Bachelet critica estereotipos e caricaturas da imprensa

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – A Sociedade Interamericana de Imprensa está em sua 70ª Assembleia-Geral. Desta vez o evento acontece em Santiago, no Chile. Dando boas vindas aos participantes, a presidente chilena, Michele Bachelet afirmou em discurso que ‘impresna livre é uma arma fundamental em sociedades justas e inclusivas”. Leia a matéria.

do Estadão

Bachelet defende pluralidade da imprensa na SIP

Gabriel Manzano

Na abertura da Assembleia-Geral, em Santiago, presidente chilena diz que ‘imprensa livre é uma arma fundamental em sociedades justas e inclusivas’

Na abertura oficial da 70.ª Assembleia-Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Santiago, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou nesta segunda-feira, 20, que “a imprensa livre” é uma “arma fundamental para construir uma sociedade justa e inclusiva”. 

Convidada oficial da abertura do encontro, Bachelet advertiu que o direito das pessoas à informação “requer a maior imparcialidade possível de todos os meios de comunicação”. Em seguida, fez uma referência ao debate que ocorre na imprensa chilena sobre as reformas que seu governo quer promover – basicamente na área tributária e na educação. Segundo a presidente, “os estereótipos, as caricaturas e os preconceitos a respeito de mudanças e reformas não colaboram na formação que as pessoas requerem para um debate proveitoso”.

A fala da presidente chilena foi o ponto alto do penúltimo dia da Assembleia-Geral, que teve também uma homenagem aos 20 anos do mais importante documento da imprensa da América Latina – a Declaração de Chapultepec. Tida como uma espécie de “constituição continental” sobre a liberdade de expressão, a declaração foi subscrita por praticamente todos os governos da região.

Bachelet cobrou das empresas de comunicação um uso adequado dessa liberdade. Esta implica “uma responsabilidade quanto à cidadania, que delegou (às empresas do setor) a função de informar com veracidade”. Mas isso não ocorre, prosseguiu a presidente, “quando não há pluralismo editorial”. Esse pluralismo pressupõe que se leve em conta “a diversidade social, territorial, de gênero e outras”, para que se defendam “todos os direitos de todas as pessoas”. 

Seminários. Antes e depois da solenidade, a agenda seguiu com painéis e com a apresentação de relatórios das comissões da SIP. Um dos painéis discutiu “a responsabilidade e os padrões editoriais como contrapartida da liberdade de expressão”. Outro abordou “os jovens e as novas ferramentas para a comunicação e investigação jornalística”. 

Neste segundo, os debatedores afirmaram que as ferramentas do mundo digital “mudaram a forma de produzir e divulgar” a informação e que essa “é uma tendência que se aprofundará com o tempo”. 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

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  1. imprensa livre

    queremos uma imprensa livre

    livre, e imparcial

    livre mas não libertina

    livre e que não manipule

    livre e que não atente contra democracia e contra a vontade popular

    livre e que não viva de atentados contra governos legitimos e eleitos democraticamente. 

    1. Não

      Liberdade de imprensa para a esquerda é quando existe pluralidade de pontos-de-vista, não esse monopólio nefasto do   poder econômico, que manipula a opinião pública, criando factoides, distorcendo e/ou omitindo as informações que vão de encontro dos interesses da casa grande.

      Totalitarismo é a situação que vivemos hoje no Brasil, com 5 ou 6 famílias determinando o que a população deve saber. Na Minas Gerais de Aécio ainda é assim, com censura à imprensa e jornalistas presos.

      Antes eles  elegiam presidentes. Felizmente  a internet, aos poucos,  começa a mudar esse estado de coisas.

  2. Perfeitamente. E precisamos

    Perfeitamente. E precisamos começar a colocar a nossa imprensa livre imediatamente. Pela aplicação da livre concorrência.

    Não há meios de 5 ou 6 conglomerados empresariais, controlados por 5 ou 6 homens, brancos, de mesma formação, e de mesma ideologia política – sendo alguns meros herdeiros fruidores do dinheiro de homens que venceram por meritocracia no passado – pensarem em aplicar o pluralismo que o Estadão atribui à vontade da Bachelet.

    A primeira necessidade nesse campo é regular  rigidamente a propriedade dos meios de comunicação, evitando a propriedade cruzada. E especialmente o poder de controle cruzado. A simples existência de um jornal de papel controlado por uma grande rede de televisão impede que outro jornal tenha espaço para se projetar.

    Regular, no sentido de dar a norma e o seu “enforcement”. Criar um órgão focado em fazer a lei ser aplicada, e impedir a formação de contratos e facilidades que cartelizam o mercado. Não apenas praticar o esporte nacional de legislar, essa mania de criação tresloucada de leis que não pegam.

    O Cade já obrigou o desfazimento da propriedade em uma infinidade de fusões que prejudicavam a concorrência, por afetar a liberdade do consumidor nos vários nichos de mercado que aquele órgão regula.

    Do mesmo modo está na hora de começar a desfazer concessões públicas que estimulam a cartelização e o oligopólio no mercado de informação. Se alguém da Globo, Folha, Abril e Grupo Estado quer investir no mercado de imprensa fora dos seus veículos próprios, que abra um banco e empreste para quem quiser.

    A imprensa livre a que o consumidor de informação tem direito depende dessa livre concorrência. Essa é a única liberdade em constante cerceamento no Brasil: a circulação de um produto/serviço cartelizado pela dificuldade em concorrer com grupos que agem em bando.

    A liberdade de imprensa, decorrência da manifestação de opinião a que todo cidadão tem direito, é exercida amplamente em nível federal, inclusive contra o governo e seus integrantes. Nesse ponto, ao menos na esfera federal – e reconheça-se o mérito do partido no poder, que não sai à caça de jornalistas – a sociedade civil obteve uma clara vitória com a Constituição de 1988.

  3. Fora do tema , mas preciso

    Fora do tema , mas preciso registrar : que coisa mais esquisita e antipática esse negócio de “não verificado “. Cadê o velho não cadastrado ?

  4. A sra. Bachelet esqueceu de complementar:

    Imprensa livre E PLURAL.

    Viva a livre e saudável concorrência.

    Basta de monopólios e cartéis, que a própria economia capitalista já combatia com leis e regras anti-truste e, depois dos nefastos Reagan-Tatcher, começaram a re-proliferar como praga até no mundo dito desenvolvido.

    Um surpreendente atraso aos avanços da Humanidade.

  5. pedir pluralidade para essa

    pedir pluralidade para essa gente que adota o pensamento único

    do mercado parece uma grave crítica da presidente,

    mas ela deveria lembrar da história do el mercúrio, do chile,

    cuja história  é deprimente não só para a imprensa

    como para o pensamento universal.

    a história do el mercúrio- vídeo no you tube – entraria fácil, fácil,

    para história universal da infâmia.

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