As cinco fases fundamentais do luto

Enviado por Gunter Zibell – SP

Do Psicologia Free

Luto: 5 fases fundamentais

por: Jorge Elói

Luto é uma palavra que acompanha o ser humano desde sempre, principalmente quando perdemos alguém de quem gostamos muito. É uma espécie de despedida forçada e para sempre. Mas afinal o que é o luto? Como se processa? É mesmo necessário esse doloroso processo?

O luto é um processo necessário e fundamental para preencher o vazio deixado por qualquer perda significativa não apenas de alguém, mas também de algo muito importante, como um objeto, uma viagem, um emprego, uma ideia, etc.

O processo de luto dá-se tanto em humanos como animais. Nos humanos o processo de luto é acompanhado por um conjunto de sentimentos, entre os quais: tristeza, raiva, culpa, ansiedade, solidão, fadiga, desamparo, choque, anseio, torpor, alívio e emancipação. Refletindo-se em sintomas físicos de vazio no estômago, aperto no peito, nó na garganta, falta de ar, falta de energia, boca seca entre outros.

O luto/perda normalmente passa por 5 fases:

A negação – Surge a primeira fase do luto, é no momento que nos parece impossível a perda, em que não somos capazes de acreditar. A dor da perda seria tão grande, que não pode ser possível, não poderia ser real.

A raiva – A raiva surge depois da negação. Mas mesmo assim, apesar da perda já consumada negamo-nos a acreditar. Pensamento de “ porque a mim?” surgem nesta fase, como também sentimentos de inveja e raiva. Nesta fase, qualquer palavra de conforto, parece-nos falsa, custando acreditar na sua veracidade

A negociação – A negociação, surge quando o individuo começa a por a hipótese da perda, e perante isso tenta negociar, a maioria das vezes com Deus, para que esta não seja verdade. As negociações com Deus, são sempre sob forma de promessas ou sacrifícios.

A depressão – A depressão surge quando o individuo toma consciência que a perda é inevitável e incontornável. Não há como escapar à perda, este sente o “espaço” vazio da pessoa (ou coisa) que perdeu. Toma consciência que nunca mais irá ver aquela pessoa (ou coisa), e com o desaparecimento dela, vão com ela todos os sonhos, projetos e todas as lembranças associadas a essa pessoa ganham um novo valor.

A aceitação – Última fase do luto. Esta fase é quando a pessoa aceita a perda com paz e serenidade, sem desespero nem negação. Nesta fase o espaço vazio deixado pela perda é preenchido. Esta fase depende muito da capacidade da pessoa mudar a perspectiva e preencher o vazio.

As fases do luto, não possuem um tempo predefinido para acontecerem. Depende da perda e da pessoa. Porém sabe-se que a que leva mais tempo é da fase da depressão para a fase de aceitação, algumas pessoas levam décadas de vida e outras nunca conseguiram aceitar com serenidade a perda. Acontece principalmente no caso de perda de um filho.

Devemos sempre valorizar o que temos, enquanto o temos. Pois não sabemos quando o vamos deixar de ter. Curiosamente muitas vezes só nos apercebemos da importância de determinada pessoa ou coisa, quando a perdemos, porque o valor dessas pessoas ou coisas dilui-se no valor das coisas que a rodeiam. Essas pessoas ou coisas são tão sutis ao valorizarem o ambiente envolvente, que o seu próprio valor divide-se entre tudo o que a rodeia, tornando-se quase impercetível. Porém quando a perdemos, não a perdemos apenas a ela, mas muito do valor das coisas que a rodeavam e é aí que notamos a sua falta.

Metaforicamente falando, como se o ambiente que a envolvia “entristecesse” e “perdesse a cor”, e dificilmente voltará a ser como era.

E você, passa por estas fases nos seus Lutos?

Redação

17 Comentários

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  1. O luto no caso da Seleção Brasileira de futebol

    O post enseja a oportunidade de lembrar a perplexidade com que vimos a Comissão Técnica da Seleção Brasileira numa atitude de negação em relação ao que ocorreu dentro de campo nos últimos jogos da Copa do Mundo.

    Se o processo se verifica efeitivamente nesse caso como o descrito, provavelmente, os envolvidos devem estar recém passando pela etapa da raiva…

  2. Importante diferenciar luto de melancolia
    Caro Gunther,De uma forma ou de outra, todos passamos por essas etapas quando se trata de perdas significativas. E há um risco real de, ao chegar à quarta fase,  o luto virar melancolia e a pessoa se afundar na depressão, Alguns param por aí, pois não conseguem seguir adiante e completar o processo de aceitação e superação. É disso que  Zé Miguel Wisnik chama a atenção na palestra cujo link encontra-se abaixo. Luto é o trabalho psíquico de recomposição do sujeito, a atividade de elaboração da perda e resignificação do mundo. O mundo do enlutado foi desertificado , mas o “Eu”, não. O luto só se completa qdo criamos uma margem de desapego nas relações que nos permite encontrar forças e energias para nos contrapor ao sofrimento de perder e para que possamos voltar a nos apegar. Melancolia é diferente. É o próprio “Eu” que foi desertificado. O melancólico prepara uma armadilha contra si mesmo: ele apega-se à perda e desapega-se de todo o resto. Dessa diferenciaçao Wisnik extrai reflexões lindas e profundas que gostaria de compartilhar com vc:  http://blogln.ning.com/profiles/blogs/eu-que-aprenda-a-levitar 

  3. RIP, my old man…

    Pedi meu Pai recentemente e achava que estava preparado – até pela idade, acima dos 90 anos. Mas qual o que… entrei direto na fase da depressão, acompanhada por sonhos constantes, e apesar de tê-la sob controle o desanimo ainda é grande E A SENSA”Cão de perda maior ainda. Mas cada dia que passa sinto que o vazio vai sendo preenchido não só pela saudade, mas também pela certeza de que foi um Pai com P maiúsculo, em todos os sentidos. RIP, my old man. 

  4. Eu perdi meu amado pai para

    Eu perdi meu amado pai para um câncer agressivo de pulmão. Entrou para a estatística de mortes por consumo do cigarro. Meu pai adorava fumar. Ele não tinha nenhum outro problema, pressão alta, diabetes, nada. Nada que não fosse o câncer adiquirido pelo fumo. Morreu, ainda, um gato dos olhos azuis(como as enfermeiras o chamavam). Foi rápido, em seis meses ele morreu, mas com a mesma aparência, normal. Não parecia, em nenhum momento, durante as duas cirurgias que fez para retirada do câncer, nem chegou a fazer quimio, que era o tratamento recomendado após o período de recuperação das cirurgias. Fui eu a acompanhá-lo durante todo o processo pós diagnóstico e esse período foi riquíssimo entre meu pai e eu. Ele me confidenciava coisas lindas sobre ele e minha mãe, sua mãe, pai, irmãos. Foi muito lindo. Mas, quando ele morreu, nos dois primeiros anos, parecia que havia faltado algo para eu ter feito para que ele conseguisse vencer o câncer. Onde foi que errei? Tinha pesadelos terríveis. Sonhava que ele tinha desaparecido do hospital e ninguem sabia informar seu paradeiro. Eu saia a procurá-lo por todos os lugares e, quando o achava, ele estava num hospital com muitas camas no mesmo quarto, com um currativo enorme na cabeça e, quando nos encontrávamos, ficávamos muito feleizes pelo reencontro. Depois de 2 anos, comecei a ter sonhos maravilhosos com meu pai. Ele sempre estava presente e sempre muito bem, feliz. E, de repente, descobri que a morte prematura dele, fez nossa família muito harmoniosa, que o amor dele parecia ter se espalhado a todos de forma suave, acolhedora e ficou a saudade, que, hoje, é um sentimento bom, carregado de amor, mas de um amor que não dói, mas consola, embala e me diz para ser e fazer feliz. .

  5. este texto é um plágio

    este texto é um plágio barato, onde nem citam que a autora é uma tanatologista….

     

    aláis, já é o meu  segundo comentário a respeito….

  6. Jorge e Ruth

    Eu perdi meu pai e minha mãe num período de 100 dias, ele em 14 de julho e ela em 24 de outubro de 2005.

    Foram dois lutos pesados, afinal sou filha única e a ligação entre nós era muito profunda e intensa. Sabe aquela sensação de “estou sem pai nem mãe?” Pois é, foi assim. 

    É muito bom quando eu sonho com eles. São sempre sonhos agradáveis e muito “reais”, é como se a gente se reunisse de novo.

    Hoje estou serena, não sofro mais, só sinto falta e penso neles todos os dias.  Acho que é pra sempre.

    1. Nossa, sua história mexeu
      Nossa, sua história mexeu comigo. Eu perdi meu pai assassinado quando eu tinha 17 anos, tres anos depois perdi minha avó, e agora que tenho 27 perdi minha mãe para um câncer faz três meses. Meu Deus, como é difícil né. Ainda to no processo de luto e fazendo terapia pra me ajudar. Imagino como deve ter sido difícil pra vc. Ainda sinto raiva de Deus e do destino, mas to tentando lutar contra isso. Desculpa o desabafo. Força pra nós.

  7. Confesso que eu me enganei

    Eu confesso que pensei que as 5 etapas do luto eram as 5 pesquisas de intenção de voto que ocorreram depois do “casamento” do Eduardo Campos com a Marina e mostraram a morte da demagogia barata marineira e o enterro da suposta coerência entre o que a Marina fala e o que ela faz.

    Só me convenci de que não era isto quando abri a postagem e não vi nenhum gráfico colorido.

  8. Gunter:
    Infelizmente o

    Gunter:

    Infelizmente o conceito dos cinco estágios tem sido mais e mais criticado por estudos recentes, por um simples motivo: a escritora concebeu o livro como uma análise do processo em pacientes terminais, não especificamente para o modo como lidamos com a morte (dos outros) em geral.

    Isso foi uma “corruptela” do propósito do estudo que se estabeleceu firmemente no ideário das pessoas após alguns estudiosos da época acharem as idéias praticamente irresistíveis e a própria autora não se manifestar contra (o livro dela foi um best-seller, afinal).

    Uma fonte (há diversas): 

    http://content.time.com/time/magazine/article/0,9171,2042372-1,00.html

    1. “Mais e mais criticado” por

      “Mais e mais criticado” por gente meio atrazadinha…

      Quando voce recebe noticias terminais a respeito de outra pessoa, voce tambem passa pelo mesmo processo.

      Morte eh um processo familiar.  Ninguem morre sozinho exceto quem nao tem familia.

    1. Escritor, isso eh lixo.  So

      Escritor, isso eh lixo.  So li o primeiro link:

      http://www.minnpost.com/second-opinion/2012/12/time-bury-five-stages-grief-myth

      E eh bem pobre.  Perto de “lixo” mesmo.  Aqui estao algumas afirmacoes sem mais detalhes ou provas de superioridade cientifica ou psicologica:

      There’s just one big problem: the five-stages-of-grief theory is not based on any kind of scientific evidence. In fact, it’s been completely debunked

      there are no rules to grief, no stages except our personal journeys and no task except those we set ourselves”

      “Normality is not what we return to; it is what we go through.”

      our culture’s continued mistaken belief in the infallibility of the five stages — or other “universal” theories of grief — only adds to the emotional pain of individuals who are mourning a major loss

      Mourning has been framed as a problem, pain as something to be cured

      that grief has specific stages is a popular belief and was given its most professional gloss by the Swiss psychiatrist Elisabeth Kübler-Ross  (“gloss” my ass)

      The fact that Kübler-Ross was talking about adjusting to your own impending death, not to the death of someone else, didn’t seem to dull anyone’s enthusiasm and her theories became wildly over-applied  -mentira purissima.

      A teoria foi cientifica e psicologicamente RE CON HE CI DA, merecidamente, e nao foi por cientistas nao, foi por familiares mesmo.  Foi por TODO mundo que tomou conhecimento dela.

      It turns out that there is little evidence for a progression through specific stages of adjustment, and even the belief that most people are plunged into despair and gradually “get better” turns out to be little more than cliché  -Pera la!  Ou “we grieve in our own way” ou a intencao eh desacreditar o que ela diz sem apontar nada de evidencia exceto as excessoes.  Que cara de pau!

      Nao da pra continuar, so tem tolices.  Nao vou pesquisar os outros links.

      Ninguem me diz que eu nao vi o que eu vi:  isso nao existe.

  9. So o coraçao q passa por uma

    So o coraçao q passa por uma perda sabe o sentimento q guarda. Nossa e tao dificil q so em tenta esplica as lagrimas vem. Na vrdade as palavras nao esplicam esse sentimento e uma coisa inexplicavel. Sao tantos porques q parece q vc vai ficar louco. Mais tento passar uma imagem diferente do q sinto, mais so Deus sabe o q se passa no meu coração nesse instante, na frente de todos tento passar uma imagem segura, mais na verdade nao tenho nem mais objetivos quanto mais sonhos levo minha vida em uma sequencis de dias sem razoes.

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