Proteínas de bactérias que causam doenças podem gerar novos medicamentos

Jornal GGN – Uma equipe internacional de cientistas descobriu que proteínas que constituem membranas que recobrem a estrutura de dois tipos de bactérias causadoras de doenças podem ser usadas no desenvolvimento de novos medicamentos. O estudo, feito por pesquisadores de instituições como Monash University, National Institutes of Health (NIH), Instituto de Tecnologia da Geórgia e Diamond Light Source, foram publicadas nesta segunda-feira (2) na revista Nature.

A “bama”, membrana feita de proteínas, serve de armadura para que bactérias possam entrar no organismo sem ser incomodadas pelo sistema de defesa do corpo. É justamente essa armadura, que ajuda no desenvolvimento das infecções, que tem sido estudada pelos cientistas. Eles conseguiram fazer o mapeamento completo dessas membranas e da estrutura completa de dois tipos de bactérias – uma responsável pela gonorreia e outra por DSTs que contribuem no desenvolvimento do vírus HIV.

Em geral, essas bactérias são muito resistentes contra antibióticos. A ideia é usar os mecanismos pelos quais as membranas tornam as bactérias resistentes aos medicamentos – e “invisíveis” aos anticorpos – para criar um novo tipo de remédio que possa usar esses benefícios em favor dos pacientes.

“Esses resultados são uma etapa importante em nossa estratégia de longo prazo para entender os primeiros passos no processo de invasão – na qual as bactérias modificam suas propriedades superficiais externas – que pode ser capaz de parar a infecção antes que ela se estebaleça”, explica o professor Trevor Lithgow, da Escola de Ciências Biomédicas da Universidade de Monash e coautor da pesquisa. “Esees resultados nos deixam mais perto de compreender bactérias e explorar suas fraquezas”.

Os pesquisadores têm se dedicado principalmente ao estudo das superfícies externas das células bacterianas individuais. Com microscópios sofisticados, os cientistas estão fazendo novas descobertas a respeito da complexidade das bamas, e dos mecanismos que as ajudam a esconder-se do sistema imunológico humano e a estabelecer suas infecções. Os pesquisadores acreditam que nessa complexidade está a chave para, a contrapartida: criar um mecanismo reverso, no qual as proteínas possam ser usadas para interromper o processo infeccioso.

“As bactérias usam maquinaria molecular altamente complicada nos primeiros estágios da criação de suas populações no corpo. Se podemos derrubar apenas um dos aspectos-chave, podemos desativar o mecanismo inteiro”, afirma o professor Lithgow.

Com informações do Phys.org

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador