O encontro entre McCarthy, Vichinsky e Caifás na crise política, por Jorge Rebolla

Por Jorge Rebolla

O encontro entre McCarthy, Vichinsky e Caifás

Aparentemente três homens totalmente opostos, porém iguais na essência. O senador americano, o burocrata soviético e o aristocrata judeu unidos pelo que possuíram de pior estão juntos e atuantes no Brasil hoje. A histeria insuflada, a perseguição política e a defesa de interesses escusos de mãos dadas em prol do sucesso de um golpe de Estado absolutamente contrário aos interesses do país e da maioria do povo. O uso político da operação Lava a Jato não é para renovar o Brasil, mas sim para que ele retorne aos anos 1900. Expelir do processo político qualquer um que defenda em alguma medida os interesses populares. Recriar o velho café com leite, agora representado pelo capital financeiro e pelas empresas de mídia.

No campo político e empresarial os líderes do movimento formam o grupo de choque contra os direitos trabalhistas e sociais, o controle da nação sobre as nossas riquezas naturais e a mudança do sistema político-partidário que propicia o executivo de coalizão e todas as mazelas e malfeitos dele decorrentes. Querem a manutenção do status quo próprio e dos seus feudos, de onde saqueiam os botins que propiciam os recursos para as campanhas comerciais que permitem as suas permanências nos cargos eletivos, e também os contratos favorecidos com o setor público. Em troca oferecem as garantias hoje existentes na relação capital x trabalho, vastas jazidas minerais e abertura total do território à exploração internacional desregrada.

No judiciário e órgãos correlatos a existências de protagonismos incompatíveis com o decoro dos cargos ocupados, a vontade sobrepondo se às leis e a instauração de processos discricionários. A Justiça torna-se mero apêndice e tem o seu valor relativizado para se atingir o objetivo predeterminado. A segurança jurídica do cidadão pode ser relevada caso interfira nos atos persecutórios.

Pairando sobre estes dois agrupamentos e os dirigindo as empresas que controlam a informação sobre os meios tradicionais. Vazamentos seletivos disseminados com o viés adequado, a interpretação viciada dos fatos, o catastrofismo medido, a criminalização pura e simples dos adversários, tudo conforme os seus próprios interesses e também os de aliados, sejam internos ou externos. A versão impingida sobre a sociedade tem o claro objetivo de criar a histeria, não importando que a economia entre em depressão, grupos totalitários apossem-se dos espaços públicos e a insegurança jurídica do outro se transforme em regra.

Os personagens principais vítimas do trio não são os mesmos, mas a turba sim. Nas ruas vemos a mesma multidão que clamou por Barrabás, tal como há dois mil anos, totalmente manipulada. Um arremedo de justiça claramente voltado contra um grupo específico, os demais não vêm ao caso. O expurgo premeditado de uma ala inteira da sociedade para a instauração de um governo devotado apenas aos interesses do alto comando golpista. Este formado pelos Marinhos, da Globo, Civitas, da Veja, e outros; pelos tucanos liderados por José Serra, FHC e Aécio Neves; demais setores da oposição capitaneados por Ronaldo Caiado e Agripino Maia; a rede Marina Silva-Itaú; pelo PMDB de Michel Temer e Eduardo Cunha; a ala do judiciário representada por Gilmar Mendes; os empresários padrão FIESP de Paulo Skaf, etc. Quaisquer que sejam os seus objetivos jamais serão os da maioria da população e os do Brasil.

Um momento histórico, uma farsa prestes a se transformar em tragédia. A junção dos processos de Moscou, da reunião do Sinédrio e das sessões da comissão de assuntos antiamericanos para possibilitar uma nova marcha sobre Roma.

Redação

2 Comentários

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  1. Rebolla,
    Teus argumentos e percepções últimas coadunam-se fortemente com minha visão da conjuntura e com a perspectiva futura. Nem sempre acompanho “teu voto”, mas tem sido recorrente refletir sobre tua narrativa, tão familiar às minhas próprias percepções. Infelizmente estamos, mais uma vez, debruçados sobre uma situação lamentável em que, a meu ver, há muitos perdedores. Há os que ganharam? Sim, estão no idílico Brasil dos sonhos; em delírio e êxtase. Os mortais, atolados até o pescoço na mesquinhez e trivialidade dos dias, e em sua própria miséria e pequenez.
    Excelente post, desde o comentário originalmente colocado.
    Obrigada.

  2. Totallitarismo em curso

    Belo artigo do Rebolla. É bem isso que está acontecendo. A lobotomização está tão grande que as pessoas nem querem ouvir argumentos. Nem os de ponderação. A reação é de que qualquer qestionamento ao modo Moro de ser está servindo para proteger vagabundos e comunistas. O século XX foi breve, segundo Hobsbawn. O XXI está se desenvolvendo de maneira muito triste, repetindo o que houve de pior no anterior, mas em escala global, em que as grandes corporações estão subsituindo os antigos Estados Nacionais e ditando a agenda política internacional.

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