Para a CNI, desenvolvimento da indústria exige melhorar a educação e aumentar os investimentos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) oficializou seu plano de metas para o desenvolvimento da indústria brasileira no período de 2013 a 2022. O objetivo da estratégia é fazer com que o país seja responsável por 2,2% da produção mundial de produtos industrializados – atualmente, a participação nacional é de 1,7%. Outra previsão envolve o aumento da produtividade média do setor, de uma taxa anual de 2,3% nos últimos 20 anos, para saltos na casa de 4,5% ao ano.

 

O Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 apresenta os dez fatores-chave que podem aumentar a produtividade e a competitividade, além de sinalizar os caminhos que a entidade considera importantes para o país aproveitar oportunidades. Para desenhar o Mapa, o setor industrial considerou as mudanças existentes no país e no mundo nos últimos anos. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Robson Braga de Andrade (foto).

 

O primeiro fator-chave apontado no levantamento é a Educação. Segundo a CNI, “a indústria precisa de equipes educadas e bem formadas que saibam utilizar melhor os equipamentos, criar soluções para os problemas do dia a dia, adaptar processos e produtos e desenvolver e implementar inovações”. A meta do setor é de que, até 2022, o Brasil passe da 54ª posição do ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA/OCDE) para a 43ª. O ranking considera 65 países. Para isso, a nota média deverá passar de 401, em 2009, para 480, em 2021.

 

Além disso, a CNI afirma que o país precisa de fundamentos macroeconômicos que ajudem a reduzir as incertezas sobre o futuro e gerem confiança para o investidor. Segundo a entidade, a taxa de investimento brasileira é mais baixa que a de outros países emergentes, inclusive da América Latina. A indústria estabeleceu a meta de elevar a taxa de investimento (formação bruta de capital fixo sobre o PIB) de 18,1%, em 2012, para 24%, em 2022. A taxa de investimento média mundial em 2012 é de 23,6%.

 

A instituição também colocou como ponto de importância a melhora dos gastos públicos por parte do governo, uma vez que o gerenciamento ajuda a melhorar a eficiência do investimento público. “Para isso, é necessário melhorar a capacidade do Estado de planejar e executar suas políticas e investimentos”. Pela previsão da indústria, o Brasil deve aumentar a participação do investimento na despesa primária total do governo federal de 5,8% em 2012 para 8% em 2022. Nos últimos cincos anos, a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi de 8%.

 

E o desenvolvimento da indústria (e da economia como um todo) também depende da disponibilidade de recursos para investimento e da capacidade do sistema financeiro de realizar essa intermediação a custos baixos e de forma ampla. De acordo com a CNI,  “o Brasil deve aumentar a participação de recursos de terceiros no financiamento do investimento das empresas industriais de 34%, em 2012, para 50%, em 2022”, estima a entidade.

 

Entre outros pontos, a indústria busca marcos regulatórios definidos e uma legislação com direitos e deveres claros e estáveis, que ajudem a melhorar a confiança dos investidores e a competitividade das empresas. E neste caso, também se enquadram as mudanças no mercado de trabalho, uma vez que “um mercado de trabalho com um sistema legal e institucional juridicamente seguro e com relações mais adequadas às necessidades da economia aumenta a competitividade das empresas e o desenvolvimento do país”.

 

A CNI também defende que o país precisa de investimentos em inovação e de “uma rede eficaz de transportes que interligue os diferentes modais, além de oferecer disponibilidade de energia, uma estrutura adequada de transmissão de dados em alta velocidade (banda larga). Também são pontos destacados do documento os serviços de saneamento universalizados e uma estrutura tributária “simples e transparente” – neste caso, a meta do setor é zerar a cumulatividade dos tributos no Brasil, além da redução da carga, a desoneração de investimentos e das exportações e simplificação da estrutura tributária.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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