Base de Temer encolhe e seu destino está nas mãos de Rodrigo Maia

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Por Eduardo Maretti

Na Rede Brasil Atual

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal, que na quinta-feira (21), por 10 a 1, decidiu enviar à Câmara dos Deputados a nova denúncia do agora ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Michel Temer, a principal questão desse final de 2017 é se o plenário da Câmara vai autorizar a abertura do processo contra o presidente. Temer corre riscos de cair? Sua base se mantém estável, aumentou ou diminuiu?

Há hoje em Brasília duas correntes sobre o destino da segunda denúncia de Janot na Câmara. Segundo o cientista político Ricardo Caldas, professor da Universidade de Brasília (UnB), a corrente majoritária acredita que a votação será mais fácil para Temer do que a anterior. Em 2 de agosto, os deputados rejeitaram a denúncia por 263 votos a 227. Para essa corrente, os questionamentos sobre a credibilidade das deleções envolvendo a JBS tornaram a denúncia mais frágil.

“Pessoalmente, estou na corrente minoritária. Não aposto em questão de provas. A questão é política. A base de Temer está encolhendo e ele está em rota de colisão com Rodrigo Maia”, avalia Caldas. Para ele, o presidente da Câmara é “a pessoa mais importante nesse momento a acompanhar e é a chave do processo”.

Nos bastidores, Rodrigo Maia (DEM-RJ) estaria sendo incentivado por atores políticos importantes e influentes, de dentro e de fora do governo, no sentido de que ele mesmo deveria ser o presidente e, portanto, estar no comando da atual transição do país. “Nessa segunda visão, à qual eu me filio, a gente já tem um clima de conspiração dentro do próprio governo. Se essa visão minoritária prevalecer, Maia vai começar a minar o presidente Temer. A primeira percepção disso se daria na votação em que se decide a questão”, avalia Caldas.

De acordo com o professor, dependendo de como a relatoria e a votação se organizarem, e como o DEM vai se posicionar, a ameaça a Temer é muito maior do que ele mesmo supõe.

Esta semana, houve um notório recrudescimento na agressividade de Rodrigo Maia em direção ao Palácio do Planalto. O motivo, mais uma vez, foi a disputa por parlamentares que devem desembarcar do PSB e que Temer tem se esforçado para levar ao PMDB sem nenhuma discrição.

Como resposta, o presidente da Câmara não mediu palavras. “Se é assim que eles querem tratar um aliado, eu não sei o que é adversário. Quero que isso fique registrado, para que depois, quando a bancada do Democratas, em alguma votação, tenha uma posição divergente da que o governo espera, que ele entenda que há uma revolta grande na nossa bancada”, disparou Maia. Ele avisou: “Não virou rebelião ainda, mas é uma revolta muito grande”.

“A gente tem que ver se a briga dele com Temer é verdadeira ou é teatro. Mas essa é a única briga que importa nesse momento em Brasília”, diz o professor da UnB. “Cabe a Maia não só liderar o partido, porque ele virou de fato o líder do DEM, mas também aceitar ou não um possível pedido de impeachment contra Temer. Os pedidos estão todos na mão dele, e ele aceita quando quiser. É um xadrez, e qualquer pessoa que disser que a votação está garantida para um lado ou outro está mentindo.”

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Sujestão (sugestão suja).

    Que tal esvaziar o caixa do BNDES para arranjar uma blindagem no Congresso?

    Bom, a primeira parte da sujestão já está em vias de acontecer.

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