Noblat, a camareira do Planalto e a metamorfose, por Fernando Brito

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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amaral

Sugestão de Webster Franklin

No Tijolaço

O dia em que Noblat terminou a metamorfose

por Fernando Brito

Captura de Tela 2015-04-14 às 11.12.44

Amaral Neto, também conhecido como Amoral Nato*, o repórter da ditadura militar

O colunista Ricardo Noblat, num de seus cada vez mais frequentes surtos mediúnicos, em que descreve diálogos travados entre Lula e Dilma – segundo ele, aos berros – hoje desencava um boato velho, publicado há quase um ano pelo colunista Cláudio Humberto, ex-homem de confiança de Fernando Collor e, como todos sabem uma “referência” no jornalismo pátrio.

Vem com uma história de uma camareira do Alvorada que teria sido agredida pela presidente, por conta de uma suposta desarrumação das roupas em seu armário.

É uma nova versão do site Diário do Poder que, em junho passado, tinha publicado “o caso da camareira que teria tomado uma bordoada, após pegar um colar diferente do solicitado pela patroa temperamental.”.

A matéria não tinha qualquer dado factual e mencionava casos genéricos de funcionários civis e militares “abalados” pelo tratamento da Presidenta.

A repercussão foi, claro, zero. Pela falta de fatos e pela origem da história.

Em outubro, o site Boatos.org, investigou o caso, a partir de sua divulgação pelas redes sociais, inclusive o “número do processo” que se veiculava e mostrou que era falso.

Agora, Noblat assume a história, cria o requinte de maldade de nominar como “Jane” a camareira (Jane é um dos nomes da mãe da Presidenta, Dilma Jane, de 89 anos).

Sordidez, lixo, porque sem fontes, sem fatos, sem nada a não ser a vontade de agredir.

Com a cobertura de grandes empresas de comunicação, consagra-se este nível de baixaria e irresponsabilidade.

E, como observou com lucidez o Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, a resposta a isso, “em nome do republicanismo”, é só o silêncio.

Brizola se referia a Amaral Neto, por conta da cabeleira branca, como “cão lanudo”.

Não sei porque, a imagem me veio ao ver Ricardo Noblat ficar tão parecido com ele, embora talvez isso seja injusto com Amaral Neto.

*Corrigido graças a nossos comentaristas

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

22 Comentários

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  1. Wálter Maierovitch Terças

    Transcrição minha de parte comentário de Wálter Maierovitch feito a respeito da “crise dos cabides”, segundo o comentarista tem como fonte:  “tudo conforme relatado no o Globo pelo respeitado jornalista Ricardo Nobla”. Sim respeitado jornalista. E ai?? ……. veja o comentário na integra.

    http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/walter-maierovitch/2015/04/14/A-GUERRA-DOS-CABIDES-E-O-CONSTITUCIONALISTA-SOLON.htm

  2. Noblat já foi um jornalista equilibrado

    Noblat já foi um jornalista equilibrado, mas optou por passar a fazer jornalismo estilo Veja depois das eleições do ano passado. O pior é que ele poderia ter optado pelo requinte proselitista de um Merval Pereira (aliás, jornalistas de esquerda ainda tem muito a aprender com Merval no tocante a propaganda dissimulada e elegante). Mas não, preferiu cerrar fileiras onde já está cheio de gente.

    Tornou-se apenas mais um.

     

  3. Mano, na boa… não gostava
    Mano, na boa… não gostava do programa do Amaral Neto e nunca li uma linha escrita pelo Noblat. Perdi alguma coisa?

  4. Encantador de Manés

    Noblat é um dos soldadinhos mais tolos de toda a velha imprensa.

    Não precisa de muito mais para fazer a alegria dos seus “inteligentes” leitores.

    Talvez quisesse inocular o mesmo veneno utilizado na futrica da família Collor da fase pré impeachement.

    A futrica é excessivmente dramatizada. 

    Noblat deveria se contentar em ser apenas o soldadinho “encantador” de Manés. 

  5. A unica tremenda injustiça

    A unica tremenda injustiça feita aqui é comparar Noblat com o Amaral Neto, que de fato foi o reporter da ditadura, mas realizou uma série de reportagens que de fato apresentou o Brasil para os brasileiros, mesmo que pelo olhar da ditadura… o Noblat deve estar seguindo a moda do Danilo Gentile, que espertamente viu que o repertorio de piadas estava fraco e partiu para ser porta voz dos leitores da Veja.

  6. Que bobagem

    Mas que história boba. É uma falta total de agenda, partir para uma desimportância destas, um boato de seis meses, requentado com nomes, profissões, etc. O próprio Noblat , mesmo usando o estilo cafajeste, neocom, caneta a soldo, de tantos colunistas que vemos por aí, é capaz de fazer muito melhor que isso! Poderia aproveitar a prosa agradável que tem , e criticar o governo, cobrar onde deve ser cobrado. Com esse nível de baixaria  “a la big brother Brasil” só aumenta o desinteresse.

     

     

     

    1. Uma coisa é certa, Noblat não vai para o céu.

      Olha o Noblat falar que Dom Hélder era mentiroso, é muita cara de pau, quando for subindo vai ganhar uma viagem somente de ida para baixo.

      1. .

        Nem só por isso, rdmaestri.

        Mesmo se fosse verdade, entregar D. Helder de presente aos militares nos piores tempos de chumbo tem a ver muito com o caráter. O agravante é que Noblabla é de Recife e conhecia o inferno que o Dom vivia.

        Atente ainda para o que ele escreve: “Veja quantos perigos”  – Portanto, quem correu o perigo foi ele, perigo provocado pelo arcebispo. 

  7. no Antigo Regime, antes da

    no Antigo Regime, antes da Revolução Francesa (e depois também), camareiras, irmão de camareiras, cunhado de camareiras, cardeais (como hoje está lula no papel), padres metamorfaseados, amantes, cortesãs, abades comilões, preceptores humilhados, nobres injuriados, damas de companhia invejosas, livres-pensadores muy amigo de reis, jornalistas e livreiros à serviço mal pago do palácio, ministros intrigantes na busca de poder, todos e outros mais, eram a rica e clandestina e subterrânea e incessante e suja e escrotal fonte primária testemunhal e documental dos libelistas de aluguel, dos achacadores ilustrados, dos escroques letrados… enfim, do diabo na água benta.

  8.  
    Me preocupa, é o filho do

     

    Me preocupa, é o filho do gajo, abandonar o empenho em fazer jornalismo para seguir o descaminho do pai, caindo no mesmo extravio e desimportância.

    Quanto ao serviçal Amoral Nato, este, ao menos vendia o peixe da ditadura, em troca, oferecia aos videotas uma mercadoria menos indecente.

    Orlando

  9. É impressionante a decadência

    É impressionante a decadência do Noblat. Impressionante o que a subserviência, a vira-latice, a capachisse, pode fazer com um jornalista. É aquele sujeito ridículo que acha que se parece com o patrão porque defende o ponto de vista dele, mesmoq ue isso custe sua honra profissional. É o sujeito que acha que por representar a voz do dono pertence à mesma classe social que o dono. O Noblat consegue ser pior que o Merval, que é o capacho dos capachos.

  10. Sempre dou risada imaginando

    Sempre dou risada imaginando o Noblat escondido embaixo dos tapetes do Palácio do Planalto. Ele saindo de quatro depois das conversas, se arrastando junto a um bloquinho de anotações. Hahaha…

  11. Se há uma coisa que detesto

    Se há uma coisa que detesto como consumidor do jornalismo é quando seu operador: 1) Pensa que sou burro; que não tenho discernimento para distinguir as intenções por trás de matérias ou simples notinhas em colunas. 2)  Quer me repassar sua visão de mundo, suas ideologia, seus gostos, sei lá mais o quê. Ou seja, aquele que posa de formador de opinião. Ora, gasto meu dinheiro para adquirir informações para a partir delas apreender os fenômenos do mundo. Ele pode até fazer análises, desde que totalmente consubstanciadas em fatos e devidamente referenciadas. 3) Apela para fofocas e mexericos normalmente tomando por base a vida particular de outros. 4) O abuso na apelação para fontes que não pode revelar. Se se torna recorrente é sinal que é um picareta, e não um jornalista com “J”. 

    Daí porque ser muita, mas muita seleta mesmo, minha lista dos profissionais que não se enquadram na lista retro.

    PS: Noblat incorre nas quatro disfunções. 

  12. Privilégio

    Frederick Forsyth escreveu um conto(Privilégio) que retratanto aquilo que o pessoal daqui muito comenta sobre “assassinato de reputação” . Uma festa .

    http://minhateca.com.br/sebo.digital/Contos/Frederick+Forsyth/frederick+forsyth+-+privilegio,178536036.pdf#

    file:///C:/Users/jose%20adailton%20v%20r/Downloads/frederick%20forsyth%20-%20privilegio.pdf

    – Já leu os jornais da manhã, Bill?

    – Pois acho que deveria dar uma olhada no Sunday Courier hoje. Há uma notícia a seu respeito

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