Um país acovardado, o caso McCarthy

UM PAÍS ACOVARDADO, O CASO MC CARTHY – O ano de 1950 marca o deslanche da Guerra Fria com dois acontecimentos cruciais ocorridos em 1949: a detonação da bomba atômica soviética e o triunfo do comunismo na China. 

Havia uma percepção nos EUA de que os russos conseguiram a bomba com espiões levando os segredos da construção do artefato, o que era em parte verdadeiro. Muitos espiões foram presos, como Alger Hiss e Klaus Guchs, formando um quadro que, combinado com o triunfo de Mao Tse Tung na China, provocou grande inquietação nos Estados Unidos.

É nesse cenário que surge um demagogo – Joseph Mc Carthy -, que se aproveita do choque que esses dois acontecimentos impactantes e fartamente explorados pela mídia impressa e pela TV que esta começando, criam na população americana, e lança uma caça as bruxas que opera em ondas crescentes contra vários grupos sociais. 

O Senador Joseph Mc Carthy foi eleito pelo Estado interiorano de Wisconsin contra o então Senador Robert La Folette, um veterano que Mc Carthy acusou de ter lucrado com a guerra enquanto ele, Mc Carthy lutava na Marinha.

A campanha virulenta garantiu a Mc Carthy a cadeira no Senado e levou La Folette ao suicídio.

No mesmo período também se desenrola a Guerra da Coreia, uma guerra contra o comunismo, o que atiça o clima. 

A primeira campanha de Mc Carthy foi contra 205 funcionários do Departamento de Estado, acusados de comunistas por ele.  Sua narrativa era de que o Partido Nacionalista caiu na China por conta da sabotagem desses diplomatas, o que era um absurdo. O Governo Chiang Kai Shek caiu por causas objetivas mas essa queda foi uma surpresa, uma vez que a mídia americana nunca apresentou a realidade de um regime apodrecido que cairia por sua incompetência, miséria da população e alta corrupção. O casal Chaing Kai Shek era adorado nos EUA.

Mc Carthy fez campanha para o candidato presidencial de 1952 de seu Partido Republicano, o General Eisenhower, que não tolerava sua demagogia mas foi aconselhado a jamais criticá-lo pois Mc Carthy tinha apoio popular e da mídia.

O segundo grupo de ataque na campanha anti-comunista de Mc Carthy foi Hollywood, diretores, roteiristas, artistas, dramaturgos, produtores, dentre eles o legendário Chales Chaplin esteve prestes a ser preso e fugiu para a Europa por causa de Mc Carthy. 

O Senador era temido e ninguém o enfrentava, seus discursos no Senado eram violentos e longos, uma vez discursou por seis horas ininterruptas, presidia o Subcomitê de Atividades Anti Americanas do Senado, transformado-o em Tribunal Anti-Comunista. Era abastecido de informações por J.Edgar Hoover, diretor do FBI, a policia federal americana.

No ataque à comunidade artística, Mc Carthy desgraçou carreiras, provocou suicídios, e muitos artistas se exilaram para não ser perseguidos. Seus interrogatórios no Senado eram televisionados e ele humilhava os inquiridos.

Sua terceira onda de ataques foi  contra o Exército. Centrou baterias contra o General George Marshall, uma figura lendária, respeitadíssima, o arquiteto da vitoria americana na Segunda Guerra, acusado de ser tolerante com o comunismo, assim como todo o Governo Trumam e o antecessor Franklin Roosevelt.  

O General George Marshall, Premio Nobel da Paz de 1953,  foi mentor do Presidente Eisenhower que não o defendeu dos ataques de Mc Carthy, tal o medo que este provocava no Partido Republicano, submetido aos seus caprichos.

Mas ao atacar o Exercito Mc Carthy não mediu o que estava em jogo e superestimou sua força. O Exército o enfrentou e o derrubou.  Em 21 de desembro de 1954 o Senado provocou um voto de censura contra Mc Carthy, que o derrubou por 67 a 22, tirando-lhe o cargo de presidente da subcomissão, que era sua trincheira. A partir dai Mc Carthy derrapou rapidamente para a decadencia e sua real dimensão ficou clara para o País, um reles demagogo que explorava certos temores da sociedade americana mas que era um canalha e um vilão sem nenhum caráter.

Mc Carthy morreu aos 48 anos de hepatite mas a real causa foi seu alcoolismo. Deixou um rastro terrível na Historia americana, um vampiro de carreiras e vulgar explorador de sentimentos e receios de uma sociedade amedrontada.

A lição do Caso Mc Carthy é o perigo que cruzadas falsamente moralistas “em prol do interesse publico” podem encobrir ação de maníacos e demagogos. A registrar o papel indecente da mídia conservadora a favor de Mc Carthy, especialmente do grupo TIME LIFE, que o prestigiou até o último momento de sua cruzada, um apoio acrítico que fez também não ser atacado pelos seus colegas do Congresso ou pela Suprema Corte.

Mc Carthy desgraçou milhares de pessoas a quem acusava de espiões comunistas sem que outras forças do País lhe cortasse os passos.

Mc Carthy foi uma mancha negra na Historia americana, que os Republicanos de hoje fazem questão de esquecer.

Redação

40 Comentários

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  1. Muito oportuno como antitese

    Muito oportuno como antitese do Brasil pois este nao eh um pais acovardado !

    Parabens pela lembranca, proposital ou nao. ;o)

  2. Como não temos o senso de

    Como não temos o senso de país que os americanos têm e também por causa da ignorância da maioria da população, temosd no Brasil vários Mcarthy. Todos tendo o suporte da Rede Mcarthy Globo. Senão vejamos: Joaqui Barbosa, Sérgio Moro, o claramente amalucado fundamentalista Deltan Delagnol, Aécio, Eduardo Cunha, Gilmar Mendes, etc etc etc

    Bem que o nosso exército poderia tomar a mesma atitude do exército americano, e depois que um destes loucos que ameação os interesse nacionais prendeu o Almirante Othon, e mandar um aviso a estes delinquentes que estão a enlamear o nome do nosso país peranre o mundo.

    E não me venham, dizer que fazem isto para combater a corrupção. Depois que o Youssef denunciou o Aécio e o juizeco fea de conta que não ouviu, conclui que esta lava jato é uma farsa maior que o mensalão do PT.

    Lembrem-se que a pseudo ministra Rosa Weber, em voto escrito pelo amalicado Moro, confessou que condenava José Dirceu sem provas. Será que o Moro encontrou estas provas agora?

    Acredito que se a Dilma cair viveremos uma siatuação pior do que aquela conhecida por Mcartismo que o André se refere.

    Mergulharemos em uma crise sem prazo pare terminar onde a esquerda será duramente perseguida, talvez até mais que na ditadura de 64 a 85, e os trabalhadores perderão tudo o que conquistaram durante os governos petistas. Se protestarem, serão duramente reprimidos pela polícia. Estes fascistas que proliferam nas redes sosciais e programas dito humorísticos porão a cara para fora e ninguém conseguirá pará-los.

    Creio que haverá uma ditadura ainda pior. será a ditadura midiática onde tentarão vender para a população que todos os males eram culpa do PT e que agora iremos para o paraíso. Toda corrupção do PSDB será enviada para embaixo do tapete e em troca os tucanos salvarão a mídia da debacle.

    Teremos mais uns cinquenta anos de atraso. 

    Gostaria que os brasileiros pensassem um pouco. Todos os que querem a derrubada do PT governaram o país por 180 anos. Que país eles entregaram ao Lula em 2002?

    Nos últimos doze anos a minha vida e dos que estão ao meu redor, melhorou ou piorou?

    Se o PT inventou a corrupção, então porque as estatísiticas dos últimos doze anos desmentem esta verdade e provam que nunca se roubou tão pouco neste país?

    A verdade é que justiça está se aproximando dos corruptos do andar de cima. o que vemos hoje é a reação deles ao perigo de se verem presos. Para impedir isto, apelam a mesma tática de sempre, e que sempre funcionou.

    Com o apoio da mídia vendem a idéia de que os corruptos são os outros.

     

  3. O problema de McCarthy é que

    O problema de McCarthy é que ele deixou milhares de seguidores. Ou seja, não existe um McCarthy mas milhões dele espalhados pelos EUA e Europa, cuja tarefa agora é demonizar islamicos, latinos , russos (comunistas ou não) , social-democratas europeus (a campanha contra Straus-Kahn beira o tipo de campanha a la McCarthy) … tudo , agora , com um objetivo .. preservar Wall-Street, a City, a OTAN e Israel  e logicamente O DOLAR como moeda de reserva (obviamente mantendo o direito do Federal Reserve de imprimi-lo para cobrir o deficit .. )

    De qualquer maneira, excelente artigo .. mas me parece que os EUA continuam amedrontados .. só aumentaram os focos dos medos … mas as razões continuam as mesmas.

  4. Como o nosso McCarthy vai prender o Lula

    Publicado em 08/08/2015

    Como o Moro
    vai prender o Lula

    Os “delatores” não aguentam dois dias em Guantánamo …

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    O General Assis Oliva recebeu essa valiosa informação.

    O General Assis Oliva foi o que convidou os tucanos para governar.

    Depois, ele esteve em São Paulo na Fel-lha e no Instituto Lula.

    É possível que tenha dado conhecimento dessa preciosa informação.

    É a que se segue.

    O Juiz Moro da Vara de Guantánamo vai mandar prender uns bagrinhos do Paraná.

    Os bagrinhos não vão aguentar 48 horas numa das celas em que os mictórios são grampeados pelos delegados aecistas.

    E vão fazer delações premiadas – uma ou duas de 7.980 delações premiadíssimas.

    Daquelas delações do tipo: ou confessa ou vai  apodrecer aqui dentro.

    Aí, os bagrinhos vão jurar que viram o Lula meter a mão na grana !

    Que grana ?

    Grana, assim, em geral !

    Grana.

    E o Moro manda prender o Lula.

    Pano rápido.

    Paulo Henrique Amorim

     

  5. Incrível como uma única

    Incrível como uma única pessoa consegue causar tanto mal e deixar um país inteiro de joelhos. Isso jamais aconteceria nos dias atuais. No, wait…

  6. NOOOSSA!!NÃO APRENDÍ ISSO NA

    NOOOSSA!!NÃO APRENDÍ ISSO NA ESCOLA,QUE HISTÓRIA!!!

        ENTÃO TEMOS NOSSO MC CARTHY “NEVES” , GENERAL MARSHAW”OTHON”,TIME-LIFE”GLOBO” E OS ARTISTAS;

          PERCEGUIDOS(OPS!!QUERO DIZER PERSEGUIDOS) SÃO OS MILITANTES DE CERTO PARTIDO;

              ESSA HISTÓRIA PARECE A ATUAL DO NOSSO BRASIL!!!!!! VALEEEU ANDRÉ ARAÚJO!!!!!!!!

    1. O Grupo TIME LIFE teve papel

      O Grupo TIME LIFE teve papel fundamental na estruturação da Rede Globo de Televisão nos anos 50 e 60 atrav´s de um acordo de consultoria que envolvia financiamento. Veja as memorias do executivo da Globo JOE WALLACH, homem da

      Time Life na Globo, publicadas no Brasil, ele narra todas essas tratativas. a TIME LIFE era a porta voz de Joe Mc Carthy

      e sustentou por 4 anos sua cruzada anti-comunista, não é uma coincidencia?

  7. *

    “Falando em falso moralismo, começaram a tão aguardada campanha…”

    Ministério Público Federal lança no Rio campanha contra a corrupção

    Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-08/ministerio-publico-federal-lanca-no-rio-campanha-contra-corrupcao

    O Ministério Público Federal (MPF) lançou hoje (7), no Rio, a campanha 10 Medidas Contra a Corrupção, que pretende recolher assinaturas em todo o país para apresentar ao Congresso Nacional um projeto de iniciativa popular contra a corrupção e a impunidade. A meta é recolher, até 2 de setembro, 500 mil assinaturas. São necessárias 1,5 milhão de assinaturas para apresentação do projeto.

    A procuradora regional da República Mônica de Ré, coordenadora da campanha no estado, explicou que é preciso agilizar os processos dos crimes de corrupção, definindo penas maiores para esse tipo de crime. “Como as penas são baixas, os réus acabam tendo uma série de benefícios. Eles cumprem [pena] geralmente em regime semiaberto, aberto ou domiciliar, o que gera a cultura da impunidade. Nossa proposta é aumentar as penas para crime de corrupção e torná-lo crime hediondo, quando o valor da propina for superior a 100 salários mínimos.”

    Para a também procuradora regional da República Silvana Batini, uma das raízes da corrupção está no sistema eleitoral, por meio de doações ilegais de campanha, seja do chamado caixa 2 – de recursos não declarados – ou mesmo das doações legais, mas de origem criminosa.

    “Entre as medidas propostas pelo MPF, a mais importante é a criminalização do caixa 2. O caixa 2 é muito difícil de ser imputado, de se obter uma condenação, porque ele não existe. Uma outra medida é colocar os partidos como corresponsáveis por esse ilícito. Hoje um partido que viabiliza uma campanha indevidamente financiada não sofre punição, mas, na verdade, ele é o grande avalista da candidatura”, disse Silvana, que já foi como procuradora regional eleitoral.

    Os 10 temas da campanha são: prevenção da corrupção;  transparência e proteção à fonte de informação; criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos; aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores; aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal; celeridade nas ações de improbidade administrativa; reforma no sistema de prescrição penal; ajustes nas nulidades penais; responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2; prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado e recuperação do lucro derivado do crime.

    Para participar da campanha e baixar os formulários para recolher assinaturas, basta acessar o endereço eletrônico http://www.combateacorrupcao.mpf.mp.br.

    Edição: Armando Cardoso

  8. Muito bom conhecer a

    Muito bom conhecer a história, a trajetória de uma figura medíocre que infernizou uma nação inteira e que somente foi defenestrado qdo mexeu com gente das forças armadas. Será que, por motivo igual, veremos por aqui algum desMOROnamento? Ou nosso caso é, digamos, mais complexo?

    Mas, gostaria de maiores explicações sobre o procurador (?) que atazanou a vida do Bill Clinton naquele rumoroso caso com a estagiária Mônica Lewinsky. Foi ação isolada do tal procurador ou se tratou de um “negócio” mais amplo?

  9. E o argumento do interesse

    E o argumento do interesse nacional andré não serve neste caso?

    Na URSS por muito menos se mandava para um campo de concentração.

  10. Esse mundo é muito louco.

    O homem que denunciou o lobby stalinista (desculpe o senso comum do termo) na política externa do Estados Unidos foi literalmente censurado por mexer com o exército e execrado pela mídia corrupta democrata. Se a pessoa for alcóolatra, gay ou ganhar uma geledeira de um bicheiro, tem a credibilidade destruída perante a plebe católica ignara. Êta pôs-modernidade estranha. No século XVIII ou XIX esses homens seriam heróis.   

  11. os sans-culottes parlamentares

    Não existe vivalma no parlamento para expor este simples fato?

    Ao eleger estes desqualificados representantes os eleitores não sabiam do ovo da serpente?

    A falta de cultura explica tudo.

  12. Era só um

    O problema era que McCarthy era só um. Foi fácil derrubar um. Aqui no Brasil temos milhares de McCarthy no momento. E o exército é amistoso com eles.

  13.  
    Mc Edward Moro
     
    NOTA

     

    Mc Edward Moro

     

    NOTA FÚNEBRE:

    o lado Moro do Edward poderia ser protagonizado pelo Joachin

     

    Passa a régua!

  14. Situação tão parecida com a

    Situação tão parecida com a nossa, que dá a impressão que o pessoal foi treinado por quem tem experiência no assunto

  15. Entendo o entusiasmo de

    Entendo o entusiasmo de alguns por um possível paralelismo histórico entre o Macartismo, fenômeno ocorrido nos EUA na década de 1950, e o atual contexto político nacional. Mas esse entendimento não significa endossar algumas inferências totalmente descabidas, porque forçadas. 

    Apreendo, tanto é que sou um dos críticos mais mordazes, que desde o processo apelidado de mensalão o aparato repressivo do Estado pela tríade Polícia Federal-Ministério Público e Judiciário, pelo menos em parte, se deixou enlevar pelo “espírito de cruzada”. Nesse afã, não tiveram pejo de assumir posições com indisfarçado viés antigovernista e antipetista, não por coincidência quando eclode de forma mais contundente e virulenta em parte da sociedade uma rejeição a essas duas instâncias políticas.

    Fazendo o meio-de-campo e se valendo das estratégias da chantagem e da bajulação alternadamente para açular ainda mais o ímpeto justiceiro dos agentes do Estado, a dita grande imprensa, Estratégias eufemisticamente denominadas de “parceria” na qual e pela qual ambas se retroalimentam através de vazamentos seletivos, exposições midiáticas, condecorações para inflar egos, e mais outras ações do gênero. 

    Há, sim, no país atualmente um certo clima com características assemelhadas ao Macartismo no que este tinha de cruzada, boçalidade, ignorância política, ímpeto persecutório, hipocrisia e paranoia. Onde reside, então, minha discordância com algumas opiniões exaradas em alguns comentários?

    A primeira e principal é quanto a tentativa de se apontar “um” Joseph Mc Carthy mesmo em conjunturas que tangenciam alguns pontos comuns. Soa como despautério, por exemplo, atribuir ao Juiz Moro ou a qualquer personagem singular um perfil minimamente aproximado do senador americano. Insistir nisso será, a meu ver, um erro de cognição, uma injustiça, e no limite uma desonestidade intelectual. 

    A segunda é pelas motivações: o congressista americano protagonizou um embate eminentemente político(para o público interno americano) e ideológico(para o resto do mundo). Encarnou e encampou uma paranoia(que era quase geral na sociedade americana da época) extravasada através de métodos deploráveis, a exemplo da dedurarem e patrulhamento.

    O Juiz Moro é um magistrado. Age dentro dos ditames da Lei e tem sobre si uma cadeia de “conformidades”, começando pelas limitações legais e ultimando com as jurisdições superiores. Se peca pela fatuidade, o rigor excessivo, a complacência com vazamentos, a desumanidade, e o já escrito sentimento de “restaurador”, tais excessos ou desvios não elidem duas verdades: a) que está presidindo um processo criminal, ou seja, onde há denunciados(alguns já condenados) por crimes diversos; e, b) todos os seus atos seriam, e são, passíveis de retificação por Cortes superiores. 

    O mesmo vale para o Ministério Público e seus (alguns) imberbes procuradores que “se acham”. 

    Reafirmo todas as críticas anteriores feitas as instâncias citadas. Como frisei em certa ocasião: os eventuais excessos cometidos dentro de um arcabouço de legalidade menos que um paradoxo é o reflexo de uma contexto histórico no qual o corpo social se cinde e se antagoniza como é o nosso caso atualmente. 

     

    1. Quando li seu comentário,

      Quando li seu comentário, voltei a ler o post do AA, pensei: acho que perdi alguma coisa, pois na primeira vez não entendi que ele se referia ao Moro. Na segunda vez, também não. Penso que o mais perto que chegou foi dos inúmeros movimentos que existem por aí e na imprensa. Posso estar enganada, mas foi isso que entendi.

      1. Malú,
        Foi bom esse teu

        Malú,

        Foi bom esse teu comentário porque me deu a chance de clarificar o meu.

        Minhas referências ao Juiz Moro e aos demais personagens vinculados com a Operação lava Jato foi para contraditar alguns comentaristas que forçaram uma similitude a meu ver inexistente entre e o senador Mc Carthy.

        O post do André Araújo foi muito pertinente,  tanto pelas informações trazidas como a possibilidade, sim, de se traçar uma paralelo entre dois contextos históricos nos seus aspectos mais amplos. 

    2. http://www.muco.com.br/index.

      http://www.muco.com.br/index.php?option=com_content&id=289:o-caso-rede-globo-time-life-&Itemid=53

      Meu caro Costa, agradeço seu sempre inspirado comentario. Há um link historico, o carro-chefe da midia que sustentou Mc Carthy era o grupo Time Life, que está na RAIZ da Rede Globo, a mesma que é o carro chefe das correntes anti-petistas

      hoje super ativas, é curioso esse mesmo DNA. Henry Luce fundador da TIME LIFE era o Roberto Marinho dos EUA e sua esposa Claire Booth Luce foi Embaixadora no Brasil no segundo governo Vargas.

      1. Cometi um erro, Claire Booth

        Cometi um erro, Claire Booth Luce foi indicada pelo Presidente Eisenhower para ser Embaixadora no Brasil mas por razões

        politicas no Congresso dos EUA não chegou a vir ao Brasil e pediu demissão do cargo, isso depois que ela teve lições de Português e se preparava para viajar para o Rio. Antes disso ela foi Embaixadora na Italia por tres anos, uma das maiores Embaixadas americanas naquela época. Vou fazer um post sobre essa extraordinaria mulher, conressista, escritora e

        intelectual, criadora da revista LIFE, fanatica anti-comunista e dai seu apoio a Mc Carthy.

        https://en.wikipedia.org/wiki/Clare_Boothe_Luce#/media/File:Luce_and_Sheks.jpg

  16. Time Life/Globo/Abril

    Por coincidência o grupo Time Life foi quem financiou a Rede Globo por aqui a partir dos anos 60, e se não há engano esta empresa, atualmente uma das principais vozes do Tea Party, teve, ou ainda tem, alguma coisa a ver com o Grupo Abril da gloriosa Veja.

  17. Será que teremos ?

       Quem sabe, um Roy Cohn, um Gerald Schine, ou um advogado corajoso como Joseph Welch.

        Estudar o que ocorreu com McCarthy, é interessante para os “novos macartistas”, pois ele foi um “boi de piranha” da HUAC, apareceu na midia, foi endeusado por ela, meteu medo em um monte de gente, se achou “poderoso”, mas de todos que participaram, o apoiaram, nesta caça as bruxas, como Hoover, MacCarran, Karl Mundt, na hora que ele se considerou intocavel, todos os abandonaram, ele foi jogado aos leões pelos seus ex-apoiadores, todos se safaram, um até virou Presidente ( Richard Nixon ), o unico paralelo com o fim de McCarthy , é de um de seus antecessores na HUAC, o que começou a “investigar” Hollywood, por “ordem” de Hoover, o congressista Parnell Thomas, que quando não interessava mais ao sistema e a Hoover , foi indiciado e condenado por corrupção.

          O “sistema”, por mais que “éticos”, “polianas” e assemelhados possam insistir, não acaba, ele se recicla, e para tal reciclagem/modernização, utiliza-se deste tipo de pessoas, uteis até determinado momento, após realizarem o trabalho depurativo, que eles acreditam que comandam, afinal são de fé inabalavel, são lançados ao limbo, caso fiquem quietos, ou ” caem para cima ” ( ganham cargos importantes mas irrelevantes ), e caso insistam muito em suas cruzadas, o sistema os engole e cospe como caroços.

    1. Meu caro Junio, perfeita

      Meu caro Junio, perfeita analise.  Aqueles que acham possivel ACABAR com o sistema de financiamento de politica no Brasil a partir da Lava Jato devem estudar a Historia. O “”sistema”” tem 515 anos e faz parte da espinha dorsal do Pais.

      Vai acabar? E o que fica no lugar? Um sistema de freiras carmelitas? É crivel? Como os politios vão viver?

      Politico precisa SEMPRE de dinheiro na safra e na entre-safra, caso contrario so milionarios de raiz poderão ser politicos.

      Um metodo seria o dos EUA, empresas e pessoas podem doar qualquer valor à politica, desde que declarado, sem risco de persiguição. Doou, registrou, está limpo, não importa o valor. Legalize-se o lobby, o lobbysta recebe honorários, contabiliza e pode lutar por contratos do cliente na Pertrobras, nos EUA a Boeing tem lobistas no Congresso para lutar por verbas para compra de caças, tudo pago e bem pago, com nota fiscal e recibo. Essa clareza choca a cultura brasileira de falsa honestidade e hipocrisia, aqui sempre se preferiu o “por fora”, é da nossa indole e isso pode mudar.

      Algem ouviu fular do Ministerio Publico dos EUA investigando os bilhões de dolares gastos em campanhas presidenciais?

      Nem tribunal eleitoral eles tem, o voto é de papel , escrito à mão, as regras são pouas, a burocracia é minima, dia de eleição é dia util, nem feriado é, pode-se votar pelo correio, tudo simples e sem muita despesa do governo.

      O caso Mc Carthy mostra o mal que essas “cruzadas” fazem ao funcionamento do Pais e à sua alma.

      1. Os “nossos”

         Para as industrias de defesa, o mais utilizado, inclusive pela Embraer, é o Flagship Government Relations ( http://www.flagshipgovrelations.com ), em Washington, e para Atlanta ( Bancos, Investidores etc..), o King & Spalding ( http://www.kslaw.com )., na Flórida/Talahasee tem o Mr. Rubin, é “enrolado” , mas um grande amigo, e “captador” de fundos eleitorais para os Bush.

          E dizem – a ong opensecrets.com – que o lobista da Odebrecht em Washington é um ex- deptofstate, muito influente na Camara dos representantes e Senado, um cara chamado Morris J. Amitay , pela pagina dele na net, http://www.morrisjamitay.com, se estivesse no Brasil, prestando seus costumeiros serviços, já estaria em algum carcere.

           Continuo com a mesma opinião: O lobby aberto e registrado no Brasil, não tem a minima chance de ser regularizado, pois o “preço” da influência cairia, politicos e seus “assessores externos” perderiam muito dinheiro e estes amadores jamais aceitarão que tal fato ocorra, já quanto aos “cruzados polianinhas” é melhor para eles continuarem enfrentando amadores e acreditarem que estão vencendo, mas apenas estão colaborando para o “aperfeiçoamento” da corrupção.

  18. Pelo q entendi, o erro de
    Pelo q entendi, o erro de Moro foi se voltar contra a Defesa. Se os militares lidam com ameaças como guerra no Atlântico ou Amazônia, como não lidarão com alguém como Sérgio Moro? Isso independe de governo, qualquer q seja ele.

  19. 2 cents AA

    1) Joseph McCarthy nunca foi “isso tudo” não. Era um simplório com ideia fixa e uma boa dose de oportunismo como tantos outros que sempre apareceram e continuam aparecendo de tempos em tempos no cenário político americano. Ele só chegou onde chegou graças ao clima de medo Guerra Fria, que fez mudar de uma hora pra outra a postura do governo americano (especialmente o Dept. Estado) em relação à União Soviética e pegou muita gentee de calças curtas, pois não eram poucos os burocratas de lá que trabalharam junto com agentes soviéticos durante a II Guerra. O clima de medo era plenamente justificado, pois os russos haviam explodido sua bomba em 1949 e não demorou muito tempo para descobrirem que alguns dos maiores cientistas do programa nuclear americano estavam repassando informações aos russos, a exemplo de Klaus Fuchs, além do notório do casal Rosemberg (na verdade eles repassaram apenas informações sobre radares, mas como eram pobres e sem aliados políticos foram devidamente executados para servirem de “exemplo”). Nem mesmo o pai da bomba A, Oppenheimer, escapou da perseguição: após a denúncia de que sua namorada era comunista, um manifesto de seus ex-colegas do projeto Manhattan exigiu seu afastamento de qualquer projeto do governo no futuro. Nenhum desses episódios foi causado por McCarthy, ele apenas os usou em benefício próprio. Fato é que havia um clima de medo, o ódio contra comunistas era generalizado e havia um punhado de gente interessada em lucrar com isso. McCarthy foi apenas o instrumento, devidamente descartado depois de perder utilidade. Até Robert Kennedy, o “bom moço”, se candidatou a ser seu braço direito nos inquéritos no Congresso, mas o magano Roy Cohn convenceu McCarthy que era melhor ter um advogado judeu como seu auxiliar, pois ele iria perseguir um monte de judeus simpatizantes do socialismo e a última que queria era ser acusado de ser anti-semita. 

    2) Durante décadas McCarhty foi o único “culpado” pelos crimes do período de perseguição, que inclusive leva seu nome infame, mas vários livros posteriores mostram que sua participação, mesmo nas famosas audiências do Senado, era secundária. O FBI e alguns políticos e promotores foram os maiores culpados pelos crimes. Mas como McCarthy era a ponta de lança, era preciso derrubá-lo para trazer todo o sistema podre abaixo. E na verdade foi facílimo fazer isso: bastou lhe dar espaço na mídia. A TV ao vivo acabou com ele, em 2 episódios: o famoso enfrentamento com Joseph Welch no Congresso em 1954 (Have you no sense of decency sir?) e o documentário feito por Edward Murrow na CBS mostrando as lambanças do senador (aliás se a imprensa fizesse a mesma coisa aqui com as maiores lideranças políticas do país, não restaria uma pra contar história). Não foi o Exército que o derrubou, mas a opinião pública. Em 1954 ele já estava em franca decadência. McCarthy atacou até a Igreja protestante americana, chamando pastores de agentes comunistas. O povo já estava há muito de s. cheio dele. Bastou expô-lo na mídia para derrubá-lo e não adiantou nada o apoio que ele tinha da Time. Então se você quer fazer um paralelo da época dele com a situação atual do Brasil, deveria por óbvio propor a mesma solução: que se desse a máxima exposição na mídia ao McCarthy tupiniquim, para que ele se enforcasse sozinho tal como seu predecessor ianque. Eu apoio plenamente: não existe melhor remédio para o fascismo e a picaretagem numa democracia, do que garantir a maior exposição possível dessas pessoas na imprensa. Mas para isso você primeiro precisa dizer quem é o McCarthy e qual a razão objetiva para o clima de medo que o sustenta. E isso você não fez, de modo que seu artigo fica bem aquém do que poderia ser – no máximo, uma interessante resenha de um fato histórico, e ainda carente de um bom número de qualificações. Sds

    1. Meu caro, meu papel aqui é

      Meu caro, meu papel aqui é levantar um tema para debate, não é expo-lo como uma tese academica ou ensaio historico porque ficaria muito longo e posts longos tem poucos leitores. Agradeço seu excelente comentario, que completa o meu

      mas não diminua o papel de Mc Carthy, ele foi o catalisador de um ambiente e sem ele não haveria a campanha

      anti-comunista que estava latente mas sem detonadores no Congresso e na midia, ele se ofereceu e assumiu esse papel.

      1. Não se trata de fazer tese

        Não se trata de fazer tese acadêmica, mas de qualificar seu argumento. Sem fazer as qualificações não há debate possível. Você fez uma síntese do macartismo e depois deu a entender que o Brasil passa por fenômeno similar, mas não disse como nem quem lidera o processo por aqui. A turma aqui interpretou que o juiz Sergio Moro é o nosso McCarthy, você concorda? Eu teria muita curiosidade em saber com que argumentos alguém sustentaria isso. Isso é o principal.

        E os pontos que levantei não foram para diminuir o papel de McCarthy e sim para mostrar que ele era apenas a ponta do iceberg de um movimento muito maior que ocorreu nos Estados Unidos na época. Depois que o balão estourou devido aos excessos do senador, foi cômodo para republicanos e democratas fingir que não tinham nada a ver com aquilo e colocar toda a culpa nele, mas eles tiveram tanta ou até mais responsabilidade que ele pelos crimes do macartismo. De novo, se a ideia é fazer um paralelo com o Brasil, a única similaridade que vejo existente entre o macartismo e o movimento atual de crítica e rejeição ao PT é o fato que existe um sentimento massivo na sociedade que favorece esse movimento, e aqueles que souberem surfar a onda vão se beneficiar. E é por isso que eu discordo de você no final: para mim, se não houvesse McCarthy a imprensa e o Congresso americanos ainda criariam algum, pois o clima político era o ideal para o surgimento de um “inquisidor”. 

  20. AA.
    Será que estamos

    AA.

    Será que estamos assistindo um filme de versão tupiniquim nos dias de hoje da ascensão e queda do McCarthy? Agora ao invés de senador estamos diante de um juiz do interior que põe todos emparedados, com medo e inertes aos maiores absurdos jurídicos? Uma espécie de santa inquisição política que só ver com o olho direito (a)?

    Entendia a sua analogia do senador anti-comunista com o juiz Sergio Moro.

  21. A wikipedia encerra o termo

    A wikipedia encerra o termo Macartismo assim:

     

    “O Macartismo realizou o que alguns denominaram “caça às bruxas” na área cultural, atingindo atores, diretores e roteiristas que, durante a guerra, manifestam-se a favor da aliança com a União Soviética e, depois, a favor de medidas para garantir a paz e evitar nova guerra. O caso mais famoso nesta área foi Charlie Chaplin.

    A “caça às bruxas” perdurou até que a própria opinião pública americana ficasse indignada com as flagrantes violações dos direitos individuais, graças em grande parte à atuação corajosa do famoso e respeitadíssimo jornalista Edward R. Murrow na rede americana de televisão CBS, o que levou McCarthy ao ostracismo e à precoce decadência. Ele morreu em 1957, já totalmente desacreditado e considerado uma figura infame e uma vergonha para os americanos. Muitos filmes foram produzidos sobre este período, todos retratando McCarthy e seus seguidores como figuras desprezíveis e a histeria que criaram como uma crise que foi superada. Dentre estes destaca-se Boa Noite e Boa Sorte dirigido por George Clooney e estrelado por David Strathairn, no papel do jornalista Edward R. Murrow. O filme narra os embates entre o jornalista e o Senador McCarthy, durante os anos 1950, que contribuíram na decadência do senador.”

     

    Quem poderia ser o(s) nosso(s) Murrow? Nassif, Azenha, PHA, outros mais? Falta-lhes visibilidade?

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