Em plebiscito, colombianos rejeitam acordo com as Farc

Jornal GGN – Em plebiscito realizado ontem (2), os colombianos rejeitaram o acordo de paz costurado entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que pretendia implementar medidas para encerrar um conflito armado que já dura 52 anos no país.

Dos 13 milhões de eleitores que foram às urnas, 50,22% votaram contra o acordo e 49,77% a favor, sendo que somente 37% dos colombianos participaram do plebiscito. O sim  venceu em regiões que são as mais afetadas pelo conflito. O acordo previa que as Farc abandonassem suas armas e se tornassem um movimento político, e foi assinado na última segunda-feira, após quatro anos de negociações, com a presença de líderes mundiais como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o secretário de Estado americano, John Kerry, e o rei Juan Carlos, da Espanha.

Santos disse que continuará buscando a paz e que o cessar-fogo, iniciado em  em 29 de agosto, continua em vigor.

Da Deutsche Welle

Colombianos rejeitam acordo de paz com as Farc

Em disputa acirrada, 50% dos colombianos dizem não ao acordo histórico assinado entre o governo e as Farc, que colocaria fim aos 52 anos de conflito

Numa disputa acirrada, os colombianos rejeitaram neste domingo (02/10) o acordo de paz assinado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A decisão surpreendente impede que as medidas negociadas para pôr fim aos 52 anos de conflito armado sejam implementadas no país.

Cerca de 13 milhões dos 34 milhões de eleitores foram às urnas para a consulta popular. Do total, 50,22% votaram contra o acordo de paz e 49,77% a favor do documento. A votação ocorreu sem violência e com grande abstenção de eleitores devido às fortes chuvas que atingiram várias regiões do país. Apenas 37% dos colombianos participaram do plebiscito.

Desta maneira, foi dada a última palavra sobre o acordo histórico que colocaria fim no conflito armado. Com a vitória do não, o governo fica impedido de pôr em prática as medidas previstas no documento. A decisão deixa em aberto o processo de paz e, na prática, poderia significar a continuidade da guerra no país.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, convocou uma reunião de emergência com seu gabinete e a equipe de negociadores para analisar a situação. O número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko, e lideranças da guerrilha que participaram dos diálogos de paz em Havana também estão reunidos para analisar o resultado do plebiscito.

Sim ganha em regiões atingidas

O sim ao acordo de paz ganhou nas regiões mais afetadas pelo conflito armado. No município de Bojayá, o sim recebeu 95,76%. A cidade foi palco de uma tragédia em 2 de maio de 2002. Durante combates entre as Farc e o Exército, uma bomba atingiu a igreja onde os moradores buscaram refúgio. Cerca de 100 pessoas morreram na ocasião.

Em Toribio, outro município diretamente afetado pela guerra civil, o sim obteve 84, 80% dos votos, contra 15,19% do não. Em Turbo, cuja zona rural foi palco de massacres, o acordo foi apoiado por 56% dos eleitores.

Na região de Catatumbo, uma das mais atingidas pelo conflito, o sim ganhou em todos os seus municípios.

Derrota histórica

O acordo de paz foi celebrado por líderes do mundo inteiro. Para o presidente colombiano, o plebiscito era o mais importante da história recente do país.

Alcançado em agosto em Havana, após quatro anos de negociações, o acordo foi assinado pelo governo e pelas Farc na segunda-feira.  A cerimônia reuniu líderes mundiais como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o secretário de Estado americano, John Kerry; além dos presidentes de Cuba, Raúl Castro, do Equador, Rafael Correa, e do Panamá, Juan Carlos Varela; e do rei Juan Carlos da Espanha.

O acordo contemplava o abandono das armas pela guerrilha e sua transformação em movimento político. A nova agremiação deveria ocupar dez assentos no Congresso, segundo previa o pacto de paz.

Além de garantias para a participação dos guerrilheiros desmobilizados na política, o acordo de paz incluía questões complexas, como o acesso à terra para os agricultores pobres; luta contra o tráfico de drogas; justiça e reparação às vítimas.

Em mais de 50 anos, o conflito na Colômbia, o mais longo da América, provocou a morte de 220 mil pessoas e deixou mais de 6 milhões de deslocados internos.

Redação

6 Comentários

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    1. Mas se o Trump perder, ganha

      Mas se o Trump perder, ganha a Hillary. Melhor?  Para o nosso destino, tanto faz. Tudo segue como programado.

      E na Colômbia,  resultado em consonância com os “novos” tempos. O povo escolheu? Abstenção superior a 60%. Até parece que também lá urna e voto se desentendem.

       

    2. Mas se o Trump perder, ganha

      Mas se o Trump perder, ganha a Hillary. Melhor?  Para o nosso destino, tanto faz. Tudo segue como programado.

      E na Colômbia,  resultado em consonância com os “novos” tempos. O povo escolheu? Abstenção superior a 60%. Até parece que também lá urna e voto se desentendem.

       

      1. Comparados com Bernie

        Comparados com Bernie Sanders, os dois são ruins. Mas a Hillary ainda é a menos pior, dentre as opções disponíveis. Trump seria um desastre.

  1. Que continue a matança….

    Que continue a guerra e a matança, então, já que este é o desejo da maioria. Quanto aos EUA, Hillary parece ser mais falcão guerreiro do que o Trump. Tempos ainda piores virão…..

  2. não entendo mais nada

    Primeiro foi o Brexit e agora a Colombia. 

    Para mim duas decisões,

    Mas,isso é resultado de decadas de de propaganda que tudo que se refere à politica é errada, só tem politico ladrão, etc etc

    Pessoas despreparadas e alienadas dão as cartas com a ajuda de politicos demagogos.

    O resultado é esse.

    Paciência!

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