Parada do Orgulho LGBT do RJ pede fim da violência

Bandeirão LGBT na Avenida Atlântica (Foto: Lívia Torres / G1)

Da Agência Brasil

A Parada do Orgulho LGBT do Rio é organizada há 20 anos pela organização não governamental (ONG) Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT. Segundo o presidente da ONG, Almir França, nesse período, houve avanços, como a criação de programas estaduais e municipais para defender a comunidade LGBT em todo o país. Mas também houve retrocessos.

“Um dos retrocessos foi a aprovação do Estatuto da Família. Também houve avanço do fundamentalismo [religioso] e de ideias heterossexistas higienizadas. Isso é um retrocesso intelectual. Por um lado, a academia avançou nesse conteúdo, mas por outro na sociedade civil, não. Ainda é um grande tabu na educação”, disse.

O coordenador especial de Diversidade Sexual da prefeitura do Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson, destacou que a violência contra a população LGBT é preocupante. “A cada 23 horas, um cidadão é assassinado no Brasil em um crime de ódio. Esse é um problema de toda a população. Não apenas de quem é gay, quem é lésbica, quem é bissexual ou transexual. Tem causado muito sofrimento às famílias, principalmente”, disse.

A ala de abertura da parada é formada pelas Mães pela Diversidade, formada por mães de LGBTs. Elas protestam contra o Estatuto da Família (Projeto de Lei 6.583/2013), aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada para avaliar o projeto. O texto define família apenas como a união de homem e mulher e seus filhos, excluindo, portanto, casais homossexuais.

A coordenadora do Mães pela Diversidade de Salvador (BA), Inês Silva, tem dois filhos: um gay e uma lésbica. Ela diz que a segurança deles é uma preocupação diária, devido à homofobia.

“Nós estamos aqui justamente para acabar com a homofobia, a transfobia e a lesbofobia. Nossos filhos são seres humanos iguais a quaisquer outros”, disse.

 

Além da passeata, o Comitê Organizador Rio 2016 estará na passeata, cadastrando o público LGBT para preencherem as vagas de emprego nas Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Segundo a ONG Arco-Íris, entre as vagas está a oportunidade de participar das cerimônias de entrega de medalhas nas competições.

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A IGREJA AVANÇANDO NA REPÚBLICA

    Poucos são aqueles que estão percebendo que, pouco a pouco, o estado laico está decadente, atentando contra a o republicanismo, quando o Estado Nação está cada vez mais dependente da religião organizada. Este estado de coisas  está levando igrejas ao poder, atualmente com grande poder de discutir e planejar o futuro de nosso País.

    A república trouxe-nos consumação do ideal de separação, total independência entre a igreja e o estado.

    É claro que as igrejas todas, inclusive a católica e a tradicional presbiteriana, tem relevância na opinião do povo e, por consequência, na administração pública e, sobretudo, na elaboração das leis que traçam o direito de nosso País.

    Porém, esta relevante opinião era exercida de forma indireta, nunca dentro do poder.

    Hoje, há até bancada evangélica muito forte ( cerca de noventa deputados), atuante de forma muito perigosa para a república, onde o toma lá dá cá é uma prática que permite levar adiante o idéias extremistas religiosas, que podem levar  inconcebível agressão aos direitos individuais, máxime à liberdade das pessoas, ferindo a Constituição e legando, máxime daqui para frente, legislação que irão modificar, v. gratia, os direitos das mulheres e dos homosexuais.

    Penso que está na hora de se proibir que pastores ou padres de quaisquer igrejas possam ser candidatos como defesa do republicanismo, pois as igrejas, renito, estão avançando e muito com o poder temporal.

    As religiões têm suas crenças e devem ser respeitadas, tendo total liberdade de expressão. Não porém ingressarem no Poder, ameaçando a república.

    E hoje  – dia da proclamação da república – seria na verdade uma dia de comemorar a liberdade de expressão, que foi, basicamente, proibida quando o Poder temporal sobrepunha-se ao poder oriundo do povo.

        

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador