Kakai, a incrível capacidade de ser inconveniente

Da Folha

CONSTRANGIMENTO

Último advogado a falar na fase das defesas orais, Antônio Carlos de Almeida Castro usou quase metade do tempo para tentar constranger o procurador-geral, Roberto Gurgel, negar o mensalão e dizer que o STF não deve usar prova produzida em CPI.

Defensor de Zilmar Fernandes, sócia do publicitário Duda Mendonça, ele também defendeu o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e elogiou o ex-presidente Lula. Duda e Zilmar são acusados de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta.

Dirigindo-se a Gurgel, Castro sugeriu ser um pouco responsável pela nomeação do “grupo” do procurador-geral no Ministério Público Federal, ao dizer que apoiou a nomeação de Claudio Fonteles, antecessor de Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia do mensalão em 2006.

Após a sessão, Castro disse à Folha que, numa conversa com Lula, referendou a indicação de Fonteles, feita pelo ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT) e pelo ministro Gilberto Carvalho: “Na época, nós [ele e Lula] tínhamos uma relação. Hoje sou amigo mesmo do Zé [Dirceu]. Ele [Lula] me perguntou sobre o procurador da República, o advogado-geral da União. Ao me perguntar, eu disse: ‘Olha, se o José Serra ganhar, vai botar o povo dele lá, mas eu, se fosse você, botaria o vascaíno’ [Fonteles].”

Para o advogado, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) deveria “enfrentar” a hipótese de retirar o procurador-geral do lugar em que costuma ficar no STF, ao lado direito do presidente.

Sobre as acusações, ele disse que não houve crime no recebimento dos recursos numa conta bancária nos EUA. Para ele, provas produzidas durante a CPI só poderiam ser usadas se submetidas ao contraditório na fase processual.

Advogado de José Luiz Alves, ex-assessor do ex-ministro Anderson Adauto, Roberto Pagliuso disse que seu cliente fez só quatro saques em dinheiro, não teria como saber sobre uma suposta origem ilícita dos recursos e agiu por orientação de Adauto.

Luis Nassif

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