No Estado Lava Jato, me proibiram testemunhar, diz Tacla Duran

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto-montagem: Brasil247
 
Jornal GGN – “Neste Brasil onde juízes de primeiro grau tentam aplicar a lei americana, procuradores xingam juízes do Supremo como se estivessem no Maracanã ou no Itaquerão e as delações premiadas são delações seletivas, de repente me vi numa situação inusitada: estou proibido de testemunhar por ordem do juiz Sergio Moro”, é o início do relato de Tacla Durán, em artigo para o Consultor Jurídico.
 
O advogado lembra que já foi ouvido como testemunha para investigações que envolvem a Odebrecht, na qual ele atuou entre 2011 e 2016, para a Justiça de inúmeros países, incluindo Peru, Argentina, Equador e México na América Latina, e Andorra, Suíça e Espanha, na Europa. 
 
“Entre as consequências diretas e indiretas desses depoimentos, um ex-ministro equatoriano foi preso, o presidente peruano renunciou, e o Uruguai extraditou um ex-funcionário do banco BPA para Andorra. Tudo amplamente noticiado pela imprensa internacional. Como se nada disso fosse relevante, continuo proibido de falar à Justiça do Brasil. Nunca prestei depoimento, embora tenha sido arrolado cinco vezes pela defesa do ex-presidente Lula”, escreveu.
 
Mas desde que começou a se apresentar como uma ameaça à Lava Jato, pelas irregularidades na forma de condução das investigações e para delatar casos de corrupção à Justiça brasileira, o magistrado de Curitiba, Sérgio Moro, o proibiu de testemunhar. Em uma das ocasiões, Duran explica que procurou espontaneamente a força-tarefa para narrar os fatos, mas ao não aceitar prestar delação premiada e não abrir qualquer informação sigilosa de clientes seus, foi “tratado como alguém julgado e condenado”. 
 
“Sou advogado há mais de 20 anos. Olhava para aquela situação e pensava: não é possível. Como eles podem me condenar sem processo, sem provas, sem sentença? Os procuradores da força-tarefa de Curitiba nunca quiseram me ouvir, saber o que eu tinha a dizer, dar oportunidade ao contraditório. Brandiam o tempo todo a ameaça da prisão preventiva. É humilhante ser acusado de crimes que não cometi, ofendido publicamente, desqualificado”, lamentou.
 
“Imagino que uma situação dessas pode ter acontecido na ditadura do Estado Novo ou no regime militar, mas numa democracia é inexplicável. Além de ilegal, a proibição é injusta, porque viola o direito de os réus produzirem as provas testemunhais que julgam ser importantes para suas defesas. As duas únicas vezes em que fui ouvido e pude dar minha versão sobre certos fatos foi no dia 30 de novembro de 2017, na CPMI da JBS, e no dia 5 de junho deste ano, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara”, acrescentou o advogado.
 
Leia o artigo completo de Rodrigo Tacla Duran, “Há quatro anos, poder paralelo da “lava jato” influi na política e na economia do país“, no Conjur.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Já comentei aqui mais de ma

    Já comentei aqui mais de ma dezena de vezes que TODOS os integrantes da lava rato, inclusive aqueles que passaram na frente da porta, tem de ser demitidos, processados, presos e, se possível, fuzilados(parece que pde em casos de crime lesa pátria, se não, qe se aprove lei neste sentido.)

    Depois temos vários no çupremo.

    Estes vagabundos são bandidos que arruinaram o Brasil economicamente, politicamente, socialmente e até na convivência entre cidadãos.

    A pena deles não pode ser somente cadeia.

     

    1.  
      Não josé. Tu tá trocando as

       

      Não josé. Tu tá trocando as bolas, o bandidão é o que gosta de camisa de colarinho preto. Trata-se do eunuco sérgio moro da Globo. Um juizeco de piso alocado na provincia do Paraná. Este sujeito é suspeito de ser um serviçal infiltrado no judiciário Brazuca para prestar serviços ao gov. americano.

      Orlando

    2.  
      Não josé. Tu tá trocando as

       

      Não josé. Tu tá trocando as bolas, o bandidão é o que gosta de camisa de colarinho preto. Trata-se do eunuco sérgio moro da Globo. Um juizeco de piso alocado na provincia do Paraná. Este sujeito é suspeito de ser um serviçal infiltrado no judiciário Brazuca para prestar serviços ao gov. americano.

      Orlando

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