Por Assis Ribeiro
Do Bahia 247
Arena de futebol não dá camisa a ninguém
Foto: Divulgação Diretora de Mobilidade da Copa 2010 do Departamento Nacional de Transporte da África do Sul alerta: estádio não é o maior legado que uma copa deve deixar num país pobre; a sul-africana Luzanda Makizidela falou hoje na abertura do 18º Congresso da ANTP, no Rio de Janeiro
Por Jaciara Santos_Bahia 247
A construção de estádios monumentais, as ditas arenas que vêm consumindo cifras altíssimas no Brasil, não deveria constituir a principal preocupação dos governos de países sedes de megaeventos esportivos. A opinião é da sul-africana Luzanda Makidizela, diretora de Mobilidade da Copa 2010 do Departamento Nacional de Transporte da África do Sul, uma das palestrantes da conferência “Os grandes eventos e seus impactos na mobilidade urbana”, atividade de abertura do 18º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, promoção da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), que acontece no Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro, até sexta-feira (21).
Para Luzanda, países pobres (como África do Sul e Brasil) deveriam aproveitar as oportunidades decorrentes de eventos como uma Copa do Mundo para investir na qualidade de vida de suas populações. Sob esse aspecto, como os sul-africanos estão descobrindo hoje, os grandes estádios em nada contribuíram para melhorar o seu dia a dia.
Mas,se quiser aproveitar as lições da África do Sul, sede da Copa 2010, o Brasil precisa correr muito. Afinal, a menos de três anos do pontapé inicial do megaevento do futebol, o governo brasileiro continua batendo cabeça no que diz respeito à mobilidade urbana em algumas das cidades que sediarão o campeonato. Salvador, dentre elas.
Também participando da conferência de abertura, Regina Amélia de Oliveira, diretora de Transporte do Comitê Olímpico Brasileiro falou das oportunidades que se abrem com as Olimpíadas 2016. E alertou que, embora a sede oficial dos jogos seja o Rio de Janeiro, o evento vai mobilizar o país como um todo.
Salvador, junto com São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, as chamadas cidades do futebol, terão participação destacada, uma vez que serão usadas como locais de ambientação e treinamento dos times estrangeiros. Para cumprir essas finalidades, as cidades deverão se qualificar em diversos itens, inclusive no que diz respeito a um transporte sustentável que promova, realmente a mobilidade e acessibiloidade plenas.
Ausência
O 18 Congresso foi instalado na manhã de hoje com a presença de autoridades como o secretário municipal de Transporte do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão, representantes do governo federal, parlamentares, operadores públicos e privados, industriais, consultores, dirigentes sindicais patronais e de trabalhadores, além de acadêmicos e lideranças comunitárias.
Convidado para o evento, o ministro Mário Negromonte, não compareceu, alegando “problema de agenda”. Até sexta-feira serão realizados dentro do 18º Congresso da ANTP painéis, oficinas e conferências. Em paralelo, acontece a VII Exposição Internacional de Transporte e Trânsito (Intrans). A sessão de abertura contou com a presença dos adolescentes da Orquestra Villa Lobinhos que executou o Hino Nacional e um repertório de músicas com temática do transporte público e trânsito.
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