Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
[email protected]

Como nasce e se cria o Fascismo, por André Araújo

Como nasce e se cria o Fascismo, por André Araújo

O FASCISMO nasce a partir de uma causa nobre, na segunda etapa vira SALVACIONISMO, depois AUTORITARISMO e termina no TOTALITARISMO e deste para a implosão da sociedade e o abismo.

Mussolini começou propondo o resgate das regiões da Itália perdidas na Primeira Guerra, o irredentismo de Gabriele Fánnunzio, a criação de empregos para os soldados desmobilizados, a primeira fase teve uma moldura democrática e o caminho para a ditadura foi por etapas, a natureza brutal do fascismo não foi imediata.

Hitler propunha resgatar a honra e a prosperidade da Alemanha, postas abaixo pela derrota sancionada em Versalhes, com a Renania ocupada por soldados franceses, a ditadura só veio depois da eleição de 1933.

Mussolini foi palatável pelas democracias ocidentais, inclusive Churchill era um admirador de Mussolini até a invasão da Abissinia em 1935. Mussolini tinha grande prestígio no Brasil, EUA e Argentina até 1938.

Cruzadas anticorrupção são especialmente propicias a quebras de regime. Hugo Chávez começou seu caminho político no combate à corrupção de Carlos Andres Perez, até então a Venezuela tinha uma das mais sólidas democracias do continente, com dois grandes partidos, a ACCION DEMOCRATICA e o COPEI.

Janio Quaros pavimentou toda sua trajetória politica no combate à corrupção, chegou à Presidência e jogou o País no abismo.

Na sequência de sua vida politica viu-se também que não era tão impoluto, deixou de herança 63 imóveis e uma conta de treze milhões de dólares no Citibank de Genebra.

 

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

24 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sei não. Pra mim parece que a

    Sei não. Pra mim parece que a Venezuela é uma das democracias de fachada mais sólidas do continente. Se aquilo fosse tão bom assim, não teria havido Caracazo e depois muita gente não teria ido para a rua brigar contra os golpístas que, apoiados pelos EUA, tentaram tirar Chavez do poder em 2002. E os venezuelanos resistem tanto à volta dos velhos entreguistas de sempre ao poder que está sendo necessário aos EUA mover uma verdadeira guerra velada contra o país para tentar recolocar os antigos membros da tal “democracia sólida” de volta no poder. Enfim, não sou lá o sujeito mais bem informado do mundo, mas está muito difícil engulir esta história de democracia sólida na Venezuela pré-Chavez.

    1. Nada em politica é TUDO BOM

      Nada em politica é TUDO BOM ou TUDO RUIM. A Venezuela pre-Chavez era uma democracia funcional com boas estruturas mas havia evidente desigualdade social, conheci muito bem a Venezuela daquele tempo, o Country Club de Caracas era

      maravilhoso, a vida dos ricos e da classe media era muito boa. A solução Chavez NÃO reorganizou o Pais para corrigir as

      iniquidades sociais, começou nacionalizando empresas grandes medias e pequenas, o que desorganizou a economia e NÃO melhorou a vida dos muito pobres. O chavismo foi é é UM REGIME FRACASSADO por sua propria ineficiencia.

      O que o chavismo fez com a PDVSA, a maior empresa do Pais, é injustificavel. O corpo técnico era excelente, quase todos

      formados na França ou no Texas, já na primeira fase de Chavez dos 9.500 engenheiros da PDVSA, 8.700 foram demitidos

      ou sairam e hoje a maioria está no Canada e no Oriente Medio. Hoje a PDVSA está DESTRUIDA, as tres grandes refinarias,

      especialmente Puerto La Cruz, estão sucateadas, a produção de 2018 é 30% MENOR do que no ano em que Chavez assumiu.

      O regime chavista de 1999 a 2017 recebeu pelo petroleo  US$1,650 trilhão de dolares, disso NÃO sobrou nada, foi tudo

      gasto e dilapidado, não resultou em melhores condições para o povo, que hoje está muito pior do que antes de Chvez.

      Sou um anti-neoliberal assumido MAS o regime chavista é INDEFENSAVEL em qualquer circunstancia por sua absoluta INEFICIENCIA, mesmo regimes de esquerda precisam ser MINIMAMENTE operacionais, bagunça não é um regime.

      1. Um dado que gostaria de saber

        Um dado que gostaria de saber é a porcentagem dessa população rica e classe média no total da população nesse período pré-Chavez. E realmente o bom e ruim depende de quem olha = se o cara nasce no Jardim Europa de uma família rica, ele acha o Brasil e seu povo passivo até a medula o melhor lugar do mundo; agora se o cara nasce no Capão Redondo, em uma família em que a meta é lutar no almoço pra ter a janta, ele se sente num país que o abandonou. É claro que a resposta do Chavismo a esse problema social foi o pior possível – e piorada por Maduro. Mas a alma caudilha tem esse defeito = acha que, quando no poder, tem que começar do zero, e aí automaticmante quem está no regime anterior tem que ser afastado – mesmo que isso custe perda de mão de obra qualificada, como o caso da PDVSA. O oposto da mentalidade anglo-saxônica quando, por exemplo, no final da segunda guerra, ao invés de mandar matar os cientistas nazistas, apoiadores de um regime que matou milhares de soldados americanos, eles os cooptaram – e assim os EUA conseguiram vencer os russos na conquista espacial ao chegarem antes à Lua. 

      2. Sucateamento
         

        Só se for pra comprar barato, que nem no Brasil.

        Nada foi mais sucateado que o nosso parque industrial, nossas estatais, nosso povo e nossa soberania.

        Se, como você diz, na ânsia de reiniciar do zero, expulsando influência estrangeira, o chavismo levou ao sucateamento da maior empresa do país, pelo menos ele a manteve dentro da propriedade nacional e guardou-se o senso de soberania.

        Já nós, os líderes superiores da américa latina , deixamos que a inadiável    “luta contra a corrupção” patrocinada pelo Grande Irmão Branco do Norte,  tomasse nosso petróleo, quebrasse nossas construtoras, privatizasse nossa energia e nossas águas, destruisse nosso meio ambiente e trouxesse a maravilhosa oportunidade de o povo  desempregado” fazer-se por si mesmo”.

        Desculpe, mas estou duvidando das maravilhas dessa Venezuela pré Chaves tanto quanto confio nas maravilhas do governo pós-Dilma

          

  2. Na Venezuela Hugo Chaves é

    Na Venezuela Hugo Chaves é uma reação as condições miseráveis da grande maioria do povo venezuelano, mas como toda reação quase sempre é desproporcional, estamos vendo o resultado.

    Foi assim na revolução francesa, na revolução russa, mas o interessante é que os russos tiveram a compreensão que na fase atual da humanidade o comunismo ajuda a minimizar o drama da pobreza absoluta.

    O que ficou do comunismo de 1917 na rússia está mais no governo do que nos processos comerciais, assim como na China – não há muros, você pode ir e vir!

    No futuro da humanidade as desigualdades serão menores, o bem estar de todos será melhor compreendido – esse é o caminho da humanidade, hoje o Brasil está contra-mão!

    Bom seria se a elite sul-americana tivesse o povo como parceiro do pais!

    Numa democracia é assim!

    O que vemos no Brasil é uma reação absurda de parte da elite que vive de corrupção e seu braço politico corrupto!

    E se isso demorar muito tempo, teremos a reação da reação, que no futuro poderá criar outra reação da direita, que criará outra reação da esquerda e assim viveremos por séculos…

    É burrice o que estamos vivendo, e vem junto com roubo, um assalto as riquezas nacionais o que é crime de lesa pátria!

    Eu por mim, gostaria de cair na democracia direto, e nesse caso julgar pela lei todos esses que deram o golpe e estão vendendo ativos brasileiros!

    E que o povo do pais, sejam ricos ou pobres tenham uma convivência saudável!

    1. Bom seria se a elite sul-americana tivesse o povo como parceiro
       

      Mas é por isso que não se pode criar nas elites um senso de patriotismo ou de pertencimento . Elite como um povo, só um povo de elite, aquele que se sente eleito e escolhido. Esse, vive em isolacionismo e faz do mundo seu celeiro.

      Pense se a América do Sul  e a América Central da época de juventude de Lula, Dilma, Jango, Fidel e Guevara tivessem dado certo no sentido socialista, ou mesmo comunista?

      Pense que poderíamos ter sido um continente forte e livre com as riquezas que temos e com os programas sociais que aqueles revolucionários pretendiam.

      Mas é a elite que põe a vontade, a intenção e a palavra na boca do povo de modo faze-lo amar a própria escravidão, e se essa elite não se vir parte desse povo, o controle está garantido.

      A elite é um negócio tão legal que não hesitará em explodir a superfície do planeta somente para viver em seus luxuosos bunkers subterrâneos sem “esses miseráveis ” por perto.

       

  3. Sobre a Venezuela, o que li

    Sobre a Venezuela, o que li sobre a democracia da Venezuela antes do chavismo é que essa democracia criou um país muito pobre. Aliás, similiar ao período da República de Weimar = democracia de um lado e povo mais humilde jogado ao deus dará.  E foi emc ima disso que Chaves pavimentou o seu caminho. O problema da Venezuela de hoje assim como o Brasil é que os sucessores de Chaves e Lula, respectivamente, não tinham 1 por cento da capacidade política desses dois líderes – e acabaram entrando numa braço de ferro com os que queriam voltar ao poder. Na Venezuela, não há mais jeito de pela política a coisa se resolver = está muito perto de ser pelas armas, guerra civil. O Brasil está chegando nisso, pois não tenho dúvidas que o resultado das eleições de 19 não serão aceitas por parte da população. Essa eleição não será a possibilidade de que o país se una, mas sim que ele se divida de vez a ponto de sair do território da política e ir pro confronto armado. 

     

     

  4. Esquecimento
     

    Nessa luta “contra a corrupção” você se esqueceu de citar o “Caçador de Marajás”.

    E Jânio, quero crer, não deixou o país cair no abismo, ele apenas não quis ser empurrado. O país sofreria o golpe de um jeito ou de outro.

    Talvez Dilma, que enfrentou a mesma circunstância, devesse ter agido do mesmo modo que Jânio, renunciando. O trauma social teria sido menor.

    Temos que ter em conta que as politicas de um país atrasado nem se decidem e nem se sustentam dentro do próprio país.

    1. Exatamente, Collor começou

      Exatamente, Collor começou sua campanha na cruzada anti-corrupção, o tema eram os alto salarios dos marajás.

      Caçador de corruptos sempre deu votos a quem empine esse discursos, se é só papo furado é irrelevante, sempre tem quem acredite que é possivel fazer politica pura, estilo convento de carmelitas.

      Plotica limpa nunca existiu, nem em Roma nos tempos do Imperio, nem no Vaticano no apageu da Idade Media.

  5. O caminho para o fascismo é

    O caminho para o fascismo é paulatino… Mas as desgraças que ele proporciona são irreparáveis…

  6. Ainda?

    No passado recente havia umaa concepção de que só os países anglo-saxões possuiam instituições fortes e imunes a aventuras totalitárias.

  7. Fala-se do facismo pré – II Guerra

    Mas esqueceram dos facistas que passaram incolumes e com afagos dos Aliados pós-Segunda Guerra .

    Portugal e Espanha.

    Salazarismo e Franquismo, o facismo que sobreviveu até quase os anos 1980!

     

    1. Duas situações muito

      Duas situações muito diferentes. A Espanha de Franco foi isolada na Segunda Guerra, Franco era considerado um “aliado” de Hitler e Mussolini, não cooperou em nada com os anglo-americanos, o regime ficou no ostracismo até 1950, não deixaram a Espanha entrar na ONU. Em 1950, com a Guerra Fria, Franco cedeu 16 bases para a Força Aerea Americana e voltou as boas com os EUA. Lembrando que Franco na Segunda Guerra mandou duas Divisões de “voluntarios” para lutar na Russia ao lado dos alemães, na realidade soldados disfarçados de voluntarios. A Espanha só não passou fome porque Peron a supria de trigo e carne furando o isolamento, a Argentina era neutra na Guerra até Março de 1945.

      Já Portugal colaborou e muito com os Aliados, cedendo a base crucial dos Açores e ganhou economicamente com essa colaboração.

      1. As terras além Pirineus….

        Portugal lucrou  e muito com a 2ª Guerra Mundial. Lisboa era o paraiso da espionagem. Vendeu tungstenio para ambos os lados. E transformou-se em uma sub-Suiça onde dinheiro ia de um lado para outro (até para o Brasil, posteriormente) . Bancos lusos e suas filiais brasileiras formavam um sistema de lavanderia azeitado.  

        Já a Espanha era “santuário” para todo o tipo de nazistas após o conflito. Desempenhavam diversas funções desde “consultores em segurança” até industriais que faziam o dinheiro da Odessa render e prosperavam.

        Tudo sob o bondosos regimes de Salazar e Franco!  E sob as vistas grossas dos EUA e do Reino Unido! O jornalista argentino Uki Goñi  tem um belo  trabalho sobre o assunto!

         

      2. Aqui há outro erro de base, não tão grave como os outros.

        Aqui há outro erro de base, não tão grave como os outros.

        O que as pessoas não entendem é que a base do fascismo italiano ou o nazismo alemão é o sentido amoral do próprio governo. Não estou falando como um viés de discurso de alguém que se posiciona contra estes regimes, mas de constatação de fatos.

        Tanto o fascismo italiano ou o nazismo alemão não havia nada acima do líder, ou seja, sua palavra era a final e no regime nazista isto foi levado ao extremo. O Duce ou o Führer sobre os mesmos não cabiam contestações, isto levado ao extremo no nazismo, logo quem julgava acima de qualquer princípio era o líder, mesmo que o líder contrariasse o senso comum vigente. Hitler chegou a editar leis que valiam após a execução dos condenados, ou seja, o líder mandava matar e os juízes não questionavam porque a lei (retroativa) existia.

        Resumindo pode-se dizer, que quem ditava como deviam os seus súditos fazer, era à vontade oculta do líder. No caso de Portugal e Espanha, a presença da Igreja que exercia a controle sobre o estado, resultando num regime de direita, com partido único, repressivo, violento e conservador. Contrariamente o que tanto o fascismo italiano como o alemão propunham um “novo homem” em Portugal e na Espanha se tentava seguir os padrões da antiguidade.

         

  8. Sem ter a pretensão de

    Sem ter a pretensão de complementar o post do André Araújo, um estudioso da História e um analista competente da Economia e da Política, acrescentaria apenas que bem atrás das condições ou condicionantes para a emersão do Nazismo/Fascismo na Europa dos anos 20 esteve a própria I Guerra Mundial, cujo fator subjacente foi o quê mesmo? 

    Ideologia?Sim, em parte. A eugenia/racismo?Sim, contribuiu. O nacionalismo/xenofobia? Claro. A unificação da Alemanha e Itália ainda era recente. Havia uma demanda pela afirmação perante a França e a Inglaterra. 

    Todas essas variáveis formaram um caldo de cultura que ensejaram o surgimento dessas duas ideologias nefastas num cenário improvável: uma Europa culta e civilizada. 

    Agora, bem lá atrás, de forma subjacente, daí ser raramente arguido, há ” “eles”, os fatores ECONÔMICOS. A infraestrutura, nos termos de Marx, que por sua vez vai “alimentar”, dar sustento material a uma superestrutura que só nominalmente é autonônoma, dado que existe e atua a serviço da primeira. 

    A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra travada por fatores econômicos. Mais especificamente pela a posse e exploração de colônias. A fortificação dos estados alemão e italiano passaria, necessariamente, pela emulação da Inglaterra, França, Bélgica e Holanda no que tange ao domínio de colônias ultramarinas fornecedoras das matérias -primas  imprescindíveis a um sistema(capitalista) já de natureza global. 

    Os termos draconianos impostos pelos vencedores à Alemanha, máxime a perda de áreas fronteirícias e de colônias além-mar conjugada aos pesados encargos financeiros a título de “reparações”, foi o decisivo tônico para Hitler e Mussolini. 

    O substrato do Nazismo e do Fascismo certamente era ideológico, mas foram, sem sombra de dúvidas, filhos bastardos de um sistema impulsionado pela ganância e pela acumulação. 

    1. Meu caro Costa, voce tem toda

      Meu caro Costa, voce tem toda razão, as causas do fascismo e do nazismo são muito mais complexas do que aquelas que em resumidamente apresentei e tambem não são causas comuns, as do fascismo itlaliano, de um Pais que estava entre os vencedores da Grande Guerra,  são bem diferentes das da Alemanha perdedora no conflito, assim como o fascismo espanhol e portugues tiveram cada um causas diferentes MAS há uma causa comum, o ressentimento e há uma etapa comum, o SALVACIONISMO anti-politico e anti-democraco que não admite o debate das ideias, considerando que só há um grupo portador das virtudes nacionais e esse clima estamos hoje vendo no Brasil na midia e nas redes sociais.

       

      1. Sinceramente, este teu texto está um LIXO HISTÓRICO.

        Leia o que escrevi que verás que a tua origem do fascismo deslizou uns quatro anos, está um aborto.

      2. Obrigado pelo retorno, André.

        Obrigado pelo retorno, André. Realmente me equivoquei com relação a participação da Itália na I Guerra.

        Inicialmente, conforme os registros históricos, ela formou com a dita TRÍPLICE ALIANÇA formada por ela e pelos Impérios ALEMÃO e AUSTRO-HUNGÁRO, composição desfeita posteriormente quando então lutou ao lado dos aliados Reino Unido, França e Império Russo. Peço desculpas pelo erro factual crasso. Talvez tivesse na cabeça a aventura neocolonialista do Mussoli ao invadir a Abissínia em 1936 e daí fiz as associações erradas. 

        Desto modo, fica claro que minhas referências quanto as relações de causa-efeito miravam Hitler e o Nazismo. Ratifico que sem as cláusulas draconianas do Tratado de Versalhes provavelmente não haveria o Nazismo nem um Hitler com a força e a expressão que os fizeram protagonistas da, talvez, maior tragédia da História. Por sua vez, a então conhecida como “A Grande Guerra” teve como uma das causas o imperialismo colonial. 

  9. O discurso de combate a

    O discurso de combate a corrupção cola sempre, pois é uma explicação facilmente absorvida pela maioria. É só ver no dia-aa-dia que qualquer obtuso consegue entender que todas mazelas sociais e políticas são causadas pela “corrupissão”. Até minha sobrinha de 2 anos pode ser facilmente convencida disso. Alguém deveria fazer um estudo sociológico de amplo folego sobre isso…

    Mas a gente sabe o que esse discurso é: nada mais nada menos do que o maior engodo da história. A grande cortina de fumaça que serve para turvar a visão, impendido de ver a realidade de um sistema econômico eminentemente injusto e excludente, ou melhor, para impedir que se vejam interesses inconfessáveis.

  10. O fascismo JAMAIS nasceu de uma causa nobre.

    O fascismo nunca nasceu de uma causa nobre.

    Talvez falte conhecimento histórico de algumas pessoas, e por isto começam a falar coisas que não tem nenhuma lógica.

    O surgimento da ideologia fascista vem do FUTURISMO, expresso pelo manifesto futurista criado pelo poeta italiano Filippo Marinetti em 1909 e se tratava de uma espécie de movimento de vanguarda que até teve alguns reflexos no movimento de arte moderna em São Paulo, e se tratava de um movimento abertamente amoral, onde nos seus 11 itens vemos coisas que estão bem longe de ser o que consideraríamos uma causa nobre, tais como:

    Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e do destemor.

    3.  A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

    7.  Não há mais beleza, a não ser na luta. Nenhuma obra que não tenha um caráter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças desconhecidas, para obrigá-las a prostrar-se diante do homem.

    9.  Nós queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo – o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.

    10.Nós queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda natureza, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.

    Filippo Marinetti fundou em 1918 o Partido Político Futurista, que converge aos Fasci di Combat, um movimento proto-fascista que realiza o primeiro movimento de ataque físico as instalações do jornal socialista Avanti junto com o Partito Nazionale Fascista (PNF) foi fundado na cidade de Roma em 9 de novembro de 1921 Sendo está a origem de todas as manifestações violentas dos squadristas (tropas de choque dos movimentos fascistas) que posteriormente é copiada pelas SA nazistas. Os squadristas que estavam armados, matam dois socialistas Pietro Bogni e Giuseppe Lucioni.

    Como em 1919 Mussolini deixa de lado as reivindicações de abolição da monarquia e apoio as “greves corretas”, pois ele já estava negociando com a oligarquia depois de ser derrotado nas eleições de novembro de 1919, Marinetti vendo a besteira que tinha feito abandona a política e volta as artes.

    A vida política do fascismo italiano começa com o jornal “Il Popolo d’Italia” que Mussolini funda em novembro de 1914, que é uma dissidência do então partido socialista italiano que era contra a entrada da Itália na guerra, já em 18 de outubro anterior a criação do jornal, Mussolini publica em outro jornal um artigo favorável a guerra. O financiamento do jornal “Il Popolo d’Italia” é financiado por diversos oligarcas italianos inclusive da conhecida família Agnelli que fundou a Fiat em 1899 e mais outros como Carlo Esterle (Edison), Emilio Bruzzone, Pio Perrone (Ansaldo, fabricante de turbinas)e Emanuele Vittorio Parodi. Além disto Mussolini recebeu dinheiro dos governos Frances e Inglês, para apoiar a entrada de Itália na guerra (todos estes dados são obtidos da contabilidade do jornal).

    Logo, pode-se ver que tanto os ideais republicanos que são abandonados depois da criação do partido fascista, antes mesmo do surgimento do partido, Mussolini apoiava a entrada na guerra, que vai gerar um enorme passivo de soldados desempregados e mutilados de guerra, que Mussolini usa posteriormente para seu partido e antes mesmo da criação do partido Mussolini consegue apoio da oligarquia italiana. Ou seja, JAMAIS o fascismo começou com uma causa nobre, mas sim do militarismo, da traição da pátria (recebendo dinheiro de governos estrangeiros) e da sua aliança com a oligarquia contra o povo.

    O que foi o verdadeiro mote do fascismo foi a possibilidade da esquerda vencer as eleições na Itália, fazendo que se criasse uma fantasia da terceira via, que não seria o capitalismo (coisa que é desmentida pelo seu próprio financiamento) e não seria o comunismo.

    Mais uma vez fica claro, a opção ao fascismo é algo feita pelas oligarquias quando não acham uma solução de direita factível.

     

  11. Fascismo nasce onde impera a

    Fascismo nasce onde impera a ignorância, onde falta educação e cultura, com algumas pitadas de crise econômica. Isso é ponto pacífico. Vejam se entre intelectuais existe a disseminação da ideologia fascista, pode haver intelectuais de direita, mas fascistas, não. Vejam se as grandes personalidades da humanidade vociferam discursos de ódio. Isso acontece com seu vizinho ou colega de trabalho ignorante que ganha a vida com algum tipo de renda que não lhe exige maiores elocubrações mentais.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador