Jornal GGN – O decreto de calamidade pública em Minas Gerais não valeu de nada e um juiz determinou despejo imediato da escola e da vila de moradores do acampamento Quilombo Campo Grande, nesta sexta, dia 17. Foram muitas as tentativas de diálogo e reiterados pedidos de que as famílias permanecessem no local enquanto durar o isolamento social. Em vão.
O acampamento Quilombo Campo Grande existe há mais de 20 anos e lá residem 450 famílias, que produzem o café Guaií.
A dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Débora Mendes, entende que uma ação policial pode colocar em risco a saúde de toda a população da cidade de Campo do Meio. A ameaça seria dupla, pois além da truculência, poderiam carregar o vírus para dentro da cidade. E aponta a incapacidade do Governo Zema em se preocupar com a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Campo do Meio ainda não tem nenhum registro de Covid-19.
Para Débora, o conflito ainda existe pois os donos da usina falida contam com apoio de elites políticas. Os moradores conhecem a capacidade da família em gerar situações de pânico, com jagunços que ameaçam constantemente a segurança dos produtores.
Com a reintegração de posse seria desmantelada a vila e a estrutura da Escola Popular Eduardo Galeano, que oferece educação popular aos jovens, crianças e adultos. A Escola continua cumprindo seu papel em meio à pandemia e isolamento. A dirigente do MST espera que o Judiciário entenda a situação e acolha o pedido das famílias, revertendo esta decisão, impedindo que tantas pessoas fiquem desabrigadas.
Com informações do MST.
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