Seis razões para os trabalhadores combaterem o golpe, por Railídia Carvalho

Enviado por José Carlos Lima

Do Vermelho

6 razões para os trabalhadores brasileiros combaterem o golpe
 
Como ficaria o Brasil sem a política de valorização do salário mínimo, iniciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e consolidada pela presidenta Dilma Rousseff? Um impeachment contra Dilma e um eventual governo do vice Michel Temer atacam a Consolidação das Leis Trabalhistas, proteção do trabalhador brasileiro. Com Temer será o fim das políticas de inclusão social, que melhoraram a vida dos mais pobres, e o início da agenda de exploração sem limites do trabalhador.
 
Por Railídia Carvalho
 
Confira o que propõe o Plano de Michel Temer para os trabalhadores:

1 – Fim do ganho real do salário mínimo

 
Acabar com todas as “indexações para salários e benefícios”, como quer o documento Ponte para o Futuro ou plano Temer, sela o fim do maior acordo salarial da história do Brasil, a política de valorização do salário mínimo. Fruto da luta do movimento sindical, o reajuste do mínimo se dá pela inflação mais a metade do crescimento do PIB de 2 anos anteriores. Na prática, a “desindexação” é o fim do reajuste automático da renda do trabalhador e do seu poder de compra. 

 
2 – Adoção do negociado sobre o legislado (Ataque à Consolidação das Leis Trabalhistas-CLT)
Neste ponto, o Plano Temer defende que negociações coletivas tenham mais valor que uma lei trabalhista que tem 73 anos e que garante carteira assinada, jornada de trabalho definida, férias remuneradas, 13º e diversos benefícios. O objetivo disfarçado é a perda de direitos já que o peso dos patrões acaba se sobrepujando sobre os empregados (principalmente no caso de sindicatos descompromissados), em especial em períodos de crise em que o trabalhador tenta assegurar o emprego.     
3 – Estímulo à Terceirização no mercado de trabalho
Os defensores do impeachment são autores de pelo menos 55 projetos no Congresso Nacional que terceirizam todas as atividades de uma empresa. Rejeitada pelos trabalhadores, a terceirização apresenta estatísticas sombrias sobre o trabalho nestas condições: lidera acidentes de trabalho, com mortes e sequelas, o trabalhador ganha menos, trabalha mais em situação de precariedade e é vitimado por doenças ocupacionais.
 
4 – Previdência: Mais trabalho e menos benefícios
O plano Temer defende a idade mínima para a aposentadoria que pode chegar a 67 anos. Essa medida penaliza o trabalhador de baixa renda, que começa muito cedo no ofício. A desvinculação do salário mínimo aos benefícios da previdência atinge 22 milhões de aposentados: sem reajuste, essas famílias (principalmente trabalhadores rurais) terão a renda congelada e perdem o poder de compra.
5 – Desobrigação dos repasses públicos para saúde e educação
Os trabalhadores e os filhos dos trabalhadores do Brasil foram os mais beneficiados com as políticas públicas para a saúde e educação implantadas nos governos Dilma e Lula. Também serão eles os mais prejudicados no caso de vigorar medida do plano Temer que desobriga União, Estados e municípios a repassarem recursos para essas áreas. Assim como a política do salário mínimo fez a renda dos pobres crescer mais que a dos ricos, o Prouni e o Mais Médicos garantiram, respectivamente, acesso ao ensino superior e atenção à saúde àqueles historicamente excluídos.
6 – Aumento do desemprego
O arrocho salarial sinalizado pelo Plano Temer diminui o poder de compra do trabalhador, seja o que está na ativa ou o aposentado, e enfraquece a economia. O resultado será o aumento do desemprego, um cenário distante do pleno emprego vivido entre 2009 e 2014, quando o Brasil registrou taxas baixíssimas de desemprego em várias regiões. A conclusão é simples: O PMDB vai colocar o prejuízo na conta do trabalhador. 

 
 
Redação

10 Comentários

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  1. se você foi pra rua,…

     

     

    … apoiar o #golpedosladrões , ….  dê uma olhadinha nisso, … e veja a burrice que você cometeu….

  2. Todo mundo vai se ferrar, mas

    Todo mundo vai se ferrar, mas confesso que terei um gostinho especial em ver aqueles pobres que vestiram camisetas piratas da cbf pra ir às carnacoxinhas se ferrando de verde e amarelo! Enfim, a globo não passou 50 anos emburrecendo a maior quantidade possível de gente a troco de nada…

    1. vc tá enganado brother

      …não foram os pobres que vestiram a camisa amarela da CBF. Aquela camisinha é cara, pobres nem tem grana para comprar uma daquelas.

      O público coxinha da zona sul do Rio e da Paulista nada tem de pobre e trabalhador com carteira assinada vingente pela CLT.

  3. Eu até sou favorável ao fim

    Eu até sou favorável ao fim da indexação. Sem ela, deixa de existir a retroalimentação da inflação, que joga os índices do ano anterior para o atual, ou seja, é muito mais difícil reduzí-la, pois sempre tem um percentual automático de aumento que vem do ano anterior sendo jogado para o ano corrente.

    Mas antes que me joguem pedras, de forma alguma sou favorável a proposta apresentada por Temer.

    Ele quer desindexar salários, ok. Mas teve alguma menção a alugueis, planos de saúde e todo tipo de contrato de serviços que usam indexação para reajustes anuais? Claro que não. Ou seja: só vale para salários e benefícios.

    Outra coisa: seria muito menos traumático, se fosse um processo gradual, reduzindo ano a ano a aplicação dos índices em toda a economia (e não apenas nos salários), e que fosse feita em um período positivo, com inflação baixa, como tivemos durante a era  Lula, não em um período de recessão violenta, como agora.

    Do jeito que está sendo proposta, só vai ferrar o trabalhador, e sem vaselina.

  4. De que golpe o autor está

    De que golpe o autor está falando? Do governo que fez maquiagem nas contas públicas para garantir a reeleição ou o de fazer aquilo (corte de direitos trabalhistas, arrocho econômico, etc) que acusou que seus adversários fariam? Em visto deste histórico, NADA garante que se Dilma permanecer ela não irá adotar essas medidas…..

    1. Nada a ver

      O autor tá falando do golpe da água em SP, vc se lembra que a midia escondeu né, o autor tá falando da promessa da merenda, agora roubada. Pelo menos no caso de Dilma, a crise se instalou por causa da queda dos preços da comoditties e do petróleo, vai se informar antes de falar bobagem

    2. Dilma não cometeu crime, então se apegam a qualquer tese

      Dilma não cometeu crime, então os golpistas se apegam a qualquer tese

      Vai ai um desenho. O comentário é de Renato Lazzari:

      Mais essa… “Estelionato eleitoral”, pedaladas, decretos… firulas, pretextos e desculpas esfarrapadas para o golpe retomar os poderes econômico e político do povo e reconcentrá-lo, recolocá-lo onde esteve desde a fundação da República.

      Alguém tem a ilusão de que as instituições sob comando desses golpistas vão dar atenção às desigualdades de oportunidades? De que a pobreza popular, por exemplo, diminuirá? Que o crime popular – e não o dos malandros federais – diminuirá? Quantos muros a classe média vai ter que construir para proteger seu patrimônio contra a investida dos sem-educação, sem-saúde, sem-terra, sem-teto e esfomeados?

       

  5. são razões certamente


    são razões certamente fundamenais pra rejeitr o golpe…

    mas já é um começo pára alinhar uma enorme gama de justificativas

    para abominar essa infamia golpista…

  6. Tudo isso é muito relativo

    Vai acabar a política de valorização do salário mínimo? Isso é mau? Na verdade é muito relativo. Aumentar o salário mínimo não é o mesmo que aumentar o salário médio. Quando se aumenta o salário mínimo acima da inflação, o que se obtem é o achatamento pela base da pirâmide salarial: aquele trabalhador que até a vérspera ganhava um real a menos que o novo mínimo, passa a ganhar exatamente um mínimo; aquele outro que ganhava um real a mais, continua ganhando a mesma coisa.

    No fim das contas, quem decide o valor dos salários não é o governo, mas o mercado de trabalho. Se determinada faixa tem o aumento forçado, esse aumento é compensado por perdas nas outras faixas. Simples assim.

    O plano é atacar os direitos trabalhistas? Mas esses direitos são tão bons quanjto se afirma? Se são, por que os direitos trabalhistas abundam nos países pobres e são escassos nos países ricos? Mais uma vez repito: quem decide o valor dos salários é o mercado de trabalho, a presença ou ausência de direitos trabalhistas apenas afeta qual percentual deste valor de mercado será salário direto ou indireto. Os indiretos, também chamados encargos trabalhistas, saem do bolso do empregador mas não entram no bolso do empregado, e sim nas contas de bancos estatais, na forma de impostos vários. Quando o décimo terceiro foi tornado obrigatório, os empregadores passaram a calcular o valor do salário em carteira dividindo o total anual por 13 ao invés de 12. Quando o governo instituiu o GPS obrigatório para as domésticas, as patroas começaram a descontar do valor do salário em carteira. A mesma coisa quando foi instituído o FGTS obrigatório. Simples assim. O governo gosta tanto de conceder direitos trabalhistas porque quanto mais encargos, mais dinheiro entrando no bolso do governo sem fazer escala no bolso do trabalhador.

    Essa reforma vem em boa hora.

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