O dia em que a terra parou, por Matê da Luz

Por Matê da Luz

Está difícil por aqui, por aí também? 

Não “só” em termos políticos e econômicos, mas especialmente no que diz respeito ao que toca o coração. E o que toca meu coração de um jeito que eu não sei explicar é maldade com criança. Porque eu acho que aquela pessoinha representa tanto, que ela é símbolo de tudo o que pode ser e daquilo que pode ser transformado – e quando eu vejo alguém fazendo maldade com criança, eu sentendo que aquilo passa perto do fim dessas novas possibilidades. 

E então hoje me deparei com o post de uma amiga que falava sobre a prisão de 12 homens no Rio de Janeiro, dentre eles o irmão do ex-governador Anthony Garotinho, porque em meados de 2008/2009 eles mantinham uma casa com crianças entre 9 e 17 anos presas, obrigadas a usar drogas e que eram comercializadas para o sexo. Daí tem essas 12 pessoas aí e mais tantas outras que pagam pelo esquema, isso é tão bizarro, tão injusto e tão feio que não encontro mais palavras pra contar. 

Leia aqui, se tiver estômago. Eu não tenho.

Sei lá se é possível, se não é parte do “meu jeito imaturo” de ver a vida, mas desejo do fundo da alma que essa onda de limpeza do mundo extermine comportamentos bárbaros como estes – pensando bem, não é tão imaturo assim, né, visto que na Roma antiga as pessoas iam até uma arena ver os gladiadores como forma de diversão e, hoje, isso já não existe mais. Na torcida aqui, viu, pra que crimes contra as crianças entrem o mais rapidamente possível nessa lista. 

 

Mariana A. Nassif

3 Comentários

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  1. o dia em que a Terra ….

    Senhora, tão absurdo quanto o crime praticado é que desta vez não teve o pronunciamento do/da Presidente da República, nem de todas autoridades nacionais, nem entidades de direitos civis e das mulheres, nem o alvoroço da mídia, nem a notícia “viralizou” na internet. Tão absurdo quanto o crime é que este se repetiu diversas outras vezes com outras autoridades públcas nacionais, juízes, secretários, prefeitos. Tão absurdo quanto o crime é a pena ser tão curta em relação à gravidade do fato. Sete juízes se declararem incapazes de dar a sentença, amedrontados e coagidos,  face às pessoas acusadas e seu parentesco.E todos os organismos do judiciário, inclusive OAB se calarem. Tão grave quanto o crime praticado, é que há alguns anos, o mesmo tipo de crime realizado por um juiz federal, teve a pena reformada no STF, pelo argumento que mesmo menor de 14 anos, a vitima por praticar o ato anteriormente, diminua a gravidade e responsabilidade do fato, e então a extensão da pena do excelentissimo juiz. A criança não foi então, considerada violentada mais de uma vez, mas pelo entendimento do STF, cúmplice do ato de violência que sofreu. O estupro neste caso foi considerado “consentido”, por uma criança de 12 anos. Este é o Brasil. Aqui a Terra para todo dia e ninguém vê. 

  2. Minha sala de aula sempre

    Minha sala de aula sempre comporta mais alguns estudantes. E, Matê da Luz,  esse “seu geito maduro” de encarar a vida explica a razão da ausência de alguns estudantes em minha sala de aula. Dirceu, 23 anos de prisão; Nahim 12!

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