“Motumbá: Memórias e Existências Negras”, no Sesc Belenzinho

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Foto: Aloizio JordãoEspetáculo "Mix Memórias", com a Cia. Étnica

Jornal GGN – Desde o começo de novembro, mês em que se comemora a consciência negra, o Sesc Belenzinho promove a mostra “Motumbá: Memórias e Existências Negras”, em São Paulo. O projeto, que tem curadoria do Sesc e de João Nascimento, destaca a produção de matrizes africanas sobre suas trajetórias de vida, posicionamentos sociopolíticos e estéticos, além de celebrar o protagonismo negro. A temporada traz atrações musicais, dança, teatro, performance, literatura, cinema, artes visuais, rodas de reflexão e debates, que acontecerão até março de 2017, nos diversos espaços da unidade.

A palavra “Motumbá”, escolhida para intitular o projeto, é de origem Yorubáque e, mais do que uma saudação, significa “bênção” entre os nagôs (identidade étnica criada pelo tráfico de escravos). O evento pretende recontar mitos e colocar o foco das discussões em memórias e tradições, apresentando novas linguagens e criações, discutindo a existência, refletindo e problematizando a história e suas narrativas, a fim de revelar as belezas negras da sociedade brasileira.

“É uma oportunidade para construir e apresentar a diversos públicos um abrangente panorama artístico produzido por brasileiros, bem como artistas estrangeiros convidados. Reunir, em um único espaço, artistas da cena preta como um ato simbólico de afirmação, valorização e fortalecimento das culturas de resistência ao mercado eurocêntrico que privilegia determinadas linguagens, estilos e pensamentos. Esta mostra contempla a magnitude de poéticas, estéticas e temáticas a partir de abordagens representativas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros e/ou periféricos e/ou trabalhos sólidos que possuem profundidade e verticalidade em pesquisas acerca de uma cultura brasileira de matrizes africanas, legitimados por trajetórias de vida e posicionamentos sociopolíticos”, destacou a equipe de curadores.

A programação dos próximos fins de semana de novembro contará com shows musicais do Vox Sambou e do Grupo Opanijé. Além da palestra “O Corpo Negro na Dança”, seguida da exibição do longa “Um Filme de Dança”. E a Cia. Étnica completa as atrações com um espetáculo e oficina.  

“É central a noção de representatividade nessa iniciativa que propõe dar visibilidade para a produção artística negra, abrindo espaço para debates, circulação de pensamentos e construção de olhares contemplativos que questionem preconceitos e noções hegemônicas sobre as artes e manifestações culturais. Com isto, espera-se estimular a ressignificação de termos pejorativos, hábitos eurocêntricos culturais herdados por uma história que folcloriza, estereotipa e não abarca potências das artes de matrizes negras e periféricas”, diz a curadoria.

Para os meses seguintes estão previstos shows variados, como “Hip Hop das Minas”, sob o comando de Yzalú com parceiras do hip hop, do ativismo periférico e do feminismo negro; o “Baile dos Orixás”, com Guga Stroeter & Orquestra HB; entre outros. Na dança os destaques ficam por conta dos espetáculos “ Yebo”, com Gumboot Dance Brasil; “O Reino do Outro Mundo – Orixás, com a Cia. Rubens Barbot; e “Terreiro Urbano, com o grupo Treme Terra. Também será apresentada a peça teatral “Isto Não É Uma Mulata” e a performance “Bombril”, que reflete a inferiorização à qual o negro é submetido devido a sua estética. Além de debates, exibição de filmes e ateliês de artes manuais.

Confira a programação de novembro:

Vox Sambou

Quando: dia 11 de novembro, sexta-feira, às 21h

O haitiano Vox Sambou, originário de Limbé e radicado no Canadá, tem dez anos de carreira internacional.  Como fundador do coletivo montrealense Nomadic Massive, lançou os discos “Nomads Land” (2006) e “Nomadic Massive” (2009). Durante esse tempo, Sambou aproveitou para produzir dois discos solo, “Lakay” (2008) e “Dyaporafriken” (2013). Seu trabalho apresenta ritmos tradicionais caribenho, acompanhado dos músicos Jean-Daniel Thibault-Desbiens, Diegal Leger, David Ryshpan, Malika Tirolien e Christopher Cargnello.

Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos.

Ingressos: de R$ 7,50 a R$ 25,00

Opanijé

Quando: dia 19 de novembro, sábado, às 21h30

Em sua apresentação, os integrantes do grupo Opanijé – Lázaro Erê (voz e letras), Rone Dum-Dum (voz e letras),Dj Chiba D (toca-discos) e Zezé Olukemi (percussão)– brindam o público com letras que exaltam a cultura negra e a ancestralidade africana, reunindo samplers, efeitos e batidas eletrônicas ao que há de mais tradicional na cultura afro-baiana, como berimbaus, instrumentos percussivos e cânticos de candomblé.

Classificação: Não recomendado para menores de 18 anos.

Ingressos: de R$ 6,00 a R$ 20,00

O Corpo Negro na Dança e “Um Filme de Dança”

Quando: dia 24 de novembro, quinta-feira, às 20h

A palestra “O Corpo Negro na Dança” será seguida da exibição do longa-metragem “Um Filme de Dança”. A atividade, que se concluirá com um debate, tem à frente a autora do filme, coreógrafa, pesquisadora e realizadora audiovisual Carmen Luz

Classificação: Livre.

Entrada gratuita.

Mix Memória

Quando: de 25 a 27 de novembro. Sexta e sábado, às 21h30; e domingo, às 18h30

O espetáculo Mix Memória, com a Cia Étnica, é uma tradução em dança e imagens do provérbio africano Sankofa: “O que quer que seja que tenha sido perdido, esquecido, renunciado ou privado, pode ser reclamado, reavivado, preservado ou perpetuado”.

Classificação: Livre.

Ingressos: de R$ 6,00 a R$ 20,00 

“Todo Corpo Importa – Poéticas para Imaginar, Viver e Dançar”

Quando: de 25 a 27 de novembro. Sexta e sábado, das 15h às 19h; e domingo, das 13h às 17h

Conduzida pela Cia Étnica, esta oficina foi idealizada a partir dos temas do encontro, da memória e da igualdade. A atividade, idealizada pela coreógrafa Carmen Luz, propõe estimular e preparar o corpo, a imaginação e o pensamento dos participantes para a experimentação e a criação dos processos denominados, AREC – Atos de Resistência, Existência e Convivência.

Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos.

Entrada gratuita.

Serviço

Motumbá: Memórias e Existências Negras

Local: Sesc Belenzinho

Endereço: R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, São Paulo – SP, 03303-000

Para mais informações e ingressos: ligue (11) 2076-9700 ou clique (aqui).  

Agendamento de grupos: pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 2076-9704. Atendimento das 10h às 17h.

Estacionamento:

Credencial Plena – Primeira hora: R$ 4,50. Adicional por hora: R$ 1, 50.

Outros – Primeira hora: R$ 10,00. Adicional por hora: R$ 2,50.

Preço promocional para espetáculos – Credencial Plena:  R$ 5,50. Outros: 11,00.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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