Brasil perde participação no comércio mundial

Do Estadão

Brasil reduz fatia no comércio mundial  

Com o fim da bonança no mercado de commodities e a crise na Europa, as exportações brasileiras têm o pior desempenho entre as grandes economias. O País reduziu sua participação no comércio mundial e as previsões para 2013 revelam sérias dificuldades. Para analistas, a camuflagem que os resultados comerciais tinham até então graças aos preços elevados de matérias-primas chegou a seu limite.

Dados divulgados ontem pela Organização Mundial do Comércio (OMC) revelam que as vendas brasileiras recuaram 5% no ano passado, resultado bem pior que o dos demais emergentes e do resto do mundo. Para o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, o período de “boom” da renda gerada pelas exportações de commodities acabou.

No geral, a OMC apresentou uma drástica revisão para baixo das perspectivas de crescimento do comércio em 2013, em mais um sinal de dificuldade da economia global. A crise na Europa, a maior região importadora, atingiu a todos e continuará a afetar os exportadores em 2013 e 2014.

Com US$ 257 bilhões em vendas, o Brasil ficou estagnado na 22.a posição entre os maiores exportadores, com redução de vendas em dólares de 5%. O ranking é liderado por China, EUA e Alemanha. Mas a participação do Brasil no comércio mundial caiu para apenas 1,3% do fluxo internacional em 2012. Em 2011, era de 1,4% das exportações.

Mas, com o fim do fator preço, a constatação é de que a exportação em volume é a mais afetada entre as grandes economias. Por ela, as vendas nacionais cresceram 3,1% em 2011. Mas, em 2012, enquanto o mundo cresceu 2%, o Brasil caiu 1,3%, prova de que a balança comercial do País depende muito das commodities.

China, índia, Japão, Europa e EUA tiveram resultados mais positivos. O resultado de 2012 contrasta com a expansão dos últimos anos no Brasil. A média entre 2005 e 2012 foi de crescimento de 11% em valores, bem acima da média mundial de 8%. Em 2010, as vendas em valores subiram 32%, ante 27% em 2011.

Para Coleman Nee, economista da OMC, o resultado tem relação direta com a crise na Europa e com a situação na Ásia. “O motor da contração tem sido a Europa, afetando não apenas aqueles países que vendem ao mercado europeu, mas também aqueles que vendem matérias-primas à China e, por sua vez, exportam produtos acabados à Europa.” O Brasil seria um desses casos.

Para a Europa, o Brasil registrou queda de 7,5% nas vendas em 2012. Já para a China as vendas caíram mais de 6%.

Luis Nassif

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