A bisbilhotagem além da segurança nacional

Funcionários da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) espiaram maridos, esposas, namorados e namoradas “infiéis” usando tecnologia de vigilância do órgão federal, segundo uma carta da NSA para um senador norte-americano.

 

A carta do Inspetor Geral da NSA, George Ellard, foi enviada nesta quinta-feira, 26/9, ao senador Charles E. Grassley, e cita 12 “casos substanciados” de usos errados intencionais dos sinais de inteligência (SIGINT) da NSA.

 

O uso errado das autoridades da NSA para propósitos românticos, popularmente conhecido como Loveint, foi citado em diversas reportagens como um exemplo do comprometimento da privacidade das pessoas pela NSA. O Wall Street Journal informou em agosto que oficiais da NSA usaram o poder da agência para realizar espionagem com interesses amorosos. Mas o general Keith Alexander, diretor da NSA, descreveu nesta quinta “as supostas evidências de milhares de violações de privacidade” de falsas e enganosas.

 

“Segundo o inspetor geral da NSA, houve apenas 12 casos substanciados de violação intencional em 10 anos – essencialmente um por ano”, afirmou Alexander em uma audiência para a Foreign Intelligence Surveillance Authorities do U. S. Senate Select Committee on Intelligence.

 

Entre os casos citados na carta da NSA para Grassley está um de um funcionário que espionou entre 1998 e 2003 nove números de telefônicos de mulheres estrangeiras sem um “propósito válido de inteligência estrangeiro”. Esse funcionário também espionou comunicações de uma pessoa dos EUA em duas ocasiões.

 

Em outro exemplo, em 2004 um funcionário da NSA “testou por curiosidade” uma escuta do seu número de telefone residencial e do telefone da sua namorada, uma cidadã estrangeira. Apesar de ele ter sido bloqueado pelo sistema de coletar informações em seu telefone já que foi feito para uma pessoa dos EUA, o funcionário conseguiu recuperar dados das ligações telefônicas da sua namorada.