O cinema latino-americano

Atualizado

Interessante essa premiação do filme peruano “La Teta Assustada” no Festival de Berlim: Urso de Ouro por unanimidade (clique aqui para ler matéria da Folha).

Anos atrás participei de um congresso de cultura no Paraná. Assisti a um épico paranaense – sobre a luta entre o governo da província e os farrapos que caminhavam em direção ao Rio – de altíssima qualidade. Não apenas no roteiro, na direção mas na qualidade técnica mesmo.

O cinema brasileiro de São Paulo e Rio explodiram no mundo, existe um cinema de outras partes do país, o cinema argentino ganhou dimensão internacional, e, agora, o peruano.

Mostra que o avanço da computação, as redes sociais, tornaram disponíveis recursos técnicos antes impensáveis. No caso do filme do Paraná, por exemplo, as cenas de guerra e de explosão de casas foram encomendadas a um especialista americano – que montou as cenas a partir da sua base.

Um bom tema para os cineastas e cinéfilos do Blog nos trazerem informações.

Por José de Abreu

LN

Se o filme a que está se referindo (o do PR) é O PREÇO DA PAZ, eu fiz um militar gaúcho que coloca gravata vermelha em muitos paranaenses… Gostaria de saber o que aconteceu com esse filme. Foi feito com captação de dinheiro público e nunca foi lançado nacionalmente, só passou no Paraná. Com um elenco de peso (Lima, Camila Pitanga, Herson Capri, Danton Melo, entre outros) e tendo ganho o prêmio de Melhor Filme pelo juri popular no Festival de Gramado, sumiu do mapa.

Os filmes gaúchos também tem o que dizer, vide os da Casa de Cinema de POA. Também gostei do filme peruano ter ganhado Berlin, a história é bem interessante. E é a primeira vez que o cinema peruano chega lá. Congratulaciones a los hermanos.

Comentário

Jorge Furtado fica nos devendo um depoimento sobre a experiência da Casa de CInema de Porto Alegre.

Por Marcos Doniseti

Nassif, sobre o cinema brasileiro, creio que não podemos esquecer do fenômeno ‘Se eu Fosse Você 2′, que já ultrapassou até o blockbuster ‘Batman – O Cavaleiro das Trevas’.

‘Se eu Fosse Você 2′ pode até não ser um filme inovador (e não é, mesmo…) mas mostra que o Brasil talvez esteja voltando a fazer um cinema comercial atrativo para o grande público.

Notícia

Com R$ 39 milhões em bilheteria, ‘Se eu fosse você 2’ é o recordista da retomada

Filme foi assistido por 4,7 milhões de pessoas em 37 dias.
E segue há seis semanas na liderança dos mais vistos no país.

A segunda parte do longa “Se eu fosse você”, dirigido por Daniel Filho, atingiu a maior bilheteria de um filme nacional desde a retomada, em 1995: R$ 39,2 milhões em 37 dias de exibição nos cinemas. Quanto ao público, 4,7 milhões de pessoas já foram assistir à produção, de acordo com números divulgados nesta terça-feira (10) pela distribuidora Fox.

Luis Nassif

13 Comentários

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  1. Pena que o intercâmbio
    Pena que o intercâmbio cultural entre os países latinoamericanos seja tão pequeno. As redes de tvs abertas deveriam exibir mais filmes da hispanoamérica. Acredito que houve uma retração neste intercâmbio. Lembro-me que nas décadas de 70 e 80 se tocava muito mais música latinoamericana nas rádios. Precisamos nos aproximar mais, pois somos povos irmãos.

  2. LN
    Se o filme a que está se
    LN
    Se o filme a que está se referindo (o do PR) é O PREÇO DA PAZ, eu fiz um militar gaúcho que coloca gravata vermelha em muitos paranaenses… Gostaria de saber o que aconteceu com esse filme. Foi feito com captação de dinheiro público e nunca foi lançado nacionalmente, só passou no Paraná. Com um elenco de peso (Lima, Camila Pitanga, Herson Capri, Danton Melo, entre outros) e tendo ganho o prêmio de Melhor Filme pelo juri popular, sumiu do mapa.
    Os filmes gaúchos também tem o que dizer, vide os da Casa de Cinema de POA. Também gostei do filme peruano ter ganhado Berlin, a história é bem interessante. E é a primeira vez que o cinema peruano chega lá. Congratulaciones a los hermanos.

  3. Aqui em Goiânia foi criado em
    Aqui em Goiânia foi criado em 2007 o Festval Perro Loco, um projeto de extensão da Universidade Federal de Goiás produzido por alunos de jornalismo. O objetivo é divulgar e fomentar o trabalho dos cineastas universitários além de usar o cinema como ferramenta para unir os povos latino-americanos e quebrar as barreiras da distância, língua e cultura.

    Todo ano desembarcam em Goiânia filmes peruanos, cubanos, colombianos, argentinos, enfim, produções experimentais e trabalhos profissionais que infelizmente só chegam ao público através de um festival como esse. Mais detalhes no site http://www.perroloco.com.br

    Aqui um trecho de divulgação publicado no site:

    “Agora, convocamos novamente todos os estudantes deslumbrados pela cultura e história dessa América Latina que ainda espera ser descoberta e valorizada (…) E nada mais eficiente que o cinema para cumprir essa tarefa. O cinema é uma língua universal, compreendida por todos, capaz de expressar os sentimentos de uma comunidade de forma única.”

    E aqui um curta da mostra de 2008 que mostra a irreverência e a criatividade dos estudantes cineastas.

    “Como fazer um curta experimental, cult e pseudo-intelectual” : http://www.youtube.com/watch?v=gQQPnYr9KY4

  4. A explosão tecnológica avida
    A explosão tecnológica avida por programação vai se encarregar de corrigir as distorções, o problema brasileiro é a distribuição e nós sabemos disto desde a época da Embratur lá na rua Triunfo. Tá ná hora de se votar uma legislação inteligente e eficaz para corrigir as distorções.

  5. Esse ano o Brasil vez,
    Esse ano o Brasil vez, atraves do edital de longas de baixo orcamento, um dos melhores filmes de epoca da historia, e uma das melhores adaptacoes literarias para as telas (e uma das mais audaciosas tambem): Fronteira, adaptacao de Rafael Conde para romance de estreia, homonimo, do mestre esquecido do modernismo gotico brazuca, Cornelio Penna.

  6. Nassif, sobre o cinema
    Nassif, sobre o cinema brasileiro, creio que não podemos esquecer do fenômeno ‘Se eu Fosse Você 2’, que já ultrapassou até o blockbuster ‘Batman – O Cavaleiro das Trevas’.

    ‘Se eu Fosse Você 2’ pode até não ser um filme inovador (e não é, mesmo…) mas mostra que o Brasil talvez esteja voltando a fazer um cinema comercial atrativo para o grande público.

    Notícia

    Com R$ 39 milhões em bilheteria, ‘Se eu fosse você 2’ é o recordista da retomada

    Filme foi assistido por 4,7 milhões de pessoas em 37 dias.
    E segue há seis semanas na liderança dos mais vistos no país.

    A segunda parte do longa “Se eu fosse você”, dirigido por Daniel Filho, atingiu a maior bilheteria de um filme nacional desde a retomada, em 1995: R$ 39,2 milhões em 37 dias de exibição nos cinemas. Quanto ao público, 4,7 milhões de pessoas já foram assistir à produção, de acordo com números divulgados nesta terça-feira (10) pela distribuidora Fox.

    http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL995993-7086,00-COM+R+MILHOES+EM+BILHETERIA+SE+EU+FOSSE+VOCE+E+O+RECORDISTA+DA+RETOMADA.html

  7. Dia de 3 marco estreia o
    Dia de 3 marco estreia o menino da porteira. Com um interpretacao impecavel do jose de abreu. Podiamos pedir um comentario doJose de abreu sobre o filme.
    O filme promete. Trilha sonora do filme
    A primeira versao dos anos 70 foi a terceira maior bilheteria do cinema nacional. A indicios que esta versao sera um grande sucesso. A musica do filme, interpretado pelo cantor/ator Daniel ja e’ a musica mais executada nas radios alcancando esta posicao semana passada. E o filme ainda nem foi lancado!!
    Jose de abreu conte um pouco do filme e das filmagem.

  8. outra sugestao de titulo para
    outra sugestao de titulo para um documentario brasileiro;

    O insaciavel boi voador e as tetas douradas do tesouro…ou a vaca profana…

    (subtitulo: enquanto o povo tira leite de pedras!)

  9. Não que seja muito
    Não que seja muito importante, mas esta coisa de “farrapo colocando gravata vermelha” em alguém me pareceu meio confusa, ou anacrônica.
    Aqui no RS comemoramos a Revolução Farroupilha (tem até Carnaval em setembro para celebrar, embora se chamarmos de Carnaval a celebração da “Revolução Farroupilha” hão de ficar bravos), no qual os estancieiros contra o centralismo do Império foram chamados de farrapos. Esta guerra civil durou de 1835 a 1845, e chegou no máximo a Santa Catarina.
    Em 1893 estourou a Revolução Federalista, e de fato houve tentativas de alcançar o norte do país, inclusive o Paraná. Nesta revolta houve muitas degolas de prisioneiros de parte a parte, mas os partidos eram chamados de “maragatos” e “chimangos”.Estes últimos eram os alinhados com o governo estadual do RS, de Júlio de Castilhos, e com o governo federal do “Marechal de Ferro”, Floriano Peixoto. Ninguém gosta muito de falar desta revolução no RS. As degolas passaram à história como um momento de infâmia para os gaúchos.

  10. Alô Nassif

    Estou na corrida
    Alô Nassif

    Estou na corrida por aqui, entrando em produção e sem muito tempo para escrever, mas sou leitor diário do blog e, convocado, dou alguns palpites.

    O cinema brasileiro e latino-americano está melhorando, eu acho, mas para uma discussão estética, pura subjetividade, o tempo e o espaço são curtos. O certo é que há muitos bons filmes, de vários gêneros. Foi-se o tempo em que todos eram parecidos, destinados a um público reduzido que via filmes brasileiros enquanto a imensa maioria ignorava completamente a sua existência. (Exceções: os filmes diretamente ligados à televisão – Trapalhões, Xuxa – ou ao rádio – chanchadas da Atlântida – e as pornochanchadas.)

    A maior dificuldade hoje é convencer o público a ver os filmes nas salas. A média de espectadores por filme, excluindo-se três ou quatro lançamentos de sucesso por ano, é baixíssima. Esta dificuldade tem, acredito, muitas causas.

    Estamos produzindo cerca de 80 filmes por ano. Considere que menos de 10% da população vai ao cinema (pelo menos uma vez por ano) e que os lançamentos estrangeiros são muito, poderosos, milionários, enfim, tudo o que já se sabe. O ingresso é caro, média de 5 dólares. Quando Dona Flor fez mais de 12 milhões de espectadores o ingresso custava 50 centavos de dólar, dez vezes menos.

    Além da briga desigual de mercado, a dificuldade para encontrar um público também tem raiz nos filmes: se o público não se interessou por eles é bom ao menos considerar a hipótese de que eles sejam mesmo desinteressantes, em grande parte destinados ao restrito público dos festivais (um por dia, um por semana só na França) e pré-estréias. Filmes com menos de 50 mil espectadores, não importa quão barato tenham custado, não pagam nem as cópias e cartazes de seu lançamento nas salas.

    Sobre o público dos filmes, vão por mim: não acreditem em números citados em entrevistas. Visite o site da Ancine, vale o que está lá, o resto é chute.
    http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3010&sid=804

    Exibidores se queixam, com bastante razão, que os cineastas, que têm sua produção bancada por subsídios, não se preocupam se o filme terá público ou não. Eles, exibidores, precisam de salas cheias para pagar salários e a conta da luz.

    Em tempo: acho fundamental o subsídio (via isenção de impostos, com dinheiro destinado através de concursos públicos e rigorosa fiscalização de seu uso) para a produção dos filmes. Quase todas as cinematografias do mundo desapareceriam sem os subsídios (França, Inglaterra, Alemanha, Espanha…). Possíveis exceções: Estados Unidos e Índia. Leio frequentemente nos jornais opiniões exaltadas contra as isenções fiscais para a produção de cinema. Esquecem, os jornais, de dizer que eles desapareceriam imediatamente sem as suas gigantescas isenções fiscais (imposto de renda, papel, etc…) e sua reserva de mercado (os proprietários de jornais tem que ser brasileiros).

    Há um mercado crescente para a produção audiovisual, longe dos circuitos das salas, internet, tevê, dvds, mas a remuneração ao produtor ainda é baixa.

    Os filmes que passam na televisão acabam chegando ao grande público, o que é bom, e outros lançamentos podem ser vistos em dvd ou na internet, mas a produção de cinema, para ser exibido nas salas, como nós a conhecemos, está numa sinuca de bico.

    Qual a saída? Não tenho a mínima idéia. De minha parte, voltar ao serviço e tentar, como sempre, fazer o melhor possível.

    E parabéns pelo blog.

    Abraço

    Jorge Furtado

    xx

    Sobre a Casa de Cinema de Porto Alegre, visite o nosso site: http://www.casacinepoa.com.br

    Aqui vai parte do texto de apresentação:

    Breve histórico da Casa

    A Casa de Cinema de Porto Alegre foi criada em dezembro de 1987, por um grupo de cineastas gaúchos que já trabalhavam em conjunto desde o início dos anos 80.

    Em sua primeira fase, a Casa foi uma cooperativa de 11 realizadores, reunidos em 4 pequenas produtoras, que passaram a ter um espaço comum para trabalhar a distribuição dos filmes já realizados e o planejamento e realização dos próximos projetos.

    A Casa

    A partir de 1991, a Casa de Cinema de Porto Alegre se tornou uma produtora independente, com 6 sócios, permanecendo o espírito cooperativo e a intenção de continuar contribuindo para a difusão dos filmes produzidos pelo grupo original.

    Em seus quase 20 anos de existência, a Casa produziu dezenas de filmes e vídeos, mas também programas de televisão (especiais e séries), cursos de roteiro e de introdução à realização cinematográfica, fórums de debates e programas eleitorais para TV.

    A Casa

    Entre nossos parceiros e clientes estão emisssoras de televisão como as brasileiras TV Globo e RBS TV, o Chanell 4 inglês e a ZDF alemã, as Fundações Rockefeller e MacArthur, as distribuidoras Columbia e Fox, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB).

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