Guedes fala em ameaça do “fantasma do socialismo” e que estamos no “caminho da prosperidade”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"E o Brasil está indo para o caminho da prosperidade. É tudo uma questão de atitude", disse o ministro da Economia

Agência Brasil

O ministro da Economia de Jair Bolsonaro desenterrou o mantra clássico do liberalismo, principalmente em campanhas eleitorais, sobre as ameaças que representariam um governo de esquerda no poder.

De comunismo ao agora “fantasma do socialismo”, Paulo Guedes diz, em plenos índices desastrosos da economia, que a atual “prosperidade” do Brasil seria ameaçada.

“O socialismo bolivariano do século 21” assombra, disse, em evento da Traders Club (TC) e a Arko Advice, em São Paulo, no qual participou para dizer suas “previsões” para a economia brasileira.

“Esse fantasma ainda assombra a América Latina. Primeiro mergulhou na estrada da miséria na Venezuela, a Argentina está logo atrás”, falou referindo-se ao governo de centro-esquerda da Argentina de Alberto Fernández.

“E o Brasil está indo para o caminho da prosperidade”, continuou, indicando que ele, no comando da Economia no Brasil, teria obtido este resultado. Se não visíveis nos números ou na realidade, ele mesmo se explicou: “é tudo uma questão de atitude.”

Para ele, o Brasil já saiu do “inferno” da inflação. Contudo, já alta, a estimativa de inflação para este ano elevou de 6,5% para 7,9%, segundo dados divulgados pela sua própria pasta ainda hoje.

A meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) era de 3,5%. Somente no mês de abril, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) -outro indicador que mede a inflação- registrou a maior alta desde 1996: 1,06%. Em 12 meses, o IPCA chegou a 12,13%.

Ainda no encontro, Guedes não defendeu diretamente o governo de Jair Bolsonaro e mostrou-se inclinado a apoiar a “terceira via”. E, sem ser convidado, indicou que estaria presente nesse eventual governo ou no de Bolsonaro.

“Acho que a centro-direita vai ganhar as eleições de novo. Se a coalizão seguir, é natural que eu ajude e esteja lá. É uma aliança de liberais e conservadores? Vão privatizar? Vai ter apoio? Se essa é a música, eu vou estar com 72, 73 [anos], vou estar entusiasmado, correndo atrás”, disse.

Mas, “se a música mudar, estou velhinho, preciso descansar, preciso aproveitar minha vida”, em referência à vitória de Lula.

Também afirmou ser contrário à reeleição, mas se houve “dois anos de governos” de Fernando Henrique Cardoso, de Lula e de Dilma Rousseff, “talvez seja necessário” dois de Bolsonaro.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Será que Paulo Guedes acredita no que ele fala ou mente com a maior cara de pau?
    A impressão que eu tenho é que ele mente com a maior cara de pau. E tem gente que acredita.

  2. SIM,CLARO Q ESTAMOS NO CAMINHO DA PROSPERIDADE,DESDE O GOLPE DE 2016, SÓ ENXERGA QUEM NÃO QUER !

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