Shell defende fim da exclusividade da Petrobras no pré-sal

Jornal GGN – Em encontro com a imprensa, Ben van Beurden, CEO global da Shell, confirmou que a petrolífera tem interesse em atuar no segmento do pré-sal, defendendo do fim da exclusividade da Petrobras. Ele acredita que chamar outros parceiros e investidores seria vantajoso para o país, porque isto reduziria o risco da operação e aumentaria os investimentos no Brasil.

Pela legislação em vigor, a Petrobras é a única operadora do pré-sal e tem a obrigação de participar com 30% em todos os campos que ainda serão leiloados. Essa exclusividade é questionada pelas petroleiras multinacionais, principalmente em um cenário de crise internacional do petróleo.

Do Estadão

Shell diz ter interesse no pré-sal e defende fim da exclusividade da Petrobrás

Para Ben van Beurden, CEO global da empresa, a abertura do setor ‘disseminaria o risco, traria mais capacidade e mais investimento’; atualmente, a Petrobrás é operadora única do pré-­sal e tem a obrigação de participar com 30% em todos os campos

Em meio às discussões sobre alterações no marco regulatório do pré-­sal, para permitir a participação de empresas estrangeiras na operação dos campos de águas profundas, a Shell confirmou, nesta segunda­-feira, que tem interesse em atuar no segmento. Para Ben van Beurden, CEO global da empresa, a abertura a outras petroleiras além da Petrobrás diminui o risco da operação e amplia os investimentos no País.

“Estou ciente que há discussão sobre o papel da Petrobrás no pré­-sal. Nossa posição é que cabe ao governo e ao Congresso definir. Mas, penso que faz sentido chamar outros parceiros com tecnologia, grandes investidores. Não vejo como isso não traria vantagem para o Brasil”, afirmou o executivo em encontro com a imprensa sobre o início da operação conjunta entre a Shell e a BG.

Com a fusão, a empresa se tornou a principal parceira da Petrobrás em campos já produtores do pré-­sal. Atualmente, pela legislação em vigor, a Petrobrás é operadora única do pré-­sal e tem a obrigação de participar com 30% em todos os campos ainda a serem leiloados no pré-­sal. Esses pontos são questionados pelas petroleiras multinacionais, diante da crise internacional do petróleo e, principalmente, da fragilidade financeira da Petrobrás.

“Isso (a abertura) disseminaria o risco, traria mais capacidade e mais investimento. Se fosse consultado, diria que é uma boa ideia. Se vier a acontecer, estamos em posição de querer um papel nesse contexto”, completou van Beurden.

Antes, o executivo havia avaliado que a Petrobrás enfrenta um “momento difícil”, em referência aos escândalos de corrupção e as dificuldades financeiras da companhia. “Acreditamos na força da Petrobrás como empresa tecnicamente competente mas que enfrenta momento difícil e conseguirá sair desse momento e será uma empresa forte no futuro”.

Beurden também afirmou que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no último ano para apresentar o projeto da fusão e a importância do País no portfólio da Shell. Segundo ele, a empresa acredita nos fundamentos “sólidos” da economia e do mercado brasileiro, que terá prioridade nos investimentos da companhia.

“A presidente não precisa que eu lembre que esse setor é muito importante para o Brasil e que é uma fonte de receita importante ter investidores como nós terem o Brasil como país número 1. Obviamente, pensamos na estabilidade da estrutura regulatória e fiscal. Essa é a preocupação de qualquer investidor”, concluiu.

Campo de Libra. O executivo também afirmou que o campo de Libra, no pré­-sal da Bacia de Santos, é um projeto prioritário para a empresa, “de três ou quatro décadas”. “Pensamos nisso para avaliar investimentos e custos.”

A estratégia da companhia é ser líder em projetos de águas ultraprofundas, como o pré-­sal, e no mercado de gás natural liquefeito (GNL). Beurden, no entanto, evitou falar sobre negociação de compra e ativos da Petrobrás nessas áreas. Ele disse apenas que não examina oportunidades de investimento em refinarias no Brasil.

Em tempo de crise, o foco da companhia é financeiro e não a produção de petróleo em si. “Meta de produção é coisa do passado”, ressaltou Beurden, complementando que os custos de produção serão naturalmente reduzidos, à medida que os fornecedores baixarem os preços dos seus bens e serviços, por causa do desaquecimento da demanda.

A fusão da Shell com a BG vale a partir de hoje. Durante todo o dia, o presidente da empresa estará reunido com executivos dos dois lados. O objetivo, daqui para frente, será quadruplicar o volume de produção até o fim da década. “A fusão fará com que a Shell seja uma das melhores companhias da indústria”, disse.

Redação

34 Comentários

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  1. fim

    emerson57 defende o fim da Shell.

    Como é abundantemente sabido que essa empresa produz produtos poluentes,

    na improrrogável defesa do planeta,

    o grande emerson57 defende o seu fechamento compulsório,

    ou, no mínimo, que ela se recolha ao seu pais de origem (pode levar o ÇERRA45 a título de prêmio de consolação)

    e vire o seu olho gordo para lá. 

  2. depois vamos entregar a Amazônia

    Shell e Çerra querem, demos e congêneres de boca aberta. Existe loteria melhor que enfiar um canudo e tirar oil&gas sem riscos?

  3. Nao li, nem vou perder meu
    Nao li, nem vou perder meu tempo lendo. Jura que a Shell defende isso? Eu defendo que a Shell seja expulsa do Brasil, vai cuidar de petróleo nos EUA e não se metam mais aqui.

      1. Só o André não sabia disto.

        Não é mesmo, André ? Talvez vc não conheça bem os americanos , ou seriam Holandeses, Ingleses (?), como imagina ?

        Será que após essa oferta, e o plano do Çerra der certo, o petróleo não vá cair a 1 dólar o barril ?

        Estou de brincadeira, mas que me passa pela cabeça, passa sim. ,,,, Não confio em ninguém com mais de 30 dinheiros… Ainda mais estrangeiro que nunca, jamais, em tempo algum, colaborou conosco. Somente espoliou !

  4. A raposa tomando conta do galinheiro.

    O CEO global da Shell é contra a exclusividade da Petrobrás no pré-sal ?  Isso é como perguntar a um banqueiro se ele é contra o tabelamento de juros. Trata-se de uma entrevista totalmente self serving. Ridículo…

  5. Mais que coisa inédita!

    Uma grande petroleira que já atua no Brasil, que conhece bem o pré-sal, querendo uma parte para ela. Duas observações devem ser feitas:

    Se o pré-sal é tão ruim como a grande imprensa fala por que a Shell gostaria de operar o pré-sal?

    Se o negócio é bom, mais um motivo para não entregá-lo para outros!

    Sou mais o emerson57!

  6. Ja falei, vou falar de novo:

    Ja falei, vou falar de novo:  o dia exato que os Estados Unidos encostar no pre sal brasileiro o Brasil vira o Oriente Medio pelos proximos 100 anos.

  7. Sempre preocupados com o bem do país, quanto altruísmo!

    O pior é eu comentar algo tão evidente que sou o enésimo a fazê-lo no post…

    Eles acham que poder abocanhar 70% é pouco! Precisam de 100% para realmente ajudar-nos “bem”.

    Evidente que o “x” da “questã” é a Petrobrás operar os campos. Afinal eles querem sujar as mãos de óleo para fazer-nos felizes! Como mostra a História…

    Assim, controlando o que é extraído, miliitro por mililitro, para que tenhamos a “certeza” de que não estamos sendo usurpados, como fazia a Chevron furando e extraindo além dos limites.

    E finalmente “liberando” a Petrobrás de gastar “seu escasso dinheirinho” na operação dos poços, esquecendo que quem pagará pelo serviço serão os tão bem intencionados sócios… E que qualquer que seja o investimento, ela sempre poderá pagar sua parte com petróleo.

    Parte essa que eles querem que seja zero…

     

  8. Refinaria

    Porque essas petroleiras estrangeiras não constroem refinaria no Brasil?  Estão esperando a privatização das existentes? Cambada de fdp. 

  9. Dilma aceita acordo com Senado sobre Petrobras

     

    Esse sujeito está mentindo ou está só noticiando o PT fazendo o que dizia que os tucanos iam fazer?

    Dilma aceita acordo com Senado sobre Petrobras

     Estatal poderá abrir mão de extrair óleo e contribuir com 30% do capital

     

    KENNEDY ALENCAR
    BRASÍLIA

    Num gesto raro, a presidente Dilma Rousseff deu o braço a torcer. Em reunião ontem com ministros e líderes governistas no Congresso, ela reconheceu que é preciso mudar uma regra de exploração do petróleo do pré-sal. Dilma orientou os líderes a aceitar a mudança proposta pelo Senado. Na prática, a presidente fez um acordo para retirada de atribuições da estatal.

    Hoje, a Petrobras é a única empresa que pode extrair o petróleo do pré-sal, sendo também obrigada a contribuir com 30% do investimento dessa empreitada. Uma empresa privada pode se associar à estatal nessa tarefa, mas o monopólio de retirada do óleo é da Petrobras.

    Endividada, a Petrobras não dá conta do recado. Depois de relutar, Dilma aceitou que seja mudada a regra. E a Petrobras poderá abrir mão, permitindo que uma empresa privada assuma toda a empreitada.

    Fixada essa regra, o desafio é que a PPSA, a Pré-sal Petróleo S/A, que é a empresa pública criada para administrar o petróleo extraído sob a regra de partilha, fiscalize os custos de uma operação puramente privada, a fim de evitar prejuízo à União.

    Outro destaque importante da reunião de Dilma com seus auxiliares foi estabelecer que só haverá chance de aprovar a CPMF no Congresso com apoio de governadores e prefeitos. O estímulo para obter o apoio deles é dividir a receita da recriação do tributo. Mesmo assim, o governo sabe que será uma tarefa árdua.

      1. A mídia mentirosa diz o que Dilma não disse

        Aprenda a não acreditar na mídia que vive de fofoca. Como Requião informou via Twitter, pelo Facebook Dilma defende as regras do pré-sal como elas foram estabelecidas em 2010.

  10. Disseminaria o risco. Vai mentir assim lá no PIG.

    Para Ben van Beurden, CEO global da empresa, a abertura do setor ””disseminaria o risco, traria mais capacidade e mais investimento””; atualmente, a Petrobrás é operadora única do pré-­sal e tem a obrigação de participar com 30% em todos os campos. —-O cara, gringo,  quer se dar bem e pensa que somos otários, o Delcídio que está preso, Senador corrupto estava no PT, mais no fundo da alma, era  entreguista PSDBista de carteirinha, tendo inclusive trabalhado na Shell Europa por dois anos, o Ben deve ser amigo dele.  Esse cara é Ben mentiroso, e pensa que nós somos otários, no pré-sal, é só furar que o óleo sai, risco zero, não tem essa de poço sêco. E ademais a Petrobras é que corre o risco inerente a produção em aguas profundas, embora tenhamos uma tercnologia bem consolidada e avançada em termos de segurança, e produção, onde adotamos protocolos mais rígidos, de segurança, que evitam  acidentes como o da DEEPWATER HORIZON, onde numa relaxada fora dos padrões Petrobras , num momento crítico, conduziu ao incêndio. O mais impressionante é a outra mentira. “Críticos da norma vigente argumentam que a manutenção da petrolífera como única operadora ‘engessa’ a operação da empresa, exigindo da estatal recursos para desenvolver a exploração das camadas do pré-sal em diversas áreas.” Nesse ponto eles querem ENGESSAR a economia e a inteligência brasileira. Ser um produtor de petróleo mundial ao lado dos árabes, é importantíssimo, e decidir QUANTO produzir de petróleo, QUANDO devemos produzir, se mais ou menos, e à QUEM vender esse petróleo o que também é muito importante para a devida maximização dos lucros da indústria do Petróleo brasileira. No cobiçado mercado de petróleo, existe muita informação, contra informação, espionagem (container da Petrobras arrombado) , ladroagem, muito conversê, mais é uma guerra na realidade.

  11. Shell opinando no terreiro alheio…

    Fico a imaginar como seriam recebidas nos USA as empresas nacionais fabricantes de armas e munições se manifestassem na mídia norteamericana seu total apoio a continuidade, sem qualquer modificação na legislação, da liberdade total e irrestrita na venda de armas e munições em território americano…ou ainda se a EMBRAER se manifestasse pela restrição à BOEING na venda de aviões de combate de tal forma a garantir à EMBRAER vantagens nas vendas em território americano, inclusive para a Força Aérea Americana…

  12. o povo deve decidir
    Vamos colocar essa questão num referendo.

    Sem manipulação e mentiras. Debates na tv e radio.

    DUVIDO que o povo brasileiro queira mudar a legislação.

    O povo pode ser pobre mas não é burro!

    Com esse congresso é um risco para o pais, pois temos o MELHOR congresso que o dinheiro pode comprar!!!

  13. O LOBBY PELO PRÉ-SAL
    Nos

    O LOBBY PELO PRÉ-SAL

    Nos últimos meses, as grandes corporações de mídia se esmeraram em desafiar a lei de partilha do pré-sal, que garante a exclusividade de operação da Petrobras na extração de petróleo em águas ultraprofundas (lembrando que a Petrobras é a maior operadora e número um, com tecnologia mais avançada do mundo, neste tipo de extração). Matérias, artigos e editoriais, sempre favoráveis aos interesses das petroleiras estrangeiras, cinicamente, abraçaram o projeto entreguista do senador José Serra (denunciado nos vazamentos de informações ultra-secretas do governo dos EUA – escândalo wikileaks -, e sem nenhuma repercussão na imprensa brasileira, como o candidato presidencial que garantiu ao governo norte-americano a quebra da exclusividade da Petrobras no pré-sal). Só depois de ser pilhado no wikileaks, e encorajado com total cobertura da grande mídia, que o senador tucano apresentou, ele próprio, o projeto lesa-pátria que ora tramita no Senado para tirar os 30% que a Petrobras tem como exclusividade na exploração do pré-sal brasileiro (“apenas” alguns trilhões de dólares, mesmo com o petróleo em baixa no mercado internacional). A manobra pela entrega do pré-sal ganha nova dimensão agora com a mesma mídia atuando diretamente como porta-voz das petroleiras estrangeiras. É o que revela, sem subterfúgios, a matéria do Estadão “Shell diz ter interesse no pré-sal e defende fim da exclusividade da Petrobras”. Interesse sempre teve. Só não tinha era coragem e cara-dura de defender publicamente o fim da exclusividade da Petrobras. Mas agora tem, porque a nossa “cordata” grande mídia e o projeto tucano lhe escancararam a possibilidade. Dá para imaginar a Petrobras, em proveito próprio, questionando publicamente regras estabelecidas pelo governo estadunidense? Que imprensa vendilhona é essa, a brasileira, que participa de lobby contra interesses nacionais?

  14. Se for procedente a matéria

    Se for procedente a matéria assinada por Kenedy Alencar, verifica-se que o único bobo nesse “game” é o governo brasileiro. Anteciparia-se, assim, que a batalha pelo pré-sal caberá ao povo e às entidades que defendem que o petróleo é nosso.

  15. Memória

    O que me passa agora é que os mesmos diziam através da imprensa que o pré-sal era mentira na época da descoberta. Depois que seria muito caro retirar o óleo. E a Petrobras retira a U$8 o barril. E já conseguimos a autossuficiência.

  16. E ……………….

    Me recuso a acreditar neste factóide do Alencar, mas…..

    SE por acaso o governo abrir as pernas, digo: estou fora e cogito até em mudar de país!!! Irei para o arquipélago Christmas Island, na Austrália! 

  17. Não sei como funciona a

    Não sei como funciona a lesgilação, mas no caso da mudança do regime do pré-sal pelo congresso, se há possibilidade da Dilma vetar.

    Alguém sabe ?

  18. Ora, quem tem que se manifestar sobre isso é a Petrobrás

    A empresa tem conselhos, presidencia, diretoria, gerencias, corpo técnico, administraivo e oprcional para decidir o que é bom para ela.

    O pior é que gente leiga no Congresso, que sequer pertence à empresa, fica definindo o que “é bom ou não” para ela.

    Tratar dos interesses nacionais de verdade para os quais são regiamente pagos que é bom … NADA!

  19. Ora, se a sociedade for 70%, 70% da operação é paga pelos sócios

    A Petrobrás só “pagará” a sua parte, seja ela qual for.

    E pode pagar em óleo equivalente, sempre que necessário.

    Cascata pura! O que eles querem (incluindo seus representantes e corretores locais traíras) é o controle …

    Descaradamente!

    Como estão cada vez mais!…

  20. É o óbvio a ser feito

    De nada adianta o petroleo enfiado lá no fundo num mundo em que se promete acabar com os combustíveis fósseis o mais rápido possível.

    Quando os países grandes produtores, do oriente médio e rússia, estão extraindo o que podem e vendendo por quanto conseguem é uma idiotice perder tempo em nome de um nacionalismo tolo e infantil.

    A decisão mais inteligente é transformar logo esse petróleo em realidade, em produto, e consequentemente em ganhos para o país e para a sociedade através dos royalties.

     

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