Temer vai para Goiás atrás de votos pelo impeachment

 

Jornal GGN – Atrás de votos a favor do impeachment na decisão definitiva do Senado, o presidente interino Michel Temer viajou até Goiás, onde esteve na festa de aniversário do senador Wilder Morais (PP-GO) e conversou com diversos senadores. Também estavam na festa os parlamentares Eunício Oliveira (PMDB-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Sérgio Petecão (PSD-AC), José Medeiros (PSD-MT) Hélio José (PMDB-DF) e José Perrela (PR-MG).

O interino fez um breve discurso para os presentes na festividade, homenageando o aniversariante e cumprimentando, pelo nome, todos os políticos importante que estavam lá, incluindo Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás. “Nessa nossa interinidade, o que estamos tentando fazer é unir o país. Os brasileiros têm que estar unidos para tirar o país da crise”, disse Temer.

Ontem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha concedeu entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, no Canal Brasil, e admitiu que fez concessões ao PP para que a legenda apoiasse o impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados. O partido ganhou mais espaço no governo interino, como o Ministério da Saúde, que tem um dos maiores orçamentos entre os ministérios. 
 
“Houve uma negociação, virou a noite. E o presidente do PP (senador Ciro Nogueira) e o deputado Dudu da Fonte (PP-PE) numa noite viraram o bloco inteiro”, disse Padilha. Para que a presidente Dilma seja definitivamente afastada do cargo, são necessários os votos de ao menos 54 dos 81 senadores.

 
Do O Globo
 
Em busca de votos pelo impeachment, Temer vai a Goiás
 
Presidente esteve em festa de aniversário de senador no fim de semana
 
Em busca de votos a favor do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente interino Michel Temer intensifica o corpo a corpo com senadores e ontem deixou sua casa em São Paulo para comparecer ao aniversário do senador Wilder Morais (PP-GO), em Goiás.
 
Nas conversas com aliados, no trajeto entre a base aérea de Goiás e a fazenda de Morais, Temer fez uma avaliação sobre os votos para a aprovação do impeachment e orientou os líderes a mapearem dificuldades de indecisos e encaminhá-las para ele resolver.
 
Na festa, para cerca de quatro mil pessoas, Temer conversou com vários senadores ao som de músicas de Wesley Safadão e Aviões do Forró. Os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), Ciro Nogueira (PP-PI), Sérgio Petecão (PSD-AC), José Medeiros (PSD-MT), Hélio José (PMDB-DF) e José Perrela (PR-MG) estavam presentes. Para a plateia, fez um rápido discurso. Homenageou o aniversariante e cumprimentou nominalmente todos os políticos importantes que estavam ali, inclusive o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
 
— Nessa nossa interinidade, o que estamos tentando fazer é unir o país. Os brasileiros têm que estar unidos para tirar o país da crise — discursou Temer. — Os brasileiros têm de ter essa alegria que estão expressando aqui.
 
Em referência ao aniversariante, o presidente interino lembrou a trajetória do senador que “nasceu na roça” e chegou ao Parlamento, e aproveitou para falar da sua origem.
 
— Eu sou filho de imigrantes (…) e cheguei aonde cheguei.
 
A visita ao aniversário do senador foi rápida. Em apenas 40 minutos, Temer já retornava ao avião que o levaria para Brasília. No trajeto de helicóptero para a fazenda de Morais, em Nerópolis, conversou com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira. Ouviu do parlamentar que, dos 27 governadores, 23 estão aplaudindo a iniciativa de negociar a dívida com os estados. Temer teria dito que foi uma coisa simples de fazer.
 
— Como Dilma não fez isso antes? Não recebia o povo, podia ter tentado encaminhar as coisas simples — disse Temer, segundo Eunício.
 
Ontem à noite, em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, no programa “Preto no branco”, do Canal Brasil, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, admitiu que houve concessões ao PP para que o partido apoiasse o impeachment de Dilma na Câmara. Em troca, a legenda ganhou um espaço maior no governo Temer. Coube ao PP, por exemplo, o Ministério da Saúde, uma das pastas de maior orçamento da Esplanada.
 
— A negociação foi feita considerando o momento. Se nós formos rememorar, havia um PP, o PR e o PTB, tinha um bloquinho que estava fechado com a presidenta que hoje está afastada. Houve uma negociação, virou a noite. E o presidente do PP (senador Ciro Nogueira) e o deputado Dudu da Fonte (PP-PE) numa noite viraram o bloco inteiro — contou Padilha. — Daí porque houve essa participação tão expressiva do PP (no governo).
 
Padilha negou pressão sobre os senadores, que confirmarão ou não o afastamento de Dilma. Segundo ele, o que tem ocorrido são conversas. Para Dilma ser afastada de vez, é preciso o voto de dois terços do Senado, ou seja, de pelo menos 54 dos 81 senadores.
 
— O que eu posso dizer é o que o presidente Temer é um político de excelência, e ele tem conversado muito — disse o ministro.
 
Após ter dado a entender que defendia o fim da Lava-Jato, Padilha afirmou que a operação prestou um grande serviço ao Brasil. Ele disse que esse e outros escândalos atrapalham a imagem dos políticos, mas negou que haja dificuldades no governo Temer por isso:
 
— O governo tem mais que dois terços na Câmara, mais que dois terços no Senado, votou tudo o que queria até agora; aprovou com larga folga. Portanto, não há crise política no governo, mas eu vejo um desgaste na imagem dos partidos e dos políticos.

 

Redação

7 Comentários

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  1. O que a gente quer saber:

    O que a gente quer saber: quando Temer sairá do seu conforto e fará algum encontro com o povo, nas ruas, ou mesmo através dos canais de televisão? 

    A outra pergunta que não quer calar: o que podemos esperar de um presidente que não tem aceitação pública suficiente para se dirigir ao povo?

  2. Devem ter vindo para a festa

    Devem ter vindo para a festa da quadrilha..,..o Wider era suplente do Demóstenes Torres….o Eunicio Oliveira, senador pelo CE, é um mega-latifundiário, vários trabalhadores estão presos, juizes de cidades do interior estão enquandrando o MST como crime organizado…,..quem é mesmo o crime organizado, heim…

  3. Patético o aceno para o nada.

    Patético o aceno para o nada. Somente o séquito dos homens dele, seus poucos e oportunos seguidores. Aí, ele teve a idéia de tirar o paletó e a gravata para simular um presidente em ação. Imagem forte!  Ah, janotinha, tem que arregaças as mangas, cê num sabe? Num sabe porque sempre foi uma sombra decorativa.

  4. A Rampa da Arca.

    “O PMDB é uma arca de Noé. Sem Noé nem arca.” – Jânio Quadros

    Nassif: pode dizer o que bem se entender, mas que o Homem da Vassoura sabia das coisas é inegável. E dizia porque captava dentro das “forças ocultas” o dedo em riste desse Partido. Tal como teve o dedo do inelegível Interino do Jaburu para que, via André Esteves (Banco BTG Pactual), Cunha tivesse as contas pagas na campanha para a presidência da Câmara, logo após a eleição de 2014. Segundo o que se conseguiu apurar até agora, foi um milhão. Mas pode passar em muito esse número impar. Só para a Extra Taxi Aéreo foram R$ 788 mil, mais R$ 61 com a Ícaro Taxi Aéreo (este, da campanha eleitoral). É só verificar com o Azevedo, tesoureiro do Partido à época. Parece ali se esboçava o golpe, que desde 12 de maio, tenta firmar o grupo. Pela fala de alguns presentes ao banquete-show, a viagem foi para distribuir benesses e tentar consolidar o impedimento. Esse pessoal, desde que foi despejado da arca, esta cada dia mais “animal”. Como sempre, com forte tendência à irracionalidade.

  5. Esta coisa toda está

    Esta coisa toda está provocando mesmo vontade de vomitar. Nem na compra de votos da emenda da reeleição, nem no toma lá dá cá para aprovar 5 anos de mandato para Sarney, nem no vale tudo para Maluf se tornar candidato a presidente pelo PDS a pouca vergonha foi tão explícita, praticada à luz do dia, diante dos olhos de todos. Uma vergonha! O Brasil coxinha envergonha qualquer cidadão com um mínino de noção de decência.

  6. Por enquanto ele está andando

    Por enquanto ele está andando apenas no meio dos votos dos traíras. Quer ter segurança que manterão o golpe.

    No fundo a sua trupe está preocupada com alguns traíras, que podem serem vítimas desses mesmos traíra.

    Como sou otimista, quem sabe que uns três trairas, não resolvem trair outra vez.

  7. Uma pergunta boba.

    Se os parlamentares que estão em duvida estão recebendo benesses para que possam “pensar a respeito” de votar a favor do golpe, o que aqueles golpistas que já garantiram o SIM estão ganhando?

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