O pacto com Maluf e a esperteza na política

O que Paulo Maluf acrescenta à candidatura Fernando Haddad? Talvez um minuto no horário gratuito.O que subtrai?

  • O discurso do novo. Depois de José Serra, Paulo Maluf talvez seja o mais execrável personagem que a direita paulista produziu no pós-ditadura. A maior parte da resistência contra Serra está na sua hipocrisia, dissimulação, no seu falso moralismo, na total insensibilidade para com questões sociais, nos indícios de misturar negócios públicos e privados. A maior força de Fernando Haddad no fato de pretender representar o novo. E, por tal, o líder político menos avesso a jogadas “espertas”. Como ficará a estratégia do novo, com Maluf a tiracolo?
  • Uma coisa são pactos políticos pela governabilidade; outra coisa diferente, os pactos políticos eleitorais. Os primeiros, são frutos das contingências políticos; os segundos, resultados do excesso de esperteza.
  • Na prefeitura e no governo do Estado, Serra foi apenas um Maluf com a mídia complacente. Mas o público eleitor é o mesmo, o nível de antipetismo, similar. Pode-se conseguir o apoio do Maluf, mas dificilmente o dos malufistas.
  • Com todas suas inconsistências, o PSDB conseguiu um sopro de revitalização com o gesto de Mário Covas, lá atrás, de apoiar Marta Suplicy contra Paulo Maluf. Durante algum tempo o orgulho de ser tucano manteve o partido mobilizado. O PT poderia ter recuperado essa chama com Luiza Erundina. E sem Maluf.
Luis Nassif

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