Cientista que clonou células-tronco embrionárias admite erros em pesquisa

Shoukhrat Mitalipov, chefe e principal autor da pesquisa que anunciou, há duas semanas, a criação, pela primeira vez, de células-tronco embrionárias por clonagem admitiu na última quarta-feira (22), em artigo na revista científica Nature, que o estudo contém erros, embora diga que os resultados não foram alterados.Um comentário anônimo revelou quatro problemas no artigo, publicado dia 15 na revista Cell.  

Os problemas foram apontados por uma crítica no PubPeer, um website no qual as pessoas podem fazer comentários anônimos sobre artigos científicos publicados.

Os cientistas querem agora entrar em contato com a revista Cell, na qual o estudo foi publicado no dia 15, para preparar uma correção. A pesquisa mostrou que, a partir da técnica de clonagem, é possível criar células-tronco embrionárias humanas geneticamente idênticas às da pessoa de quem elas foram tiradas.
 
O pesquisador Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, no noroeste dos EUA, admitiu à Nature que foram cometidos três erros inocentes enquanto ele e sua equipe organizavam os dados.
O quarto erro, ele diz, não foi realmente um problema. Segundo o cientista, 
os dados foram montados às pressas para publicar o estudo, aceito pela Cell apenas três dias após ser apresentado e publicado 12 dias depois. 

Resultados “exatos”

 
O cientista destacou, no entanto, que “os resultados são exatos, as linhagens de células-tronco embrionárias existem”. Segundo ele, um quarto erro identificado não representa nenhum problema. Mitalipov disse ter falado com seu colega de equipe Masahito Tachibana, que compilou os dados e confirmou que o estudo continha alguns erros.
 
Martin Pera, especialista em células-tronco da Universidade de Melbourne, na Austrália, também lamentou no artigo da revista Nature que os cientistas tenham usado a mesma imagem para ilustrar duas propriedades diferentes entre as células-tronco de um embrião humano e as produzidas por clonagem.
“As explicações dadas pelos autores do estudo são plausíveis, mas é preciso esperar os resultados de uma pesquisa a fundo”, concluiu. Já para Robin Lovell Badgen, chefe do Departamento de Genética do Instituto Nacional de Pesquisa Médica, em Londres, esses erros são o resultado da pressa para publicar os resultados.
“Devem dar a eles a oportunidade de explicar e corrigir os erros”, destacou Badgen na Nature.
Redação

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