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Lourdes Nassif
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As matérias para serem lidas e comentadas.

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  1. Bibliotecas poderão ser obrigadas a ter pelo menos um exemplar d

    Bibliotecas poderão ser obrigadas a ter pelo menos um exemplar da Bíblia

    Agência Senado

    http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2014/08/19/bibliotecas-poderao-ser-obrigadas-a-ter-pelo-menos-um-exemplar-da-biblia

    Marilia Coêlho

     

    Está pronto para ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) projeto de lei que obriga as bibliotecas públicas do país a terem pelo menos um exemplar da Bíblia. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 16/2009 tem parecer favorável do relator, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).

    De autoria do deputado Filipe Pereira (PSC-RJ), o projeto original determina que as bibliotecas públicas de todo o país mantenham em seus acervos pelo menos um exemplar da Bíblia. O autor justificou a proposta destacando a tradição cristã do país e o fato de que poderá tornar acessível o exame do livro sagrado principalmente para as pessoas com dificuldades financeiras. A proposta foi aprovada por unanimidade em todas as comissões da Câmara dos Deputados.

    Crivella apresentou emendas ao projeto para incluir a obrigatoriedade de versão digital da Bíblia nas bibliotecas que disponham de computadores com acesso à internet. Ainda segundo outra emenda do senador haverá apuração em processo administrativo disciplinar caso haja negligência no cumprimento da lei. Na terceira e última emenda, Crivella estabelece o prazo de 360 dias para que a lei gere efeitos.

    O relator argumenta que a laicidade do país, definida na Constituição, não significa que o Brasil seja um estado ateu.

    “Eis que ela declara, expressamente, a crença em Deus, como se dessume da leitura do preâmbulo da própria Carta Magna”, afirmou Crivella, referindo-se à expressão em que o constituinte de 1988 invoca a proteção de Deus ao promulgar a Constituição.

    O relator argumentou ainda que o projeto não vincula o país a religiões específicas e não dá exclusividade ou tratamento privilegiado às confissões cristãs. Para ele, não se pode dizer que a Bíblia é o símbolo de uma religião em particular.

    “O projeto pretende, apenas, propiciar que as bibliotecas públicas disponham de exemplar da Bíblia Sagrada, em razão de seu reconhecido valor histórico e de formação de valores humanos compatíveis com uma sociedade plural, tolerante e voltada para a prática da solidariedade entre as pessoas e de amor ao próximo”, afirmou.

    Se for aprovado pela CCJ, o projeto seguirá para a análise da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).

    1. Outras

      E as outras religioes, como ele mesmo diz é laico, mais não ateu, mais esse senhor deveria lembrar que não é totalmente catolico, e as outras religioes, o que devem fazer?

      Se é para ser justo, essa lei deveria ser estendida a todas as religioes, pois deveria favorecer a todas e não somente a uma.  

  2. E também aproveitando o

    E também aproveitando o espírito laico do país podería exigir também um exemplar do Corão, outro do Livro dos Espíritos, outros tantos sobre as matizes africanas e por aí vai. Só a Bíblia é oportunismo.

  3. E também aproveitando o

    E também aproveitando o espírito laico do país podería exigir também um exemplar do Corão, outro do Livro dos Espíritos, outros tantos sobre as matizes africanas e por aí vai. Só a Bíblia é oportunismo.

  4. Estado do refúgio no Brasil

    O Estrangeiro

    http://oestrangeiro.org/2014/08/20/estado-do-refugio-no-brasil/

    O Brasil abriga hoje 5.208 refugiados. Número muito pequeno se comparado à média mundial.

    Os números revelam que os pedidos de refúgio no país têm crescido exponencialmente ao longo dos anos. Em 2013, foram 5.256, ante 566 em 2010. As solicitações aceitas também aumentaram: de 126, em 2010, para 649 no ano passado.

    Para o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, o aumento é decorrente exclusivamente das condições internacionais. “Isso acontece devido ao agravamento da crise no Oriente Médio e dos conflitos nos países africanos e também no nosso continente”, diz.

    O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil, Andrés Ramirez, concorda que o acirramento de conflitos, como a guerra civil na Síria, é fator fundamental para esse fluxo, mas ressalta também uma presença maior do Brasil no cenário internacional. “As solicitações aumentaram no mundo todo. Além das crises humanitárias antigas, como a do Iraque e a do Afeganistão, em 2011 houve a Primavera Árabe. Problemas na Costa do Marfim, no Mali, na Somália e no Sudão do Sul também foram registrados”, afirma.

    O refúgio é um direito de estrangeiros garantido por uma convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) de 1951 e ratificada por lei no Brasil em 1997. Segundo o Ministério da Justiça, o refúgio pode ser solicitado por “qualquer estrangeiro que possua fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, opinião pública, nacionalidade ou por pertencer a grupo social específico e também por aqueles que tenham sido obrigados a deixar seu país de origem devido a uma grave e generalizada violação de direitos humanos”. Com esse status, as pessoas passam a ter os mesmos direitos dos habitantes do país.

    As entrevistas com os estrangeiros são feitas por técnicos, que fazem um relatório atestando ou não sua elegibilidade. A decisão final é tomada em reunião plenária do Conare. Em 2013, pela primeira vez o número de solicitações aprovadas foi maior que o de negadas – 649 contra 636.

    Nacionalidades

    Atualmente, há refugiados de 79 nacionalidades vivendo no Brasil. O maior grupo é formado por colombianos: 1.154 no total. Desses, 360 são reassentados, isto é, estrangeiros que conseguiram refúgio em um país e, por alguma circunstância, precisaram migrar para um terceiro.

    O Brasil é uma das poucas nações que participam do programa de reassentamento do Acnur. Segundo o Ministério da Justiça, no caso dos colombianos, o objetivo é cooperar com o Equador na busca por uma solução para os mais de 55 mil colombianos refugiados naquele país. O compromisso de ajuda foi assumido pelo Brasil diante de organismos internacionais.

    O representante do Acnur afirma que houve mudanças importantes na Colômbia recentemente, com o reconhecimento por parte do governo da responsabilidade em crimes cometidos nos últimos 50 anos de conflito, a reparação das vítimas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e a restituição de terras. “O início do diálogo de paz é importante, mas os colombianos continuam deixando o país porque não têm confiança de que o processo vai dar certo. Há muito ceticismo e a maioria acha que a situação não vai mudar radicalmente”, diz Ramirez.

    Segundo ele, um acordo firmado entre países do Mercosul possibilita que colombianos – e também argentinos, paraguaios, uruguaios, chilenos e peruanos – solicitem residência permanente no Brasil. Por essa razão, muitos optam por não pedir o refúgio, já que existe essa possibilidade.

    Os angolanos aparecem na segunda posição do ranking de refugiados no Brasil, com 1.062 pessoas. Esse número, no entanto, deve diminuir gradativamente, pois houve um pedido do Acnur para que fosse cessada a condição de refugiados aos habitantes que deixaram o país africano durante a guerra civil (que durou quase três décadas e foi encerrada em 2002), em razão de a situação já ter sido estabilizada. O processo ainda está em curso.

    “Como medida complementar, foi oferecida a possibilidade de eles continuarem no território nacional como residentes permanentes, por cumprirem todos os requisitos legais. Isso foi feito para que aqueles indivíduos que possuíam suficiente integração cultural e econômica por longos anos pudessem receber uma solução duradoura. E foi dada a oportunidade para os que tinham interesse em voltar fazerem isso, a partir do exercício de sua própria autonomia”, afirma o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão.

    No caso de novas solicitações de angolanos, Abrão diz que o Conare faz uma análise “criteriosa e individualizada” para identificar se há um fundado temor de perseguição particular.

    O terceiro maior grupo de refugiados no Brasil é formado por congoleses, que ainda convivem com uma crise humanitária em consequência de embates entre governo e opositores do presidente Joseph Kaliba. Ao todo, são 617 indivíduos com esse status reconhecido em território nacional.

    Já os sírios ocupam a quarta posição do ranking. Dos 333 refugiados, 284 conseguiram o status no ano passado, após uma escalada da violência no país árabe, que registra em três anos mais de 150 mil mortos nos conflitos entre rebeldes e forças do regime do presidente Bashar al-Assad.

    Pedidos

    Do total de pedidos de refúgio feitos ao Brasil no ano passado, 2.242 (43%) foram de africanos. Outras 2.039 solicitações (39%) partiram de asiáticos. A maioria ainda não foi analisada.

    Bangladesh lidera a lista de nacionalidades com o maior número de pedidos de refúgio em 2013, com 1.837. Apenas uma pessoa proveniente do país, no entanto, teve a condição reconhecida no ano passado. O Senegal aparece logo atrás, com 961 pedidos, sendo que apenas quatro habitantes conseguiram o status em 2013.

    De acordo com o secretário nacional de Justiça, a maioria dos bengalis e senegaleses entra no Brasil por razões econômicas, que não se enquadram no refúgio. “Eles têm utilizado o expediente do refúgio porque têm encontrado excesso de burocracia na solicitação de visto prévio como imigrantes comuns. Quando é feita essa solicitação de refúgio, as convenções internacionais estabelecem que é preciso conceder a autorização provisória de permanência. Isso porque há um princípio da proteção imediata, até o julgamento do mérito”, explica Abrão.

    Apesar de a entrada de haitianos ter triplicado na fronteira, eles também não são reconhecidos, em sua maioria, como refugiados. Para eles, há um visto especial humanitário, que permite que os habitantes do país, assolado por um terremoto em 2010, permaneçam no Brasil.

    Entre as cidades do país que mais receberam pedidos de refúgio em 2013, São Paulo é a campeã, com 1.092 solicitações. Brasília recebeu 745, Guaíra (PR) – na fronteira com o Paraguai – teve 487 e Epitaciolândia (AC) – na fronteira da Bolívia e também perto do Peru –, 367.

    Entre os estados, São Paulo também lidera, com 1.204 pedidos. O Paraná é o segundo com mais solicitações: 1.088.

    Comparações

    Apesar do aumento de concessões de refúgio no Brasil, o número de estrangeiros reconhecidos ainda é pequeno se comparado ao de outros países.

    O Paquistão, que tem atualmente a maior população de refugiados do mundo, abriga cerca de 1,6 milhão de estrangeiros. E, no Líbano, quase um quarto da população é formada por refugiados sírios (1 milhão dos 4,4 milhões de habitantes).

    (Voz da Barra – 18/08/2014)

  5. Quem é o vilão da violência na cidade de SP

    Nassif, acredito que não tenha sido postado aqui no blog, mas essa reportagem do Caco Barcellos no Profissão Repórter traz um excelente trabalho de pesquisa sobre as (injustas) motivações para redução da maioridade penal.

     

    http://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2014/08/quem-e-o-vilao-da-violencia-na-cidade-de-sp-o-adulto-ou-o-adolescente.html

     

    Quem é o vilão da violência na cidade de SP: o adulto ou o adolescente?

    Profissão Repórter investiga questão durante dois meses. Boa parte dos que defendem a redução da maioridade penal não sabem a resposta.

     

    Por Caco Barcellos

     53 comentáriosmenor infrator (Foto: TV Globo)

    Em sua opinião, quantos são os assassinatos cometidos na cidade de São Paulo por adolescentes com menos de 18 anos de idade?

    “Uns 80 por cento”, respondeu uma funcionária pública aposentada da Zona Leste e amiga de uma mãe de menor infrator.

    “90 por cento”, disse o empresário de uma construtora da Zona Oeste, vítima de um assalto praticado por um adolescente.

    “Mais da metade”, disse uma colega jornalista de uma emissora de TV.

    A resposta correta foi revelada por uma pesquisa inédita, exibida no Profissão Repórter desta terça-feira, dia 12 de agosto. A análise de 3.233 crimes de morte ocorridos no ano de 2005 prova que 98,1% (3.172) foram de autoria de adultos, e 1,9% (69) de responsabilidade de  menores.

    O  resultado da pesquisa surpreende até os profissionais do Judiciário. Nós entrevistamos um notório defensor de penas mais duras aos menores, o promotor Oswaldo Monteiro, da Vara da Infância e Juventude. “O código penal é de 1940. Você acha que menor que tinha 17 anos lá em 1940 é o mesmo indivíduo hoje de 2014? Se alguém me provar que é, eu me rendo, não peço mais a redução da maioridade penal”, declara.

    O promotor  representa uma parte da sociedade que se considera “cidadãos de bem”. “O que a sociedade quer hoje, pelo menos eu sinto aqui no meu dia a dia: punição! Por que você tem os homens de bem e os homens do mal. Tem gente que trabalha, acorda, vai trabalhar, passa o dia inteiro e volta pra sua casa. E tem gente que não quer isso”, afirma.

    Oswaldo Monteiro é promotor há mais de 20 anos. Pergunto: “Já que o senhor tem essa experiência toda, o senhor sabe quantos por cento dos assassinatos e latrocínios são praticados por menores?” “Talvez uns 20, 30%, mas nessa ordem de delito, latrocínio e homicídio…”, diz ele.

    Questiono: “De onde o senhor tira essa certeza?” “Do dia a dia nosso. Hoje nós praticamente estamos atendendo um menor infrator, um perfil de roubador, latrocida, homicida e de tráfico de drogas. É disso hoje que as varas especiais estão se incumbindo. Nós temos um índice grande aqui”, explica o promotor.

    Mostrei o resultado de nossa pesquisa e tentei confrontá-la com os dados da Vara de Infância. Esse foi o nosso diálogo:

    Promotor: A sua pesquisa de quando é?
    Caco Barcellos: É de 2005.
    Promotor: Nós estamos em 2014, nove anos depois.
    Caco Barcellos: O senhor tá dizendo que a nossa pesquisa não traduz a realidade atual por que é de 2005?
    Promotor: Sim, eu acho. Ela está defasada… defasada! Nós temos dados de departamento de execução. Você pode pedir a lista de latrocínios e homicídios de processos que giraram pela infância e juventude. Tá lá, tá aberto. Claro que corre em segredo de Justiça, o juiz precisa autorizar.

    Os dados da Justiça para os crimes mais atuais  apontam que, passados nove anos, o grande  responsável pelas mortes ainda é o adulto.  Não é o menor de idade. Dos 1.530 assassinatos ocorridos na cidade de São Paulo no ano passado, 94% foram praticados por homens e mulheres com mais de 18 anos e 6% por menores infratores.

    Inacreditável que  promotores acreditem que os adolescentes  sejam os grandes vilões da violência.

    Nós analisamos os dados dos assassinatos mais antigos para poder  avaliar melhor  a qualidade do trabalho do sistema judiciário no combate a violência e na punição e recuperação dos criminosos e infratores.

    Como a pesquisa é inédita, seus resultados trazem dados reveladores, essenciais para quem se preocupa em combater as verdadeiras causas da violência.

    Mais sobre a pesquisa:

    – Dos 2.233 homicídios e latrocínios  de 2005, 1,9% foram cometidos por adolescentes com menos de 18 anos de idade.

    – Dos adolescentes envolvidos em 61 assassinatos, 4 foram mortos.

    – No mesmo ano de 2005,  264 assassinatos foram de autoria de policiais militares, ou seja, 11%.

    – Dos 42 adolescentes que a equipe do Profissão Repórter conseguiu localizar, a maioria (28) voltou a cometer infrações ou crimes na fase adulta.

    – Encontramos 8 adolescentes que passaram pela Fundação Casa e hoje estão em liberdade. Quatro deles mataram a facada uma jovem de 15 anos e sumiram com o corpo dela. Até hoje o caso não foi julgado.

    – Não conseguimos localizar 6 dos adolescentes envolvidos nos assassinatos de 2005. Todos passaram pela Fundação Casa. Os diretores se negaram a dar entrevista e a fornecer informações para a nossa reportagem.

    Veja a edição do programa exibido em 12/08/2014

     

  6. A resposta de Obama ao Bonner da Fox

    Carta Maior

     

    20/08/2014 00:00

     

    A resposta de Obama ao Bonner da Fox

    A isenção parece não representar mais um valor passível sequer de ser simulado pelo maior oligopólio midiático, que se arroga o papel de um poder moderador.

    por: Saul Leblon     

      

      

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    Há alguma coisa de profundamente errado com a liberdade de expressão num país quando, a cada escrutínio eleitoral, a maior preocupação de uma parte da opinião pública e dos partidos, do início ao fim da campanha, não é propriamente com o debate de ideias, mas com o impacto da ‘emboscada midiática’.
     
    Não se duvida de que ela virá.

    Apenas se especula como e com que intensidade a maior emissora de televisão do país –seus satélites e assemelhados– agirá na tentativa de raptar o discernimento do eleitor, sobrepondo-lhe denúncias, recortes e interditos da exclusiva conveniência dos interesses que vocaliza.

    Carta Maior já disse algo parecido na eleição de 2012, na de 2010 e na de 2006; outros veículos e blogs fizeram o mesmo, assim também como muitos advertiram em 2002 e 1989…

    Infelizmente, depois da ‘entrevista’ a que foi submetida a Presidenta Dilma no Jornal Nacional, nesta 2ª feira, não há motivo para não reiterar a mesma assertiva na forma e no conteúdo.

    A novidade é a radicalização observada, inversamente proporcional à capacidade conservadora de oferecer um projeto alternativo a à sociedade que não se magnetize em torno da palavra arrocho.

    Hoje isso é mais ostensivo do que em 2010.

    Abre-se assim uma etapa de viva transparência; um embate bruto em que a mídia dominante não consegue dissimular as consequências daquilo que a define.

    Tampouco parece ter pejo em descartar uma isenção – a rigor nunca praticada– mas da qual sempre se avocou em guardiã, para sonegar pertinência à democratização estrutural dos meios de comunicação.

    A isenção parece, enfim, não representar mais um valor passível sequer de ser simulado por quem se arroga o papel de um poder moderador acima da sociedade.

    Caricaturas de um oligopólio que não pretende debater, nem informar, mas apenas veicular a agenda conservadora, Willian Bonner e Patrícia Poeta deram inestimável contribuição a esse enredo nesta 2ª feira.

    A forma amadora, sôfrega e abusada com que se dirigiram à Presidenta Dilma evidenciou a urgente necessidade de uma regulação da mídia no país.

    A colisão entre o ritual democrático e a usurpação da vontade do eleitor por um interdito que se pronuncia de véspera e assim persiste até a boca da urna acompanha o calendário político brasileiro desde o fim da ditadura.

    É como se o país sofresse de uma doença maligna que trocou a farda pela recidiva midiática.

    A evidência mais grave dessa anomalia é que todos sabem de que garrote vil se fala, qual o intento do poder retratado e que interesses ele dissemina.

    Não precisar nominá-lo é pouco menos que a tragédia na vida de uma Nação — já se disse mais de uma vez neste espaço.

    O espetáculo encenado pela dupla Bonner e Poeta reitera a maleita de pontualidade afiada.

    É a confirmação do poder paralelo asfixiante, ubíquo, previsível e consentido que impõe sua tutela ao voto graças a um arsenal composto de 26 canais de televisão, dezenas de rádios, jornal impresso, editora, produção de cinema, vídeo, internet e distribuição de sinal e dados.

    Tudo regado por uma hegemônica participação no mercado publicitário.

    Inclusive de verbas públicas.

    Não há nessa constatação qualquer traço de fobia persecutória.

    O que há são antecedentes.

    Abundantes. Dotados de uma regularidade e arrojo tais que justificam o uso da palavra escárnio à cínica tentativa de negá-los.

    Mencione- se apenas a título ilustrativo três assaltos ao território que deveria ser inviolável, e pelo qual muitos lutaram e não poucos morreram para que fosse assim.

    Em 1982, a Rede Globo e o jornal O Globo arquitetaram um sistema paralelo de apuração de votos nas eleições estaduais do Rio de Janeiro.

    Leonel Brizola era favorito, mas o candidato das Organizações Globo, Moreira Franco, recebera privilégios de cobertura e genuflexão conhecidos.

    Os sinais antecipavam o estupro em marcha.

    E ele veio na forma de um contagem paralela contratada pela Globo , a privilegiar colégios do interior, onde Moreira Fraco liderava. O intuito sibilino era criar um ‘consenso’ receptivo a acertos espúrios.

    A violação só não se consumou porque Brizola recusou o papel de hímen complacente. Ao reagir convocou a imprensa internacional, denunciou o golpe em marcha e brigou pelo seu mandato. Em entrevista histórica –ao vivo, por sua arguta exigência–, Brizola denunciou a manobra da Globo falando à população através das câmeras da própria emissora.

    Venceu por uma margem de 4 pontos.

    Em 1983, os comícios contra a ditadura e por eleições diretas arrastavam multidões às ruas e grandes praças do país. A Rede Globo boicotou a irrupção democrática o quanto pode.

    O Brasil retratado em seu noticioso era um lago suíço de resignação, até que no dia 25 de janeiro de 1984, aniversário da cidade São Paulo, um comício monstro tomou a praça da Sé, na capital paulista.

    Mais de 300 mil vozes exigiam democracia e cobravam eleições.

    A direção editorial do grupo que hoje é um dos mais aguerridos centuriões da liberdade na Argentina, Venezuela e outros pagos ‘populistas’, abriu espaço então no JN para uma reportagem .

    Estava em causa, de um lado, a democracia, de outro, a continuidade da ditadura. Não para a escalada do JN, que associou a multidão na praça da Sé a ‘um show em comemoração aos 430 anos da cidade’.

    Em 1989, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello realizariam o debate final de uma disputa acirrada e histórica: era o primeiro pleito presidencial a consolidar o fim da ditadura militar. Collor tinha uma vantagem de margem de erro sobre um Lula ascendente.

    A Globo editou o debate duas vezes. Até deixá-lo ‘ao dente’, para ser exibido no Jornal Nacional: Collor teve um minuto e oito segundos a mais que Lula; as falas do petista foram escolhidas entre as suas intervenções mais fracas; as do oponente, entre as suas melhores.

    São amplamente conhecidas as reiterações desse ‘método jornalístico’ em 2002, 2005, 2006, 2010 e 2012 para que se possa dar o benefício do ponto fora da curva ao desempenho de Bonner e Poeta.

    Eles são própria curva.

    A histórica obra de construção de uma democracia social no país, iniciada por Lula, e continuada por Dilma, não avançará nos próximos quatro anos , como se pretende, sob o poder ilegítimo de veto que o dispositivo midiático desfruta no Brasil.

    A dois meses da urna não há espaço hábil para se redimir o tempo perdido com um aggiornamento regulatório da comunicação audiovisual .

    Mas a campanha progressista não pode omitir o tema em sua agenda, sob o risco de não ter mais o direito de escandalizar-se com o que já ocorreu, e ainda ocorrerá, até as urnas de outubro.

    Supor indulgência, em troca de silencio, é creditar ao pescoço a responsabilidade de afrouxar a corda do enforcado.

    O dedos em riste de Bonner e Poeta não autorizam ilusões.

    Nem o lhano Barack Obama silenciou diante de um cerco de abrangência talvez até mais modesto.

    Na verdade, uma das denúncias mais duras da decadência dos princípios liberais na mídia partiu justamente dos porta-vozes do democrata.

    E ela se ajusta na medida ao que se passa no Brasil.

    Em 2009, Anita Dunn, Diretora de Comunicações de Obama e David Axelrod, principal assessor de comunicação, assim se referiram à rede Fox, do direitista Rupert Murdoch, ferrenho opositor de Obama:

    ‘A rede Fox está em guerra contra Barack Obama (…) não precisamos fingir que o modo como essa organização trabalha é jornalístico. Quando o presidente fala à Fox, já sabe que não falará à imprensa, propriamente dita. O presidente já sabe que estará debatendo com um partido da oposição’, resumiu a atilada Diretora de Comunicações da Casa Branca.

    Numa escalada de entrevistas e disparos cuidadosamente arquitetados, Dunn e Axelrod falaram alternadamente a diferentes segmentos midiáticos de todo o país. E o fizeram com o mesmo propósito: dar o nome aos bois e assim qualificar o sentido do cerco em torno de Obama.

    ‘Mr. Rupert Murdoch tem talento para fazer dinheiro, e eu entendo que sua programação é voltada a fazer dinheiro. Só o que argumentamos é que [seus veículos] não são um canal de notícias de verdade. Não só os âncoras, mas a programação toda. Não é notícia de verdade, mas é a pregação de um ponto de vista. E nós vamos tratá-los assim’, bateu Axelrod em seguida ao ataque de Anita Dunn.

    Não há muita diferença entre o que se passa nos EUA e a divisão de trabalho observada no Brasil, onde as rádios chutam o governo petista abaixo da linha da cintura; os jornalões dão ‘credibilidade’ à asfixia, enquanto a rede Globo faz a edição final no JN, transformando o boa noite diário da dupla Bonner e Poeta em uma espécie de ‘meus pêsames, brasileiros, pelo governo que escolheram; não repitam isso em outubro próximo, OK?’.

    É oportuno ressaltar, Barack Obama não delegou a tarefa de dar transparência a esse arsenal apenas aos assessores.

    O flexível democrata –não Chávez, não Cristina, não Correa– comprou a briga pessoalmente contra a Fox News e nem por isso deixou de ser reeleito.

    E o fez não apenas nos idos de 2009.

    Mas desde 2009…

    Em janeiro deste ano, em entrevista que foi ao ar em horário nobre, antes do Super Bowl, o mais importante evento esportivo do país, Obama –ao vivo– acusou novamente a emissora Fox News de manipular o noticiário para inflamar a opinião pública contra o seu governo.

    Repita-se: Obama disse isso ao vivo ao âncora Bill O’Reilly , apresentador de um dos programas mais populares do canal a cabo e autor de vários best-sellers com críticas às políticas do Partido Democrata norte-americano.

    A seguir, trechos da inspiradora transparência adotada pelo democrata nessa ‘sabatina’ feita pelo golpismo midiático de lá. 
    Vale a pena ler de novo:

    O’Reilly, pergunta detalhes do plano de saúde compulsório aprovado por Obama no Congresso e sugere que se trata do “maior erro de sua Presidência”.

    Obama (sardônico) : ‘Bem, Bill, você mantém sempre uma longa lista dos meus erros como presidente, não é?’

    O’Reilly interrompe-o em seguida, várias vezes, quando Obama tentava explicar o ataque armado à embaixada norte-americana em Bengazi, na Líbia, que terminou com a morte do embaixador em setembro de 2012.

    Obama: ‘… e eu estou tentando explicar a você — se você quiser ouvir’.
    O’Reilly afirma que muitos acreditavam que Obama tentara encobrir o caso Bengazi em um momento em que estava em plena campanha pela reeleição.

    Obama: ‘Eles acreditam nisso porque pessoas como você continuam a dizer a eles que foi isso que aconteceu.’

    O’Reilly muda de assunto e diz que as isenções de imposto de renda de Obama discriminaram grupos à direita do Presidente. Em seguida dispara uma denúncia de corrupção na Receita Federal dos EUA.

    Obama: ‘Não houve nada disso; não foi isso que aconteceu. As pessoas puderam ver isso claramente nas muitas audiências a respeito da questão no Congresso’.

    O’Reilly insiste com o clássico: ‘muitas pessoas continuam achando suspeita a situação, senhor Presidente’

    Obama: ‘Esse tipo de coisa continua vindo à tona em parte por causa de você e sua rede de TV…’

    O’Reilly corta; afirma que várias “perguntas continuavam sem resposta’; insiste na corrupção na Receita Federal.

    Obama: ‘Estou lhe dizendo que não houve sequer corrupção; não houve nem mesmo uma migalha de corrupção’.

    A entrevista foi encerrada.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/A-resposta-de-Obama-ao-Bonner-da-Fox/31641&page=1

  7. Juros e Previdência

    Carta Maior

     

     Juros e Previdência

     O financismo berra que 2015 deverá ser um ano de redução nas contas como   saúde, educação, previdência, saneamento e assemelhadas.

     

    O avanço da agenda do debate eleitoral começa a colocar a questão econômica no centro do palco. Diz respeito à discussão a respeito das alternativas que se colocam para o Brasil para o próximo quadriênio. No entanto, as dificuldades e os impasses vividos por nossa economia no momento atual não deve abrir espaço para o retorno de pretensas soluções milagreiras, que já foram ultrapassadas pela história.

    Na verdade, assiste-se a uma tentativa das forças conservadoras de pautar os meios de comunicação quanto à suposta “inevitabilidade” de um profundo choque ortodoxo para o ano que vem. E dá-lhe espaço para os “especialistas” de plantão – todos eles ligados aos interesses do financismo – criando falsas unanimidades quanto à inflação descontrolada, à necessidade de um tarifaço energético ou à urgência de cortes profundos nas despesas orçamentárias.

    Assessores econômicos e consultores do mercado financeiro saem logo a divulgar o catastrofismo de plantão. O foco da estratégia é a insistência em desqualificar toda e qualquer tentativa de enfrentar os desafios econômicos lançando mão dos instrumentos da chamada heterodoxia. Esses personagens são os mesmos que justificam a alta ou a baixa da cotação das ações da Petrobrás em função de boatos a respeito de suposta divulgação de resultado de pesquisa eleitoral. São eles também os responsáveis pela divulgação de informações responsabilizando o governo argentino, nessa disputa que trava a equipe de Cristina Kirchner contra os chamados “fundos abutres”. Enfim, segundo eles, nada disso pode ser qualificado como especulação que tangencia a esfera do econômico e do político – trata-se tão somente da avaliação das conhecidas forças de mercado…

    No caso aqui tratado, saem clamando contra a dita irresponsabilidade do governo da Presidenta Dilma por ter relaxado a rigidez na condução da política econômica.

     

    O discurso do retrocesso pretende retomar o arrocho, por meio do restabelecimento da radicalidade do tripé da política econômica. Isso significaria não mais aceitar o regime de metas de inflação com um centro e as bandas superior e inferior. Isso significaria não mais aceitar qualquer tipo de intervenção da autoridade monetária (ainda que branda, como a atual) no mercado de câmbio. Finalmente, isso significaria promover uma elevação no superávit primário, comprimindo despesas com rubricas sociais do orçamento, para drenar recursos para o pagamento de juros e encargos da dívida pública.

    Um dos temas preferidos pelos colunistas conservadores é a necessidade de mudança na lei de reajuste do salário mínimo. O modelo atual tem validade até 2015 e prevê um reajuste com dois componentes: i) a reposição da inflação anual e ii) um ganho real associado ao crescimento do PIB da economia no ano anterior. Nada mais justo para a imensa maioria do povo brasileiro, que recebe esse piso como remuneração mensal. Como se pode imaginar, a proposta de alteração vem no sentido de redução de direitos, de diminuição do valor real do salário mínimo. Uma loucura!

    Todo mundo sabe que uma das bases para o processo de redução da miséria e melhoria das condições de vida dos que estão na base da pirâmide social de nosso País foi a recuperação do piso da renda do trabalhador. Ao lado de outros instrumentos importantes de políticas públicas (como o Programa Bolsa Família), a elevação do rendimento das famílias, por meio da valorização do salário mínimo, foi também responsável pela melhoria das condições de consumo, assegurando a recuperação da nossa economia pela demanda interna – mesmo no quadro da crise internacional.

    Mas isso pouco importa nessa espécie de fixação tresloucada das forças conservadoras com a redução de direitos e o enxugamento da presença do Estado na economia. Alguns “especialistas” do financismo já voltam a martelar na necessidade de um pacote de diminuição das despesas orçamentárias. E o principal alvo, como sempre, é a previdência social. Afinal, eles nunca engoliram o fato de que nosso Regime Geral de Previdência Social (RGPS) não tenha sido privatizado, como foram obrigados a fazer Chile e Argentina. Caminho, aliás, que logo em seguida abandonaram e se arrependeram da aventura irresponsável. Afinal, o olho gordo dos que lidam com patrimônio financeiro próprio e alheio não consegue ficar imune às cifras do volume movimentado pelo sistema gerido pela União. São mais de R$ 436 bilhões relativos a pagamentos de benefícios gerais da previdência social, dos quais R$ 357 bi voltados ao pagamento de aposentadorias e pensões do INSS. Imaginem só mais essa massa de dinheiro sendo operada pelas mãos dos bancos privados!

    As manchetes de alguns jornais já começam a metralhar: “Rombo da previdência deve atingir R$ 55 bilhões em 2014”. As estimativas são feitas com base nas atualizações dos números oficiais, que falam da “necessidade de financiamento” de R$ 40 bi para o RGPS. A diferença de tratamento não é gratuita! A previdência social não é deficitária e não cabem as expressões preferidas por seus inimigos, como “rombo”, “buraco”, etc. O que existem são 2 grandes subgrupos que não podem receber o mesmo tipo de tratamento. Os trabalhadores urbanos compõem um conjunto que está mais do que equilibrado: ele é mesmo superavitário. Em 2013, por exemplo, arrecadou R$ 307 bi e teve uma despesa equivalente a R$ 282 bi. Isso significa que as receitas das empresas e dos trabalhadores são mais do que suficiente para cobrir os benefícios pagos. E ainda sobraram R$ 25 bi.

    Já os trabalhadores rurais compõem um outro subconjunto que apresenta um quadro distinto. Eles foram incorporados ao RGPS apenas depois da década de 1990, em razão da previsão da constituição cidadã. Com isso, uma parcela importante dessas famílias passou a ter direito a receber a aposentadoria de 1 salário mínimo (sm), mas nunca haviam contribuído ao longo de sua vida passada.

     

    A responsabilidade dessa contrapartida deveria ser efetuada por meio de aportes do Tesouro Nacional ao regime previdenciário, uma vez que não se trata de nenhum tipo de “desequilíbrio estrutural”. Pelo contrário, foi uma decisão histórica do País em reconhecer a injustiça anterior e incorporar essa parcela de nossa população a critérios mínimos de vida republicana e de igualdade de direitos. Por essas razões, a receita arrecadada pelos rurais é de apenas R$ 6 bi, ao passo que as despesas com benefícios alcançam R$ 82 bi. À medida que as gerações forem avançando, essa diferença vai diminuir, uma vez que os mais novos contribuem para o regime e ele deverá tornar-se tão equilibrado quanto o dos urbanos.

    No entanto, a diferença de tratamento dos órgãos de comunicação é muito diferente quando se trata de outra despesa do Estado: os gastos com juros. Não se vê nenhuma indignação ou manchete escandalosa denunciando o “rombo de R$ 251 bilhões!”. Sim, pois é exatamente esse o montante de recursos que a Administração Pública dedicou ao pagamento de juros ao longo dos últimos 12 meses. Isso significa que 5% do PIB são destinados a uma despesa totalmente descolada do setor real da economia, um verdadeiro gasto parasita.

    A necessidade de financiamento do RGPS para cumprir as transferências a dezenas de milhões de famílias da “fortuna” de um salário mínimo mensal é apontada como um enorme descalabro. Já o aporte de valores orçamentários muito superiores a esses a título de desoneração tributária, de subsídio de empréstimos oficiais ou de pagamento de juros não parece incomodar muito o financismo.

    Esse desajuste estrutural, essa ineficiência do gasto público, esse enorme desperdício de recursos públicos não recebem jamais o destaque merecido nas páginas impressas ou nas telas. Para eles, a razão é óbvia: as despesas de natureza financeiras são intocáveis! De acordo com as orientações do oráculo, os cortes orçamentários necessários devem ocorrer apenas nas áreas de maior sensibilidade – nas contas sociais e nos investimentos. Assim, o financismo berra que 2015 deverá ser um ano de redução nas contas como saúde, educação, previdência, saneamento e assemelhadas. Tudo isso para viabilizar a sobra de recursos para o pagamento de juros da dívida pública. E vamoquevamo!
     
     

    (*) Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal, e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Juros-e-Previdencia/31631

  8. Aécio se perdeu e já não sabe o que fazer

    Tijolaço

     

    Aécio se perdeu e já não sabe o que fazer. Marina esnoba alianças e aposta na mídia

     

    20 de agosto de 2014 | 21:39 Autor: Fernando Brito   

    bomrapaz

    O primeiro dia depois da estréia do horário eleitoral é, frequentemente, preservado pelos candidatos para o ajuste de suas mensagens ao eleitor.

    As agendas, portanto, se concentram próximo ao local das gravações e o tempo é preservado para que se façam os ajustes finos do discurso que atinge milhões de eleitores.

    Dilma manterá, essencialmente, o tom do programa de ontem. Falará um pouco mais que no programa de abertura.

    Se Marina ocupará o espaço do PSB, é uma incógnita. Mas a duração da reunião que a entronizou no lugar de candidata – seis horas – mostra que não foram fáceis os acertos internos.

    Não se impressionem com esta história de que ela não subirá no palanque de Alckmin: Marina impôs como coordenador da campanha nada menos que Walter Feldman, coordenador de mobilização da campanha de José Serra à Prefeitura de São Paulo.

    Não é preciso dizer mais que isso, não é?

    Marina esnoba as alianças políticas que tem – e não pode deixar de ter, pelas coligações feitas pelo PSB – confiando que a mídia a apresentará como independente.

    É possível que apareça, num discurso ainda emocional, mais na lembrança de Eduardo e menos focado na apresentação de si mesma como alternativa de governo.

    A grande incógnita é Aécio, que teve o “recall” merecido pelo seu primeiro e decepcionante programa de televisão.

    Aécio de estadista e de “semideus” que chega (“bem-vindo, tá vindo”) para salvar o Brasil, positivamente, não colou.

    As pesquisas mostraram o fiasco monumental do seu programa.

    Aécio ficou em São Paulo, mas cumpriu uma intensa e extensa agenda, não parece ter reservado tempo para gravar.

    De todos os lados, recebe dados de que Marina o ultrapassa.

    Ilimar Franco, em O Globo, registrou, sem meias palavras: “Os tucanos não receberam boas notícias dos primeiros trackings com Marina Silva na sucessão. A nova candidata tirou votos de Dilma, mas em maior proporção de Aécio. Marina entrou bem em Minas e São Paulo.”

    É ele quem tem que se mover, neste momento.

    Ou será  inevitável que as próximas pesquisas, na semana que vem, o mostrem cinco ou seis pontos abaixo de Marina Silva.

    E, portanto, como um inútil.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=20199

     

  9. Em cinco dias, já se foi 10% da água do Atibainha.

    Tijolaço

    Em cinco dias, já se foi 10% da água do Atibainha. E a “2ª cota” de Alckmin, de onde virá?

     

    20 de agosto de 2014 | 14:08 Autor: Fernando Brito 

    canta2

    Os dias de alguma chuva e temperatura mais baixa não deram grande alívio à situação hídrica de São Paulo.

    Desde que começou o bombeamento do reservatório Atibainha – onde o volume a ser drenado é de 78,14 bilhões de litros – já foram puxados dali 7,84 bilhões de litros.

    Estão por conta do Atibainha dois terços de toda água necessária a abastecer – abastecer mal – a Grande São Paulo.

    Mesmo com uma vazão afluente 50% à do mês passado, o que entra não dá para recuperar o nível do principal depósito de água, o Jaguari-Jacareí, que está sendo mantido exatamente no mesmo e baixíssimo nível do lodaçal, que a gente já já mostrou aqui.

    No ritmo em que se tira água do Atibainha, agora, as imagens começarão a revelar também sua situação.  Como ele é menor e tem uma profundidade média maior, os efeitos da queda demoram a aparecer visualmente.

    Agora, mais dramático é o pedido da Sabesp para a liberação da ANA para bombear mais 130 bilhões de litros do fundo de uma represa que está, até visualmente, seca, como é a do Jacareí.

    Nem dragando canais e drenando cada poça tiram esta quantidade estúpida de água dali.

    A menos que a Sabesp queira secar a represa com esponja e pano de chão.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=20192

     

  10. O alto risco que as lâmpadas fluorescentes causam

    Diário do Centro do Mundo

    O alto risco à natureza e à saúde que as lâmpadas fluorescentes causam

      

    Postado em 20 ago 2014

      por :        

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    Nossa primeira matéria da série de energia sustentável abordou o consumo dos três tipos de lâmpadas mais viáveis para uso doméstico, a incandescente, a fluorescente e a de led. Hoje, vamos falar sobre a reciclagem e o descarte dessas lâmpadas.

    A mais antiga e popular, a lâmpada incandescente comum, é praticamente igual à inventada por Thomas Edison nos EUA em 1879. É um filamento de tungstênio dentro de um bulbo de vidro com vácuo. Ela é baratinha, mas 95% da potência é desperdiçada em calor. Quer dizer, uma porção muito grande do que ela gasta de energia é desperdiçado.

    Além do tungstênio e do vidro, a lâmpada contém cobre, estanho, manganês, níquel, laca, malaquita e pó de mármore.

    Todos esses materiais podem ser reutilizados. O problema é que separá-los não é das coisas mais simples, e o DCM não encontrou fábricas no Brasil com a tecnologia para a reciclagem total dessa lâmpada. Mesmo assim, há a possibilidade de que sejam totalmente reutilizadas, desde que dividindo o material e enviando para fábricas especializadas.

    A lâmpada incandescente pode ir para o saco dos materiais recicláveis comuns.

    As lâmpadas de led estão chegando ao mercado só agora, mas foram criadas em 1961 por Robert Biard e Gary Pittman nos EUA. A principal vantagem, além da economia no consumo, é sua versatilidade. Ela pode substituir qualquer tipo de lâmpada e sua luz é bastante intensa. É como se fosse uma iluminação muito concentrada, com pouca emissão de calor (daí também sua durabilidade).

    As lâmpadas LED possuem alumínio, estanho, cobre e níquel. Tem plástico, componentes eletrônicos, fenóis e vidro. Nenhum destes componentes é nocivo, mas tem um pedacinho dessa lâmpada (os componentes eletrônicos) cuja reciclagem só é possível com a separação dos materiais, e o DCM não encontrou nenhuma empresa no Brasil que preste esse serviço.

    Isso significa que parte da lâmpada de led, por hora, não é reciclável no Brasil. É uma parte pequena, mas não pode deixar de ser apontada.

    A lâmpada fluorescente compacta, que virou hit no Brasil durante a crise energética de 2001, foi criada por Nikola Tesla, na Áustria, no ano de 1895. Foi introduzida ao mercado consumidor em 1938. Em termos de eficiência energética, ela fica no meio das duas.

    Mas ela tem outros problemas. A “receita” da carenagem é parecida com a da lâmpada de led, mas internamente, contém os gases argônio e neônio, que podem causar problemas respiratórios se inalados.

    E há mais um ingrediente perigoso para o meio ambiente: o fósforo.

    Para a reprodução da cor, a lâmpada pode conter materiais como o trifósforo, retirado de terras raras, ou o halofosfato.

    É aí que a porca torce o rabo: esses fósforos são extremamente tóxicos e nocivos. Se entrarem em contato com a água, ela fica imprópria para o consumo e altamente cancerígena.

    Isso significa que, se descartados em lixões e aterros comuns, podem poluir de maneira irreversível mananciais e lençóis freáticos.

    Esse tipo de lâmpada, mais que qualquer um, precisa ser descartado da forma adequada. Empresas especializadas são capazes de descontaminar os componentes para que eles possam ser reciclados ou mesmo descartados sem piores consequências ao planeta.

    Atualmente, há concessionárias de energia que recolhem estes tipos de resíduos e encaminham para a destinação adequada. Algumas lojas podem fazer essa ponte (a Leroy Merlin é o centro de captação mais prático).

    Isso tudo significa que quando você compra uma lâmpada, compra uma responsabilidade junto. Por isso é bom escolher bem.

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     Sergio Aiex

    Sobre o Autor

    Sergio Aiex é engenheiro elétrico pós-graduado em sistemas de potência pela FEI. Com passagens por empresas como Areva (distribuidora de energia de alta tensão), Volkswagen e Sabesp, atua hoje no desenvolvimento, construção e manutenção de infraestruturas sustentáveis de sistemas de distribuição de água, escoamento e energia elétrica.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-alto-risco-a-natureza-e-a-saude-que-as-lampadas-fluorescentes-causam/

     

  11. Marina e a morte de Campos

     

    Marina critica exploração política da morte de Campos por rivais, diz Folha

     Charge de Latuff

    Quer dizer que ela não está explorando, não… Sabe de nada. Inocente.
    Que nem o Itaú, que a apoia, tem o maior lucro da história e demite milhares de bancários.
    Ou a Natura, que também a apoia, e que foi condenada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) por demitir empregadas doentes e obrigar uma gerente a trabalhar durante a licença maternidade.
    REDE de inocentes… Só que não.

    OBS: Não dou links para a mídia corporativa porque eles também não nos linkam quando nos citam. Do Blog do Antonio Mello

     

  12. Temos Papa!

    Marina impõe condições, e relação PSB-Rede tem sinais de irritação no pós-Campos

    Acordo prevê que ex-senadora deixe partido mesmo se eleita e que não suba em palanques de estados nos quais não concorda com alianças. ‘Marina é candidata da Rede com o apoio do PSB’, ironiza deputado por Hylda Cavalcanti, da RBAComments GABRIELA KOROSSY/CÂMARApsb_Gabriela Korossy_Câmara dos Deputados.jpg

    Reuniões em Brasília se arrastaram por toda a tarde e mostraram ruídos na relação

    Brasília – A reunião para oficializar Marina Silva como substituta de Eduardo Campos serviu para tornar públicas as dificuldades de conciliação para que a ex-ministra seja a candidata do PSB à Presidência da República. O grupo de Marina manteve durante a negociação em Brasília as condições que ao longo dos últimos meses irritaram muitos integrantes da sigla, na qual está alojada temporariamente, à espera de que sua Rede Sustentabilidade consiga o número necessário de assinaturas para ser reconhecida pela Justiça Eleitoral. As imposições fizeram com que o debate, na Fundação João Mangabeira, se arrastasse ao longo de toda a tarde, em alguns momentos em salas separadas. Só no começo da noite saiu o anúncio oficial sobre a nova chapa, que deve ser registrada até sábado (23).

    A relação com a Rede foi um dos pontos de honra da negociação: segundo informações de bastidores, ficou acertado previamente, antes do início da reunião, que, caso Marina Silva seja eleita, não precisará permanecer no PSB.

    Em outra questão fundamental, Marina disse a integrantes do grupo de Campos que manterá os acordos regionais costurados pelo político, morto na semana passada em acidente aéreo, mas que não mudará as imposições feitas por ela ao PSB. A principal questão diz respeito à presença da ex-senadora em palanques de estados nos quais não gostaria de fazer campanha. Entre os casos está São Paulo, onde Marina discorda da aliança com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tem como vice um dos principais líderes dos socialistas, o deputado federal Márcio França. Nestes casos, ficou acertado que a presença do partido será garantida pelo vice na chapa presidencial, o deputado federal Beto Albuquerque (RS).

    Partiu de França uma das ironias quanto à postura do grupo da ex-senadora. “Marina Silva é candidata da Rede com o apoio do PSB”, ironizou. O deputado deu a entender que, diante do acordo fechado para a reconstrução de uma candidatura própria após o falecimento de Eduardo Campos, essa foi a solução possível.

    “Ela é uma candidata da Rede com apoio do PSB e nós sempre deixamos isso claro desde o início. Não tem problema, pois o PSB incorporou os militantes da Rede. Faz parte. Assim como não tem problema em ela montar sua equipe de campanha com pessoas da sua confiança”, acrescentou o deputado.

    Marina exigiu que integrantes de seu grupo de confiança, como o do ex-tucano Walter Feldman, que foi secretário da Casa Civil de Mario Covas, de quem Alckmin foi vice. O deputado, porta-voz da Rede, deve assumir função de coordenação, e outros integrantes do grupo da ex-senadora devem lidar com a parte financeira.

    “Ficou definido que não haverá desconforto. Marina não fará tudo o que já não iria fazer”, acrescentou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ao explicar que, conforme o que ficou acordado na reunião, a ex-senadora mantém o que tinha sido acertado anteriormente com Eduardo Campos.

    ‘O que se exige’

    Já Beto Albuquerque, numa tentativa de demonstrar pacificação de ânimos, afirmou que “Marina e Beto não vão fazer o que querem, vão fazer o que o Brasil exige, precisa e que está no nosso programa”. A situação também foi defendida pelo líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg, como normal. “Alianças conjuntas só acontecem quando os candidatos se sentem confortáveis. Marina fará campanha com o partido. Não vamos obrigá-la a fazer algo que ela não se sinta à vontade”, enfatizou.

    Alguns encontros tidos como mais delicados para o PSB foram tratados em separado, no início da tarde. Foi o caso, por exemplo, de representantes da coalizão em Santa Catarina, que tem como candidato ao Senado pelo partido o senador Paulo Bornhausen. Filho de Jorge Bornhausen, cacique do antigo PFL e depois do DEM, o nome de Paulo nunca agradou a Marina Silva. Coube a Beto Albuquerque ter longa reunião com ele sobre como ficam as eleições naquele estado após a morte de Eduardo Campos.

    Candidata da Rede

    Apesar destas questões que estão sendo resolvidas caso a caso, vários socialistas acreditam que a própria forma como está sendo redefinida a chapa do PSB já pode ser considerada uma vitória. Isto porque, dos 14 palanques estaduais articulados pelo ex-governador Eduardo Campos, tinha sido decidido anteriormente que seis não contariam com a participação de Marina Silva. As resistências mais fortes da ex-senadora são as candidaturas estaduais de Geraldo Alckmin, em São Paulo, e de Beto Richa, no Paraná.

    “Só o fato dela não subir no palanque com o Suplicy (senador Eduardo Suplicy), como se cogitava anteriormente, já mostra que houve um consenso, mesmo que não seja o mais perfeito”, ressaltou um ex-governador do partido.

    Acordo em Pernambuco

    Outra notícia de bastidores é de que, para consolidar Beto Albuquerque como vice-presidente, os integrantes do diretório do PSB em Pernambuco – que são ligados a Campos – também fecharam um acordo com Roberto Amaral e outros membros da cúpula do partido: o de que o diretório nacional passe a contar com um nome que seja pernambucano, para participar diretamente das tomadas de decisão daqui por diante, e manter o comando que vinha sendo traçado no estado pelo ex-governador. Muito provavelmente, este nome é o atual prefeito de Recife, Geraldo Júlio, mas isso ainda não foi confirmado.

    Também tem sido bastante abordada nos últimos dias a necessidade de Marina Silva passar a ter liberdade para conversar melhor nos estados que a apoiam com mais intensidade do que apoiariam a candidatura de Campos. “Ela precisa transitar de forma mais ampla que dentro dos acordos regionais”, colocou o deputado Alfredo Sirkis (RJ). Segundo ele, é importante que a ex-senadora passe a observar e tratar de situações diferentes em estados onde tenha potencial de crescimento junto ao eleitorado, como é o caso do Rio de Janeiro.

         

  13. plebiscito da reforma política volta à tona
     

    Vontade de Dilma enterrada pelo Congresso, plebiscito da reforma política volta à tona

    Movimentos organizam consulta à sociedade entre 1º e 7 de setembro, em meio a um período eleitoral guiado por influência das doações privadas, e esperam fomentar debate que não será feito no Congressopor Eduardo Maretti, da RBA, na RBA ALICE VERGUEIRO/FUTURA PRESS/FOLHAPRESSPlebiscito_Praça Ramos

    Manifestantes foram às ruas do centro de São Paulo no último dia 12 por Constituinte exclusiva

    São Paulo – O movimento pelo Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político entrou na reta final no último dia 12 com um ato no centro de São Paulo e objetivo de colocar na agenda nacional muito mais do que faz supor a única pergunta que os cidadãos irão responder na consulta, marcada para ocorrer entre os dias 1° e 7 de setembro: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o sistema político?”

    Segundo a Secretaria Operativa Nacional do movimento, 373 entidades – movimentos sociais e sindicais, associações e partidos políticos – trabalham pelo plebiscito. Já foram criados cerca de mil comitês populares no país. Os ativistas que trabalham no movimento e, consequentemente, por uma reforma política ampla e com participação popular, não acreditam que mudanças significativas possam ocorrer no âmbito do Congresso Nacional.

    “O conservadorismo dentro do Legislativo impede que existam mudanças com esse caráter de ampliar a participação popular. Eles até têm propostas de reforma política, mas não com participação popular. A única forma de criar essa participação popular é através de um processo pedagógico. É por isso que os movimentos sociais constroem essa ferramenta do plebiscito popular”, explica Alberto Marques, integrante do Levante Popular da Juventude de São Paulo. “A proposta do plebiscito, originalmente, foi da presidenta Dilma, em junho do ano passado, quando a juventude brasileira saiu às ruas para pressionar por mudanças na política, mas o Congresso Nacional rechaçou essa proposta.”

    Além do “gancho” da proposta da presidenta Dilma Rousseff, os militantes se inspiram nas manifestações do ano passado, a partir das quais foi proposto o plebiscito, claramente boicotado no Legislativo. Na época, a presidenta apresentou cinco tópicos a serem decididos em plebiscito: a forma de financiamento de campanhas a ser adotado; definição do sistema eleitoral; continuidade ou não da existência da suplência no Senado; manutenção ou não das coligações partidárias; fim ou não do voto secreto no Parlamento.

    A partir de hoje (20) a RBA publica reportagens especiais sobre as eleições. Dentro da agenda que consideramos prioritária para o país, elegemos abrir os trabalhos com a reforma política, assunto que não é tratado como prioridade pelas campanhas. Numa disputa eleitoral em que empresas doadoras de partidos e candidatos jogam papel decisivo, entendemos que essa reforma é instrumento fundamental quando se pensa no surgimento de um modelo de Estado que atenda, de forma equilibrada, as necessidades e anseios da sociedade brasileira considerando a sua pluralidade.

    A consulta popular de setembro não tem caráter oficial. A convocação de um plebiscito é, de acordo com a Constituição Federal de 1988, competência exclusiva do Congresso Nacional.

    Porém, a avaliação dos movimentos é de que uma representação real da sociedade brasileira no Congresso, com negros, mulheres, indígenas e jovens, somente pode ser concretizada pela reforma política feita por um parlamento eleito exclusivamente com esse fim.

    A intenção é conseguir mais de 10 milhões de “votos”, número atingido pelo plebiscito popular realizado em 2002 contra a adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). A iniciativa, de 12 anos atrás, é considerada pelos ativistas a principal referência. Na ocasião, 98% disseram não à assinatura do acordo de interesse dos Estados Unidos, descartado em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    TabelaEmbora o movimento seja amplo e, por isso, muitas entidades tenham sugestões para uma reforma política, existem cinco pontos considerados consensuais e que teriam, para o movimento, necessariamente de ser introduzidos no país por mudanças a partir de uma Constituinte exclusiva, caso ela venha a funcionar de fato: financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais; voto em lista fechada e pré-ordenada; paridade de gênero nas listas partidárias; fim das coligações proporcionais – que permites nos estados coligações contraditórias à estabelecida em plano nacional; e ampliação dos mecanismos de democracia participativa (neste caso, a própria competência de se convocar um plebiscito seria ampliada, já que o Congresso, detentor dessa prerrogativa, não é mais considerado um parceiro confiável da sociedade civil).

    Para os organizadores, as coligações proporcionais são um exemplo das contradições do sistema político brasileiro. Em São Paulo, por exemplo, o PSB é coligado ao PSDB; no Rio de Janeiro, ao PT. Assim, uma votação expressiva de um candidato a deputado federal pelo PSB em cada estado pode ajudar a eleger petistas no Rio e tucanos em São Paulo. Uma possibilidade que “deseduca” os cidadãos a identificar os programas dos partidos e dos candidatos antes de se decidir.

    O financiamento público exclusivo de campanhas é o primeiro a ser mencionado praticamente por dez entre dez militantes em qualquer ato político pelo plebiscito, como o que ocorreu no dia 12 em São Paulo. “As mudanças verdadeiras não vão ser feitas por esse Congresso das empreiteiras e do fundamentalismo religioso. Precisamos acabar com o financiamento privado de campanhas”, discursou na ocasião Thiago Aguiar, do Movimento Juntos.

    Não é por acaso que o financiamento privado das campanhas políticas é considerado a mais nociva fonte de corrupção decorrente do atual processo eleitoral brasileiro. “Temos de esclarecer o eleitor que a corrupção, muitas vezes, nasce da obrigação dos eleitos de retribuírem aos financiadores aquilo que receberam na campanha e que a moralização do processo eleitoral passa pela sua desprivatização e por tornar a atividade partidária e eleitoral uma atividade pública”, afirma o deputado federal Renato Simões (PT-SP).

    “O financiamento privado assegura ao poder econômico a influência sobre o poder político. Isso faz com que as empresas elejam seus candidatos. Quem paga a banda, escolhe a música. (Os políticos) são eleitos por doações que, na verdade, não são doações, são investimento. A empresa investe numa campanha e depois cobra um retorno muito grande que compromete os interesses do povo no Legislativo”, acrescenta Marques, do Levante Popular da Juventude.

    Gigantes como Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Gerdau, Bradesco, Itaú/Unibanco, Santander, Friboi, Ambev e Votorantim são algumas das empresas que mais contribuem com as campanhas eleitorais.

    Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2010 o gasto com a campanha de um deputado federal era, em média, de R$ 1,1 milhão. A estimativa subiu para R$ 3,6 milhões em 2014. Para um senador, o gasto foi de R$ 4,5 milhões para R$ 5,6 milhões.

    De acordo com dados divulgados durante os votos do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI n° 4.650) no Supremo Tribunal Federal, os gastos totais das eleições de 2002 para presidente da República, governadores, deputados e senadores foram de R$ 827 milhões. Em 2010, os valores chegaram a assombrosos R$ 4,9 bilhões.

    Julgamento no STF

    A questão do financiamento privado de campanhas está justamente em julgamento no STF na ADI n° 4.650. A ação foi ajuizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A maioria do Supremo já considerou inconstitucional a previsão de doações de empresas privadas a partidos e candidatos no processo eleitoral. O placar está em 6 votos a 1 pela proibição dessa possibilidade e poderia, no máximo, chegar a 6 a 5, caso os demais restantes sejam contra o relatório vencedor do ministro Luiz Fux.

    O problema é que o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, no dia 2 de abril. Isso não seria mais do que um aspecto regimental, comum no STF, se o julgamento não fosse de um tema de tamanha importância e o ministro fosse outro que não Mendes. Como, se confirmada a decisão de proibir o financiamento privado, ela não valeria para este ano, a intenção do ministro seria, no mínimo, evitar a discussão do tema em pleno processo eleitoral de 2014. Nesse caso, ele liberaria o processo entre outubro e novembro.

    Renato Simões vê intenções mais preocupantes no pedido de vista, até porque Mendes não tem prazo para devolver o processo ao plenário. “A manobra de Gilmar Mendes pode ter por objetivo que o próximo Congresso, em 2015, legalize, por meio de uma emenda constitucional, o financiamento privado. É uma manobra protelatória para impedir a decisão do Supremo até que seja aprovada uma PEC que legalize o financiamento privado”, acredita. “Por isso, temos de cobrar que o ministro Gilmar Mendes devolva o processo. Isso é uma burla da vontade do Judiciário. É uma manobra que agrava a credibilidade do ministro e da própria corte, na medida em que uma chicana jurídica impede que a maioria dos membros prevaleça em nome do interesse privado.”

    Até o pedido de vista, votaram pela inconstitucionalidade de doações privadas às campanhas os ministros Luiz Fux (relator), Luís Roberto Barroso, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e José Antonio Dias Toffoli. O único voto contrário foi de Teori Zavascki. Faltam votar Gilmar Mendes (que já se sabe que votará contra a OAB), Rosa Weber, Cármen Lúcia e Celso de Mello.

    Mulheres

    Tirando os cinco pontos consensuais (financiamento público exclusivo, voto em lista fechada e pré-ordenada, paridade de gênero, fim das coligações proporcionais e ampliação da democracia participativa), há questões ligadas às bandeiras específicas dos movimentos sociais, como maior participação de mulheres, mas também de negros e jovens, no Congresso Nacional.

    “Esses cinco pontos são consensuais dentro da campanha, mas cada movimento tem algumas pautas específicas. Achamos que numa reforma política teria muita importância a questão do estado laico. No Brasil, o estado é laico no papel, mas, na prática, tem muita dificuldade de fazer valer isso”, diz Maria Júlia Monteiro, militante da Marcha Mundial das Mulheres.

    Segundo ela, a paridade de gênero na legislação eleitoral forçaria que os partidos pensassem na formação de quadros políticos femininos. “É preciso preencher espaços e, para isso, formar mulheres. Quando se institui a paridade, existe a obrigação de formar mulheres para fazer política, tanto nas organizações como nos partidos”, avalia.

    Para Maria Júlia, a sistemática para se instituir a paridade na eleição seria com lista partidária fechada e pré-ordenada e, além disso, com alternância de gênero. “Se o primeiro candidato da lista é um homem, a segunda é uma mulher e assim por diante, para garantir a eleição das mulheres da lista”, explica.

    “Com a lista pré-ordenada, garantimos não só que as mulheres sejam candidatas, mas que sejam eleitas. Se o partido não tiver número significativo de mulheres, vai ter que reduzir o número de homens”, diz Renato Simões. “Isso é uma política afirmativa que exige que os partidos levem a sério a participação política das mulheres.”

    Segundo números que têm sido divulgados pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), em 2014 foram cadastrados, para todos os cargos nas eleições, 13.642 candidatos no TSE, dos quais apenas 3.955 (28,99%) são mulheres. Dos 118 candidatos a governador, 15 são mulheres. Atualmente, dos 26 governadores dos estados e no Distrito Federal, apenas duas são do sexo feminino: Roseana Sarney (pelo PMDB do Maranhão) e Rosalba Ciarlini (DEM do Rio Grande do Norte).

    Lista

    Comunicações

    Para o coletivo Intervozes, além dos pontos consensuais, o principal tema a se considerar numa reforma política no Brasil é o estabelecimento de regras que proíbam que políticos sejam donos de concessões de rádio e TV, o que deturpa radicalmente o processo político eleitoral. “Hoje, nós temos o artigo 54 da Constituição federal, que diz que deputados e senadores não poderão firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, mas a interpretação atual do Ministério das Comunicações sobre isso é de que vale apenas para os cargos de direção nas emissoras de rádio e TV, e também alega não haver uma diretiva específica para isso. O artigo 54 é um pouco vago e propício a interpretações”, explica Ana Claudia Mielke, do Intervozes.

    A interpretação do coletivo é de que as concessões de rádio e TV para políticos ferem o artigo 54. “Por isso, junto com o Psol, entramos com a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n° 246, no STF, em 2011. O parecer do STF foi de que havia problemas processuais na nossa ADPF e, por isso, não foi possível julgá-la, mas eles apontaram para a concordância com o mérito da ação e estamos reescrevendo para apresentá-la novamente”, destaca Ana Claudia.

        

     

  14. A Marina agora ama o Serra

    Além de indicar como coordenador da sua campanha Walter Feldman, serrista de carteirinha, agora o apoio ao Senado. Outro serrista próximo a Marina é Roberto Freire(PPS), cujo partido faz parte da coligação. E viva o “novo”,,,kkkkk _______________________________

     

    Marina abandona Suplicy e vai de Serra em SP. Candidatura de Aécio à beira do telhado

     Serra e Marina, só na ‘simpatia’

    Da coluna de Mônica Bérgamo na Folha:

    Marina Silva não apoiará mais Eduardo Suplicy, do PT, ao Senado em SP. E sim dirá que a aliança que representa apoia José Serra, do PSDB.É assim que Marina retribui o apoio que recebeu de Suplicy, um petista histórico, quando da tentativa frustrada de fundar sua REDE, como noticiou o Uol em fevereiro do ano passado:

    O senador petista Eduardo Suplicy (SP) foi ovacionado no início da noite deste sábado (16) ao apresentar apoio à amiga e ex-colega de Senado Marina Silva. Suplicy chegou já perto do fim do evento de lançamento do partido “Rede Sustentabilidade”, de Marina. 

    Após um longo discurso no qual contou as experiências que partilhou com Marina Silva, Suplicy assinou a lista de apoiadores  – que precisa ultrapassar o número de 500 mil assinaturas de eleitores, em pelo menos nove Estados, segundo exigência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
    Agora, nos braços de Serra, Marina abandona quem lhe deu a mão e empurra a candidatura do tucano Aécio Neves telhado abaixo. Sem Rede de Sustentabilidade.

     

    Blog do Antônio  Mello

  15. Dilma diz que hidrelétricas

    Dilma diz que hidrelétricas vão garantir novo ciclo de desenvolvimento no país

    Em visita hoje (19) aos canteiros de obras das usinas hidrelétricas  Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, disse que as obras vão ajudar o Brasil a garantir um novo ciclo de desenvolvimento econômico.

    “Tem várias obras que vão garantir um novo ciclo de crescimento econômico que vai fazer o Brasil moderno”, disse a petista, para quem os investimentos em obras de infraestrutura vão ajudar a “reduzir as desigualdades e fazer com que mais pessoas se transformem em brasileiros de classe média. Vão construir um Brasil mais produtivo com menos limitação de infraestrutura e assim mais competitivo”.

    “É direito das pessoas quererem concorrer e é meu direito, agora, aproveitar esse período que eu vou ter e apresentar as obras que nós estamos fazendo; tudo que nós entregamos,” disse, ao evitar responder perguntas sobre a possibilidade de Marina Silva substituir Eduardo Campos, vítima de um acidente aéreo na última quarta-feira (13) como candidata à Presidência pelo PSB.

    Na Usina Jirau, em construção no Rio Madeira, a cerca de 120 quilômetros de Porto Velho, Dilma conheceu a sala de controle, o mirante e a casa de força da usina, que integram a parte já concluída do complexo que está em operação. De lá, a candidata partiu para Santo Antônio onde conheceu as últimas 18 turbinas que estão sendo instaladas na usina. As obras fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

    Segundo Dilma, foram investidos cerca de R$ 44 bilhões nas duas usinas, “metade [do valor] da iniciativa privada, metade pública”. Quando estiverem em funcionamento “a quantidade de energia produzida aqui dá para abastecer o Rio Grande do Sul, com mais de 11 milhões de pessoas ou a cidade de São Paulo,” disse Dilma. “Jirau e Santo Antônio são exemplos do que está sendo feito no Brasil em área de infraestrutura”.

    Dilma disse ainda que durante a visita conheceu um jovem formado pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), voltado para a educação profissional e tecnológica. “Quando lancei o Pronatec, as pessoas diziam que não era realista, diziam que não era possível fazer. Hoje nós chegamos aos 8,29 milhões [participantes do programa], que era para dar em dezembro,” discursou.

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-08/dilma-diz-que-hidreletricas-vao-garantir-novo-ciclo-de-desenvolvimento-no

  16. O fim do “inquérito

    O fim do “inquérito italiano”

    Mais uma invencionice de Daniel Dantas, reproduzida no Brasil, é engavetada

    Uma das maiores farsas montadas pelo banqueiro Daniel Dantas caiu definitivamente por terra. A Justiça italiana mandou arquivar em março o inquérito que apurava supostos subornos pagos pela Telecom Italia no Brasil. No auge da disputa pelo controle da telefonia no País e de seus problemas com o Judiciário brasileiro, Dantas evocou a existência de uma investigação italiana sobre pagamento de propina. Na versão do banqueiro, a operadora pagava seu desafeto Luís Roberto Demarco e este distribuía dinheiro a policiais, juízes, políticos e jornalistas. O intuito seria perseguir Dantas e obrigá-lo a sair dos negócios.

    O inquérito é surreal em sua essência. São listadas testemunhas inexistentes, locais, fatos e datas errados e documentos irrelevantes. Tudo indica que Dantas aproveitou outra investigação a envolver a Telecom Italia para criar um factoide em Milão e usá-lo no Brasil. Apesar da inconsistência, o banqueiro valeu-se de sua influência para transformar a papelada tosca em um escândalo nacional. Contou com o apoio inestimável de seus assessores de imprensa disfarçados de jornalistas em alguns dos principais jornais, revistas e tevês do País. Nascia o mito do “inquérito italiano”, cantado em verso e prosa.

    A pressão da mídia dantesca e o trabalho nos bastidores realizado por seus advogados convenceram desembargadores a solicitar a anexação do tal inquérito em investigações contra o dono do Opportunity. A manobra serviu, no mínimo, para adiar processos em curso que complicariam a vida de DD.

    No despacho de março, o juiz Giuseppe Gennari, baseado no parecer da Procuradoria de Milão, mandou arquivar o caso por absoluta falta de provas. A Telecom Italia, reconhece, ajudou Demarco a custear advogados em uma disputa judicial onde ambos enfrentavam Dantas. Tudo legítimo.

    O mais impressionante: o banqueiro havia adotado estratégia semelhante no fim dos anos 90 em outra pendenga com Demarco, dessa vez nas Ilhas Cayman. Apoiou-se em papéis furtados e testemunhos falsos. A Justiça de Cayman o obrigou a se retratar, conforme lê-se no documento ao lado. Dantas parece sofrer do vício da impunidade. Um dos sintomas é a obsessiva repetição de manobras fraudulentas.  Pudera: ninguém tem costas tão quentes no Brasil quanto ele.

    http://www.cartacapital.com.br/revista/813/o-fim-do-201cinquerito-italiano201d-2976.html

     

  17. UPP: “Os moradores têm mais

    UPP: “Os moradores têm mais medo da polícia do que do tráfico”

    Até candidatos ao governo são impedidos de entrar nas comunidades

    O mês de agosto ainda não acabou, mas já é possível ter um panorama do clima de tensão em algumas favelas do Rio de Janeiro. É sabido que a pacificação ainda não chegou para todas as comunidades, como prometido pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Nelas, o tráfico ainda exerce domínio e os confrontos com a polícia militar também continuam como parte do dia a dia dos moradores. No dia 6, uma idosa morreu durante um confronto entre traficantes e policiais no Morro do Chapadão. Revoltados, moradores fizeram protestos em frente à entrada principal da favela.  O que assusta é que, nas comunidades ditas pacificadas, o quadro não é diferente. Mortes de policiais e moradores, abusos do tráfico e da polícia, estupros e tiroteios ainda fazem parte da vida dos moradores de muitas favelas contempladas pelas Unidades de Polícia Pacificadora.

    Recentemente, traficantes e milicianos barraram a entrada de candidatos ao governo no estado, como Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Garotinho (PR).  A proposta é que o candidato pague de R$ 80 mil a R$ 100 mil pela exclusividade para fazer campanha na favela. Os traficantes também oferecem cabos eleitorais, conseguidos através de lideranças comunitárias, que recebem R$ 30 mil para fazer o trabalho. Na favela da Maré, por exemplo, placas são autorizadas, desde que não tragam nomes de candidatos que, de alguma forma, desagradem os bandidos, como Pezão e o Marco Antônio Cabral (PMDB), filho de Sérgio Cabral. A proposta de negociação e o controle político dos traficantes são exemplos da persistência do poder do tráfico nas favelas.

    Para Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da UERJ, “em algumas comunidades o tráfico ainda tem grande influência, como é o caso do Alemão. Em outras, o tráfico praticamente foi extinto”. Perguntado sobre as comunidades que não convivem mais com a força do tráfico, Cano explicita: “Santa Marta e outras comunidades da Zona Sul”.

    Marcos Bretas, professor do Instituto de História da UFRJ e líder do grupo de pesquisa História do Crime, da Polícia e da Justiça, também acredita que “o tráfico ainda tem influência nas favelas”. Para ele, “isso não some de uma hora para outra. A proposta da UPP não faz uma opção por matar e prender e sim pelo controle. Para assumir esse controle é preciso estar preparado. O poder do tráfico não desapareceu. Eles perderam espaço, mas não sumiram”.

    O clima de tensão dentro das comunidades não combina com a proposta de pacificação. No dia 2 de agosto um PM da Maré foi baleado nas costas durante um confronto com bandidos. No dia 5, três policiais foram acusados de estuprar três garotas na favela do Jacarezinho. Uma semana depois, um PM foi morto no Morro da Coroa durante um tiroteio. No dia 15, houve troca de tiros entre PMs e traficantes da Vila Cruzeiro (Complexo da Penha). Comerciantes receberam ordem do tráfico para fechar as portas e crianças ficaram sem aulas. No mesmo dia, houve outro tiroteio, dessa vez no Parque Proletário, também na Penha. Na madrugada desta terça (19), um policial foi sequestrado e um corpo foi encontrado carbonizado no Complexo do Alemão. A perícia apura se o cadáver é do PM.

    Sobre esses episódios e as falhas no projeto de pacificação do Rio, Ignácio Cano explica que “as UPPs não são iguais. Podemos dividi-las em três grupos: as que pacificaram, aquelas que enfrentam alguns incidentes e as que estão fora de controle. Em algumas comunidades o estado não conseguiu dominar e não se aproximou da população. Nelas, existe uma relação tensa entre a polícia e os moradores. As dificuldades de dominar se devem a vários motivos, como contingente insuficiente, problemas de relacionamento, superestimação da capacidade de pacificar, as dificuldades impostas pela topografia e pelos arredores, etc”.

    Marcos Bretas defende que “o projeto da UPP é uma imensa extensão do poder do estado dentro da comunidade, é uma extensão de recursos que o estado não tem. Já para os traficantes, a UPP é uma imensa derrota, que os fez perder dinheiro e o que eles puderem fazer para abalar o sistema, eles farão. O estado quer implementar mais UPPs, mas, antes, precisa responder uma pergunta: como produzir policiais qualificados? É preciso que a polícia esteja preparada para ocupar a favela e se manter lá. É necessário ter paciência e reconhecer que não pode correr com o processo. O estado precisa resistir à pressão da demanda porque ela é complicada”.

    Morador da favela do Acari, que ainda não tem UPP, Esteban Roberto Crescente é apoiador do Movimento Luta nos Bairros, Vilas e Favelas. Ele analisa a relação entre traficantes, policiais e moradores nas localidades onde o governo afirma que a pacificação chegou. “A polícia ocupando a favela não acaba com o tráfico. O tráfico permanece. Isso é inevitável onde o povo favelado está totalmente à margem de qualquer política pública que não seja a repressão. A PM vem para a comunidade com desrespeito e repressão porque eles se acham superiores. As UPPs são mais para fazer uma imagem civilizatória e para fortalecer a especulação imobiliária, já que os preços dos imóveis nas comunidades pacificadas cresceram muito. Como o estado não consegue acabar com a favela, ele se adapta. Usando a favela como ponto turístico, exótico. Os moradores têm mais medo da polícia do que do tráfico. Porque as pessoas conhecem os traficantes e, por mais que saibam que o caminho não é certo, elas sabem quem são os traficantes ou conhecem algum amigo, vizinho ou parente. A polícia não. Ela trata essas pessoas como não iguais. Existe repressão e autoritarismo, tanto por parte da polícia como por parte dos traficantes, mas, nas favelas, as pessoas têm mais medo da PM”, avalia.

    Denis Neves mora na Rocinha e é membro da Comissão de Moradores da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu. Ele também critica a estrutura das UPPs e fala sobre a influência díspar de PMs e traficantes na vida dos moradores das favelas. “Na Rocinha e acredito que em outras comunidades pacificadas, sofremos o mesmo embate. A pacificação não passou de aparato policial. Ainda nos falta toda parte social que foi prometida, como cursos de capacitação, saneamento básico e toda estrutura que deveria entrar junto com o poder público”, aponta.

    Ainda de acordo com Denis, “os moradores nunca confiaram na polícia”. Ele explica que essa relação se deve “às inúmeras incursões mal feitas, quando a PM não distinguia quem era traficante ou quem era pessoa de bem. Agora os casos envolvendo torturas, maus tratos e má conduta policial tornou espaço entre moradores e PMs  ainda maior”. Denis diz que os moradores das comunidades estão “vivendo intensos tiroteios, não tem dia nem horário. As pessoas estão deixando de curtir com suas famílias, pois os confrontos se tornaram praticamente diários”.

    Para ele, “a polícia da UPP tem que ter um treinamento diferenciado, com base na sociabilidade, entendendo a cultura local. Tem que saber que vão encontrar moradores receosos por culpa dos próprios policiais. Diariamente vemos nos mais diversos meios de comunicação casos de policiais matando, roubando, integrando quadrilhas de milícia, desrespeitando moradores, forjando provas dentre outras coisas. Queremos uma unidade acolhedora, no qual o morador se sinta a vontade e protegido para relatar os problemas, que entenda as demandas da comunidade”.

    http://www.jb.com.br/rio/noticias/2014/08/19/upp-os-moradores-tem-mais-medo-da-policia-do-que-do-trafico/

  18. http://osamigosdopresidentelu
    http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/08/empresa-multilaser-que-tem-contrato-com.html Empresa Multilaser, que tem contrato com o governo federal, pagou cartazes anti-PT na abertura da Copa  Os cartazes apócrifos com ataques ao PT e ao governo federal distribuídos no jogo de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, no dia 12 de junho, foram pagos pela Multilaser, uma das maiores empresas brasileiras da área de informática, que tem contratos com diversas áreas da administração pública, entre elas os governos federal e de São Paulo. Na cerimónia de abertura, a presidente Dilma Rousseff foi xingada. As informações são do Estadão A confecção e distribuição dos cartazes estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Civil de São Paulo por suposto crime de difamação de partido político, cuja pena vai de 6 meses a 2 anos de detenção mais multa. As investigações foram motivadas por representações da direção nacional do PT. Ao todo foram distribuídos 20 mil cartazes de 60 X 70 cm com frases como: “Na hora do Hino Nacional abra este cartaz e mostre para todos que está na hora do Brasil (sic) vencer de verdade”. No interior, os cartazes traziam uma bandeira do Brasil estilizada com as frases “Fora incomPTtentes” ou “Fora corruPTos”e a estrela-símbolo do PT. Outro texto, localizado no verso, fazia acusações genéricas ao PT e ao governo usando palavras como “roubo”, “ladrões” e “corruptos” para se referir ao “grupo de incompetentes que se instalou em Brasília”. Os textos não são assinados e a autoria é creditada a “um grupo de jovens paulistanos”. Em ofício ao MPF, a Intergraf, gráfica onde os cartazes foram impressos, informou que a Multilaser fez a encomenda ao custo de R$ 15 mil. Dois sócios da Multilaser, Renato Feder e Alexandre Ostrowiecki, são responsáveis pelo Ranking Políticos, um site na internet cujo objetivo declarado é ajudar os eleitores a escolherem candidatos a cargos legislativos. Um dos critérios para pontuação é ter votado contra projetos que aumentam impostos. “É um site liberal. Somos contra o aumento de impostos e a intervenção do Estado”, disse Feder, por telefone, na segunda-feira. A dupla também escreveu um livro sobre o custo da carga tributária no Brasil. Na entrevista, o sócio da Multilaser disse desconhecer a autoria dos cartazes. “Estamos investigando”, disse ele. No dia seguinte, por e-mail, a assessoria da Multilaser informou que a encomenda dos cartazes foi “uma iniciativa isolada”, mas não disse qual é o nome do responsável pela encomenda. Ontem, em resposta a questionamentodo Ministério Público Federal, a Multilaser afirmou contar com uma verba mensal para “ações sociais”, mas também não revelou o nome do responsável pela confecção dos cartazes. Segundo balanço de demonstrações financeiras da Multilaser publicado no Diário Oficial de 27 de março, o item “reserva de lucros” aumentou de R$ 51 milhões em 2012 para RS 128 milhões em 2013. Desde que o PT assumiu o governo federal, em 2003, a Multilaser recebeu pelo menos RS 15 milhões da União, segundo o Portal da Transparência. No ano passado a empresa firmou contratos de R$ 1,8 milhão com a Fundação Padre Anchieta, do governo de São Paulo. Os sócios da Multilaser disseram que não têm vinculações ou preferências partidárias e nunca contribuíram com campanhas.

  19. Governo do PT é tão bonzinho…
    Eleições 2014

    Empresa pagou cartazes anti-PT na abertura da Copa

    RICARDO GALHARDO E PEDRO VENCESLAU – O ESTADO DE S. PAULO

    21 Agosto 2014 | 00h 15

    Multilaser, que tem contratos com o governo federal e paulista custeou panfletos contra o partido no dia em que Dilma foi xingada

     

    Os cartazes apócrifos com ataques ao PT e ao governo federal distribuídos no jogo de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, no dia 12 de junho, foram pagos pela Multilaser, uma das maiores empresas brasileiras da área de informática, que tem contratos com diversas áreas da administração pública, entre elas os governos federal e de São Paulo. Na cerimônia de abertura, a presidente Dilma Rousseff foi xingada e vaiada pelos torcedores.

     

     

    A confecção e distribuição dos cartazes estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Civil de São Paulo por suposto crime de difamação de partido político, cuja pena vai de 6 meses a 2 anos de detenção mais multa. As investigações foram motivadas por representações da direção nacional do PT.

     

    Ao todo foram distribuídos 20 mil cartazes de 60 X 70 cm com frases como: “Na hora do Hino Nacional abra este cartaz e mostre para todos que está na hora do Brasil (sic) vencer de verdade”.

     

    No interior, os cartazes traziam uma bandeira do Brasil estilizada com as frases “Fora incomPTtentes” ou “Fora corruPTos” e a estrela-símbolo do PT.

     

    Outro texto, localizado no verso, fazia acusações genéricas ao PT e ao governo usando palavras como “roubo”, “ladrões” e “corruptos” para se referir ao “grupo de incompetentes que se instalou em Brasília”. Os textos não são assinados e a autoria é creditada a “um grupo de jovens paulistanos”.

     

    Em ofício ao MPF, a Intergraf, gráfica onde os cartazes foram impressos, informou que a Multilaser fez a encomenda ao custo de R$ 15 mil.

     

    Dois sócios da Multilaser, Renato Feder e Alexandre Ostrowiecki, são responsáveis pelo Ranking Políticos, um site na internet cujo objetivo declarado é ajudar os eleitores a escolherem candidatos a cargos legislativos. Um dos critérios para pontuação é ter votado contra projetos que aumentam impostos.

     

    “É um site liberal. Somos contra o aumento de impostos e a intervenção do Estado”, disse Feder, por telefone, na segunda-feira. A dupla também escreveu um livro sobre o custo da carga tributária no Brasil.

     

    Na entrevista, o sócio da Multilaser disse desconhecer a autoria dos cartazes. “Estamos investigando”, disse ele. No dia seguinte, por e-mail, a assessoria da Multilaser informou que a encomenda dos cartazes foi “uma iniciativa isolada”, mas não disse qual é o nome do responsável pela encomenda.

     

    Nesta quarta-feira, em resposta a questionamento do Ministério Público Federal, a Multilaser afirmou contar com uma verba mensal para “ações sociais”, mas também não revelou o nome do responsável pela confecção dos cartazes. Segundo balanço de demonstrações financeiras da Multilaser publicado no Diário Oficial de 27 de março, o item “reserva de lucros” aumentou de R$ 51 milhões em 2012 para R$ 128 milhões em 2013.

     

    Desde que o PT assumiu o governo federal, em 2003, a Multilaser recebeu pelo menos R$ 15 milhões da União, segundo o Portal da Transparência.

     

    No ano passado a empresa firmou contratos de R$ 1,8 milhão com a Fundação Padre Anchieta, do governo de São Paulo. Os sócios da Multilaser disseram que não têm vinculações ou preferências partidárias e nunca contribuíram com campanhas. 

     

  20. “Éticos” da direita paulista pagaram cartazes anônimos

    Do Tijolaço

    “Éticos” da direita paulista pagaram cartazes anônimos para ter vaia a Dilma no Itaquerão

     

    21 de agosto de 2014 | 09:02 Autor: Fernando Brito 

    cartaz

    Depois de quase três meses em sigilo, ficamos sabendo, pelo Estadão, que 20 mil  cartazes foram distribuídos à entrada do Itaquerão, na abertura da Copa, atacando e pedindo manifestações contra Dilma Rousseff.

    O apelo era explícito: “Na hora do Hino Nacional abra este cartaz e mostre para todos que está na hora do Brasil  vencer de verdade”.

    Foram pagos pela empresa Multilaser, pertencente a Alexandre Ostrowiecki e Renato Feder.

    Dois yuppies que, imaginem só, mantêm um site em que avaliam a eficiência e a ética dos políticos.

    É claro que  quase só entram ali os parlamentares de direita ou os que se dizem de esquerda mas, na prática, acompanham as políticas da direita.

    Então foi assim que se preparou a “manifestação espontânea” de grosseria no jogo inaugural da Copa?

    É assim que dois empresários que, inclusive, gozam de incentivos fiscais, gastam o dinheiro que a União deixa de recolher em impostos?

    Porque quem pagou não foram eles, do bolso próprio, mas a empresa.

    Com direito a abater nos impostos que ambos maldizem.

    A empresa, aliás, não deve ter do que reclamar dos impostos, pois diz o Estadão que “segundo balanço de demonstrações financeiras da Multilaser publicado no Diário Oficial de 27 de março, o item “reserva de lucros” aumentou de R$ 51 milhões em 2012 para R$ 128 milhões em 2013″.

    Um crescimento nada mau de 151% nos ganhos dos pobres coitados que dizem estão carregando o Estado brasileiro nas costas.

    Mais cara de pau, só a da nossa imprensa, que  tinha um esquadrão de repórteres pronto para encontrar qualquer montinho de terra que ajudasse a dizer que a festa era um desastre, mas não foi capaz de ver a distribuição de milhares de cartazes que, é só olhar, não tinham nada de espontâneos.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=20205

     

  21. Dilma e Alckmin aparecem juntos em cartaz

     

    Dilma e Alckmin aparecem juntos em cartaz

    REDAÇÃO do Estado de São Paulo

     

    Imagem está em pontos de ônibus na capital paulista e contém informações proibidas por lei eleitoral; campanha tucana vai processar responsáveis

    Ricardo Chapola

    Cartazes com a imagem do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT) começaram a ser divulgados nessa quarta-feira, 13, nos pontos de ônibus da cidade de São Paulo.

    Os abrigos de ônibus são administrados pela Ótima, concessionária que, desde 2012, administra os pontos da Prefeitura. Em contrapartida, a empresa ganhou o direito de explorar a publicidade dos abrigos, vendendo os painéis para seus clientes.

    A imagem dos dois candidatos que concorrem à reeleição neste ano vem acompanhada de uma mensagem sobre o metrô: “A espera acabou. Até o final de 2014 a extensão do metrô de São Paulo vai dobrar”, diz o texto disposto acima das fotos de Alckmin e Dilma.

    O pôster contém as logotipos dos governos federal e estadual, ao lado da #juntospelamobilidadejuntosporvoce.

    Candidatos que concorrem à reeleição são proibidos por lei de fazerem publicidade institucional durante o período eleitoral.

    A campanha de Alckmin classificou a veiculação do material como “crime eleitoral” e afirmou que vai processar a empresa que produziu os cartazes.

    A Ótima negou ter produzido o material e afirmou por meio de sua assessoria que não autorizou nenhum de seus clientes a divulgar o conteúdo.

     

    http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2014/08/14/dilma-e-alckmin-aparecem-juntos-em-cartaz/

  22. PGR muda posicionamento e diz que cabe ao Supremo criminalizar h

    PGR muda posicionamento e diz que cabe ao Supremo criminalizar homofobia

    Consultor Jurídico

    http://www.conjur.com.br/2014-ago-20/pgr-muda-opiniao-cabe-supremo-criminalizar-homofobia

     

    Por Felipe Luchete

    A excessiva demora do Legislativo em aprovar uma proposta de criminalização da homofobia permite que o Supremo Tribunal Federal atue por conta própria para fixar regras contra essa conduta. É o que diz o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em parecer enviado ao STF após processo apresentado pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneres (ABGLT).

    A entidade cobra, desde 2012, que o Judiciário acelere a análise do projeto de lei sobre o tema que está no Senado (PL 122/2006), consolidando discussões já são feitas há 13 anos no Congresso. O relator do caso no Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, foi contrário à solicitação, mas a associação recorreu.

    Para Janot (foto), a corte pode antecipar-se ao Congresso e utilizar o texto do projeto para estipular a punição no Código Penal a quem cometer crimes resultantes de discriminação motivada por identidade ou orientação sexual.

    Segundo o procurador-geral, o preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais viola direitos fundamentais do cidadão e exige medida urgente. Além disso, ele disse que o Mandado de Injunção estabelecido na Constituição Federal permite o “diálogo institucional entre os poderes” e “a possibilidade de construção normativa no controle de constitucionalidade”.

    Além da interferência direta, outra possibilidade apontada por Janot seria a fixação de prazo determinado para o Congresso legislar. Ele somente rejeitou a possibilidade de que o Estado seja obrigado a indenizar vítimas de homofobia e transfobia, conforme diz o projeto de lei, por entender que o Poder Público não tem responsabilidade genérica pela violência social.

    Mudança de orientação
    O parecer chama atenção porque contraria posição adotada pelo Ministério Público Federal na época em que era chefiado por Roberto Gurgel (foto) . Em 2013, o ex-procurador-geral opinou que o pedido da ABGLT fosse extinto sem resolução de mérito. Para Gurgel, o fato de existir um projeto de lei no Senado impediria que o STF interferisse no processo legislativo. Ele disse ainda que já existem normas penais que tipificam homicídios, lesões corporais e crimes contra a honra.

    Essa não foi a primeira vez que a mudança alterou a posição institucional sobre um tema. Em maio, como revelou a revista Consultor Jurídico, Janot pediu que o STF rejeitasse ação do próprio MPF que questionava isenções tributárias concedidas pelo Brasil à Fifa durante a Copa do Mundo. Gurgel apontava a existência de “privilégios indevidos” nos benefícios, enquanto o atual procurador-geral da República avaliou que as isenções foram “em prol de interesses públicos relevantes”.

    Clique aqui para ler o parecer.

    MI 4.733

  23. Embrapa assina acordo para produção de biocombustíveis alternati

    Embrapa assina acordo para produção de biocombustíveis alternativos

    Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-08/embrapa-assina-acordo-para-producao-de-biocombustiveis-alternativos

     

    A macaúba, uma espécie de palmeira nativa do Brasil, ganhará um novo incremento para a sua utilização como alternativa na produção de biocombustíveis. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Bioenergia assinou hoje (19), um acordo de cooperação com o Centro Mundial de Agroflorestas (Icraf), para realizar projetos dentro do Programa para o Desenvolvimento de Cultivos Alternativos para Biocombustíveis.

    O Brasil, representado pela Embrapa Bioenergia, faz parte do comitê diretivo do programa, que, nesta primeira fase, recebeu US$ 3,5 milhões da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida). Especificamente para o projeto com a macaúba, o Icraf também investiu US$ 400 mil.

    A fase inicial do programa, de quatro anos, será focada em países da América Latina, da África e do Sul da Ásia. Em 2013, as atividades começaram em comunidades na Índia. Este mês, iniciam-se no Piauí, no Brasil, e para África, o Icraf ainda estuda as melhores formas de intervenção e os subprojetos que serão desenvolvidos.

    No Brasil, o programa é focado no Nordeste brasileiro, onde a Embrapa já vinha avançando na prospecção de espécies nativas com potencial para uso na produção de biocombustíveis, explicou o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Teixeira de Souza Junior.

    “Vamos buscar diversificar as fontes de bioenergia, de culturas energéticas para a região do Semiárido, com foco em algumas palmeiras, começando pela macaúba. E isso vai ser feito dentro do conceito de agroflorestas, combinando diversas espécies vegetais para produzir alimentos e combustíveis”, disse Teixeira.

    A primeira etapa do projeto com a macaúba será a construção de um banco de dados, de uma caracterização ampla do fruto e do óleo, assim como dos resíduos que a planta gera no seu cultivo e processamento.

    O segundo passo será mostrar in loco, em dias de campo com agricultores familiares, que a macaúba pode ser cultivada na região e gerar renda. E depois, viabilizar a interação da Embrapa com os pequenos produtores dentro dessa lógica de fontes de agroenergia alternativas para o Nordeste, para que eles sejam integrados à cadeia de produção dentro do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB).

    “É uma cultura nacional, adaptada a diversas regiões do Brasil e que, potencialmente, é bastante interessante em termos de produtividade, comparado ao dendê, que tem materiais de 6 a 7 litros de óleo por hectare. No caso da macaúba, temos 3 ou 4 litros por hectare. Já a soja, que é a principal fonte de óleo vegetal para produção de biodiesel no Brasil, produz de 400 a 500 litros por hectare”, explicou Teixeira.

    O coordenador-geral de Biocombustível do Ministério do Desenvolvimento Agrário, André Grossi Machado, explicou que, com a implantação do PNPB em 2014, ficou muito claro o potencial das oleaginosas produzidas principalmente pela agricultura familiar. “E as oleaginosas perenes, como a macaúba, têm um balanço energético bom, alta produtividade de óleo, é intensiva em mão de obra, além de promover vários benefícios ambientais”.

    Segundo Grossi, apesar de não participar desse protocolo específico com o Icraf, o ministério, assim como vários órgãos do grupo gestor do PNPB, trabalham no fomento da macaúba. Um dos avanços alcançados foi a publicação do preço mínimo para o fruto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “As comunidades que estavam vendendo a R$ 0,18 o quilo hoje têm a possibilidade de contar com a subvenção da Conab, com o preço mínimo de R$ 0,45 por quilo. Agora, os agricultores têm essa segurança para produzir macaúba”, explicou o coordenador do MDA.

    Entretanto, apesar desse avanço, faltam estatísticas sobre a cultura. “Não tem plantio comercial, não tem zoneamento agrícola. É uma espécie que tem grande maciços naturais em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, estamos descobrindo no Ceará, Piauí, e os extrativistas vivem há muitos anos puxados pelo comércio do óleo e do carvão”, disse Grossi.

    Segundo ele, o próximo passo é fazer um zoneamento agroclimático, para as instituições bancárias terem segurança para criar linhas de crédito e a cadeia começar a se organizar. “Devemos seguir os passos que foram feitos com o dendê – zoneamentos agroclimático, ecológico, econômico, agrícola, associados a linhas de crédito e capacitação de agentes para que as coisas comecem a funcionar. Puxados sempre pela demanda por óleo, é preciso ter um comprador para isso”, argumentou Grossi. 

  24. Nassif, esta matéria que saiu

    Nassif, esta matéria que saiu agora a pouco me chamou a atenção. Tem a ver com a velha história de FINANCIAMENTO DE CAMPANHA ELEITORAL.. E não deveria passar batida apenas porque o candidato faleceu:

     

    Sem dono, jato de Campos é investigado pela PF e Anac

    :

    Propriedade obscura de Citation 560 XL em que Eduardo Campos cruzava o Brasil em campanha desperta suspeitas na Polícia Federal e na Anac; sem seguro e com equipamentos fora de funcionamento, avião ainda pertencia à fabricante/vendedora Cessna Finance Export Corporation, mas era operado por grupo usineiro com sede em Ribeirão Preto; impostos podem não terem sido recolhidos; ao mesmo tempo, voava em regime de leasing para uma distribuidora de pneus; agora, diante da movimentação causada pelo acidente no qual sete pessoas morreram, grupo de empresários de Pernambuco anunciará, em nota, compra do que restou do avião; dono de factoring em Recife, João Carlos Pessoa de Melo assumirá fatura estimada em US$ 7 milhões; parafusos comerciais à volta da tragédia

    21 de Agosto de 2014 às 13:13

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    247 – A Polícia Federal e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estão investigando a situação legal do jatinho Cessna Citation 560 XL, prefixo PRF-AFA, em que o ex-governador Eduardo Campos morreu, na quarta-feira 13, em Santos, ao lado de outras seis pessoas. O aparelho servia para todas as viagens da campanha do candidato, mas sua propriedade é obscura.

    Agora, em razão das apurações da PF, um grupo de empresários de Pernambuco vai sair a público, com nota oficial, para informar que estará comprando a titularidade do aparelho destruído, que hoje existe apenas nos destroços e nos papéis comercias. Ele deverá ser assumido pelo dono de uma factoring em Recife, João Carlos Pessoa de Melo.

    Em maio, antes do início das viagens eleitorais de Campos, Melo procurou a corretora que representa o grupo usineiro Andrade, com sede em Ribeirão Preto, para formalizar uma promessa de compra. Esse grupo foi o primeiro operador do avião, avaliado em US$ 7 milhões. Os papéis oficiais do jatinho, no entanto, ainda mostram que ele pertence à Cessna Finance Export Corporation, a vendedora diretamente ligada à fábrica do avião. Há a suspeta da Polícia Federal de que o jato não teve seus impostos recolhidos para operar no Brasil.

    A Anac justificou em nota oficial a investigação a respeito da propriedade do jatinho:

    “A aeronave era de propriedade da Cessna Finance Export Corporation e era operada pela empresa privada AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. por meio de arrendamento operacional (leasing). A Anac informa que solicitou apoio da PF para localização do operador a fim de verificar informações sobre eventual venda da aeronave, ainda não comunicada à Agência”, ressaltou o órgão.

    Sem seguro e com aparelhos fora de funcionamento, como o gravador de voz da cabine, o avião estava, no momento do acidente, em regime de leasing para a Bandeirantes Companhia de Pneus.

    Esses sucessivos parafusos comerciais em torno do jatinho que vitimou Campos e mais seis pessoas podem, é claro, ter relação com a situação de aparente falta de manutenção em que o avião voava. Dias antes da tragédia, o próprio Campos registrou num encontro político em Londrina, no Paraná, que o aparelho havia apresentado falha de ignição na decolagem.

    – Ainda bem que não pegou em solo, porque, se não, não estaríamos aqui agora, disse ele.

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    Me chamou a atenção este comentário no próprio site:

    Dora Rainha do Frevo e do Maracatu 21.08.2014 às 15:04

    O jato era do próprio Eduardo. Comprado pelo seu “PC Farias”, Aldo Guedes, seu sócio numa agropecuária e casado com uma prima-irmã de Renata Campos. O corretor do negócio foi Eduardo Ventola, lobista e sócio de uma factoring. João Carlos Pessoa de Mello está como laranja, assim também como uma grande revenda de pneus do Recife. Vão repetir a “operação Uruguai” onde Alcides Diniz, PC Faria e Cia tentaram esquentar o propinoduto que abastecia a Casa da Dinda. Eduardo fez um poderoso caixa 2, fruto de comissões de empreiteiras e esquentado justamente por essas factorings. Com o acidente foi-se a imagem do mesmo criador dos precatórios que, ironicamente, se passava por vestal e anunciava a “Nova Política”.

    Claro que é uma especulação, mas porque um empresário de factoring compraria um jato e o emprestaria a campanha de Campos ? Ainda mais, porque faria isso após o acidente ? Não é algo que faça muito sentido e tem que ser investigado.

    http://www.brasil247.com/pt/247/pernambuco247/150867/Sem-dono-jato-de-Campos-%C3%A9-investigado-pela-PF-e-Anac.htm?ls-acm0=20&acid=1441705

     

     

  25. Ex coordenador de Campos sai atirando
    “Ela está longe de representar o legado de Campos”, diz Siqueira sobre Marina

    Por Luciana Lima – iG Brasília |

    21/08/2014 15:21- Atualizada às 21/08/2014 15:51

     
    Com poder diminuído, ex-coordenador criticou duramente a ex-senadora. Candidata do PSB disse que houve mal-entendido

    Menos de 24 horas depois de ser lançada oficialmente, a candidatura de Marina Silva à Presidência da República pelo PSB já vive uma enorme crise. No início da tarde desta quinta-feira (21), Carlos Siqueira oficializou a sua saída da coordenação da campanha socialista, depois de ter seu poder diminuído por ordem de Marina, que indicou o ex-deputado Walter Feldman para o comando. Ao deixar a sede do partido em Brasília, Siqueira foi categórico ao dizer que não há menor possibilidade de acordo com a candidata.

    “Não há acordo com a senhora Marina Silva. Quando uma pessoa é acolhida numa instituição, ela se torna uma hospedeira. É isso que ela é. Então, ela tem de respeitar esta instituição”, disse Siqueira. O ex-coordenador apontou como principal motivo de sua revolta a atitude de Marina nomear homens de sua confiança para a coordenação geral e financeira da campanha sem ouvir o PSB.

    Alan Sampaio / iG Brasília
    Carlos Siqueira, que era coordenar da campanha da chapa presidencial do PSB, Eduardo Campos e Marina Silva (20/8)

     

    “Quem ela pensa que é? Ela manda na Rede dela, não no PSB”, criticou Siqueira, citando o Rede Sustentabilidade, partido fundado por Marina, que ainda não teve o seu funcionamento oficializado. A ex-senadora se filiou aos socialistas neste ano com o compromisso de migrar para a própria agremiação em 2015.

    Siqueira apontou a incoerência de Marina ter colocado um nome da Rede, Bazileu Margarido, para comandar a chapa encabeçada pelo PSB. “Como ela indica uma pessoa [de fora] para coordenar as finanças, quando a responsabilidade pela prestação de contas é do partido.”

    Bazileu assumiu na última quarta o comitê financeiro da campanha de Marina, escanteando Henrique Costa, que disse mais cedo ao iG não ter certeza se permanecerá trabalhando com as finanças da candidatura.

    “Renata Campos não deve saber” 

    “Ela está muito longe de representar o legado de Eduardo Campos”, prosseguiu Siqueira em suas críticas, dizendo ainda que a viúva do ex-governador, Renata Campos, não deve estar a par do que está acontecendo. “Ela não deve saber o que está se passando. Não podemos oferecer um partido a uma pessoa que nos trata assim”, completou ele.

    Beto Albuquerque, Roberto Amaral, Marina Silva e  Rodrigo Rollemberg no lançamento oficial da nova chapa presidencial do PSB,em Brasília (20/08). Foto: Alan Sampaio / iG BrasíliaRoberto Amaral (centro), presidente do PSB, assiste aperto de mão de Marina Silva e Beto Albuquerque, componentes da chapa presidencial do partido (20/08). Foto: Alan Sampaio/ iG BrasiliaPresidenciável Marina Silva (PSB) participa da missa de sétimo dia do ex-governador Eduardo Campos (19/08). Foto: ALAN SAMPAIO/iG BRASILIAMarina Silva conforta Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, no velório do político (17/8). Foto: Ricardo Moraes/ReutersMarina Silva, que era candidata à vice na chapa de Eduardo Campos, encontra Dilma no velório do político (17/8). Foto: Ricardo Moraes/ReutersCandidata à vice Marina Silva lamenta a morte do ex-governador Eduardo Campos (13/8). Foto: ReproduçãoMarina já tentou candidatura à Presidência em outras eleições e foi senadora. Aqui ela é vista no Congresso (20/10/2010). Foto: Antonio Cruz/ABrMarina Silva ao lado de Eduardo Suplicy, senador pelo PT (20/10/2010). Foto: Antonio Cruz/ABrMarina é cumprimentada por José Sarney durante reunião de políticos (23/05/2010). Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência BrasilEm fevereiro de 2013, Marina lança seu novo partido, o Rede Sustentabilidade (16/02/2013). Foto: José Cruz/ABr Marina conversa com Heloísa Helena no lançamento do partido Rede (16/02/2013). Foto: José Cruz/ABr Em 2014, Marina é oficializada como vice na chapa de Eduardo Campos para Presidência (14/4). Foto: Alan Sampaio / iG BrasíliaParceria Marina e Eduardo Campos ganhou força em 2013, quando o presidenciável rompeu com atual governo. Foto: Ueslei Marcelino/ReutersRelembre a caminhada de Marina ao lado de Campos nas eleições. Eles visitaram arcebispo do Rio (12/8). Foto: PSBAo lado de Marina, Campos visita conjunto habitacional para idosos na Paraíba (9/8). Foto: DIVULGAção/PSBEduardo Campos e Marina Silva na Fundação Abrinq (7/8). Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iGMarina e Erondina fazem caminhada pela Bahia (3/8). Foto: Twitter/Silva_MarinaCandidata à vice-presidência do PSB, Marina Silva, é vista durante sabatina do seu companheiro de chapa, Eduardo Campos, na CNI (30/7). Foto: ALAN SAMPAIO/iG BRASILIACandidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, e sua vice, Marina Silva, chegam a auditório para encontro na CNI, em Brasília (30/7). Foto: José Paulo Lacerda/ CNIEduardo Campos e Marina Silva inauguram casa Campos-Marina em Osasco. Local será comitê eleitoral da campanha da dupla (28/7). Foto: Facebook/Eduardo CamposMarina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos à Presidência, se refresca em café em Belo Horizonte (22/7). Foto: Flávio Tavares/Hoje em Dia/Futura PressMarina Silva e Eduardo Campos durante coletivo para o lançamento da candidatura de dez aliados de Marina ao Legislativo (26/7). Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iGEduardo Campos e Marina Silva visitam a Exposição Agropecuária do Crato, município do Ceará (20/7). Foto: Divulgação/Site OficialEduardo e Marina vestem kimono para acompanhar a 17ª edição do Festival do Japão, em São Paulo. Foto: Reprodução/Facebook Eduardo CamposEduardo Campo e Marina Silva registram candidatura presidencial pelo partido PSB (3/7). Foto: Reprodução/Facebook oficial PSBPSB oficializa candidatura de Eduardo Campos e Marina Silva à presidência e vice-presidência da República em Brasília (28/6). Foto: Humberto Pradera

     

     

     
     

     



























     

    Beto Albuquerque, Roberto Amaral, Marina Silva e Rodrigo Rollemberg no lançamento oficial da nova chapa presidencial do PSB,em Brasília (20/08). Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
     
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    Durante a manhã de quarta, toda a cúpula do partido se empenhou em apaziguar a crise, mas não conseguiu acalmar Siqueira. Roberto Amaral, presidente nacional do PSB,  preferiu não falar com o ex-coordenador devido ao momento de ânimos exacerbados.

    “Eu nem tentei falar [com ele]. Não esperava por isso. Ele participou em Pernambuco de todas as reuniões que definiram Marina como cabeça de chapa”, admitiu Amaral.

    Questionada sobre a crise, Marina disse que houve um mal-entendido. “Houve um equívoco, uma incompreensão com o que está acontecendo. É um momento delicado para todos nós. Há de ser ter uma compreensão com a sensibilidade das pessoas. Não é porque você sofreu uma injustiça que você tem que fazer outra injustiça”, respondeu a socialista.

     

     

     

  26. Plano Nacional traçará estratégias para oferta de água

    MMA

    http://www.mma.gov.br/index.php/comunicacao/agencia-informma?view=blog&id=430

     

    A construção do estudo uniu os Ministérios do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional de Águas, e o da Integração Nacional

    LUCIENE DE ASSIS*

    Depois de dois anos de negociações, o governo brasileiro firmou parceria com o Banco Mundial para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), cuja proposta foi apresentada na tarde desta terça-feira (20/8), no auditório da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. O estudo estará concluído nos próximos dois anos e terá por base a segurança hídrica e a oferta de água suficiente para o abastecimento humano, além das atividades produtivas, evitando assim situações críticas como a vivida, atualmente, pelos habitantes do estado de São Paulo.

    A construção do PNSH uniu os Ministérios do Meio Ambiente (MMA), por meio da ANA, e o da Integração Nacional (MI), a partir da Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SHI), encerrando-se a fase de concepção do Plano, iniciada em 2012. O objetivo desse estudo é definir as principais intervenções estruturantes e estratégicas de recursos hídricos para o Brasil, tais como construção de barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração. São consideradas infraestruturas necessárias para reduzir os riscos associados a eventos críticos, como secas e enchentes, além de garantir o abastecimento das populações nas cidades e no campo.

    O evento contou com as presenças dos ministros do MMA, Izabella Teixeira; do MI, Francisco Teixeira; do presidente da ANA, Vicente Andreu; e do representante do Banco Mundial, Marcos Thadeu Abicalil, entre outras autoridades. E marca o início dos trabalhos técnicos, considerando o ano de 2020 para identificar as demandas efetivas, e 2035 para as ações e obras a serem propostas.

    PREOCUPAÇÃO

    De acordo com a ministra Izabella Teixeira, o Plano vai estudar todas as intervenções necessária para assegurar oferta de água para abastecimento. O objetivo, segundo a ministra, “é desenhar todas as alternativas necessárias para viabilizar a oferta de água no país em situações de estresse hídrico, inclusive dando critérios para priorização de investimentos e dialogando com o Plano Nacional de Saneamento Básico”. Pretende-se que as obras identificadas pelo Plano sejam executadas, primordialmente, pelo Ministério da Integração Nacional e seus parceiros, nas esferas federal e estadual.

    MAPEAMENTO

    Para Marcos Abicalil, do Banco Mundial, esse Plano “é um marco no planejamento e no aumento de infraestrutura para a segurança hídrica”. O presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que o PNSH permitirá conhecer todos os reservatórios de água do país, a partir do mapeamento dos recursos hídrico dos 5.565 municípios brasileiros, já realizado pela Agência.

    Uma das diretrizes do Plano é que as obras tenham natureza estruturante e abrangência interestadual ou relevância regional, e garantam resultados duradouros em termos de segurança hídrica. As intervenções também deverão ter sustentabilidade hídrica e operacional. O PNSH vai analisar os usos setoriais da água sob a ótica dos conflitos existentes e potenciais pelo recurso e dos impactos no uso da água, em termos de quantidade e qualidade.

    A segurança hídrica considera a garantia da oferta de água para o abastecimento humano e para as atividades produtivas em situações de seca, estiagem ou desequilíbrio entre a oferta e a demanda do mineral. Além disso, o conceito abrange as medidas relacionadas ao enfrentamento de cheias e da gestão necessária para a redução dos riscos associados a eventos críticos, como secas e cheias.

    O ESTUDO

    A ministra Izabella Teixeira destaca alguns aspectos que levaram em conta no estudo:

    1) Os cenários críticos de 2020, as prioridades identificadas.

    2) Os de 2035, a consolidação das propostas, do ponto de vista das intervenções de estrutura hídrica.

    3) A preocupação em se discutir preservação (conjunto formado pelos poços, reservatórios e outros sistemas que compõem a rede de captação e distribuição de água) para abastecimento e redundância (construção de mais reservatórios para enfrentar fenômenos climáticos extremos) com infraestrutura.

    4) Criação de um plano B numa situação de evento climático extremo, e assegurar mecanismos e procedimentos que levem água todos os brasileiros.

    *Com Ascom/ANA

     

     

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