Temer transformará Caixa e BB em balcão de negócios, diz presidente da CUT

Jornal GGN – Em artigo, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, comenta a gestão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal no governo Michel Temer, afirmando que o Planalto incentiva a elevação dos juros dos bancos públicos.

Em algumas linhas de crédito, os juros da Caixa e do BB são maiores que os dos bancos privados. Para Vagner, esta política reduz a competitividade dos bancos públicos e favorece as instituições privadas.

O presidente da CUT diz que a manutenção de altas taxas de juros é política, e a Caixa e o BB vão voltar a ser balcões de negócios e cabides de empregos para aqueles que apoiaram o golpe.

Leia o artigo completo abaixo:

Da CUT

Temer vai transformar BB e Caixa em balcões de negócios

Vagner Freitas

Quase todos os países do mundo usam taxas de juros muito mais baixas do que a Selic. A decisão de manter os juros altos é absolutamente política. E o objetivo, todos sabemos

Ao contrário dos governos legítimos de Lula e Dilma, o ilegítimo Temer incentiva o aumento dos juros dos bancos públicos.

Geridos por afilhados do governo golpista, o Banco do Brasil e a Caixa já estão cobrando taxas maiores do que bancos privados em algumas linhas de crédito. Entre os cinco maiores bancos, o BB tem o maior juro no financiamento de veículos e a Caixa opera o segundo maior no crédito rotativo do cartão de crédito. Outras linhas de crédito também devem ter juros maiores, como indica a política de Temer para os bancos públicos.

O que o Brasil e os brasileiros ganham com essa estratégia de Temer? Qual a ideia do golpista, deixar os bancos públicos responsáveis apenas pela prestação de serviços, pagamentos de contas, reduzindo seu poder de fogo, seu tamanho, sua competitividade? Por que privilegiar os bancos privados?

Lula reduziu as taxas, após a crise de 2008, e incentivou o consumo. Não foi por acaso que Marinho (ex-presidente da CUT e ministro do Trabalho e da Previdência no governo Lula) criou o consignado na Folha de Pagamento, com taxas muito menores do que as do mercado. Na época, ele disse que era preciso tirar a classe trabalhadora das mãos de agiotas legalizados – os juros cobrados pelos cartões de crédito e cheques especiais eram extorsivos e arruinavam os trabalhadores.

Em abril de 2012 foi a vez de Dilma agir para conter a fome dos juros. Ela  declarou guerra ao spread bancário e utilizou os bancos públicos para forçar a redução das taxas também nas instituições privadas, evitando com isso a recessão e o desemprego. As pessoas tiveram acesso a crédito mais barato, fizeram a economia circular, gerando mais emprego e renda. Todos ganharam.

Quase todos os países do mundo usam taxas de juros muito mais baixas do que a SELIC. A decisão de manter os juros altos é absolutamente política. E o objetivo, todos sabemos, Temer quer agradar os banqueiros nacionais. Por isso, optou por privilegiar o mercado financeiro em detrimento do setor industrial, comercial, do consumo interno e, principalmente, a população de baixa renda que tem poucas opções de créditos.

Nos governos de Lula e Dilma, os bancos federais foram fundamentais para o sucesso de programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronaf, agricultura familiar e FIES, entre tantos outros.

Com Temer, esses bancos deixarão de cumprir papel imprescindível na inclusão bancária e social, na transformação do Brasil em um grande país com mais distribuição de renda e justiça social – teremos poucos ricos e muitos pobres -; voltarão a ser grandes balcões de negócios com setores empresariais que financiaram o golpe e cabides de emprego para os políticos que votaram a favor do golpe.

Redação

10 Comentários

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    1. desmonte

      Exatamente isso, Fernando. Trabalho no BB e as reestruturações estão preocupantes. Estão botando os gerentes todos em recuo pra vender produtos por telefone.

  1. Não se pode esperar que uma

    Não se pode esperar que uma mangueira brote pitangas! Não se pode esperar que um golpista ame a democracia e o seu país!

  2. Temer mandou aumentar
    Temer mandou aumentar artificialmente os juros na CEF e no BB.
    Resultado, os dois Bancos públicos perderão clientes para os Bancos privados.
    Em pouco tempo ambos começarão a registrar prejuízos.
    Quem vai indenizar estes prejuízos deliberadamente causados ao BB e a CEF? Temer e sua quadrilha? Quando o MPF iniciará a Ação Civil Pública contra os destruidores dos Bancos públicos brasileiros?

  3. Privatizar

    Isso que ele está iniciando para acontecer em 5 anos no máximo, desestruturar ambos os bancos, fazer PDVs e futuramente privatiza-los já no próximo governo.

  4. Tem muito empresårio que

    Tem muito empresårio que apoiou o golpe (pequenos, médios e grandes) que pegavam dinheiro emprestado no BB, com juros mais baixos. Será que estão felizes agora? Aliás, um dos motivos da queda da Dilma foi a insatisfação da agiotagem nacional com a redução dos juros do BB e da CEF.

    1. FALTA DE UNHAS

      Pois é, companheiro! Agora tem coleguinha roendo o dedo, pois unha já não tem mais. Faz muito tempo que os funcionários do BB e CEF não defendem mais essas instituições. Depois do governo de FHC, de terem comido o pão que o diabo amassou nessas instituições, onde dizia-se que os empregados eram o maior patromônio da empresa e hoje são considerados o maior estorvo, o orgulho foi embora, juntamente com os excelentes salários. Hoje, os funcionários estão lá trabalhando apenas por parcos salários, garantdos pelo concurso público, que lhes garante estabilidade. Mas, a situação mudou, o BB vai ser vendido e uma grande massa de bancários estará na praça à procura de emprego.

  5.  BB E CEF sempre cobraram

     BB E CEF sempre cobraram juros moderados e bem abaixo dos bancos privados e mesmo assim obtinham bons lucros nas duas instituições. Os bancos estatais não precisam cobrarem juros extorsivos como fazem os bancos privados.  

  6. E o que se vê na imprensa

    E o que se vê na imprensa golpistas são inúmeros aconselhamentos, geralmente com a participação de algum especialista em finanças. E não fica apenas na retórica, sempre mostram uma mulher ou um homem, que, segundo as reportagens, driblaram a crise e se encontram tão realizados como nunca. Teve uma que disse: “Crise? Que crise?”. Se duvidar são pessoas pagas para mostrarem a cara na televisão e esboçar mentiras.

    Por exemplo: dizem alguns que abrir uma franquia tem sido ua grande alternativa, em especial para quem foi demitido, usando sua indenização trabalhista.

    Se Caixa e BB sempre foram bancos com impostos menores, mais aprazíveis para o cliente de baixa renda, ou trabalhador rural, justamente para ajudá-los na compra de insumos, ou para reforma da casa própria, etc., o que pode sigificar essa atitude imtempestiva do governo, senão o de aumentar o desepero do povão, fechando as portas justamente dos bancos estatais que tanto os ajudaram em tempos de crise? 

    São ações desse tipo que vão, um dia qualquer, bater forte naqueles que neste ano abandonaram os petistas, não votando neles, nem mesmo no Nordeste, onde a gente pergunta a um e outro o que acham de Lula, e as respostas vem sem nenhum argumento lógico, porque todos eles se deixaram levar pela Globo, a maldita, que faz campanha contra eles mesmos, os pobres, incautos, que parece dizerem que preferem morrer na miséria. 

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