Indústria da construção reduz empregos e atividade em junho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O cenário adverso para as empresas da indústria da construção persiste em junho, com impactos sobre a atividade e as condições financeiras das empresas desse segmento, segundo levantamento elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de nível de atividade se manteve praticamente estável em relação a maio, oscilando de 37,7 para 37,5 pontos, dentro da margem de erro. O índice varia de 0 a 100 pontos e valores abaixo dos 50 pontos indicam queda da atividade na comparação com o mês anterior, e a estabilidade do índice em patamar abaixo dos 50 pontos demonstra manutenção do ritmo de queda do nível da atividade.

Já o emprego continua caindo na indústria da construção. O indicador de número de empregados oscilou dentro da margem de erro, também abaixo dos 50 pontos. Pela metodologia de cálculo, o indicador varia de 0 a 100 pontos e valores abaixo de 50 pontos refletem queda do número de empregados.

O índice de nível de atividade efetivo em relação ao usual para junho teve recuo de 30,7 para 29 pontos e atingiu novo piso da série histórica. Pela metodologia da CNI, o índice varia de 0 a 100 pontos e valores abaixo dos 50 pontos indicam que o nível de atividade do mês está abaixo do usual. Quanto mais distante da linha divisória, maior o desaquecimento.  Corroborando a baixa atividade da indústria da construção, a Utilização da Capacidade de Operação (UCO) caiu mais um ponto em junho e anotou 60%, um ponto percentual (p.p.) a menos do que o registrado em maio e 9 p.p. abaixo do registrado em junho de 2014.

“A carga tributária elevada, as elevadas taxas de juros e a inadimplência dos clientes foram os três principais problemas enfrentados pela indústria no segundo trimestre. Aliam-se a esse quadro, os preços de insumos em elevação e o acesso ao crédito excepcionalmente difícil. Como consequência, as condições financeiras seguem em deterioração, com insatisfação crescente dos empresários com a situação financeira e margem de lucro de suas empresas”, diz a CNI.

O preço médio dos insumos e matérias primas manteve a tendência de crescimento, mas em menor intensidade do que a observada no primeiro trimestre. O indicador foi de 62 pontos no segundo trimestre, uma queda de 2,3 pontos em relação ao trimestre anterior.

Junto com a elevação dos preços dos insumos produtivos, as condições financeiras das empresas da indústria da construção continuaram a se deteriorar no segundo trimestre. Os indicadores de satisfação, tanto com a margem de lucro operacional, como com a situação financeira, e o índice de facilidade de acesso ao crédito diminuíram e se distanciaram da linha divisória dos 50 pontos. Os índices variam de 0 a 100 pontos e valores abaixo de 50 mostram insatisfação com margens de lucro e situação financeira ou dificuldade de acesso ao crédito. Quanto mais distantes de 50 pontos, maior a insatisfação ou a dificuldade.

A elevada carga tributária continua sendo o principal problema enfrentado pela indústria da construção no segundo trimestre, assinalado por 35,4% dos entrevistados. A taxa de juros (35%), a inadimplência dos clientes (30,5%), a demanda interna insuficiente (27,6%) e a falta de capital de giro (27,2%) também representam problemas relevantes.

Para os próximos seis meses, persiste o pessimismo. De acordo com o levantamento, existe a expectativa de queda do nível de atividade, dos novos empreendimentos e serviços, das compras de insumos e do número de empregados. Da mesma forma, a intenção de investimento segue bastante reduzida. “Em outras palavras, os indicadores de expectativa não variaram ao ponto de representar uma mudança significativa no estado de espírito da indústria da construção”, pontua a CNI. O indicador da expectativa do nível de atividade para os próximos seis meses passou de 42,6 para 43,2 pontos; o de compras de matérias primas de 40,7 para 41,7 pontos. Tanto o indicador de novos empreendimentos e serviços, como o de compra de insumos e matérias primas, se manteve estável em julho.

A intenção de investimentos permaneceu baixa e marcou 29,7 pontos em julho. O valor representa um aumento dentro da margem de erro de 0,8 pontos em relação a junho. Contudo, o índice registra queda de 17,7 pontos em relação a julho de 2014 e de 24,7 pontos em relação a julho de 2013.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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