Morte de quilombolas dobrou nos últimos anos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Levantamento revela que assassinatos cometidos dispararam entre 2018 e 2022; pelo menos 70 quilombolas foram mortos em 15 anos

O Quilombo do Mesquita, comunidade bicentenária situada a 50 Km de Brasília. Foto: José Cruz/Agência Brasil

O registro de violência nas comunidades quilombolas do país não para de crescer, sendo que a média anual de assassinatos registrados praticamente dobrou em um período de cinco anos em relação ao período 2008/2017.

A média anual de assassinatos saltou de 3,8 para 6,4 pessoas mortas ao ano: no período de 10 anos analisados na primeira edição, o registro de mais de quatro assassinatos de quilombolas ano foi uma exceção – apenas dois anos ultrapassaram esse número.

Contudo, 4 assassinatos de quilombolas foram registrados nos anos com menor número de violência no período analisado. Os anos de 2019 a 2021 registraram picos de 8 assassinatos. Em um período de 15 anos (de 2008 a 2023), pelo menos 70 quilombolas foram mortos.

A maior parte dos assassinatos de quilombolas foi registrada na reunião Nordeste (65,6%), seguidos da região Norte (12,5%) e Sudeste (9,4%). As regiões Sul e Centro-Oeste registraram 6,25% dos casos de assassinatos.

Maranhão é o estado com o maior número de assassinatos (9), seguido da Bahia, Pará e Pernambuco, com quatro casos cada. Maranhão, Bahia e Pará também figuraram entre os com maior número de assassinatos registrados na primeira edição da pesquisa, ocasião em que a Bahia teve o maior número de registros.

As armas de fogo estão presentes em 59% dos casos totais, e atingiram principalmente os homens: eles foram assassinados por esse tipo de arma em 69,5% dos casos.

No caso das mulheres assassinadas a pesquisa identificou que cônjuges, companheiros, ex-cônjuges e excompanheiros são os autores em 100% dos casos de feminicídio.  Já os homens foram majoritariamente mortos por outros agentes privados, ou seja, sujeitos que não estão ligados ao Estado.

“Um olhar sobre a motivação desses casos mostra que, ainda que sejam vítimas de diferentes tipos de violência – que são também resultado de processos de negação de outros direitos – quilombolas têm morrido mais por conta dos conflitos por terra ou em razão de feminicídios”, diz o documento. 

O levantamento, que estuda o Racismo e Violência contra Quilombos no Brasil, foi elaborado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e a Terra de Direitos e pode ser lido abaixo.

Ficha-web-Racismo-e-Violencia-Portugues

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador