Chilenos acusam escolas de punir manifestantes de 2011

Do Prensa Latina

Represálias contra estudantes chilenos que participam de protestos

Organizações sociais chilenas denunciaram o trancamento da matrícula de dezenas de estudantes que deveriam retornar hoje às aulas, em uma espécie de operação de castigo por terem participado das manifestações de 2011.

Nesta segunda-feira, a maioria dos colégios do Chile reabrirão suas portas após o período de férias, mas já desde a sexta-feira, agrupamentos de pais e professores advertiram sobre as primeiras expulsões de alunos em colégios do ensino médio desta capital.No colégio Amuntegui, da comuna de Santiago, foi comunicada a expulsão de 30 alunos; no colégio José Victorino Lastarria, de Providencia, 15 alunos foram punidos, cujos familiares decidiram apresentar um recurso jurídico contra as autoridades, segundo reportou o site El Cidadano.

A medida, considerada pelo movimento estudantil como um ato de perseguição política, foi justificada pelo prefeito de Providencia, Cristián Labbé, ex-membro da polícia secreta de Augusto Pinochet (1973-1990).

“O que tem ocorrido é que os colégios e os Conselhos de Professores, todas as instâncias educativas, cancelaram a matrícula de um grupo de alunos dentro do que é o funcionamento e da convivência dos colégios e nada mais”, afirmou à televisão local.

Nas municipalidades de Santiago também ocorreram demissões não apenas de alunos, mas também de professores que apoiaram os estudantes em suas demandas a favor de um sistema de educação pública e gratuita, segundo denunciou o Colégio de Professores.

As represálias contra manifestantes no Chile se estenderam a diferentes setores da administração pública. Em uma edição recente, o jornal El Cidadano revelou o caso de 28 servidores públicos do Hospital Clínico da Universidade do Chile que foram despedidos por exigir melhorias trabalhistas.

O tempo de serviço na instituição de grande parte desses servidores públicos era de cerca de 11 a 15 anos e todos tinham boas qualificações de trabalho, segundo assinalou a dirigente sindical Verónica Rojas, citada pelo jornal.

Luis Nassif

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