Mídia tradicional também sangra

A aposta na queda de Dilma expõe a mídia tradicional. O sangramento da imprensa é inevitável.

As críticas à grande mídia na rede social avançam – talvez a #GloboGolpista pelo Twitter seja a mais evidente, mas há outras acontecendo de forma espontânea ou mais estruturada, provenientes da imprensa independente, que estão sendo amplamente compartilhadas – não estamos falando aqui de “trollagem” e robôs de spam.

Sem falar nos protestos desta sexta-feira, que têm ressaltado o real jogo da imprensa, e a presença de alguns donos de veículos de comunicação na lista do HSBC na Suíça.

A falta de sobriedade e equilibrio em lidar com os fatos gera desconfiança no cidadão comum do papel da grande mídia neste momento. Por outro lado, os principais agentes de convocação de manifestantes mostram falta de racionabilidade.

O Revoltados On Line, apoiador da volta dos militares, é uma aberração que a imprensa embarca somente por que o seu líder trata o governo de forma caricata. Enquanto ele critica o PT, promove a venda de roupas alusivas sem pagar um tostão de publicidade. O discurso não se sustenta longe dos holofotes que momentaneamente tem recebido. Não interessa à mídia tradicional a volta dos militares.

O PSDB não realiza oposição ao governo, aguarda com que a mídia o faça por ele. Os discursos do PSDB são produzidos dentro das redações, seus aliados, e não pelo partido. Uma excrescência que nem FHC esconde. Se tivesse feito oposição menos patrimonialista, teria vencido a eleição.

O Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua misturam filhinhos de papai e empresários. São bonitinhos e organizadinhos, mas será que estão brigando mesmo por todos? A imprensa esclarece pouco sobre essa gente.

É certo que milhares de pessoas tomarão as ruas dia 15 incensados pela grande imprensa. Outros movimentos aparecerão. Mas é evidente a fraqueza das propostas, além de dizer que não querem Dilma. Falta solução viável, além de confiança nos principais agentes envolvidos.

A imprensa tenta dar consistência a esses atores, mas a fragilidade deles é a mesma de quem está do outro lado (Dilma e o PT) e também de quem supostamente decidiria a peleja: o Congresso Nacional, envolvido em crise de credibilidade sem precedentes.

Nessa toada, a imprensa vai recebendo críticas por não mostrar clareza dos fatos e não trilhar o caminho sensato de exigir, acima de tudo, reforma política.

Ela opta pela informação enviesada. A mesma internet que ajuda a divulgar seus preceitos, também a critica. E muito. E nesse vai e vem, a mídia tradicional vai também sangrando.

Redação

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