Empresas de mídia tem queda de 8,5% no faturamento de publicidade

Enviado por Adir Tavares

Da Rede Brasil Atual

Crise econômica na velha mídia é mais grave que a do país que ela pinta

TVs, jornais, revistas e rádios sofrem “recessão” de 8,5% em suas verbas publicitárias. Sinal dos tempos sim, mas também de erro estratégico: apostar no “quanto pior, melhor” foi um tiro no pé

por Helena Sthephanowitz, para a RBA

O faturamento com anúncios nos meios TVs abertas, jornais, revistas e rádios somados caiu 8,5% no primeiro semestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. Os números são da pesquisa de mercado sobre investimentos publicitários do Ibope Media.

Os valores totais do ano anterior foram corrigidos pela variação do IGP-M (FGV) de junho de 2014 a junho de 2015 para apurar o crescimento real ajustado.

O meio mais atingido foi o de revistas, com queda de 20,9%. Apesar da pesquisa não detalhar cada veículo, é sabido que a situação é dramática para a Editora Abril, que tem na semanal Veja seu carro-chefe. O balanço da Abril Comunicações de 2014 já mostrava um patrimônio líquido negativo e realização de prejuízo. A Veja, transformada num panfleto de campanha sistemática de crise e pelo impeachment de Dilma Rousseff, pode acabar “impichada” pelo mercado publicitário antes das eleições de 2018.

A TV aberta, incluindo merchandising, também sofreu um queda dramática de receitas vindas de anunciantes: -7,2%, comparativamente ao primeiro semestre do ano passado. Jornais amargaram queda de 9,7% e rádios perderam 10,2%.

Pelo Ibope Media não dá para saber se os anunciantes simplesmente reduziram o número de anúncios ou se obtiveram preços menores dos veículos, mas o fato inquestionável é que muitos fizeram cortes drásticos nos gastos com propaganda.

O maior anunciante nos primeiros seis meses de 2014, a Unilever, aplicou este ano menos R$ 528 milhões em anúncios (um corte de 25% corrigindo os valores pelo IGP-M). A Nestlé cortou R$ 194 milhões (menos 37,3%). As duas maiores cervejarias, cortaram juntas R$ 579 milhões (cortes de 30,5% e 41% respectivamente). Três grandes bancos que estão na lista dos 30 maiores anunciantes (Caixa Econômica Federal, Itaú e Bradesco) cortaram R$ 495 milhões. A lista segue, com cortes significativos (e contundentes) de Petrobras, Volkswagen, GM, Fiat, Tim, Pão de Açúcar….

Os números demonstram que a crise na mídia tradicional é muito maior do que a crise na economia brasileira como um todo. É como se o PIB da velha mídia encolhesse 8,5%.

Também mostra que o setor passa por mudança de época e de hábitos. TVs abertas, jornais, revistas e rádios perderam fatias do mercado publicitário para o meio internet e para mídias mais segmentadas, como TV por assinatura, cinema e, sobretudo, a internet e suas possibilidades.

Anúncios na rede mundial de computadores tiveram um crescimento significativo, apesar do Ibope Média estranhamente não ter divulgado nenhuma comparação, alegando mudança de metodologia. Disse que em 2014 só eram computados os portais IG, MSN, Terra, Yahoo, UOL e Globo.com, enquanto em 2015 outros 25 sites de conteúdo passaram a ser monitorados. Se, ainda assim, compararmos os números disponíveis do Ibope Media, ressalvando que tem bases diferentes de comparação, o meio internet registra um crescimento de até 32,9%.

E agora?

Tradicionalmente, os segundos semestres têm investimentos em anúncios maiores do que nos primeiros, devido ao Natal, Dia das Crianças e 13º salário incentivarem o consumo. Mas é questionável se isto ocorrerá na mídia tradicional neste ano. Porque em momentos de crise os departamentos de marketing das empresas são desafiados a abandonar estratégias conservadoras e buscam plataformas mais vantajosas para seus anúncios. A própria pressão imposta em momentos de crise por resultados mais urgentes pode acelerar esta mudança. São obrigados a seguirem o ditado: “Em time que está perdendo tem de mexer”.

Diante deste quadro a continuidade do noticiário “terrorista”, alarmista e desequilibrado – como se fosse uma campanha eleitoral da oposição radicalizada –, revela-se na prática uma campanha publicitária para “vender” mais e mais… crise. Resultado: espanta consumidores, investidores e anunciantes.

A própria conspiração por impeachment, inviável sem um golpe “paraguaio”, e traumático demais para a economia se vier a ser tentado, atrapalha e retarda a recuperação do crescimento econômico. Lideranças empresariais e, portanto, grandes anunciantes, tais como o presidente do Bradesco, já reclamam abertamente da crise política forjada de forma irresponsável, prejudicando mais a economia brasileira do que a própria crise mundial.

E a crise política foi e continua sendo insuflada pelo forte apoio midiático.

Assim, a própria necessidade de sobrevivência da velha mídia, para não ter um prejuízo no segundo semestre muito pior do que foi no primeiro, recomenda abandonar o terrorismo editorial e noticiar a realidade como ela é, honestamente, sem viés de campanha partidária oposicionista do “quanto pior, melhor”.

O questionável é se o instinto de escorpião – que ferroa o sapo na travessia do rio, mesmo morrendo afogado, como na parábola – não é maior do que o instinto de sobrevivência empresarial de alguns “barões da mídia” tradicional.

Redação

11 Comentários

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  1. Coitados dos nossos

    Coitados dos nossos “analistas”!! Vão ter de decidir se são verdadeiros pittbulls ou simplesmente plumíferos a soldo. Dilema shakespeareano!

  2. Enquanto isto, na moral e qua! qua! qua!
    Nao podendo sair da desgraca implantada pela rede e com replicar constante. ” O Brasil esta mal” e “Corrupcao ” ” A Moral das igrejas” ninguem aguenta a retranca e da-lhe filmes, series americanas na Netflix e vao faturando os din din dos malandros e esperos do pig brasileiro.
    Quem se mantem nas trincheiras um dia, o futuro e a verdade passa o trator e morrem sem saber que nao houve um caso natural e sim a mao humana que avanca, eh lenta mais segue o curso do ataque para a vida e sua sobrevivencia!
    A sobrevivencia eh a propria adaptacao a uma nova era.
    Quero que acabem. O mal que fizeram sao as cicatrizes em nossas vidas e na sociedade brasileira.

  3. audiencia de midias

    outro dia entrei numa lanchonete.e estava passando jornal bom dia brasil.todos estavao vendo comentando sobre varios assunto referente ao jornal.principalmente futebol. quando começou os assuntos de lava jato percebi que os comentarioos mudarao e trouxe ate aborrecimento e o s clientes começarao a conversar entre si e abandonarao a tv uns ainda ja demostrarao cansasso a respeito de lava jato {diziao denovo? issso ja esta enchendo saco.tem marmelada nessa lava jato e porai vai os tipos de comentarios } percebi que essas noticias ja cansarao e o resultado esta sendo inverso.na cabeçado  povo todo politico rouba pq o pt nao? se dizem que pt rouba  como roubarao e fizerao tanto? e os que nao roubarao entre aspa nada fizerao? questao a tv ate pode estar liada mas percebi que o dono da tv esta desligada minhas impresssoses vou começar fazer um jornal aqui em natal mas um imformativo que mostre uq de bom tem sido feito no brasil que vai alem das másnoticias que ja cansarao.

     

  4. Tem uma Mancha “Suja” Verde e Amarela bem ai na sua Democracia.

    No domingo de 16 de agosto de 2015 quem estará nas ruas no ato contra o governo de esquerda? Os 71% dos brasileiros que aponta do instituto de pesquisa Data Folha, que querem o impeachment ou os 12% dos brasileiros que odeiam o PT? Qual é a origem do ódio ao Partido dos Trabalhadores por parte da população e da mídia? Por que impeachment da presidenta Dilma? Por que panelaço? Por que tanto ódio? Será que sabemos exatamente o que é política? O que a história nos diz? Quantos realmente pararam para pensar no por que ir às ruas no dia 16 de agosto pedindo impeachment somente da presidenta Dilma?

     

    http://hortelanews.blogspot.com.br/

  5. Veja

    “A Veja, transformada num panfleto de campanha sistemática de crise e pelo impeachment de Dilma Rousseff, pode acabar “impichada” pelo mercado publicitário antes das eleições de 2018.”

     

    Torçamos para que bem antes disso nos livremos dessa praga. A leitura de revistas e jornais ficaria mais palatável se se afogassem no próprio veneno.

  6. Como dizia minha filha quando

    Como dizia minha filha quando era pequena: não é divertido? Qualquer não entendedor de economia  como eu já tinha percebido que a grande mídia estava dando um tiro no pé, com sua previsões catastróficas sobre a economia. Não tinha uma noticia boa nos noticiários. Transposição do Rio Francisco proporcionando maior atividade econômica? Isso não é noticia. Acordos comerciais que não fossem atrelados aos americanos? Não é noticia. Petrobrás e seu conteúdo nacional? Política nacionalista burra. Um evento como Copa do Mundo? Não vai ter Copa.

    Antes disso todos os veículos se comportaram como se só houvesse consumidores de informação de direita ou de fanáticos pelo Psdb.Criminalizando tudo e ironizando tudo o que os governos petistas realizaram ou realizam. No último ano, para impor  o candidato político deles ao país,  criaram para a economia brasileira uma situação de catástrofe e não de crise. Como em situação de crise se corta os supérfluos e propaganda é uma área que dá para cortar, sentiram os efeitos. E ainda querem que a gente consuma o conteúdo  por eles produzido. Se não sabem administrar o seu próprio negócio…

     

    1. Fico imaginando quanto esses

      Fico imaginando quanto esses patetas do PIG perderam de dinheiro nos últimos dois anos. Tudo isso pra colocar um vagabundo sem vergonha na Presidência.  Será que caiu a ficha?

  7. Foi pouco

    Queda pequena. Mereciam mais.

    Segundo semestre chegou. São mais seis meses de avança de internet e de suas mil possibilidades.

    Um novo mundo surge.

    Graças a Deus.

  8. Coisa de doido!…

    Assim os biológos definem a loucura: ” construir cenários sem valor de sobrevivência.”

    Imagine você ter um negócio e apostar no sucesso de um grande evento para faturar (Copa 2014). Aí você faz publicidade nas redes de televisão que trabalham contra o grande evento. Você vai anunciar de novo?….

     

  9. Só assim pra parar os

    Só assim pra parar os golpistas insandecidos. Mexendo no bolso deles. E ainda deram sorte, imagina se tivessem conseguido colocar o preguiçoso de Furnas na Presidência? 

  10. O poblema é que para cada 1%

    O poblema é que para cada 1% de desfaturamento dessa  turma  PIGuenta a nova mídia honesta de blogueiros deveria faturar pelos menos 1000% acima  para que fosse possível desempatar esse jogo. Afinal, tudo que esses fazem em ano de trabalho duro, gente como o Tio Rei destrói num só  artigo da Veja 

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