Editora Globo decide eliminar links do Facebook

Do IDG Now!

Decisão da Globo de eliminar links do Facebook frustra leitores

A controversa decisão da empresa de promover reportagens de suas publicações e sites sem o link em sua página no FB está gerando protestos

Redes sociais são para compartilhar informação e fazer networking, certo? E a internet se faz com links, confere? Depende. A decisão da Editora Globo de não mais incluir links diretos para as reportagens de suas publicações nos posts das suas páginas do Facebook vai na contramão dos dois princípios.

Em artigo publicado ontem, o jornal Meio e Mensagem divulgou a informação comunicando a existência de um e-mail interno assinado pela direção das Organizações Globo que proibia os funcionários de divulgar links das reportagens das plataformas das revistas da Editora Globo, do jornal O Globo e do G1 nas páginas oficiais dos veículos da Globo no Facebook. Segundo a mesma reportagem, produtos da TV Globo continuam postando seus links.

Não colocar links deveria, segundo o documento, fazer com que os os leitores fossem aos sites da Globo buscar a informação completa para ler. Diz o jornal que a empresa teria realizado um estudo e análise e constatado que os perfis no Facebook são o principal motivo da queda de audiência das plataformas digitais da Globo, como a Globo.com, o G1 e os sites das revistas da Editora Globo.

Os usuários estariam acompanhando no Facebook as chamadas e, satisfeitos com as informações ali exibidas, não clicam nos links para ler mais no site original. Sonegar os links, ao que parece, seria para a empresa a melhor forma de trazer de volta o tráfego. A área de comunicação da Globo disse ao jornal MM que não está saindo do FB ou de outra rede social mas que está revendo a forma de presença nessas plataformas. Ainda segundo o MM, o portal G1 comunicou durante a noite desta quarta-feira, ao jornal, que nega a informação de que sua audiência esteja diminuindo.

De qualquer forma, a decisão é um desvio da regra número 1 da etiqueta das redes sociais, tanto por dar ao leitor “meia informação” ao falar do santo (o site) sem dar o endereço do milagre (a notícia), quanto por perder a chance desse leitor compartilhar o post com outros participantes da sua teia social e espalhar o link.

Mas expõe um problema enfrentado por toda a mídia: a leitura de seu conteúdo, fora do seu ambiente, seja via search, seja via rede social, seja via “clonagem” indevida do material, nem sempre reverte em audiência e receita para o veículo e está penalizando todos os grupos de mídia. O desafio está longe de ser resolvido, mas frustrar o leitor é o resultado menos desejável para qualquer ação nesse sentido.

Luis Nassif

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