União da TIM e Vivo traz risco ao consumidor

Jornal GGN – A Proteste (Associação de Consumidores) enviou, nesta quarta-feira (25), ofício ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), pedindo que barre a atuação conjunta da Tim e da Vivo. A negociação, que está em andamento, deve dar à Telefónica o controle da holding Telco (controladora da Telecom Itália, que controla a TIim no Brasil). Para a Associação, a união das empresas “trará danos irreparáveis à concorrência no segmento de telecomunicações”.

Para a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, a associação é contrária à operação e reitera seu posicionamento desde 2008, quando pediu a impugnação da operação de aquisição indireta de ações minoritárias da Telecom Itália por meio da negociação entre Telefónica e Telco. “A nossa posição não muda. Hoje nós não temos competitividade no setor de telecomunicações. São poucas as empresas, e o pior é que temos um histórico de problemas de má prestação de serviço”, justifica.

No comunicado, a Proteste afirma que caberá ao Cade agir contra os danos à livre-concorrência e, portanto, ao consumidor, decorrentes da transação. Na avaliação da associação, a falta de competitividade do setor seria agravada com essa concentração, “gerando atendimentos e serviços cada vez mais precários aos consumidores”. O cliente fica refém dessas empresas, que pouco se preocupam com atendimento adequado e serviços. 

A união vai contra os princípios de transparência e da qualidade do serviço, completa a coordenadora. Maria Inês disse que a Proteste aguarda o posicionamento dos dois órgãos sobre quais medidas serão tomadas diante do acordo e do impacto no mercado brasileiro de telefonia.

 

Em 2010, quando o Cade julgou a compra de ações minoritárias da Telecom Italia pelo Telco, a Proteste pediu a impugnação da operação argumentando que mesmo as restrições impostas pela Anatel não conseguiam afastar o risco de concentração.“Basta que a Telefónica tenha participação (seja ela qual for) no capital não votante da TIM, para que se configure a hipótese de cooperação entre esta e a outra subsidiária”, disse a Proteste em parecer enviado ao Cade.

A Telefónica comunicou ao mercado na terça-feira  (24), que aumentará sua participação na Telco de 46% para 66% inicialmente, via um aumento de capital de 324 milhões de euros direcionados a pagar dívidas da empresa. Na prática, a espanhola – dona da Vivo no Brasil – torna-se majoritária na Telco, controladora da Telecom Italia que, por sua vez, controla a TIM.

O consumidor sofrerá graves prejuízos se não houver desvinculação total entre as empresas decorrente do negócio pois as prestadoras Vivo e TIM têm em conjunto, mais de 50% dos mercado de telefonia celular. Essa concentração impactará na prestação de serviços, preços, bônus e promoções. Além disso, com o ganho de escala decorrente da operação conjunta, outras operadoras teriam dificuldades para enfrentar o duopólio Tim-Vivo.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Monopólio privado? Eu prefiro que seja monopólio estatal.

    Quando os privateiros do PSDB disseram que iriam acabar com a Telebrás porque era um monopólio estatal que emperrava o Brasil, eles argumentaram que surgiria uma variedade de empresas e empresas-espelho que dariam impulso ao desenvolvimento da telecomunicações no Brasil. Essas tais empresas e empresas-espelho se resume a ums três ou quatro gatos pingados oligopolizados, tendendo ao monopólio privado.

    Se agora é um oligopólio e o serviço é ruim, caro e lucrativo para os seus donos. Se for um monopólio privado da Vivo, o serviços será pior ainda, mais caro ainda e muito mais lucrativo para a Vivo.

    Eu prefiro o monopólio estatal da Telebrás.

  2. Mercado cativo de telecomunicações.

    A cartelização das telecomunicações começou desde a privatização, quando continuamos sem poder escolher, seguindo o modelo anterior.

    Houve a abertura de mercado e outras empresas ingressaram no mercado e….continuamos com um dos maiores custos em telecomunicações do mundo!

    Se ocorrer a união dessas empresas, será soemnte um pouco pior, mas não tem como ser muito pior, visto que não há clareza sobre as operações ou cisto de telecomunicações. Quem sabe os custos de ligações? Por quê os “pacotes” tem valores tão próximos e por quê as vendas  destes “parecem” ser casadas?

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