Russia ainda considera vender seus caças ao Brasil

A delegação militar russa, chefiada pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu visitou o Brasil e o Peru com o tema principal de negociações sobre o fornecimento de armas no valor total de cerca de US $ 1,7 bilhões. A Rússia está a fortalecer a sua posição no mercado de armas na América Latina.

No Brasil, as autoridades russas e brasileiras combinaram assinar os contratos discutidos anteriormente para o fornecimento de sistemas de defesa antiaérea Panzir -S1 e complexos individuais Igla 9K38 no valor de mais de um bilhão de dólares. Além da compra dessas armas com assinatura prevista para meados de 2014, o ministro brasileiro da Defesa Celso Amorim anunciou um outro passo importante no estreitamento da cooperação militar com a Rússia: a possibilidade de o Brasil participar no desenvolvimento do mais avançado jato militar do mundo neste momento, o Sukhoi T-50. Outro assunto que passou a fazer parte das conversas entre o Brasil e a Rússia na área militar é a aquisição de caças Su-35, incluindo a possível transferência de tecnologia para a sua produção para substituir os atuais Mirage 2000.

A atividade por parte russa fica baseada no movimento do Brasil para suspender a execução do contrato assinado para a compra dos caças americanos F- 18 no valor de cerca de US $ 4 bilhões. A medida foi provocada pelo escândalo sobre a espionagem pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) à presidente brasileira Dilma Rousseff, ao governo e às empresas públicas. No entanto, de acordo com a imprensa brasileira, o problema é que é impossível voltar a incluir a Rússia no concurso F- X2, com Sukhoi Design Bureau por ele ter  saido da primeira etapa dele.  Então, se  encerrar  F-X2 e abrir um novo — F- X3,  isto pode causar danos à reputação brasileira e possivelmente provocar um conflito diplomático, opina o o jornal brasileiro Estadão .

O concurso F- X2 inclui agora  formalmente três aeronaves rivais: Rafale vindo da empresa francesa Dassault, o F- 18 Super Hornet — americana Boeing e Gripen NG — sueca Saab. Em 2008, o Ministério da Defesa do Brasil recusou três participantes: F -16 Fighting Falcon — por Lockheed- Martin, Eurofighter Typhoon — por consórcio Eurofighter e Su- 35 — por Sukhoi da Rússia.

A Rússia, sendo inspirada com o Brasil não ter assinado o contrato com os americanos, agora pretende vender seu caça Su-35, oferecendo o desenvolvimento conjunto de aeronave da quinta geração T-50. Este caça de quinta geração é caracterizado pelo alto índice de informatização a bordo e pelo chamado voo furtivo, ou seja, capaz de escapar aos radares possuindo a tecnologia stealth. De acordo com os planos do governo russo, os aviões vão começar a chegar para Força Aérea Russa em 2016. A Rússia já tem a experiência de desenvolvimento conjunto do T-50 com a Índia. De acordo com os representantes da empresa indiana Hindustan Aeronautics Limited (HAL), que está realizando a construção do jato, as partes  concluíram o projeto preliminar do avião, provisoriamente chamado  de  FGFA. As negociações estão em andamento sobre os seus detalhes.  Sem ser a Rússia, que tem neste momento cinco protótipos desse caça em teste, apenas os EUA possuem um aparelho similar, o F-22.

” As nossas propostas são de caráter sistêmico e complexo”, disse ao Pravda. Ru Igor Korotchenko, o editor chefe da revista russa Defesa Nacional. ” Os sistemas de armas de defesa aérea que estão sendo oferecidos ao Brasil é uma arma muito eficaz, de acordo com suas características de desempenho, e podemos supor que, com alta probabilidade o Brasil assine o contrato. Quanto às propostas para a produção conjunta do Su-35 e para o desenvolvimento do T-50, ninguém, exceto a Rússia fará uma proposta similiar aos brasileiros. Nenhum país ocidental nunca vai oferecer tal pacote de opções com a transferência de tecnologia. Significa que a Federação Russa considera o Brasil um parceiro estratégico “, concluiu Korochenko .

 


Neste contexto, os brasileiros poderiam nomear um novo concurso para a compra de aviões de caça .

Digno de nota, que  a Força Aérea do Brasil já tem os helicópteros russos de ataque Mi- 35, outro grupo dos quais foi entregue para o país  a partir da  Rússia em agosto sob o contrato com Rosoboronexport. Além disso, durante a visita da presidente Dilma Rousseff no ano passado, Russian Helicopters holding assinou o primeiro contrato para fornecer sete helicópteros Ka- 62 para a empresa brasileira Atlas Táxi Aéreo. Este helicóptero de transporte ganhou o concurso da petrolífera nacional brasileira Petrobras. A frota destes helicópteros vai estar crescendo .

A delegação russa, que, além de ministro da Defesa, Shoigu, incluiu Alexander Fomin, o chefe do Serviço Federal para Cooperação Militar e Técnica, e Anatoly Isaikin, o chefe da Rosoboronexport, a empresa russa -exportadora de armas, também visitou o Peru que pretende comprar na Rússia 110 tanques T- 90S e carros de combate BTR- 80A no valor cerca de US $ 700 milhões, de acordo com o jornal Kommersant .

“Esta é uma visita importante,  o nosso Exército e a Força Aérea, inicialmente, surgiram com a colaboração e apoio logístico da ex-União Soviética, que  é hoje, a Rússia”, — disse o ex- ministro da Defesa e deputado peruano,  Daniel Mora. Ressaltou a importância de rearmamento do Peru e da cooperação com a Rússia no domínio das tecnologias avançadas, incluindo espaciais.

Lyuba Lulko

Pravda. Ru

Redação

5 Comentários

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  1. Nao ha substituto pra oferta

    Nao ha substituto pra oferta de “desenvolvimento conjunto” -especialmente de um governo que nao tem historico de ser mentiroso ate os cabelos d…

  2. Opções

      Tem um erro evidente aí porque o Brasil não assinou nada com os americanos, tanto que a concorrência do FX2 continua, sem falar nem informações da “imprensa brasileira” mas enfim, pelas informações que se tem, principalmente baseando-se no “voz da rússia”, não ha proposta clara de 100% de transferência de tecnologia em nenhum dos caças russos, se houvesse se não haveria nem em que pensar, parece ser uma proposta de montagem do su-35 no Brasil, com componentes trazidos e uma transferência tecnologica parcial no caso do PAK-FA(t-50).

       A proposta mais clara e crível de transferência total de tecnologia, dita sem meias palavras é a do Rafale, a frança é um país que quase faliu e precisa de dinheiro para desenvolver uma nova geração de caças baseados no Rafale, o Brasil seria o parceiro ideal e arcaria com parte dos custos, um país em claro processo de desenvolvimento sedento de tecnologia de defesa e muito dinheiro para gastar, para essa parceria é indispensável que ambos  dominem a tecnologia, a proposta francesa deixa claro inclusive que no preço estaria embutido valor da  aquisição dessa tecnologia e não somente o material adquirido. Por preço da tecnologia entenda-se o valor gasto no desenvolvimento da aeronave que é muito alto, nada mais justo pois que ao adquirir o conhecimento necessário para se fabricar os aviões se pague parte do custo de desenvolvimento da tecnologia para os caças, além do preço de custo da aeronave ou suas peças e do lucro da operação.

        Isso não impede que o Brasil venha a adquirir o PAK-FA inclusive adquirindo também parte do conhecimento tecnologico envolvido na fabricação do mesmo, mas se o caça russo for oferecido com transferência total, o FX-2 perde sua razão de ser e deveria ser cancelado, sendo o su-35 o caça tampão, mas não ha sinais disso, se for admissível a compra, no processo do FX2, sem transferência de tecnologia, existe um problema grave que é a retirada do Su-35 da concorrência sem justificativa, ja que  essa justificativa era justamente a falta de transferência de tecnologia.

  3. Claro que vai comprar, o

    Claro que vai comprar, o Governo Dilma estava fazendo tudo ao seu alcance para demonstrar seu anti-americanismo, os regentes da pólitica externa no Palacio do Planalto são o Prof.Marco Aurelio Garcia e Franklin Martins, notorios anti-americanos. O Itamaraty desfibrado não abre a boca, jogou no lixo seu pretnso alto nivel, hoje está a serviço dos palanques populistas, é uma especie de Gaviões da Fiel da diplomacia mundial.

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