O NE e o mito da falta de água

Coluna Econômica – 06/07/2007

Afinal, o semi-árido brasileiro precisa, efetivamente, das águas do Rio São Francisco? Esse é um dos pontos centrais de discussão, já que a transposição envolve volume considerável de recursos.

Ex-diretor regional do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba). Manoel Bomfim Ribeiro é um dos técnicos que afirma que o problema na região não é de falta de água.

Primeiro, as comparações de volume. Em sua opinião, são infundadas as críticas de que as águas desviadas prejudicarão o rio. Anualmente, o rio São Francisco despeja no Atlântico 100 bilhões de metros cúbicos de água. Apenas as diferenças pluviais, na sua bacia hidrográfica, variam de 10 a 20% , contra de 3 ou 5% que será transferido para o Nordeste.

O ponto central que coloca é que a transposição não é necessária, que a quantidade de água é irrisória, perto do que a região já possui. “O semi-árido não precisa das águas do São Francisco, nem do Tocantins , nem de rio nenhum”, diz ele. Todo o dinheiro investido na transposição permitirá transportar para o semi-árido apenas 26 m3 de água por segundo, ou 600 milhões de m3/ ano, chuva de um só noite caída no sertão, 3% do potencial volumétrico já existente nos açudes dos três estados.

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A base da água da região está nos açudes. A lógica do açude é ser um pólo hídrico. Através de tubos e adutoras ele deverá chegar às diversas regiões, distribuindo por vilas e cidades.

Em um desses típicos projetos brasileiros, construiu-se a maior rede de açudes do planeta, em regiões áridas. Mas faltou distribuição. Hoje em dia há diversos açudes, com 10, 40, 60, 100 milhões de metros cúbicos acumulados, construções caras e pesadas, que poderiam prestar serviços a muitas comunidades, dependendo apenas de um poço tubular, diz ele.

Na região, são 70 mil açudes de águas de superfície, entre públicos e particulares, com capacidade para acumular 37 bilhões de metros cúbicos de água – ou seja, mais de 1/3 do que o São Francisco despeja anualmente no Atlântico . 72% desse volume estão justamente nos estados que mais defendem a transposição, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Mesmo exagerando-se, supondo-se 60% de evaporação, restariam ainda dez bilhões acumulados, suficiente para atender a todos os usos exigidos pelo semi-árido nordestino.

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Além das águas de superfície, existem águas subterrâneas em diversas bacias sedimentares, como Tucano-Jatobá na Bahia, Moxotó em Pernambuco, Souza na Paraíba, Potiguar (25 mil km²) no Rio G. do Norte ,Gurguéia ( 58.000 mil km²) no Piauí. São grandes potenciais hídricos ainda inaproveitados e com volumes bem maiores que as águas de superfícies.

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A água do São Francisco irá correr por oito rios intermitentes, tornando-o perenes em um total de mil quilômetros. Se a influência hídrica for de 2,5 km para cada margem, serão cinco mil km2 atendidos, ou 0,5% do Polígono das Secas. “Mas vende-se a idéia de um banho de água no semi-árido”, diz Bomfim.

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Luis Nassif

48 Comentários

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  1. Pode ser que ele tenha razão,
    Pode ser que ele tenha razão, mas o que se houve, a décadas, é justamente o sofrimento desse pessoal pela falta de água! Das informações que chagam até aqui, mais como denúncia, é que as verbas destinadas ao nordeste para aliviar o problema da seca, sumia nas propriedades de algum coronel do sertão e para o povo, só com reza (o que para as religiões sempre foi bom, pois mantém o fiel fiel aos princípios da religião: Bendito os que sofrem pois dele é o reino dos céus). Com um rio perene haverá infiltração e umidade no solo constante em toda a periferia do rio. Pode ser pouco, mas é uma maneira de resolver mais “perenemente” a situação.

  2. Nassif,

    se o que o Manoel
    Nassif,

    se o que o Manoel Bomfim diz ‘e verdade, precisa ser discutido publicamente rapido!!! afinal se o problema ‘e tao somente de distribuicao de recursos hidricos que ja existem nos acudes, a polemica do sao francisco ‘e inutil!

  3. Eu nunca acreditei que existe
    Eu nunca acreditei que existe seca no Nordeste. Se existisse mesmo, a região seria igual ao Saara. E a prova de que não existe seca é muito simples:

    toda vez que esta “propaganda” da “zelites” aparece na televisão, também aparecem os carros-pipa, fazendo a distribuição de água.

    Ora, se existe seca, de onde estes carros-pipa obtêm a água ? Lógico, de locais de armazenagem de água, fato que corrobora o seu texto, Nassif.

    Claro, o carro-pipa resolve apenas o consumo doméstico de água, mas é suficiente para manter o povo no local.

    Assim, o que o NE precisa não é de transposição, mas sim de uma Agência de Administração de Águas – a AAA!

    Esta, interligando os açudes, construindo os reservatórios de água de chuva e furando o aqüífero, terá parte do problema resolvido a um custo menor do que a megalomaníaca trasnposição.

    E do meu lado Maria Antonieta: se a agricultura desperdiça 40% da água doce do planeta na irrigação, em parte por evaporamento ocasiaonado pelo sol, por que não irrigar de madrugada, quando sempre as temperaturas estarão mais baixas e a evaporação fica menor ? Assim das duas uma: ou se gasta menos água ou se irriga mais com a mesma quantidade de água.

    Acordem a “zelite”, se não ela vai ser substituída !

  4. Num lampejo quimérico, vejo o
    Num lampejo quimérico, vejo o Brasil num futuro distante tendo suas deficiências regionais ou localizadas de água supridas por abundâncias disponíveis transpostas, como p.ex na Grande BH, na Grande Rio, numa semilitude com a energia elétrica, vencidos os pruridos ambientalistas. Aliás o Plano Nacional prevê a integração de bacias e transposições necessárias.

  5. Cópia de artigo da Revista
    Cópia de artigo da Revista Veja de 1.998.

    NORDESTE ESCONDE
    SUA ÁGUA
    Nas cidades e no sertão, a água é vendida a 4
    centavos a lata. Mas sob o Nordeste correm dois
    grandes rios, entre 50 e 350 metros de profundidade
    As novas esperanças do Nordeste estão sepultadas, algumas há milhões de anos, outras há séculos, outras desde a última chuva. São as águas subterrâneas, que, trazidas à superfície, vão transformar a sêca numa lembrança. Para descobrir onde está essa água, a Sudene chamou técnicos israelenses, Joel Gat, Emanuel Mazor e Abraham Mercado, que andaram pelo Nordeste durante três semanas. Para saber se pode usar essa água escondida sob a terra sêca, a Sudene mandou amostras colhidas pelos israelenses a laboratórios em Israel, França e Áustria. Dos 15 bilhões de metros cúbicos anuais de chuva no Nordeste, 90 por cento se evaporam sob o sol forte do verão, 9 por cento enchem no inverno os leitos dos rios e riachos e se escoam no mar. Um por cento se infiltra na terra — estas águas são as novas esperanças do Nordeste.
    Não era petróleo — A água subterrânea sempre foi usada no Nordeste, sem método, através de um ou outro poço raso, de capacidade pequena. Seu uso intensivo começou no ano passado, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, quando uma sonda da Petrobrás achou um lençol de água. Os 100 mil habitantes da “cidade mais sêca do Brasil” hoje a chamam “a cidade com água mais quente do mundo”: a do lençol chega ás torneiras a 53 graus. E basta para a cidade durante dez anos. Mas, das 16 mil casas de Mossoró, apenas 2 mil a recebem por enquanto; as outras ainda não têm encanamentos da Companhia de Águas e Esgotos do Nordeste, subsidiária da Sudene. A maior parte da população, assim, ainda depende, como há meio século, da água barrenta do rio Mossoró ou da pouca água de chuva guardada em cisternas. Nas casas onde há encanamento a água é cara, mas pura. Quem bebe água do rio Mossoró entra numa lista em tinta vermelha do Departamento Nacional de Endemias Rurais como portador de ameba, uma das causas da mortalidade infantil no Nordeste. Nessa lista estão 80 por cento das crianças de Mossoró.
    Ouro do Império — “Enquanto houver ouro no Império, nenhum nordestino morrerá de sêde”, disse Dom Pedro II, durante a construção do primeiro grande açude do Ceará, no Cedro, na sêca de 1877. Noventa anos depois, em 245 açudes pequenos, médios e grandes, o Nordeste guarda 11 bilhões de metros cúbicos de água, que poderiam irrigar 150.000 hectares de terras, ou 1.500 quilômetros quadrados. Mas o Departamento Nacional de Obras contra as Sêcas, antes da fundação da Sudene em 1959, preocupava-se mais com obras grandiosas, que dessem empregos e salários aos milhares de trabalhadores desempregados durante as sêcas. Assim, o planejamento foi deixado de lado e, até hoje, os canais de irrigação só beneficiam 11.000 hectares. Mais de um décimo da água dos açudes não é usado; os cablocos chamam os açudes de “piscinas do sertão”, de onde só se aproveita o peixe. O IV Plano Diretor da Sudene prevê a aplicação, até 1973, de 421 milhões de cruzeiros novos em dez projetos de irrigação em Pernambuco, Bahia, Ceará, Sergipe e Alagoas, mais um projeto do DNOCS em Jacurici, na Bahia. Com tudo isso, daqui a cinco anos o Nordeste estará irrigando apenas 115.000 dos 150.000 hectares que poderia cultivar já hoje, com a água que tem, sem mêdo da sêca.

    Cidade de Mossoró:
    água quente, pura
    Foto: Clodomir Bezerra
    Céu e mar — “Mesmo que tôda essa água pudesse ser aproveitada agora”, afirma um técnico da Sudene, “o Nordeste continuaria com baixa renda per capita no campo, com preços instáveis e níveis submínimos de alimentação”. Por isso o Nordeste continua procurando mais água. Alguns a procuram no céu, como o catedrático de Bioquímica e diretor do Instituto de Meteorologia da Universidade do Ceará, o médico João Ramos da Costa. Outros a procuram no mar, como o professor de Geografia Nélson de Oliveira, do Colégio da Bahia. Diz o Professor Costa: “Nuvens negras, que no Sul indicariam chuva certa dentro de poucos minutos, no Nordeste só passam. Nelas há instabilidade entre os cristais sólidos, as gotículas líquidas e o vapor gasoso”. Ao bombardear êsses “sistemas instáveis” com gêlo sêco ou sal de cozinha, o Professor Costa tem conseguido fazer chover. Para o Professor Oliveira, a solução é abrir largos e longos canais que tragam a água do mar para dentro da terra. “Há plantas que se dão bem junto à água salgada, como a banana”, conclui o Professor Oliveira.
    Terra e água — Mas a Sudene não acredita no céu e no mar e sim na terra. No sertão do Nordeste a terra é dura: são rochas cristalinas, em que a água não penetra. Mas nos leitos dos rios há rachas por onde a água, há milhões de anos, foi descendo até encontrar grandes espaços ocos no meio das rochas e acumular-se em bolsões, a partir de 900 metros de profundidade. Sob as terras mais próximas do litoral e na Bacia potiguar, por onde correm os rios do Rio Grande do Norte, há dois grandes rios subterrâneos, entre 50 e 350 metros de profundidade, num total de 200 bilhões de metros cúbicos de água. Nessa região a terra é sedimentar, mais mole, e a água de chuva se infiltra com facilidade: os dois rios subterrâneos recebem 165 milhões de metros cúbicos por ano, tanto quanto perdem ao escoar no mar. No sertão há menos água subterrânea e mais água salgada, mesmo na superfície, do que no litoral. No Curu, no Ceará, os canais de irrigação feitos na década de 30 sem análise da água tornaram a terra imprestável. “Até hoje, por causa da água salgada, não cresce um pé de couve”, afirma o Secretário da Viação do Ceará, Fernando Mota. Mas a água subterrânea do sertão que fôr julgada aproveitável será bem-vinda numa região em que até hoje a água é vendida em latas de querosene.
    O preço da lata — Entre Mossoró, na área sedimentar, e Patos da Paraíba, na região cristalina, há 300 quilômetros de caatinga, rios secos, gado magro, alguns açudes, um habitante por quilômetro quadrado, algumas galinhas e alguns cachorros em tôrno das casas de adôbe, crianças pálidas e barrigudas, muito sol, calor forte e pouca água. O Prefeito José Cavalcanti calcula que Patos tenha 60 mil habitantes; é a terceira cidade da Paraíba, depois de Campina Grande e João Pessoa. Dois caminhões-tanques da Prefeitura, fazem o dia inteiro o trajeto caixas d’água — vilas, onde não há encanamento. Particulares compram água nos poços, enchem caminhões e revendem nos bairros. Cada caminhão serve de cada vez quinhentas pessoas, que têm direito a três latas de querosene cheias de água, a 4 centavos a lata. Quem não paga no fim da semana, não recebe mais água. A grande piscina do Hotel JK, construído em 1962, nunca tem água. Para enchê-la, tôda uma vila da cidade, 5 ou 6 mil pessoas, ficaria sem água uma semana. Sob a região de Patos, como em todo o Nordeste, há mais água, como descobriram com radiosótopos os técnicos de Israel, que daqui a alguns meses entregarão à Sudene um relatório sôbre sua localização e sôbre os melhores métodos de arrancá-la do fundo da terra.
    Água no Sul — Em Mossoró, Josias Ribeiro, com duas lojas de calçados e seis netas na sua casa com água encanada, cobra 10 centavos por lata de água que sobra de sua cota mensal. “Sempre ajuda para inteirar a taxa de 9 contos”, explica. Na serra de Borborema, entre Patos e Campina Grande, Maria da Conceição, 45 anos e 40 quilos, anda todo dia 2 quilômetros com lata de água na cabeça, comprada na vila de Santa Luzia. Com seu marido, Raimundo, planta algodão nas encostas, a trôco de metade da colheita. Seu filho também Raimundo, atira de carabina nas aves que tentam beber água. Maria da Conceição, na casa de chão de terra batida, com uma máquina de costura velha e enferrujada, tem uma esperança: “O filho um dia cria coragem e, se Deus quiser, vai para o Sul, beber água boa”.
    Laboratório de análise
    de água: se tiver muito
    sal, não serve para plantas

    Foto: Amilton Vieira
    O nôvo Nordeste — José Júlio Rosental, 35 anos, coordenador do Projeto de Aplicação de Radioisótopos na Indústria, da Comissão Nacional de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro, foi um dos dez técnicos brasileiros que acompanharam os israelenses em 2.000 quilômetros de caatinga. E conta: “Homens vegetam, comendo farinha e cacto. São doentes corajosos e conformados. Mas a ciência trará mais água, mais irrigação, mais empregos”. Com êle viajaram Enéias Salati, trinta anos, e Admar Cervellini, professôres de Física da Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós, em Piracicaba, São Paulo. Êles corcordam: “Com esfôrço, dentro de cinco anos estaremos no mesmo pé de Israel, colhendo em terra sêca há séculos”. Outro acompanhante dos israelenses, o Professôr Carlo Maestrini, do Instituto de Pesquisas Radiativas de Belo Horizonte; conclui: “O Brasil produz, em São Paulo e Minas, os radioisótopos de que o Nordeste precisa para achar sua água subterrânea. Os laboratórios em breve nos dirão como essa água precisa ser tratada para ficar boa”.
    Como descobrir água com radioisótopo
    Para descobrir por onde correm as águas subterrâneas do Nordeste, os técnicos israelenses usaram radioisótopos, sem precisar cavar buracos nem abrir poços. Cada um dos 102 elementos químicos da natureza, como o oxigênio, o carbono, o ferro, são constituídos de átomos exatamente iguais uns aos outros: a característica do átomo é que determina o elemento. Nesses rebanhos de átomos iguais, porém, há algumas ovelhas negras: os isótopos, átomos iguais aos outros em tudo, apenas ligeiramente mais pesados, por terem mais nêutrons em seu interior. Alguns dêsses isótomos são radioisótopos, isto é, tornam-se radiativos ao receber uma carga de radiação suficientemente pequena para não causar nenhum mal ao homem e suficientemente grande para serem detectados por contadores Geiger, medidores de radiação. Injetando radioisótopo, seja no sangue dos doentes, nos lençóis de água ou nos minerais que alimentam plantas, é possível descobrir onde vão parar o sangue (numa obstrução circulatória), a água (acompanhada por técnicos que andam pela superfície com os contadores Geiger) e o míneral na planta (se nas fôlhas, no caule, etc.). O Brasil produz radioisótopos de fósforo e carbono; precisa de reatores nucleares para produzir radioisótopos de outros elementos.
    Idade e sal — Os técnicos insraelenses recomendaram, para determinar a idade das águas subterrâneas, além da técnica do carbono-14, que alcança até 30 mil anos, com margem de êrro de cêrca de um século, a técnica do trítio, que pode dar idade exata da água de trinta anos para cá. A técnica do carbono-14 baseia-se em que tôda matéria vai perdendo energia, atráves da radiação, desde que foi formada; assim, calculando-se a perda de energia, é possivel determinar a época da formação da matéria. O trítio, elemento muito raro na natureza, tem sido liberado pelas explosões atômicas; se a água contiver trítio, é que provém de chuva posterior à bomba atômica. A água mais nova deve ter menos sal do que a mais velha e é mais fácil usá-la na agricultura. Outra técnica nuclear ajudará: a análise dos isótopos de hidrôgenio e oxigênio que a compõem. Conforme a proporção entre isótopos e átomos em cada um dos dois elementos é possível esperar mais ou menos sal na água.

    Copyright © 1998, Abril S.A. Abril On-Line

  6. 1. Vou publicar em breve
    1. Vou publicar em breve estudos sobre os riscos de dessazinilização e irrigação. 2. Que empresas se \”acomodaram\” com esse dólar? Apenas as que passaram a viver de importações.

  7. Vladimir, pelo que estou
    Vladimir, pelo que estou informado as audiências públicas não tiveram caráter decisório e nunca houve unanimidade a favor da transposição.

  8. Sr. Nassif,

    Um
    Sr. Nassif,

    Um geográfo, paraibano, por sinal professor da Universidade Federal da Paraiba, faz uma colocação interessante: “Ora a própria classificação climática, da região escolhida para transposição das águas do São Francisco, semi-árido, já define as condições de umidade do local, pois se possuise água seria classificada como semi-umida, se é semi-arido é porque não tem água em quantidade suficiente para suportar, com qualidade, a vida humana e animal”.

  9. Sou nordestina. Morei no
    Sou nordestina. Morei no agreste durante 15 anos da infância a juventude. O rio q corta a minha cidade só tem água no inverno, se é q podemos classificar q exista inverno no NE. O resto do ano se anda pelo leito p atravessar de um lado a outro. Depois passei 2 anos e seis meses no sertão, a trabalho, e já adulta, e água só comprando. A água q tem no subsolo é salobra, imprópria p consumo humano. O q se fez e ainda se faz, é comprar um aparelho p limpar a água, acho q o nome é dessalinizador. O financiamento p compra desse aparalho é do Governo Federal e as prefeituras não pagam nada por ele. Ser contra a transposição do Rio São Francisco com a desculpa esfarrapada de q a água do rio vai acabar é balela. Qdo o sul maravilha fica 2 meses sem chuva é um Deus nos acuda. Quero ver passar 5 anos sem uma gota d’água caindo do céu e sem água nos açudes, rios ou seja lá o q for p ver se aguentam. O q for p melhorar o povo nordestino é uma grita geral. Nós queremos sim a transposição.

  10. Parabéns por ter a coragem de
    Parabéns por ter a coragem de abordar o tema da transposição com vistas a desmistificar o assunto.
    A transposição é um grande engodo que só beneficia o grande capital, em detrimento da população carente.
    As alternativas sustentáveis estão relacionadas com a captação da água das chuvas, com a utilização dos mananciais subterrâneos e com o efetivo estímulo aos pequenos produtores da região.

  11. Jaa tinha ouvido e lido sobre
    Jaa tinha ouvido e lido sobre isto, q os acudes seriam mais eficientes do q a transposicao. Porem, o maior problema ai ee politico-administrativo… Parece q fica mais dificil de fiscalizar.

  12. Nassif,

    o tema da
    Nassif,

    o tema da transposição tem sido sempre abordado de forma
    incompleta pela imprensa, provavelmente pelos mesmos
    motivos de sempre: interesses econômicos.
    O seu texto é claro quanto à disponibilidade de água no
    semi-árido nordestino.
    O governo estabeleceu um comitê público para
    discutir os prós e os contras da transposição, composto
    de técnicos, representantes da sociedade civil, governo
    e prefeituras. Tal comitê foi unâmime na rejeição da
    transposição por considerar o seu custo-benefício negativo
    e seu resultado final ineficaz em relação ao objetivo
    proposto (“matar a sede de 12 milhões de sertanejos”). O
    governo, porém, decidiu ignorar solenemente o conselho e
    prosseguir com a obra.
    É sabido por todos os que lutam por uma convivência digna
    com a seca no semí-árido, que os grandes beneficiários do
    programa serão empresários situados no sertão cearense
    (domínio de Ciro Gomes), prontos a estabelecer fazendas
    de criação de camarão, além de outros projetos altamente
    concentradores de renda, numa região com renda já altamente
    concentrada. A agricultura familiar seria novamente preterida
    , mesmo com os enormes benefícios sociais e econômicos trazidos
    por ela numa região como o sertão.

    Sempre que se quer desqualificar os contrários ao projeto,
    se utiliza as justificativas técnicas para dizer que ele é
    viável. Claro, com dinheiro tudo é viável, o que não é dito
    são os reais motivos do projeto.
    Uma das características mais marcantes do semi-árido é a forma
    de povoamento espaçada,com casas e vilas muito distantes umas
    das outras, tal característica, por si só, já mostra que uma
    área enorme ficará privada da água doce do velho Chico (basta
    atentar para os vilarejos sem água, a menos de 5Km do rio S.
    Francisco). Se nunca houve iniciativa e preocupação de se levar
    água de açudes ou do Chico para essas pessoas que moram ao lado,
    porque com a transposição esse problema estaria resolvido?

    Há também a questão do custo futuro da água para os estados
    consumidores; se apenas o canal mais ao leste fosse construído
    , o custo seria alto, mas aceitável, pois a água seria levada
    por gravidade para perenizar rios já existentes em áreas
    desprovidas de assistência pública, contudo o canal oeste
    (que leva água ao Ceará) tem que levar a água através de serras
    e planaltos do sertão, necessitando, para tal, de enormes
    bombas para sobrepujar a gravidade. O custo dessa energia seria
    incluído no preço da água e dividido entre os estados
    beneficiários.
    Veja a situação, todos os nordestinos, incluindo
    os sertanejos, pagando para que um punhado de empresários
    (e políticos)receba água de qualidade na porta de suas fazendas.
    É importante também ressaltar que a região do Ceará que será
    beneficiada já possui, hoje, abastecimento suficiente para o
    consumo de toda a população, graças ao açude do Castanhão (o
    maior açude artificialdo mundo).
    Só para exemplificar o tratamento parcial que é dado ao tema: houve
    um protesto realizado em Cabrobó, ponto inicial do canal oeste, por
    representantes da sociedade civil organizada, índios, mst, etc,
    contra o início das obras; a mídia sempre mostra o protesto, mas nunca
    vai a fundo nas razões e reinvindicações dos participantes.

    Um abraço,
    Artur Gueiros.

  13. Chove no semi-árido, mas
    Chove no semi-árido, mas chove irregularmente e concentrado em um curto período chamado verão. Daí a conhecida e castigante seca que aflite a população nordestina. A transposição tem como objetivo perenizar essas fontes de água de superfície. Quanto às águas subterrâneas do Gurguéia, no Piauí, de fato, são mal aproveitadas. Mas a população que sobre ela é ínfima comparada aos 12 milhões de nordestinos que a transposição almeja atingir.

  14. Nassif,

    Que coisa curiosa.
    Nassif,

    Que coisa curiosa. Eu sempre aprendi que no semi-ARIDO falta chuva. Agora, pelo que estou lendo, falta e infra-estrutura.
    E o apagao do abastecimento de agua.

  15. Pena que os argumentos de
    Pena que os argumentos de Manoel Bomfim, não sensibilizaram seus contemporâneos.Faltou aludir , que poços e açudes contruídos pelo DNOCS,situam-se em terras pertencentes aos políticos regionais,latifundiários e os tradicionais “coronéis”. Muito pouco, foi feito para atender publicamente,a sede dos municípios,os pequenos agricultores,parceiros, meeiros ,lembrados ,apenas ,em época de eleições ,para contribuir com a vitória de seus algozes.

  16. Nassif, se a água a ser
    Nassif, se a água a ser transposta é para consumo humano ou para irrigação, tá valendo. Quanto o governo investiu para promover a irrigação nas nascentes do São Francisco, ou às suas margens? Devemos pensar que transpor águas para irrigação ou para consumo humano não é nenhum pecado, pois nas suas nascentes já é feita irrigação (predatória) com as águas do velho Chico. O volume a ser retirado da jusante do velho Chico é coisa mínima e o benefício será para milhões de pessoas. Já tive oportunidade de ler aqui no seu blog um texto defendendo a irrigação em Petrolina-PE.

  17. Oi Nassif
    Como umas das
    Oi Nassif
    Como umas das referências da hidrologia nacional não posso deixar de citar o trabalho do saudoso Prof. Milton de Moraes do IAG-USP.
    ( )s Paulo

  18. Dois esclarecimento e
    Dois esclarecimento e gostaria de pedir que as pessoas não entrem no debate sem saber do que estão discutindo:
    W K,
    Uma planta é uma “bomba d’água”. Para ela se desenvolver (e produzir) precisa que a água flue por ela da terra para o ar. Isso significa que ela precisa retirar água do solo e EVAPOtranpirá-la. Portanto, se irriga justamente para se perder água por evapotranspiração. Ou seja, irrigar a noite não muda nada, pois a água ira se armazenar no solo e ser usada pela planta no dia seguinte ou (pior) evaporar diretamente sem ser usada pla planta. Portanto usar água para agricultura significa evapotranspirar água.
    António,
    Como bom mineiro você deveria saber o que é um açude. Açudes são justamente reservatórios de água para “perenizar” a variação de água ao longo do ano no rio. Os rios no nordeste são intermitentes, pois a Caatinga é maravilhosamente um bioma único do mundo. É classificado como Semi-árido, pois (aos olhos limitados da nossa cultura européia) aparenta-se aos semi-desertos nas latitudes de 30 graus mundo a fora. Mas é completamente diferente. Generalizando, chove-se na Caatinga entre 400 à 800 mm por ano (quase a mesma que em países de clima temperado como França e Holanda). Só que toda concentrada em aproximadamente um mês (Janeiro, no sertão da Bahia, por exemplo). Como os solos nordestinos são em grande maioria rasos e não tão permeáveis, eles não conseguem armazenar toda esta água de chuva. Além disso, por estar perto do equador, a evapotranspiração é muitas vezes maior que nos outros semi-desertos no mundo. É por isso que a caatinga aparente ser seca. Mas água tem suficiente. Ela só não é totalmente “armazenada” (em açudes) para poder ser usada ao longo do ano como deveria. Ela vai rapidamente embora depois do mês de chuva. E o açude serve para segurar parte desta água para o restante do ano.

  19. Nassif, há um tempo atrás,
    Nassif, há um tempo atrás, mais ou menos na época que houve um debate no programa Roda Viva sobre a transposição, inclusive com participação de governadores do Ceará e de Alagoas, se me lembro bem, assisti a uma entrevista com um especialista no assunto no programa Encontro Marcado, do jornalista Egídio Serpa, exibido na TVC (TV Educativa do Ceará: http://www.tvceara.ce.gov.br/). Seria interessante se v. conseguisse uma cópia do programa junto à emissora, ou contactasse o jornalista a fim de se informar sobre o especialista.

    Do que me lembro da entrevista, a argumentação dele era contrária do que dizia outro especialista, de sobrenome Abner. Este dizia ser o Ceará um exemplo de que o Nordeste Setentrional não precisa da transposição, devido ao grande investimento em açudes e na interligação entre estes, o que realmente é uma fato. Fortaleza, por exemplo, há anos não tem problemas de abastecimento. No entanto, o entrevistado deu a entender que o Sr. Abner cometia o erro de simplesmente usar a capacidade total dos açudes do Ceará, dividir pela população cearense e, verificando que isto era maior do que o mínimo recomendado por algum órgão internacional, deduzir que havia água suficiente. Aqui acrescento, imagino que este mínimo deve ser para um dado período, 1 ano, por exemplo. O erro, pelo que lembro, é que não se pode contabilizar toda a capacidade dos açudes, pela incerteza de que todo este volume de água seria reposto na próxima temporada de chuvas. Além disso, olhando o quadro histórico de chuvas na região, o especialista ainda dizia que se deveria levar em conta secas rigorosas que ocorriam em períodos cujos números me falham agora, reduzindo ainda mais o volume de água que podia ser contabilizado nas contas do Sr. Abner. Levando em conta estes poréns, o entrevista rebate e diz que, mesmo no Ceará, não há água para todos, a menos que se arrisque a uma situação de colapso, ainda mais perigosa. Nesse sentido, a transpoição seria um fonte perene de água para o sistema de açudes, garantindo que se use mais dos volumes existentes sem medo de que se falte água para população.

    Espero que v. consiga contactar os senhores citados no começo desta mensagem a fim de criar um contra-ponto com melhor argumentação, pois ate agora me parece que só uma lado, os contrários, estão expondo suas ideías e criando uma verdade de que tudo é desnecessário e que seca é mito. :()

    Quanto à área afetada, me parece que o dever de fazer essa água atingir mais gente passa pela interligação dos açudes nos estados, coisa que no Ceará já vem sendo feito. Mas é aquela coisa, sem esta chuvinha permantente em algum ponto de entrada no sistema de açudes, todo o resto fica comprometido, pelo menos assim me parece como leigo que acompanhou uns pouco debates sobre este assunto.

  20. Já fui de Sampa a Fortaleza
    Já fui de Sampa a Fortaleza pelo sertão. O problema do NE não é de seca é de CERCA! Água tem, mas você não pega.

  21. Nassif,

    Este esboço
    Nassif,

    Este esboço metafísico é brilhante, oriundo das formações científicas, dadas pelas nossas universidades, arraigadas no modelo de: currículo mínimo.

    “… Três quartos do gênero humano não vão além, nem se preocupam com o ser pensante. O outro quarto indaga. Ninguém obteve nem obterá resposta”. Voltaire.

    Não consigo perceber as boas intenções ou conhecimento de quem trata da realidade de uma região, que vive a séculos uma escassez de água, atestada por órgãos oficiais, entre eles a extinta SUDENE, com desdém e que não contribuiu antes para a solução do problema. É desconhecido qualquer trabalho científico desse profissional no intuito de propor aos governos do passado um projeto para a irrigação do Nordeste ou um estudo qualitativo sobre as soluções viáveis para a seca nordestina.

    “A natureza supera em muito, em complexidade, os sentidos e o intelecto. Todas aquelas belas meditações e especulações humanas, todas as controvérsias são coisas malsãs. E ninguém disso se apercebe”. Francis Bacon.

    Sugerir a extração e uso da água armazenada em oposição ao uso de um manancial que irá desaguar no mar é uma completa insanidade a meu ver, mesmo que houvesse um estudo de viabilidade econômica e técnica para sustentar essa proposta.

    ‘Mas se é verdade que os conhecimentos derivam da experiência, alguns há, no entanto, que não têm essa origem exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento empírico seja um composto daquilo que recebemos das impressões e daquilo que a nossa faculdade cognoscitiva lhe adiciona (estimulada somente pelas impressões dos sentidos); aditamento que propriamente não distinguimos senão mediante uma longa prática que nos habilite a separar esses dois elementos’. Immanuel Kant.

    Contudo, não creio que esse crítico tenha o dom da sabedoria universal ou a graça divina para realizar algum milagre, pois não há um estudo de viabilidade que fundamente o seu trabalho, como é o caso do projeto de transposição.

    “A crítica da razão conduz, por fim, necessariamente, à ciência; o uso dogmático da razão, sem crítica, conduz, pelo contrário, a afirmações infundadas, que sempre podem ser contraditadas por outras, não menos verossímeis, o que conduz ao ceticismo”. Immanuel Kant.

    Não é transitável qualquer crítica superficial para uma questão tão relevante a necessidade do ser humano.

    “Em geral a crítica não é ciência: é um ofício em que se precisa de mais saúde que de espírito, mais trabalho que capacidade e mais hábito que gênio. (…)”.

    Deve-se dar, na pior das hipóteses uma chance para um povo, que sofre há séculos com a falta de água para beber e produzir. E, se envergonha das caravanas da solidariedade, útilk ao espírito aristocrático, que vindas do sul não resolve a fome do Nordeste, só humilha um povo forte; que a única coisa realmente desejada, para ele, é a oportunidade de construir o seu destino.

  22. Prezado Nassif,

    Assiste
    Prezado Nassif,

    Assiste razão ao senhor Manoel Bomfim Ribeiro, ex-diretor do DNOCS, quando afirma serem infundadas às críticas de que as águas eventualmente transportadas para o semi-árido brasileiro, não prejudicarão o Rio São Francisco. É que, de acordo com o projeto, à água transportada para o nordeste , representa pouco mais de 2 % em relação à despejada pelo pré-falado rio, no mar. Por outro lado, comete equívoco o eminente técnico ao afirmar que o semi-árido brasileiro não precisa de água de nenhum rio. Tal afirmativa só pode ser concebida se trouxer implicitamente a alusão de que a região nordeste precisa mesmo é de chuva. E aí, o problema continua na esfera divina. Foge à lógica a afirmativa de que a transposição não é necessária ,em virtude da quantidade de água desviada ser irrisória em relação à água que à região possuí. Ora, se a região só tem água quando chove e tendo em vista que o inverno é invariavelmente irregular, pode-se concluir que o pouco que for transportado para aquela região é muito importante para atenuar a sede de seu povo. Afirma ainda o respeitável técnico que a região possui mais de 70 mil açudes de águas superfície, entre públicos e privados. Falta nessa informação, a efetiva quantidade de açudes públicos prontos para servir a população, vez que somente com estes o povo nordestino pode contar. É que os açudes particulares, não obstantes construídos com o dinheiro público, serve apenas a seu dono e seus asseclas.É importante trazer a cola, como bom exemplo,o que foi feito pelo atual deputado federal Ciro Gomes, quando então governador do estado do Ceará ,por ocasião do maior colapso de abastecimento de água na cidade de Fortaleza, a quinta maior cidade do país. Assim, diante do enorme problema, Ciro arregaçou as mangas e construiu, em exatos cem dias, um canal para levar água do sertão do Ceará para capital Fortaleza. Á época, foi criticado por quem se achava Deus e pelo próprio diabo. Entretanto, sua determinação e firmeza fizeram com que nenhum fortalezense morresse de sede. Aliás, pode até ter morrido alguém de dengue, em virtude do acúmulo de água em reservatório não apropriado. Mas que à água jorrou, jorrou.

    Abs.

    Edmar melo.

  23. Nassif,que tal colocar em
    Nassif,que tal colocar em debate este assunto que foi destaque na página de economia mundial do New York Times, desta 5ª feira,sobre o “boom”da construção civil,que já começou,no Brasil,após a aprovação do PAC,e que com as facilidades do crédito,estão “prometendo”desenvolver rapidamente este setor,que é muito importante no nosso país,pelo seu poder de desencadear empregos para a classe trabalhadora menos qualificada.

  24. Só entendo a discordancia
    Só entendo a discordancia quanto à transposição do rio São Francisco,como o uso dos seus habitantes(ainda muito conduzidos)como massa de manobra,por aqueles que sempre usaram e abusaram da precariedade daquela região,para sua locupletação,em detrimento da grande maioria dos nordestinos.Deixar de aproveitar a enorme quantidade de água,que este rio desagua no atlantico,enquanto 2/3 da região sofre com secas periódicas,é um crime contra os habitantes destas terras secas,com tanta água,escorrendo para o mar,e não aproveitadas. O lamento que ainda ocorre,é que com esta transposição,os eternos aproveitadores das verbas públicas,que eram e ainda são “desviadas”dos seus fins,irão acabar,pois o Nordeste sendo irrigado,teremos de 4 a 5 safras anuais,aumentando a produção de alimentos,criando mais empregos locais,e criando desenvolvimento neste celeiro do Brasil.Não acreditaria neste projeto,se o mesmo fosse criado nas planilhas de algum desenvolvimentista do sudeste,porem como o mesmo é fruto da promessa de quem verdadeiramente conhece o Nordeste,e as dificuldades de vida daquela gente,como é o caso do nosso Presidente,ele tem tudo para ser a “salvação”daquela região.Deem um tempo,e podem cobrar este resultado !

  25. O preconceito contra a Região
    O preconceito contra a Região Nordeste é algo muito sério. É claro que a transposição das águas do São Francisco é uma necessidade premente, que poderia muito bem sem complementada com a transposição, também, das águas do Tocantins, a fim de tornar esta região a “Califórnia Brasileira”.
    O medo, o pavor, o verdadeiro pânico que os políticos, autoridades e moradores do Sul/Sudeste têm é que a Região Nordeste se torne além de auto-sustentável (sem depender das indústrias deles), exportadora de desenvolvimento e conhecimentos.
    Se os pouco mais de R$ 4,0 bilhões que estão previstos para as obras da transposição fossem direcionados para a drenagam do fétido Tietê, aí de São Paulo, ou mesmo até para os famosos rodoanéis da vida, ninguém diria nada.
    Como é para beneficiar uma Região onde vivem 30% da população brasileira…

  26. Sobre o último, e único
    Sobre o último, e único comentário que li, de José Nilton: Será que todos os nordestinos tem este complexo de que os estados do sul não querem que o nordeste se desenvolva ou é só você..? Porque isto com certeza atrapalha o seu discernimento quanto a argumentação, colocando um ponto que é inexistente e deixando de ver o que realmente é real. Porque não discute o ponto central da argumentação..? Ele está errado..? Este é o ponto. Não coloque o sul no meio, que não temos nada a ver com esta história e com os referidos complexos.

  27. O nordeste está para o sul e
    O nordeste está para o sul e sudeste como o Brasil está para o 1º mundo; É proibido crescer para não concorrer.

  28. Nassif,
    há realmente muitos
    Nassif,
    há realmente muitos açudes no Nordeste, tanto públicos quanto privados. Grande maioria de pequeno porte e construida há mais de três décadas. Acontece que esses reservatórios posuem duas características importantes:
    1. ficam nas proximidades de pequenas cidades e muito distante de outros centros urbanos (muitos deles foram construídos para abastecer uma pequena cidade ou o inverso, uma cidade nasceu em torno do reservatório;
    2. são vítimas do tempo – os rios que os abastecem, geralmente intermitentes, foram bloqueados em seus afluentes por pequenas barragens privadas ou deteriorados em suas margens pelo desmatamento e assoreamento, de forma que sua capacidade em manter um volume adequado de água para esse açudes nos escassos meses de inverno tem-se reduzido bastante. Quando vemos os relatórios do DNOCS a respeito das barragens no Ceará, observamos que muitas delas não sangra (transborda) há anos. O efetivo volume de águas dessas barragens, também vitimas do assoreamento o do descuido das autoridades, está bem aquém daquele imaginado quando de suas construções.
    A proposta de formar uma rede de canais interligando essas pequenas barragens poderia causar um sério problema para as comunidades que dependem desses açudes para abastecimento local, com comprometimento da qualidade da água para consumo humano. O projeto da transposição de águas de um grande rio como o São Francisco contornaria este problema, além de alertar as comunidades beneficiadas com essas águas a preservar os rios perenizados com a transposição.
    Outro ponto a ser discutido é a oferta de águas (chuvas) para o semi-árido brasileiro nas próximas décadas. Se as previsões do relatório climático da ONU estiverem corretas é provável que carência de água para o Nordeste se acentue. E, novamente, projetos de transposição de grandes bacias para o semi-árido serão, talvez, essenciais.

  29. discordo da opinião do
    discordo da opinião do Bonfim. Ele tem a mesma visão dos politicamente contra o projeto. Pensa em agua para beber, e não consegue ver uma coisa obvia, alias poucos viram. Essa area do projeto é de grande produção. Produção de porteiros de edificios, catadores de lixo, e subempregados nas regiões metropolitanas de Salvador e recife e brasilia e são paulo.
    Essas pessoas que são contra não conseguem ver que é necessario integrar essa região num processo produtivo, e por isso pensam em agua para beber. Basta que tenham um pouco menos de preguiça, e deem uma olhada no IBGE e verificaram que as cidades dessa região estão decrescendo por falta de oportunidades. É o caso do Padre que fez greve de fome. Se as pessoas daquele região se integrarem em um processo produtivo, esses pilantras da fé não terão o terreno tão fértil quanto tem hoje.

  30. Acho que há regiões do
    Acho que há regiões do Nordeste que nunca serão desenvolvidas ou que não vale a pena desenvolver.
    Gostaria de ver análises de custo-benefício de obras de armazenamento e distribuição de água. Benefícios em melhoria de vida das pessoas da região, não só em termos financeiros. Certamente, em muitos casos, será melhor incentivar a imigração de locais de desenvolvimento improvável ou demasiadamente onerosa.

    Sejamos realistas: não é possível irrigar todo o Nordeste como foi feito em certas margens do Rio São Francisco. Suspeito que no fundo haja muito gritaria de “coronéis” que ambicionam aumentar o valor e renda de suas terras com capital de outros; ou, então, manter o poder político em regiões povoadas além do razoável.

    A imigração é dolorosa, separa famílias, retira pessoas de seu ambiente cultural; entretanto pode ser benéfica. A Europa seria uma Índia ou China em superpopulação se não fosse a imigração para a América (e Austrália e África do Sul). O governo japonês do início do século XX incentivava a imigração porque sabia que os recursos naturais do Japão eram insuficientes para manter a população que tinha. Considerando a tecnologia da época, qualquer quebra de safra causava fome geral da população pois não eram gerados excedentes para armazenamento na época de safras boas.

    Há nordestinos que sonham em transformar toda a caatinga em um jardim produtivo como algumas áreas do sul-maravilha. Eu, porém, acho muito bonita a paisagem árida de mandacarus e xique-xiques. Deixemos alguma caatinga para os calangos.

    PS: Bob Fields, digo, Roberto Campos afirmava que países como o Mali eram inviáveis. Se você conhece o Mali, vai entender o por quê.

  31. Nassif, acabei de ler com
    Nassif, acabei de ler com mais cuidado o artigo no Projeto Brasil sobre a questão da transposição e parece que o Sr. Bonfim usa a mesma lógica do Sr. Abner. Simplesmente contabiliza o volume total (pelo menos considerou a evaporação, não lembro se o Sr. Abner fez o mesmo) e deixa entender que todo o volume pode ser usado, como se no próximo inverno (que ocorre no verão :)) houvesse garantia de reposição das aguas.

    Quanto ao custo da água, não tenho como contrapor a opinião do Sr. Bonfim. Aceito então que o custo da água ficaria elevado. Qual a solução? Gastar o dinheiro que seria para a transposição da parte relativa ao Ceará, onde está o problema “gravitacional”, para a construção da ligação da água dos açudes do Ceará para as populações carentes?

    Uma coisa que tenho medo nisso tudo é que finalmente alguém tá querendo fazer uma obra para encaminhar o problema da região e seria muito infeliz se a discussão se restringisse a melar ou não melar a obra. Até agora é isso que me parece. Várias sapiências juntam esforços para detonar o projeto e, no final, se conseguirem seu intento, voltam todos as suas vida e dá-lhe mais umas décadas até alguém tocar no assunto. Esse projeto da transposição tá rolando a um tempão, só nesse governo Lula. Será que durante todo esse tempo, essas pessoas contrárias não construiram um projeto alternativo detalhado ( com planilha, Nassif? 🙂 ) que possa ser apresentado ao governo e à sociedade? Se construiram, tenho certeza que o Nassif terá todo prazer em abrir espaço no seu blog pra exposição da proposta detalhada. Se não há nada mais do que pitacos genéricos o que devo pensar sobre estes bons samaritanos que durante todo esse tempo só se focaram em melar a obra?

  32. Senhor Adauto,

    A mensagem do
    Senhor Adauto,

    A mensagem do senhor Antônio, aí logo acima da sua, mostra que não estamos só no que expusemos. Existe, sim, um verdadeiro pânico , por parte dos maus brasileiros, com a perspectiva de que o Nordeste se desenvolva, deixando de ser um mercado cativo para a indústria do sul/sudeste.
    Quanto ao tema central, em nenhum momento fugimos dele, como o senhor quer deixar transparecer, daí porque reafirmamos: a transposição das águas do São Francisco (e, possivelmente a do Tocantins) irá permitir a segurança hidríca necessária ao desenvolvimento dessa abençoada Região Nordeste.
    Só um exemplo: em termos energéticos, só o babaçu do Maranhão vale uma Arábia Saudita para sempre, sem mencionar o dendê, a mamona, a mandioca, o girassol, etc.
    Segundo o cientista J.W.Bautista Vidal, se tivéssemos governantes comprometios com a seriedade, a Região Nordeste, terra de retirantes e vidas secas, transformar-se-ia em paraíso energético .
    E como o “etanol” e os biocombustíveis vão ser o reator natural a mover o mundo, com a extinção do petróleo daqui a 30 anos aproximadamente, como já temos sol durante todos os dias do ano, a água da transposição nos colocará em posição privilegiada em termos de produtor energético mundial.
    Conclusão: queiram ou não os complexados das regiões frias do Brasil, o seu futuro está aqui, na ensolarada Região Nordeste.
    Sacou, ó cara ?

  33. A importância da água: de
    A importância da água: de passagem pela belíssima Curitiba, a alguns anos atrás, fomos surpreendidos, na portaria do hotel, com a seguinte mensagem (exposta também nos seus elevadores, em letras garrafais): ” A FALTA D’AGUA É FOGO ” .
    Tudo porque fazia um mês que a bendita água não chegava às tubulações da cidade .
    Imaginem se a população de lá morasse cá.
    Por esse singelo exemplo é que não dá prá compreender como alguém é contra a transposição das águas do São Francisco para o semi-árido.

  34. Quase todo o pessoal que vive
    Quase todo o pessoal que vive nas favelas do RJ e SP são nordestinos.Existe de outros Estados? Sul, Sudeste, Oeste etc. O nordestino se pudesse voltaria. Mas, como? E os coronéis continuam lá. Vai de pai p/filho.

  35. Dos que são contra essa obra,
    Dos que são contra essa obra, tenho uma certeza: jamais caminharam légua e meia (10Km), no meio da caatinga seca, atemperatura de 40 graus, com bilhões de cigarras zunindo, carregando uma lata d água na cabeça.

  36. Caro Nassif,
    Recentemente
    Caro Nassif,
    Recentemente conversei com um amigo meu, doutor em ecologia na UFMG. Ele disse-me que não há no mundo um exemplo bem sucedido em médio e longo prazo de transposição de naturais cursos d’água.

  37. Num passado recente o Brasil
    Num passado recente o Brasil só bebia vinho frances. Hoje o vinho brasileiro entrou na moda. A França liberou a produção no Brasil por não ser mais interessante para eles a produção lá. Motivo; economia de água. E assim a gente vai vivendo.

  38. Olá pessoal, como este tema e
    Olá pessoal, como este tema e bastante relevante e complexo temos que nos aprofundamos mais pois são mais de 5 bilhões estimativa pois nos sabemos que quando terminar a obrar este valor será aumentado varias vezes, é muito recuso para meu ver um obra “faraônica” tenho propriedade no Semi-árido Baiano e sei o problema da falta d,agua que vive o sertanejo e também as soluções.
    Gostaria que vocês desse um olhada neste site http://www.asabrasil.org.br e aprofundasse mais este tema que é bastante relevante.

    Sr Nassif gostaria que também você falasse sobre a o Cacau que a praga da vassoura de bruxa arrasou na Bahia deixando mais de 250.000 trabalhadores desempregado, nada se fala por aqui a respeito do sequenciamento do Genoma do Cacau.

  39. Manoel Bonfim fala com
    Manoel Bonfim fala com interesse próprio, afinal se a Transposição der certo vão diminuir os recursos federais para o DNOCS e para a CODEVASF.

  40. Caro Nassif,

    Assim como a
    Caro Nassif,

    Assim como a floresta amazônica, a caatinga nordestina vem passando por um processo violento de devastação, com ou sem transposição, tal processo está em curso. O Nordeste tem sim um grande problema de escassez d’água, tenho acompanhado os relatórios aqui no blog, muitos descobrindo a roda como este da SBPC. Mas o pior foi o de um sujeito (acho que do dnocs) que não sei com que intenção, disse que a água não é o problema (o Nordeste dele deve ser apenas Petrolina-PE e Juazeiro-BA).

    Contudo, um ponto precisa ser colocado, o valor da água não pode ser medido com a mesma escalada que se afere o valor da água pra quem nunca sentiu verdadeira sede. É complicado ver crianças que não criam o hábito de escovar os dentes sempre depois das refeições, ou mesmo de tomar pelo menos um banho por dia, porque não se tem água para tanto.

    O projeto envolve milhões e migalhas. Mas ainda assim é muito pouco. O Nordeste, mais do que os milhões e as migalhas da transposição, precisa de desenvolvimento humano baseado em educação de qualidade e conhecimento. Condição sine qua non para fazer fluir um real desenvolvimento.

    Bruno Bezerra
    do blog Atitude Empreendedora
    (www.brunobezerra.blogspot.com)

  41. Caro Luis Nassif,

    Apenas
    Caro Luis Nassif,

    Apenas para corrigir: O Manoel Bonfim (o sergipano) viveu até meados da décade de 30, no século passado. O Manoel Bonfim citado aqui é piauiense-baiano, nascido em São João do Piauí e crescido em Remanso, Bahia.
    Remanso, inclusive, fica às marges de um dos maiores lagos artificiais do mundo, talvez o maior em espelho d’água, que é o Lago de Sobradinho, no Rio São Francisco.
    Não sei se Manoel Bonfim tem inteira razão no que diz, mas sei que ele entende do assunto.
    O que nós aqui discutimos muito é o fato de toda uma população que vive na borda do imenso Lago de Sobradinho estar passando fome e sede e não há a mesma preocupação em resolver esta situação. E é muito menos justificável ainda se a transposição for para irrigar, porque se for observado através do Google Earth, por exemplo, veremos não há praticamente nada irrigado na nossa região (as coordenadas são: 9º37’17.78″ Sul e 42º05’00.44″ Oeste) e os custos para irrigar próximo do Lago seriam bem menores. E não é só na região de Remanso. O Lago tem em torno de 4.000 km² e só existe irrigação na região de Casa Nova-BA e Petrolina-PE e Juazeiro-BA.
    Se for para matar a sede da população, concordo que o que Manoel Bonfim diz é mais razoável.
    Abraços

    Tovinho Régis
    do Sertão da Bahia

  42. Certo ,Claudia. Igreja
    Certo ,Claudia. Igreja Catolica explora a ignorancia biblica do brasileiro.Quanto mais miseraveis menos conhecimento e mais um para a romaria , a festa de são João,¨ciço¨e Damião…Esse povo adora festa e não ao trabalho para prevenir o tempo de seca.O problema do Nordeste é espiritual.No livro de Isaias (Biblia) diz que Deus retem as chuvas e suas benção(fartura) ao povo idolatra.Nordestino tem que conhecer Deus e Jesus Cristo doador de mananciais e não no PAC e no Lula.

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