“Irresponsável, provocador”: congressistas condenam ida de Bolsonaro a atos na Esplanada, por Nathalia Bignon

“Irresponsável, provocador, Bolsonaro é cada vez mais indigno do cargo que ocupa. Não está nem aí pra saúde de milhões de brasileiros”, foi assim que o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA)

“Irresponsável, provocador”: congressistas condenam ida de Bolsonaro a atos na Esplanada

por Nathalia Bignon

Despreocupado com a saúde pública da população brasileira, o presidente Jair Bolsonaro ignorou recomendações da Organização Mundial da Saúde e de seu próprio Ministério e compareceu nas manifestações deste domingo (15), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Sem uso de máscara, ele cumprimentou apoiadores, atitude que foi bastante criticada por congressistas.

Senador eleito pelo PT, Humberto Costa (PE) questionou até quando os poderes brasileiros permitirão ataques à ordem no país. Costa referia-se às reivindicações de aliados bolsonaristas, que voltaram a pedir o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal durante os atos. “Bolsonaro não só apoiou as manifestações pedindo o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal como também participou dos atos. O presidente, mais uma vez, atropela a democracia e a Constituição que jurou respeitar. Até quando?.

Em entrevista à Folha, o líder do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (RJ) afirmou que o Congresso já deveria ter deixado claro limites para Bolsonaro. “É claro que as pessoas têm o direito de se manifestar, mas é muito perigoso o presidente da República incitar que elas vão às ruas para emparedar o Congresso e o Judiciário, numa tentativa de se sobrepor aos demais poderes”, definiu.

“Irresponsável, provocador, Bolsonaro é cada vez mais indigno do cargo que ocupa. Não está nem aí pra saúde de milhões de brasileiros”, foi assim que o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), definiu a decisão de Bolsonaro. O parlamentar maranhense também classificou como “estupidez absoluta” a reação de bolsonaristas, que em seu estado, foram gravados afirmando que a doença que vem se expandindo no mundo não passa de uma fake news.

Sem citar diretamente o nome do presidente, o deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) buscou entender a razão do descaso de Bolsonaro. “Aprendemos que em diferentes épocas a humanidade foi devastada por moléstias de todo o tipo. Milhões de seres humanos morriam pois não tínhamos conhecimento e nem remédios. O que explica o comportamento do ser humano bem informado nos dias de hoje agir de forma tão irresponsável?”.

Já Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado, lamentou as consequências que as manifestações trarão ao Brasil. “Qualquer chefe de Estado minimamente sério está tomando medidas duras para conter o avanço do novo Coronavírus. Mas o presidente do Brasil irresponsável, está no Twitter comemorando as aglomerações formadas através do SE3U chamado contra o Congresso e o STF. O nosso país pagará caro!”, sentenciou.

Paulo Teixeira (PT-SP) não poupou na crítica. “Bolsonaro é um criminoso ao ajudar a espalhar o coronavírus. Bolsonaro deixa isolamento do coronavírus e, de carro, participa de ato pró-governo na Esplanada”, comentou.

A revolta também deu o tom dos comentários do deputado Ivan Valente (PSOL-SP) neste domingo. Boçal, irresponsável, fascista é o mínimo q se pode dizer de Bolsonaro que rompeu o isolamento e passeia pela Esplanada numa carreata pequena, que pede o fechamento do Congresso e do STF. Ele mesmo usou dinheiro público para desaconselhar depois de convocar. O contaminador precisa ser interditado”, defendeu Valente, referindo-se a posts publicados pela Secretaria de Comunicação da Presidência, convocando aliados, na última semana.

Neste domingo, foi confirmado o sétimo caso de contaminação pelo coronavírus na equipe presidencial que acompanhou Jair Bolsonaro em viagem aos Estados Unidos, semana passada. O secretário-adjunto da Comunicação da Presidência, Samy Liberman, braço-direto do chefe da Secom, Fábio Wajngarten, foi confirmado com a Covid-19.

Redação

2 Comentários

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  1. Brasil, neste domingo (15/03) totaliza 162 casos de infectados pelo coronavírus. Somente da comitiva presidencial, em seu 4º passeio pelos EUA para saudar Trump, já contam 11 casos positivados, acrescidos pelo do prefeito de Miami. Os dois presidentes se declaram negativados pelo vírus. A questão é, quem foi que passou para esta tura que já representam 7% dos infectados no Brasil.

    https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/03/sobe-para-12-numero-de-pessoas-que-encontraram-bolsonaro-e-estao-com-o-novo-coronavirus.shtml

  2. É evidente que o presidente adolinquente, desde seus tempos de sindicalista de quartel e terrorista militar, quer apenas “arrebentar a corda”.
    Daí podemos ter 2 vertentes:
    Golpe ou impeachment.
    Ele trabalha pelo primeiro.
    Quanto mais este “treteiro” amilicianado, de cerca de 3 décadas “mamando” nas tetas do Congresso (que hoje apoia derrubar), “naturaliza” este (des)governo caótico e irresponsável, sem reação ATIVA das instituições, mais difícil será esta reação.
    A História do mundo está repleta de exemplos onde deixar esticar a corda indefinida (e desnecessariamente) levou a desastres institucionais de gravíssimas consequências.
    O braZil deverá escolher entre deixar ele provocar o (auto?)golpe ou o interrompermos enquanto é tempo.
    Comentar, criticar evidenciou-se inócuo.
    É agir ou agir.

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