Do Almanaque Brasil
Primeiro jornal feminino dizia: homem não é dono da mulher
Jornal das Senhoras foi editado pela argentina Joana Noronha, e outras mulheres colaboravam, no anonimato.
“Ora, pois, uma senhora à testa da redação de um jornal! Que bicho de sete cabeças será?” Era o que perguntava a1º de janeiro de 1852 o número de estreia do Jornal das Senhoras, editado no Rio pela argentina Joana Paula Manso de Noronha (1819-1875). Afirmava que as mulheres não deveriam só aprender boas maneiras, piano, bordado e costura; e pedia aos homens que não as considerassem mais sua propriedade.
Mulheres colaboravam, mas no anonimato. Depois de seis meses, passa a ser dirigido por Violante de Bivar e Velasco (1816-1874), uma das primeiras brasileiras. Durou até 1855.
Surgiriam outras publicações: Belo Sexo, Nós Mulheres,Mulherio; A Família, este último dirigido por Josefina Álvares Azevedo, defendeu direito de voto e de divórcio, reivindicações que ecoaram na Constituinte de 1891 na voz do deputado Lopes Trovão, lembrado pela minissérieChiquinha Gonzaga.
Do Blog da Biblioteca Nacional
O Jornal das Senhoras – 156 edições para download na Biblioteca Nacional Digital
Especial – Dia Internacional da Mulher
A Biblioteca Nacional tem 156 edições digitalizadas do periódico O Jornal das Senhoras, para download. O primeiro número da publicação data de 1º de janeiro de 1852, trazendo “Modas, Litteratura, Bellas-Artes, Theatros e Critica” a suas leitoras. Já na primeira edição, contestava a hegemonia masculina na direção dos veículos de imprensa: “Ora pois, uma Senhora a testa da redação de um jornal! que bicho de sete cabeças será?”
“Os dois principais centros da produção periodística feminina no Brasil se concentraram em Recife e Rio de Janeiro, desta cidade, saiu o primeiro jornal dirigido por uma mulher, O Jornal das Senhoras.
Fundado pela feminista argentina Juana Manso, O Jornal das Senhoras tinha como objetivo tratar de temas como belas-artes, literatura, moda, além de tentar despertar a consciência feminina para que estas reivindicassem melhores condições educacionais e acesso ao mercado de trabalho.
A partir daí vários jornais dirigidos por mulheres passam a circular pelo Rio de Janeiro, tais como O Bello Sexo, O Espelho, Jornal das Moças, Jornal das Famílias.
[trecho da pesquisa Josefina Álvares de Azevedo: a voz feminina no século XIX através das páginas do jornal A Família, de Karine da Rocha Oliveira, do Programa Nacional de Apoio à Pesquisa da Fundação Biblioteca Nacional].
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