

          Eu falei um pouco a este respeito em comentário que enviei segunda feita, 10/03/2014 às 12:45 para Josias Pires junto a comentário dele enviado domingo, 09/03/2014 às 16:50, e que se encontra na primeira página do post “Como superar o Centrão herdado da Constituinte?” no endereço a seguir:

          https://jornalggn.com.br/noticia/como-superar-o-centrao-herdado-da-constituinte

          O post “Como superar o Centrão herdado da Constituinte?” originou-se de um comentário de Diogo Costa tratando da correlação de forças no Congresso Nacional. O comentário de Josias Pires é apenas a transcrição de artigo de Boaventura de Sousa Santos sobre a Índia. No artigo intitulado “A surpresa que vem da Índia” Boaventura de Sousa Santos me parece desiludido com a democracia ocidental e sonha que ela pode se realizar de outra forma.

          Também posso mencionar uma discussão que mantive com Alessandro Argolo sobre a questão do bem comum junto ao post “As semelhanças entre 1964 e 2014” de terça-feira, 04/03/2014 às 10:04, da lavra de Luis Nassif. Junto a um comentário de Alessandre de Argolo enviado quarta-feira, 05/03/2014 às 13:29, eu fiz uma série de comentários sobre esta questão. Na verdade o meu primeiro comentário seria suficiente se eu não me equivocasse ao dizer que “quando existe o bem comum não há democracia no sentido de composição de interesses conflitantes”. Eu queria dizer “quando se conhece o bem comum naquele caso concreto não há composição de interesses”. O endereço do post “As semelhanças entre 1964 e 2014” na primeira página onde lá no final mantive a discussão com Alessandre Argolo é:

          https://jornalggn.com.br/noticia/as-semelhancas-entre-1964-e-2014

          Então, temos algumas divergências que posso consolidar em três: 1) qual democracia você trata; 2) Em qual sociedade será aplicada a democracia e 3) o que se entende sobre o fisiologismo.

          Na minha visão, o fisiologismo é algo natural e essencial no processo democrático. Processo democrático que ocorre nas democracias ocidentais e não um processo idealizado. Veja entretanto, como Luis Nassif trata o fisiologismo no post “FHC combate o fisiologismo que praticou” de quarta-feira, 16/11/2011 às 09:59 e que pode ser visto no seguinte endereço:

          https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/fhc-combate-o-fisiologismo-que-praticou

          No início do post “FHC combate o fisiologismo que praticou” ele diz:

          “O fisiologismo é uma praga do modelo político brasileiro”.

          E para fechar o que ele estava argumentando e antes de apresentar uma lista de ministros de Fernando Henrique Cardoso que ele referiu-se como exemplo de fisiologismo, ele diz o seguinte:

          “Como garantir a governabilidade sem sistemas de cooptação política?”

          Então, como para Luis Nassif o fisiologismo é uma pecha, na concepção dele o fisiologismo só pode ser algo ilegal e, portanto, bem diferente do que eu tomo como fisiologismo e ao mesmo tempo o fisiologismo para Luis Nassif é algo legal porque sem fisiologismo não há governabilidade e Luis Nassif não poderia ser um defensor da ilegalidade.

          A única forma de conciliar esta concepção de fisiologismo com características conflitantes: uma pecha, mas legal, é imaginar que a democracia de Luis Nassif é uma democracia ideal.

          Este problema do conceito é muito sério mesmos nessas discussões nossas amadorísticas. Menciono muito o post “FHC combate o fisiologismo que praticou”, porque lá eu fiz uma série de comentários exatamente questionando o entendimento que os comentaristas faziam sobre o termo. Outro exemplo que se tem em que a desinformação afeta bastante o entendimento é sobre os tipos de votos e discussões semelhantes. Veja, por exemplo, aqui neste post “Parlamentarismo poderia dar um jeito no jeitinho”, o comentário de Teo Ponciano enviado quinta-feira, 03/04/2014 às 15:10, e que ficou intitulado “Fora voto distrital, lixo”. Provavelmente ele é contra o voto majoritário para eleições para o parlamento. Eu também sou contra. O voto proporcional é um avanço. O voto proporcional como eu disse protege os interesses minoritários, pois os interesse minoritáios mediante o voto proporcional têm mais condições de se fazerem presentes no parlamento. Só que o voto distrital não significa voto majoritário. Voto distrital se opõe a voto geral, assim como voto majoritário se opõe a voto proporcional. Você pode ter uma eleição em que o voto seria contabilizado proporcionalmente ao total de votos de cada partido, mas os candidatos só poderiam receber voto dentro de um distrito. Poderia ocorrer de um mais votado em um distrito não ser eleito se ao escolher os eleitos do partido dele não houve quociente eleitoral suficiente para chegar à vez dele. No entanto todos entendem o voto distrital como sendo um voto majoritário.

          Clever Mendes de Oliveira

          BH, 03/04/2014

  2. síndrome de vira-lata

    Adoro aqueles que julgam que a solução de todos os problemas do mundo estão postos naquela mágica que ele sonhou e, ao acordar, viu que era famosa bala de prata. Parlamentarismo no Brasil levaria a Eduardo Cunha como primeiro ministro, ou Michel Temer, ou, quem sabe, ao próprio Aécio. Assim como na Itália levou a Berlusconi ou a Aznar na Espanha ou a Blair no Reino Unido ou a tantos outros pelo mundo afora. As comparações do autor do post remetem à síndrome de vira-lata, só isso.

  3. Argumentos frágeis.

    O Igor comete alguns erros graves:

    Relacionar, como causa e efeito, desenvolvimento com a sistema de governo é o primeiro deles.

    Isto quer dizer que a Africa, América Latina e boa parte do antigo Leste Europeu seriam desenvolvidos se tornassem parlamentaristas?

    Bem, respeito a opinião, mas não posso concordar.

    São processos intrincados e bem mais complexos que esta redução apresentada por ele, mas que, a bem da verdade, poderá ser influenciado pelas escolhas de governança e mandatos, mas sem o caráter determinista.

    Outra coisa é vincular estabilidade institucional com popularidade, isto é tolice absurda, até porque boa parte das políticas de Estado necessárias são extremamente impopulares.

    O governo FHC era impopular em seu segundo mandato, mas quem olhasse o cenário político e as manifestações da mídia, naquela época, diria que FHC era o campeão dos campeões, enquanto agora, um governo muito melhor, é apresentado como o inferno na terra.

    Não é problema de parlamentarismo ou presidencialismo, é a acomodação dos interesses e os conflitos e atritos gerados por este movimento.

    Se fossemos parlamentaristas, Dilma com toda sua popularidade e intenções de voto poderia ser derrubada pelo PMDB e as oposições em dois tempos. 

    A coalisão e governabilidade em sistemas de governos distintos está em eixos distintos, por óbvio, mas funcionam dentro de uma mesma lógica: equilíbrio de forças e disputa acirrada de interesses, onde cada grupo tem mais ou menos coesão para se fazer representar e influenciar os rumos do governo e do Estado.

    No presidencialismo, este eixo é no prazo de cada mandato, e depois se transfere a agenda parlamentar, dependendo de cada arranjo constitucional.

    No parlamentarismo, este eixo é permanentemente volátil e frouxo, e impõe que os governos sejam cada vez mais parecidos com os antecessores (de fato o que tem ocorrido na Zona do Euro), haja vista que os sistemas políticos não querem “trocar de roupa” toda hora.

    O que aocnteceu nos EEUU aconteceu na Itália, por exemplo, onde o dissenso entre as forças políticas foi tanto que levaram meses até formar um governo, que teve que ser parido por força do Chefe de Estado, o presidente.

    Devem haver bons argumentos para defender o sistema parlamentarista, mas eu não os conheço, até agora…

  4. Problema

    No parlamentarismo os governantes não podem protelar a solução dos problemas?

    tá, ok, mas…  e quando os problemas são inventados, tipo “refinaria de pasadena”?

    O governo pode cair ou ficar paralisado emquanto a mídia não gostar do governo.

    Com mídia corporativista não iria funcionar.

  5. Em observação: Como é na realidade spin

    Vou deixar isso aqui prá ver depois… se for o caso de retificação isso será feito,,,,somente os reis é que não se retificam…e não sou rei …

    Sou a favor do parlamentarismo mas não na realidade atual e sim noutra realidade totalmente oposta, estou falando de realidade spin,,,,agora tenho que sair,,,se não me engano falei disso nas abas esquerda e direita do meu blog (http://www.josecarloslima.blogspot.com), se não falei preciso falar…mas por alto seria tudo baseado na localidade, na cidade…,o eleitor vota para formar os parlamentos local, provincial e federal que, por sua vez escolhe, dentre eles, um para fazer as vezes de Poder Executivo….Na pequena cidade de Santo Antônio do Descoberto o eleitor vota nos nomes que ele concluiu serem os melhores para representá-lo. Formado o parlamento, este elege, dentre eles mesmo, um para representá-lo no parlamento local, um segundo vai lhe representar na Assembleia Legislativa Estadual e um terceiro nome vai representar a cidade no parlamento federal…Isso quer dizer que o Congresso Nacional será um parlamento formado por representantes de cada um dos mais de 5 mil municípios, sendo que este super-parlamento escolhe, dentre eles, um para fazer as vezes de Poder Executivo, cargo no momento ocupado por Dilma Rousseff….Uma questão: São Paulo, com milhões de habitantes tem, no Parlamento Federal, o mesmo peso de uma cidadela de 3 mil habitantes, sim…quem mandou a cidade inchar….na verdade cada cidade nem poderia passar de 100 mil habitantes mas aconteceu o que aconteceu…SP está prestes a ficar sem água…bem feito

    inté…

     

  6. Hidra de três cabeças

    O Brasil nunca deixou de ser parlamentarista desde 1961. Nem presidencialista.

    A Constituição de 1988 apenas confirmou isso, escaldada pelo cerceamento do parlamento pela ditadura.

    Não esqueçamos que a constituição foi escrita pelo Parlamento, não por uma Constituinte. Não por acaso, legislou em causa própria.

    O problema está no presidencialismo parlamentarista, essa hidra de três cabeças que torna o executivo refém do legislativo e vice-versa, abrindo a porta para todo tipo de negociata, extorsão, chantagem e corrupção.

    O fiel da balança – o poder Judiciário – sempre pende para onde os ventos são soprados.

    Num regime parlamentarista, o governo cai quando perde a governabilidade.

    No presidencialismo parlamentarista, ele precisa comprar a governabilidade.

    Oposição não deveria ser extorsão. Governar não deveria ser sedução

    O sistema eleitoral está todo montado pra isso, via financiamento privado das campanhas.

    Essa é a principal causa da corrupção no Brasil.

    Quem vai querer mudar o jogo que está ganhando?

    É por isso que precisamos de uma constituinte, ainda que exclusiva para fazer a reforma política.

  7. Credo em cruz a Itália é um aviso ao pretenso Parlamentarismo.

    Balbúrdia a la Italiana isso seria um parlamentarismo brasileiro, com esses parlamentares pertubando a Governança no Presidencialismo imaginem  no Parlamentarismo?

    Temos um Parlamento achacador e movido por interesses inconfessáveis  mesmo com mais de cinquenta por cento de renovação..

     

  8. “Governo impopular não se

    “Governo impopular não se sustenta no parlamentarismo…”

    Discordo. Em sociedades diversificadas, fragmentadas, até, em múltiplas minorias, sem partidos orgânicos, o parlamentarismo só favorece acordos conservadores. Em um Congresso com representação majoritariamente patronal um governo popular não teria vez.

  9. Idéia marota aparada em dados descontextualizados

     

    Igor Cornelsen

    Você utilizou um texto de Luis Nassif não tanto factual para trazer uma tese fundada em dados um tanto marotos. Sua proposta tem um quê do que se chama “jeitinho brasileiro”, pois se destaca mais pelo oportunismo do que pela consistência do que foi afirmado.

    Embora eu não tenha feito uma crítica direta a este seu comentário que se transformou neste post “Parlamentarismo poderia dar um jeito no jeitinho” de quinta-feira, 03/04/2014 às 11:04, junto ao comentário de Alfredo Machado enviado hoje, quinta-feira, 03/04/2014 às 11:20 aqui neste post “Parlamentarismo poderia dar um jeito no jeitinho”, eu procuro estabelecer uma diferenciação importante entre presidencialismo e parlamentarismo que é mais das vezes esquecidas quando se fala sobre este dois regimes de governo.

    E em uma crítica mais ligeira ao seu texto, eu creio que seria pertinente dar destaque a acontecimentos interessantes ainda que não muito recentes em um país de velho uso do parlamentarismo e dar destaque também a realidades parlamentares ocorridas em dois países no após II Grande Guerra. Assim trago à lembrança, os governos do Japão e da Itália que permaneceram nas mãos de mesmos partidos durante uns bons quarenta anos e todos eles fazendo a política necessária para a permanência no poder em cada ocasião. Ainda mais que podiam puxar a eleição para a época certa. Não propriamente se poderia dizer que eles adotavam a política certa na época certa como você quer dar a entender do seu comentário.

    Outro caso a se lembrar é que com um pouco mais de esforço Leonardo James Callaghan, Barão Callaghan de Cardiff, de origem operária, poderia ficar no governo até 1980, quando talvez o que se via como meros indícios pudessem ser consubstanciados como resultados da política econômica que adotara e levassem a resultados eleitorais que o permitissem ficar no governo por prazo maior. Por não ter feito o esforço, perdeu o voto de confiança e teve que convocar eleições, vindo a perder para Margaret Thatcher.

    Margaret Thatcher por sua vez estava em queda livre na popularidade e com nenhum sinal a vista de reversão quando surgiu a oportunidade da Guerra pelas Malvinas. Ganha a guerra, ela aproveitou o repentino aumento de popularidade e antecipou as eleições, ganhando-as e reinando por um bom tempo, até ser defenestrada pelo colega dela de partido John Major.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 03/04/2014

  10. Das dez maiores economias do mundo. . .

    Das dez maiores economias do mundo, EUA, China, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Brasil, Itália, Rússia e Índia, só os Estados Unidos e o Brasil ainda adotam o regime presidencialista, todos os outros tem regime parlamentaristas, com algumas diferenças entre si, mas parlamentaristas.

    Não podemos nos comparar aos Estados Unidos, quanto à qualidade dos eleitores, dos deputados, senadores e principalmente da mídia muito mais imparcial naquele país que no nosso. 

    Eu acho que só teríamos a ganhar com um regime parlamentarista, é provável que se tenha alguma dificuldade no começo, e que até aparecesse alguns aventureiros como primeiro ministros, mas tendo sempre uma figura isenta como presidente, um jurista, um decano de uma universidade, os possíveis desvios seriam corrigidos a tempo.

    1. Mídia nos Estados Unidos

      Mídia nos Estados Unidos muito mais imparcial que a nossa? Não. Mais parcial que a nossa impossível, mas a mídia lá é bem parcial também. Podem até haver diferenças (um prefere Democratas, outros Republicanos), mas a esmagadora maioria defendem as mesmas ideias.

      Se levarmos o sistema político como medida de sucesso, os EEUU não são o melhor exemplo. No chamado “mundo desenvolvido”, é o mais desigual, nem sistema público e universal de saúde existe lá, e com conflito social e índices de violência e encarceramento maior do que os outros países ricos.

       

  11. Fora voto distrital, lixo

    Fora voto distrital, lixo político.

    Mantenha-se por enquanto o presidencialismo.

    Prioridade total a uma lei de medios e liberdade e pluralidade na mídia.

    O resto é o canto da sereia.

  12. Devemos ser “fracos” mesmo…

    Devemos ser “fracos” mesmo… ;/

    Há alguns anos os brasileiros SE MANIFESTARAM sobre SISTEMA DE GOVERNO, e ganhou o PRESIDENCIALISMO.

    Então é assunto superado…parlamentarismo NÃO.

    Mudou alguma coisa, desde o meu “último cochilo”? Ahã…   

     

  13. Eu prefiro o parlamentarismo

    Eu prefiro o parlamentarismo também. O foco seria outro: eleição de maior número de parlamentares.

    Aqui, o que importa é a Presidência da República. Aí, quando o sujeito é eleito, tem que fazer concessões mil para manter uma base programática minimamente coesa.

  14. Só de pensar…

     

    na possibilidade do Eduardo Cunha ser o nosso Primeiro Ministro, sinto calafrios. Com o nível de lideres parlamentar que temos: como está, está bom demais.

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